Immortal escrita por Luiza Rabelo


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Demorei né? :/ Enfim, aqui está um capítulo gigaaante pra você amores! Continuem lendo e comentando. E aos que não comentam, de qualquer forma, obrigada! Só de vocês lerem já me deixa feliz,e se comentar, nem se fala. Mas é isso! Beijo meus amores.

AVISO: Caso queira ver o look de Sophia, clique neste link: https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash3/47711_273403219465562_508779248_n.jpg



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Acordei no dia seguinte ao meio dia com o barulho de mensagens chegando no meu celular. Não eram poucas. Peguei-o e o olhei. Eram de Emma, Tanner, Ethan e Lindy, nesta sequencia.

“-Sophia, onde você está, estou preocupada, não te vi saindo da festa! Me responde! Ah, e obrigada, Tanner me pediu em namoro e por sorte Lindy já arranjou outro. Beijos.” –Emma, 5 horas da manhã.

“-Deu tudo certo! Emma realmente gosta de mim, e criei coragem para pedi-la em namoro. Muito obrigada Sophia! E... Onde você está? Você sumiu!” –Tanner, 8 horas da manhã.”

“-Sophia, obrigada por tudo, se não fosse por você, eu não estaria ao lado de Melissa.” –Ethan, 10 horas da manhã.

“-Oie Soph! Sabe aquele cara lindo? Então, ele se chama Ronald! Acho que estou gostando dele! Mas, enfim, te procurei a festa inteira e não te achei! O estranho é que Logan também sumiu... Andou dando uns pegas nele?” –Lindy, 11 horas da manhã.

Respondi todas, e achei engraçada a mensagem de Lindy. Logo depois que mandei Emma disse que nos esperava no refeitório. Me arrumei e fui. O refeitório estava vazio, pensei que estava acontecendo outra peça, mas não.

–Onde está todo mundo? –Questionei.

–Hoje o refeitório não abre, aliás, todos os domingos. –Tanner disse.

–E onde vamos comer?

–Vamos sair, por isso se chamamos. Quer vir? –Lindy me convidou.

–Tudo bem. –Respondi.

–Só estamos esperando o Ronald, Melissa e o Ethan. –Emma disse.

E só pode estar de brincadeira.

–Olha, pensando melhor, acho que eu não vou.

–Por que não? –Emma questionou.

–Pelo fato de eu ser a única solteira do grupo.

–E o que que tem? –Tanner perguntou.

–São três casais, três beijos, três carinhos, e eu, segurando três velas.

–Se esse é o problema, chame o Logan, afinal, vocês já conversam a uma semana, e consequentemente já devem ser amigos. Ou até ficantes... –Lindy disse sorrindo.

–Não, não somos ficantes e não vou convidá-lo pelo fato de termos discutido e não acho que agora seja a melhor hora para convites...

Neste momento, Lindy e Emma se entreolharam e sorriram, logo depois olharam para mim. Claro, eu fiquei extremamente confusa sobre aquilo, e, ao ver minhas sobrancelhas franzidas, Tanner começou a explicar o que aconteceu.

–Pelo que estou vendo, não entendeu nada do que aconteceu aqui. Bom, Lindy e Emma se olharam e sorriram para você, porque... –Tanner foi interrompido pelo grito histérico e agudo de Lindy.

–Logan e Soph estão apaixonados!

Aquela foi a frase mais tosca que me falaram quando cheguei naquela Universidade. Eu não fiquei feliz, e sim com raiva, afinal, vai ser sempre assim, só porque eu e Logan conversarmos ou brigamos estamos nos amando? Não gostei daquilo. Olhei para Emma, ela estava sorrindo para mim e batendo palminhas animadas. Decidi acabar com aquilo.

–Escuta, Logan e eu não estamos apaixonados, e muito menos somos amigos. –Respondi com tom de voz alto.

–Calma! –Emma disse com os olhos arregalados.

–Eu não vou me acalmar até que parem com essa loucura! –Virei de costas e sai do refeitório, para parecer uma criança era só bater os pés com força, mas não fiz.

Chegando ao campus, recebi um clarão de luz em meus olhos e fui em direção ao centro do mesmo. Sentei em uma de suas cadeiras e fechei meus olhos. Como na manhã em que meu pai me contou toda a verdade, pude sentir os raios do Sol encostarem delicadamente sobre minha pele, e era uma das boas sensações que eu podia sentir ultimamente. Inspirei o ar pelo nariz e o soltei pela boca, sempre quando faço isso é porque estou cheia de tarefas a cumprir, e isso não é bom. Só aumenta meu estresse e me faz ficar com raiva de tudo, então naquele dia eu precisava de descanso. Relaxei-me no banco e fiquei em uma posição confortável o bastante para me satisfazer. Para minha alegria, os pássaros resolveram fazer uma bela melodia que me acalmou consideravelmente. Onde já se viu... Logan e eu... Rárá, Lindy é comédia. Um casal proibido, uma caçadora e seu vampiro. A imaginação desses adolescentes é surpreendente!

O dia ia bem até dar duas horas da tarde. Ao contrário do que você deve estar pensando Logan não apareceu pelo fato de estar de dia e um Sol que o deixaria em pó se tivesse contato. E sim, foi a fome. Recusei o almoço com o grupo, mas meu estomago não iria aguentar por muito tempo. Resolvi me levantar e sair da Universidade a procura de um restaurante.

No caminho notei Zé olhando para o céu como alguém totalmente desocupado. Decidi chama-lo para me fazer companhia no almoço e ele aceitou na hora. A presença de Zé me deixava feliz, parecia ser meu pai provisório, dando conselhos sobre o trabalho e me fazendo sorrir, e claro, tirando o fato dele ser cheinho estava bem parecido.

Esperei Zé ir em sua cabine –era como chamava seu dormitório.- e se trocar para algo mais apropriado e sofisticado. E quando voltou notei que Brian era bem vestido para sua idade. Saímos da Universidade e pegamos um taxi que estava estacionado logo na esquina.

Pedimos ao taxista que nos levasse a um restaurante bem sofisticado, e, de preferencia com uma vista muito bonita. E fomos em direção ao Leste.

Chegando lá, vimos um grande letreiro escrito “Le Frambles Restaurant”, o nome me pareceu confuso, a mistura de duas línguas, porém resolvi não julgá-lo e entrar ara ver como era o lugar. Pagamos o motorista e entramos. Garçons com uniformes, balcão de atendimento e reserva de mesas, uma vista bonita para um lago de águas cristalinas, e incrivelmente natural, digo, relacionado com a natureza, com árvores, flores, esculturas referindo-se a natureza. Móveis de madeira, bem rústico, e o lugar era calmo e possuía uma música tentando forjar a melodia dos pássaros e confesso que era relaxante. Pedimos ao balconista uma mesa para dois na varanda que dava de vista ao lago e fomos encaminhados para lá. Com muita atenção e sendo descontraído o garçom nos atendeu simpaticamente.

Enquanto esperávamos a comida, Zé tentou puxar assunto sobre Logan, mas pedi que não tocasse no assunto. Então os tópicos foram diversos, com comédia, discussões e pontos de vistas diferentes. Não demorando muito, em vinte minutos a comida chegou em nossa mesa e a atacamos. Estava maravilhosamente boa, deliciosa. Logo após, pedimos sobremesas e comemos até ficarmos fartos. No final, quem fez questão de pagar a conta fui eu, aliás, com o dinheiro que eu tinha mais o dinheiro que o Governo me pagou eu não estava tão pobre quanto de costume.

Chamamos outro táxi e lá fomos nós de volta para a Universidade. Conclui que nada poderia estragar o meu dia, ou, pelo menos minha tarde. Quando chegamos Zé agradeceu pelo convite e disse que caso eu precisasse de algo era só contar com ele, nos despedimos e voltei para o lugar onde eu estava relaxando. Olhei em meu relógio e já eram cinco horas da tarde. Fiquei por lá relaxando até seis e meia, quando me dei conta que com a presença de um ser, conseguiu estragar meu dia de folga.

–Olha amor, foi ela que tentou bater na minha amiga! –Cristinna disse com seu, aparentemente, namorado ao seu lado.

Revirei meus olhos e me levantei do banco os olhando.

–O que quer? –Perguntou rude.

–Nada, só vim te parabenizar pelo seu novo namorado! –Ela disse soltando uns risinhos. –Se é que um cara de quarenta anos pode se chamar de novo... –Soltou uma gargalhada.

Não entendi nada, só conclui que aquilo era alguma mentira que espalharam novamente para a Universidade toda.

–Ser namorada do zelador deve ser muita aventura, um exemplo é ter que lavar as dentaduras dele todos os dias. –Cristinna foi falando, e me provocando. E quanto mais eu me irritava, mais meu punho pulsava.

–Vai continuar? –Perguntei enfurecida.

–Uma ameaça! Olha só amor! Ela acha que é alguém para me fazer esses tipos de coisa... –Cristinna disse olhando para o namorado, o qual não estava muito contente com o que ela estava falando, parecia que assim como eu, ele não a aguentava mais.

–Bom, como não sou ninguém, os alunos não poderão ver minha mão atingindo sua cara. –Falei enfiando meu punho em sua bochecha.

Os olhos do namorado ficaram arregalados, ele não esperava ver a cena e muito menos sabia o que fazer. Não me bateria por ter uma dignidade a prezar –a qual Cristinna já perdeu a mesma a muito tempo.- e se batesse, ficaria como sua namorada.

–Connan! Não vai fazer nada com essa vadia? –Cristinna esgoelou.

–Quer que eu faça o que? –Connan perguntou desesperado, ainda sem saber o que fazer. Não sabia se olhava para mim ou para ela.

–Bata nela!

–Não aconselharia você fazer isso. –Falei sorrindo da cara de Cristinna e seu nariz arrebitado sangrando. –Connan, está na cara que não gosta dela, e, se gosta, já teria tentado me bater, então sugiro que fuja. –Sugeri simpaticamente, e foi o que ele fez, saiu de perto de Cristinna, o que me fez ainda mais feliz.

–Você ainda vai me pagar desgraçada! –Cristinna saiu correndo e com as mãos no local onde a soquei.

Sentei-me novamente e parei de gargalhar daquela cena, por um momento pensei “Podia ter pegado mais leve na força...”, mas deixa isso para lá, o que já foi feito não é desfeito. Eis que a frase que ela disse começou a se repetir em minha mente, como assim eu estava namorando com Zé? Quem nos viu almoçando? Esses alunos são uns pestinhas. Olhei em meu celular e Ethan havia me mandando um link e pedindo para eu esclarecer aquilo. Cliquei no mesmo e esperei a página carregar. Parecia um site de fofocas da Universidade, e logo na postagem mais atual estava uma foto minha com Zé sorrindo no restaurante em que fomos. E eu sai bonita na foto! Milagres acontecem nos dias de folga! Mas este não era meu ponto de pensamento, e sim desmentir esse absurdo. Infelizmente tive que me levantar de onde eu estava e ir para a sala do Diretor o avisar da calúnia que inventaram desta vez.

–Diretor Ian? Está ai? –Questionei batendo na porta de seu escritório três vezes.

Ian abriu a porta e me mandou entrar.

–O que aconteceu? –Ian questionou já sabendo que havia algum problema.

–Algum dos alunos da Universidade possui um blog de fofocas e inventaram mais uma mentira sobre mim... Até parece que eles me amam, porque vivem inventando coisas para me difamar.

–O que foi que disseram?

–Hoje, na hora do almoço, convidei simpaticamente Zé para ir me acompanhar em um restaurante e ele aceitou. Fomos como amigos, nada mais. Nos divertimos e conversamos, mas isto não vem ao caso. O ponto é que alguém tirou uma foto de nós e inventou que eu e Zé estamos tendo um caso juntos. –Contei.

–Esses alunos parecem que foram criados por sem educações. E olha que conheço pai de cada um deles e garanto que são simpáticos. Todos. Mas é a adolescência, e é isso ai. –Ian concluiu. –Ainda bem que você não faz esse tipo de coisa.

Bajulador. Mal sabe ele o que fiz com Cristinna.

–Em todos os casos, temos que desmentir isto. Quer que eu comunique para os alunos pelo o microfone, ou você faz as honras?

–Posso?

–Claro.

Peguei uma espécie de autofalante que parecia um walkie-talkie e comecei a falar.

–Aqui é Sophia Vennon falando para a Universidade toda, com permissão do Diretor Ian Cabbrel venho comunicar um aviso e acho que seria válido prestarem atenção. Percebi que estão gostando de pegar no meu pé ultimamente e estão inventando certas coisas, como o caso de Logan e Zé. Bom, quem é que estiver inventando estas coisas é um completo covarde, por ter coragem de falar na internet, mas não tem a mesma para falar na minha cara, então, se se sente incomodado com o que eu faço, digo algo que define bem o que penso sobre: Foda-se. Obrigada a todos que prestaram a sua atenção.

Desliguei o botão que eu estava pressionando para falar e agradeci ao Diretor, que, por sua vez, estava um pouco impressionado com meu palavreado. Provavelmente não esperava que a filha do Ministro falasse palavrões.

Sai de sua sala e mandei uma mensagem para Ethan se ele havia escutado meu aviso. Ele respondeu que sim e que meu discurso não tinha como ser mais perfeito e ainda elogiou o palavrão. Marquei de encontrar com o grupo no campus para jogarmos conversa fora. Eles concordaram de nos encontrarmos às nove horas da noite.

Enquanto eu esperava, fui para meu quarto assistir televisão e decidir com que roupa eu iria. Como sou a solteira do grupo decidi por algo mais ousado, fazia tempo que eu não mostrava meu lado sensual, um bom tempo... Meu cabelo, por mais incrível que pareça, esta realmente bonito, liso em sua maior parte e quase um cacheado nas pontas. Era uma saia cós alto preta, com uma blusa de ombros caídos de caveiras, uma cinta liga preta, e um sapato igualmente preto. Antes da escolha da roupa tive que tomar coragem para usar a cinta liga, não é qualquer uma que se dá bem com tal peça de roupa.

Depois de ver mais um pouco de televisão e demorar quase meia hora para formar o famoso “olho de gato” com o delineador, percebi que já estava dez minutos atrasada. Não me preocupei pelo fato de não levar nem cinco minutos até chegar lá e que não era nenhum compromisso importante.

***

–Acalmou os nervos? –Tanner disse me abraçando, quase que me esmagando.

–Sim, mas se continuar me sufocando vou ter um daqueles ataques. –Falei quase sem ar.

–Nossa! Que gata! –Lindy disse pegando uma de minhas mãos e me fazendo girar para olhar minha roupa.

Sorri.

–Tive que criar coragem pra usar isto. –Confessei.

–Linda do jeito que você é não precisa temer nada na hora de se vestir. –Melissa disse me cumprimentando.

Aquela turma botava meus ânimos nas alturas com tantos elogios.

–Acho que está exagerando. Essa roupa ficaria mais bonita em vocês do que em mim. –Falei. –Mas de qualquer forma, já deve ter escutado falar de mim, sou Sophia Vennon. –Me apresentei a Melissa.

–Sophia, todos da Universidade sabem quem você é. Dispense apresentações. –Emma disse rindo.

–Nossa; quem diria... Eu, popular... –Pensei alto. Um erro. Uma falha. Perguntas se desencadearam.

–Por que a surpresa? –Ethan questionou confuso. –Você não era popular nas antigas escolas? Convenhamos, a filha do Ministro não vai ser a pessoa mais transparente de um colégio. –Concretizou.

Tive que pensar numa resposta rápida e inteligente o bastante para acreditarem.

–Bom, eu nunca frequentei escolas ou algo do tipo, nunca me dei bem com os alunos, e se eles gostavam de mim, era por interesse em meu dinheiro. Então meu pai decidiu contratar um professor que dava aula para mim em minha casa, por isso a surpresa.

–Deve ter sido difícil... –Lindy lamentou-se por mim.

–Nem foi tão complicado assim, os filhos do professor às vezes me visitavam para brincarmos e nos divertirmos. Confesso que não me arrependo de ter estudado em casa. –Conclui sorrindo. –Mas, mudando de assunto, o que fizeram hoje de tarde?

–Passamos a tarde fugindo e dando entrevistas para alguns alunos... –Tanner disse me surpreendendo.

–Por quê?

–Como você já está sabendo, a Universidade toda sabe de sua vida e inventa mentiras sobre ela, então, obviamente eles sabem quem são seus amigos e quem não são. Então alguns alunos vieram nos procurar querendo saber o que você fez, com quem esta namorando agora, e por que desistiu de Logan. –Ethan contou.

–Estou começando a achar que vão criar um fã clube anti-Sophia logo. –Falei rindo.

–Pelo menos você não se importa com esses bestas. –Melissa disse.

–Não ligo para eles, se me odeiam tanto, o melhor a fazerem é me esquecer.

–Ainda bem porque postaram uma nova fofoca sobre você... –Emma suspirou e começou a ler. – “Sophia Vennon, desta vez exagerou na dose de mau humor. Hoje, a tarde, um pouco antes de declarar o discurso sobre seu nome nas fofocas, se exaltou com nossa querida Cristinna Rames, a qual nos deu um depoimento explicando a causa, ou, a não causa.” Logo embaixo disto, vem o depoimento de Cristinna. –Emma continuou lendo. –“Eu estava passeando com meu namorado no campus inocentemente quando Sophia veio com palavrões e insultos a minha pessoa, é claro, falei poucas e boas para ela e nisto, a garota veio com seu punho em direção a minha face. Se doeu? Claro, mas se eu tentasse revidar, quem sabe, ela poderia carregar algo mais perigoso consigo, como uma faca?”.

Eu não estava acreditando no que Emma havia acabado de ler. Minha vontade era de dar um outro soco, só que não na lateral de seu rosto, e sim na região frontal. Caminhei em direção a uma árvore próxima e bati minha cabeça numa tentativa falha de conseguir esquecer de que conheci Cristinna.

–Deixa eu ver se entendi. –Ethan disse me observando bater minha cabeça de leve no tronco da árvore. –Você realmente a socou?

–Sim, mas não tem nada a ver com essa história idiota que ela contou. –Confessei.

Ethan, Lindy, Emma, Tanner e Melissa começaram a pater palmas empolgadas para mim. Parecia que haviam gostado do meu ato.

–Amaram isso não é? –Me virei para eles sorrindo e notei que aplaudiam entusiasmados e com sorriso no rosto. –É... Isso foi um sim.

–Mas qual é a verdade? –Lindy perguntou curiosa.

Tive de contar desde quando Cristinna chegou no campus até quando ela me chamou de desgraçada. Longa história, e mais aplausos, era incrível ver a vingança corroendo as almas daqueles adolescentes. Uma vingança boa, claro. Embora ache que não exista alguma vingança que faz o bem, consideramos que esta foi leve.

–Suponho que me deve um agradecimento. –Tanner disse sorrindo para mim.

–É justo. –Conclui o agradecendo.

Ao longo do tempo conversamos sobre assuntos diversos e distintos. De como eu iria atuar na prova de Teatro era um exemplo. Comédia Tanner e Ethan me imitando, rimos muito alto e até o porteiro mandou a gente maneirar no tom de voz pelo fato das regras da Universidade. Conversamos também sobre as lendas do dormitório misto, e dos “causos” que contavam de lá, nesta parte, apenas escutei e me surpreendi. Esses adolescentes desse dormitório misto são mais adiantas que muitas pessoas de trinta anos... E, para finalizar, quando deu meia noite e meia, nos despedimos e tomamos rumo para nossos quartos e dormitórios. Exceto eu. Como eu não tinha um namorado como os de Emma, Melissa e Lindy, tinha que me conformar com uma melodia de piano no estúdio de instrumentos musicais.

***

Ao chegar na sala não havia ninguém além de objetos sonoros que, se bem tocados, transmitiam uma bela melodia. Era evidente que eu iria direto para o piano, afinal, é o único deles que eu sei tocar, digo, sei mais ou menos...

Retirei a túnica que cobria o piano e sentei no banco que estava a sua frente. Toquei algumas teclas para me relembrar e me localizar e logo depois tentei mentalizar uma música que eu lembrava de como tocar devidamente.

No piano consegui me desprender dos meus pensamentos centrados em Logan. Skinny Love, de Birdy era uma das minhas músicas preferidas e uma das poucas de que eu me recordava como tocar. Pude, por um momento, me desprender dos meus problemas. Mas um deles acabou me interrompendo.

Antes que meu fardo pudesse dizer algo senti um tremendo calafrio, como os que eu tive quando cheguei na Universidade. Bom, se aquilo fosse meu sensor quando Logan ou um vampiro chegasse por perto, ou eu estou muito desatenta, ou me acostumei pelo fato de ter a presença de Logan por perto eventualmente.

Me virei de lado e o olhei.

–Pode me explicar o que foi aquilo?

–Eu que te pergunto, por que me beijou? –Logan questionou não saindo do lugar, mas também não desviando seus olhos azuis dos meus.

Me senti como uma criança indecisa. Se eu mentisse, estaria fazendo o errado, e, se eu falasse a verdade sabe lá o que ele faria. Além deste impasse, a verdade me deixou um pouco envergonhada, afinal, meus hormônios estavam atuando incansavelmente.

Senti minhas bochechas queimarem e corarem.

Logan abriu um sorriso no canto dos lábios sem mostrar os dentes ao perceber minha desordem de decisões.

–Você sabe que se apaixonar por mim trará muitos problemas, não para mim, e sim para você... O governo cortaria a sua cabeça. –Logan disse calmamente com um sorriso provocante.

Revirei meus olhos e enquanto fazia isto tive de pensar em algo que o deixasse no mesmo modo que eu, desconfortável. Logo me lembrei da dica do site: “Jogue o jogo dele.”

–Não acho que este seja o ponto, Loganzinho. –Falei com um tom de voz quase no mesmo tom de seu sorriso, provocante. E, obviamente, o apelido que Kara havia dado a ele seria uma de minhas ferramentas para deixa-lo na mesma situação que eu. –O ponto é: Por que você retrucou com um beijo muito mais longo?

Acho que para uma mulher de trinta e dois anos ainda tenho cartas nas mangas.

Percebi que Logan pareceu surpreso ao me ver empatar o jogo. Mas não deixou que a partida terminasse daquele jeito.

–Começou a observar e prestar atenção no jogo Sophia? –Logan questionou cruzando os braços e elevando uma de suas sobrancelhas.

–O que acha? –Retruquei com um sorriso sem mostrar os dentes, mas não chegou a ser sedutor como o de Logan.

–Eu não sabia que ela voltaria tão cedo. –Sorriu. –Confesso que prefiro a Sophia ousada do que a que segue regras. Pessoas que as quebram são mais interessantes. – Logan finalizou se aproximando alguns passos a minha frente.

–Não sou tão previsível quanto acha Logan. –Falei passando meus dedos entre mechas de meu cabelo.

–Antes precisamos estabelecer um mandamento do jogo.

–Você quer dizer, uma regra. –Conclui.

–Parcialmente, sim. O ponto é que você não pode me chamar de Loganzinho.

Sorri.

–Acontece que aqui, Loganzinho. –Dei uma pausa me levantando do banco do piano em que eu estava sentada e caminhando em sua direção parando em sua frente e me inclinando ao lado de seu ouvido, sussurrando. –Não existe uma Sophia certinha, e sim, uma quebradora de regras.

Após tentar jogar todo minha vulgaridade em minha voz –A qual estava em falta.- sai andando em direção a porta de saída da sala, deixando Logan parado aonde estava. Minha meta era que logo em seguida, Logan correria atrás de mim querendo prologar a conversa, caso contrário, me sentiria um lixo por não ser sensual o bastante para conquistar alguém. Por sorte, ser vulgar funcionou. Logan me puxou pelo braço sem me machucar e acabou chocando nossos corpos.

–Andou procurando tutoriais na internet de como ser sexy? –Logan disse sorrindo, mas sem se afastar de me corpo e sem retirar seus olhos fixados nos meus, ou, vice-versa.

Não exatamente. Pensei. Eu precisava de uma resposta que não me envergonhasse e que não entregasse a vitória do jogo para ele. Então uma frase surgiu em minha mente e sabia que ela se encaixaria perfeitamente.

–Tem certeza de que essa é sua pergunta?


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Notas finais do capítulo

AVISO: Caso queira ver o look de Sophia, clique neste link: https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash3/47711_273403219465562_508779248_n.jpg



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