50 Tons De Amor escrita por Flávia Lemes


Capítulo 16
Capítulo 16




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Ficamos ali um tempo abraçados sem dizer nada. O único som existente era o de seu coração.

Cristian fazia carinho em meu cabelo enquanto eu acariciava seu peito. Eu poderia ficar ali para sempre.

— Preciso fazer uma pergunta. — murmurei.

— Pergunte, Ana.

— Por que quando você chegou na festa de seus pais, você não ficou surpreso ao me ver? — perguntei — E aparentemente Mia parecia saber de alguma coisa.

Cristian riu.

— Eu comentei de você para Mia e mostrei uma foto sua.

— Ei! Como você tem uma foto minha? — perguntei indignada e levantando de seu peito.

— Ah, Ana... Eu disse para você que sou bem controlador. — riu — Estranhamente Mia disse que você estava na sala dela.

— Mas que filha da mãe! Ela não me disse nada!

— Claro que não! Eu pedi. Aliás, fui eu que pedi para que Mia lhe entregasse o convite do leilão dos meus pais.

— Então você sabia de tudo! E eu me perguntando se Grace e Carrick eram seus tios! — disse — Vou te matar, Cristian!

Sentei em cima dele e comecei a fazer cócegas sem parar. Seus olhos estavam lacrimejando de tanto dar risada. Parei.

— Desculpe. Eu gosto de ver você dando risada. — disse.

Cristian me olhou franzindo a sobrancelha.

— É que você ri tão raramente... — fiz beicinho.

Ele sorriu novamente e direcionou meu rosto até o seu para que me desse um leve beijo.

— Não faça bico, Anastacia. Eu não resisto. — sussurrou em meu ouvido.

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CRISTIAN HAVIA ido embora há algum tempo atrás e eu, toda descabelada pós-foda, estava na cozinha preparando minha famosa macarronada. Modéstia parte, meu macarrão era dos melhores. Mamãe costumava dizer que o cheiro era divino e empesteava a casa toda. Ela comia até quando já tinha almoçado no trabalho.

Comi e subi para meu quarto. Sentei na cama e avistei na minha escrivaninha a caneta do Canadá que Cristian havia me dado de presente. Ah, tão simples, mas tão lindo. É incrível como pequenas coisas nos deixam bem. Eu mal podia acreditar que ele havia se lembrado de mim durante sua viagem, quem dirá que ele gostasse de mim. Ainda acho que eu sou muito para o caminhão de Cristian. Aliás, sou tipo um burro de carga perto dele.

Ainda sentada na cama, escutei o bip do meu celular. Era o KIK renascendo novamente.

*Saudades da MINHA maníaca por risadas*

Minha? Ele disse MINHA? Ah...

*Saudades do MEU maníaco por controle*

Claro, teve revanche. Escrever essa mensagem me fez parar para pensar em quando vou poder ver esse lado controlador de Cristian. Eu não consigo imaginar aquele rostinho de neném mandando feito um velho rabugento. Não mesmo! Mais um bip ecoa em meu quarto.

*Querida, ainda estou a algumas casas de distância de você. Posso muito bem ir até aí e lhe mostrar gentilmente, claro, como é ser um maníaco por controle*

E mais um bip.

*Só espero que você não me abandone depois...*

Por que eu abandonaria? Será que ele chega a ser tão mal assim? Resolvi escrever.

*Cristian, por mais que eu já tenha lhe dito isto: eu não tenho medo de você. E outra coisa: um dia quero conhecer esse tal “controle”*

Minha deusa interior dá um salto de paraquedas! Sim, eu posso ser provocadora quando quero.

*Quando estiver preparada, mostrarei com o maior prazer. Literalmente.*

É incrível como até as palavras de Cristian me fazem delirar. Estar com ele, conversar com ele, tudo isso me faz feliz e realizada.

*Em breve lhe darei esse gostinho, querido.*

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O DESPERTADOR tocou com as informações do tempo e meu primeiro pensamento do dia foi o mesmo de anos atrás. Simplesmente odeio acordar cedo, especialmente quando durmo pouco porque passei a noite toda pensando em certo alguém. Certo alguém de olhos claros e ombros largos.

Após me arrumar, desci e comi meu tão rotineiro cereal. Meu café da manhã é o mesmo desde que me entendo por gente e ainda não consegui enjoar. Isso é bom. Espero que Cristian não me faça comer panquecas ou omelete com bacon toda manhã se um dia morarmos juntos, já que ricos tem esse costume. Por um lado amo não ter dinheiro. Eu mal acordei e já estou sonhando de novo? Cristian e eu morando juntos. Não, Anastacia. Definitivamente não.

Cheguei na faculdade depois de pegar o famoso ônibus vermelho. Fui direto a sala e lá estava Mia encostada em sua mesa rindo feita boba para Calvin, o tal namorado há um ano que eu não sabia de sua existência. Olhei para ela bem rapidamente, pois estava prestes a voar em cima dela. Por que Mia não me disse o que Cristian estava tramando? Que ódio!

— Ana! — droga! Ela me viu!

— Oi, Mia. Como você vai? — sorri escondendo a minha vontade de matar aquela baixinha branquela.

— Estou bem. Divertiu-se com Cristian? — e abriu um imenso sorriso de pura expectativa.

— Por que não me contou que ele era seu irmão, Mia? Fiquei feita boba! — soltei — E me diverti sim, ele é um cara bacana.

Mia sorriu maliciosamente. Será que está tão óbvio assim?

— Ele gosta de você, Ana! Cristian me pediu para que lhe convidasse para o leilão de nossos pais para que ele pudesse lhe fazer uma surpresa! — disse empolgada — Parece que ele realmente quer que você faça parte da família.

Não sei o que foi pior: ouvir que ele gosta de mim ou a piscadela de Mia no final da frase.

— Somos apenas amigos, Mia... Acredito. — não dava para esconder meu tom desapontado.

— Não, Ana! Ele realmente gosta de você. Ele nunca apareceu com namoradas e nem mencionava isso em casa. Agora ele fica igual um bobo falando de você. — sorriu.

O sinal interrompeu nossa conversa amigável e nos sentamos para iniciar a aula.

SAÍ DA AULA e fui direto esperar o ônibus. Me sentei em uma mureta e, quando olhei pro lado, me deparei com um carro preto e comprido estacionando bem na minha frente. Vagamente me lembrei do carro de Cristian, o Audi. O carro parou e abriram a porta. Sim. Minha memória não estava totalmente falhada. Era Cristian.

— Ana! — gritou sorridente e animado — Entre no carro!

— Cristian?! O que você está fazendo aqui? — perguntei retribuindo seu sorriso — Vou para casa!

— Ah, Ana! Deixa disso! Vamos com a gente! — disse Mia abrindo a janela traseira do carro.

Mas que coisa! Essa menina surge do nada! A surpresa foi tão grande que ri diante da situação.

— Vamos, Ana! — Cristian falou animado — Vai ter churrasco na casa dos meus pais. Quero que você vá!

— Cristian, mas nós nem... — fui interrompida.

— Ana, nada de “mas”! Vamos, entre no carro agora! — de repente ficou sério, mas ainda assim extrovertido — Meus pais querem conhecer você!

Ah, Cristian. Como não fazer o que você pede? Resolvi entrar no carro e ir, pois também havia algumas questões a serem resolvidas com ele.

Ele dirigiu até a mansão dos Grey e entrou com o carro na garagem aberta da casa. Cristian segurou as minhas mãos e fomos seguindo Mia até dentro da casa. E puxa... Que casa! Com certeza eles são uma família de muitos e muitos milhões. A sala era toda branca e tinha um tapete redondo bem no centro, onde ficava os sofás aparentemente de couro. Sentados neles estavam Grace, Carrick e um menino bem bonito e sério. Deveria ser Elliot.

— Mãe, pai, essa é Anastacia Steele. — apresentou-me sorrindo.

Que vergonha! Eu não sabia nem como reagir à situação.


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