O Anjo Que Chora escrita por Daniela Lourenzo


Capítulo 3
capítulo 3




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Pov Ally

— Quem é você? - pergunto com a voz trêmula 

—Sabia que é muita falta de educação bater de frente com as pessoas e não dar nem um boa tarde? - fala limpando suas unhas 

—Boa tarde, quem é você? - pergunto ainda com a voz fraca

—Meu nome não é importante, mas você... - fala passando as mãos em meu rosto

Sinto sua áurea obscura cada vez mais forte próxima ao meu corpo. Suas mãos frias e seu rosto com uma expressão demonstrava estar se divertindo com o meu desespero. Vamos, se recomponha!  

— O que tem eu? - falo retirando sua mão do meu rosto

—Hum... que ousada! Eu gosto. - fala piscando

Reviro os olhos e dou meia volta para tentar ir embora, o que com certeza não tive sucesso.

—Aonde pensa que está indo senhorita? - pergunta 

—Embora.

—Acho que não... 

Ele coloca os braços em volta da minha cintura e faz menção de me levar para dentro de um buraco que surgiu do nada no meio da rua!

—Mas o que... - falo com os olhos arregalados

—Vamos, anjinha! Pare de lutar comigo e seja uma boa menina.

—Me solta! - falo gritando nos teus ouvidos e ele cai longe

— O que?! - falo baixo

Olho para o homem gemendo no chão a minha frente e pelo reflexo do celular dou uma olhada nos meus olhos. Vermelho.

—Vermelho? - pergunto para mim mesma

—Ora sua vadia... 

Ele solta as presas e eu caio no chão sem acreditar no que estava acontecendo diante dos meus olhos. 

—Você é um vampiro?! - grito

—Acertou... - ele canta baixinho

Numm movimento rápido rolo para o lado no momento em que ele pula em cima de mim. Levanto e começo a correr desesperadamente para o pior lugar que alguém poderia ir na minha situação: uma floresta.

Sim, eu sei que fui burra,  mas eu não posso deixar um vampiro me seguir até em casa! 

Sinto um forte impacto na minha nuca e em seguida eu caio no chão. Completamente apagada.

 

(...)

Sinto um cheiro horrível e lentamente vou abrindo os meus olhos para presenciar a pior cena da minha vida: O mesmo homem que tentou me atacar estava desmembrando um corpo a minha frente! 

—Meu Deus! Meu Deus! - grito sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto

—Ora, ora... Não é que a nossa anjinha acordou? - Nossa?

Ele arrancou a cabeça do desconhecido a minha frente de seu corpo e jogou na fogueira ao lado, que na mesma hora virou uma enorme nuvem cinza que acabou desaparecendo em segundos.

—O que está acontecendo? O que você quer de mim? Eu não tenho dinheiro! Me solta! - disparo tudo de uma vez tentando soltar os nós que foram dados a minha volta

Fu amarrada na maior árvore de toda a floresta. Meus pés sequer tocam o chão! Não posso dizer a quantos metros de altura estou do chão e principalmente como vim parar aqui.

—Por acaso você é burra?! - grita

Ele corre em minha direção escalando toda a árvore parando ao meu lado, que me faz virar o rosto rapidamente.

—Olhe para mim sua inútil! - grita

—Sim... - falo baixo

—Você sabe o que eu sou? - pergunta

—Vampiro. 

—Esperta... E o que você é? - pergunta me encarando

—Eu... eu não sei! Sou uma garota normal! - grito e ele tapa minha boca

Ele solta um grito grave, rasga as cordas e me deixa cair até chegar o chão. Frio, duro e sujo.

Choro baixinho sentindo cada parte do meu corpo arder e doer por conta do impacto.

—Por favor, não sei do que está falando... Me deixe ir! - peço

—Sinto muito anjinha, mas você não pode sair daqui com vida! Nosso amigo espera você! 

—Não, por favor! 

Ele pressiona o meu corpo no chão com suas pernas, sentado em cima de mim para que eu não consiga sair. Estende um dos meus braços e olha cada metro com um brilho no olhar que não possuía antes. 

Olho para a fogueira lembrando da morte de um desconhecido e fecho os olhos esperando o meu destino. Sinto suas presas entrarem lentamente em meu braço e sugando o meu sangue me fazendo sentir cada vez mais fraca. 

—Por favor... - falo uma última vez tocando em seu rosto com minha outra mão ( que tinha pingos das minhas lágrimas)

—O que? o que está acontecendo? 

Ele sai de cima de mim e fica ajoelhado a minha frente. Olho para o meu braço e consigo perceber as marcas roxas e inchadas que ficarão ali por bastante tempo. Com muito esforço olho novamente para o vampiro ajoelhado e vejo seu rosto mudando de cor. A pele que cobria sua face estava caindo aos poucos.

—O que fez comigo?! - grita enquanto cai no chão

—Eu... eu não sei... - falo me arrastando para longe

Ele segura em meu tornozelo e puxa meu corpo para perto do seu.

—Vai ver só! 

Ele distribui mordidas por todo o meu corpo arrancando gritos de dor e sofrimento vindos de mim.

—Me solta, me solta! 

Passo as unhas em seu rosto e ele joga o corpo para o outro lado enquanto tapa os olhos com suas mãos. Ele grita cada vez mais alto e posso perceber a mesma nuvem que circulava o cadáver que ele tinha pego pairar sobre sua cabeça. Ao fim, ele cai no chão e a nuvem leva o seu corpo para longe. 

Sozinha.

Ali, deitada no chão daquela floresta consigo sentir algo circulando pelo meu corpo. Olho para o lado e percebo que eu o meu celular está tocando. Austin

—Levanta! Você consegue... - falo para mim mesma

Coloco meu celular no bolso e forço o meu corpo a se levantar. Começo a gemer e chorar cada vez mais. Há um grande pedaço de madeira ao meu lado que serviu de apoio para que conseguisse me levantar e andar lentamente até a rua por onde eu vim.

Como o sol já tinha ido embora as ruas estavam muito mais vazias. Possuía apenas uma pessoa nessa rua, eu. Arranhões no rosto, nos braços e no pescoço. Tornozelo, perna, coxa, braço e estômagos marcados por inúmeras mordidas, lágrimas quentes descendo pelo meu rosto. Eu estava morrendo. 

O mesmo calafrio que senti ao chegar perto daquele vampiro acontece novamente. Fecho os olhos ao sentir uma mão em meu ombro me virando lentamente.

—Ally? - Eu conheço essa voz

—Austin? - mostro um leve sorriso

—O que aconteceu com você?! - ele grita

—Eu...

—Meu Deus! Vamos, vou te levar ao hospital! Meu carro está logo ali na frente

—Não!- quando ia passar minha mão em seu rosto ele recua e segura meu pulso - o que foi? - pergunto

—Nada. Cuidado apenas moça... - fala preocupado

—Não posso ir a um hospital! Não vão me deixar sair até descobrirem o que aconteceu!

Ele para por alguns segundos até decidir me carregar e ir em direção ao seu carro

—Para onde estamos indo? - pergunto fraca

—Você vai ficar bem... - Ele retira um vidrinho de seu bolso e coloca sobre os meus olhos.

—Austin... - falo fraco antes de adormecer em seus braços.

 


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