O Anjo Que Chora escrita por Daniela Lourenzo
Pov Ally
— Quem é você? - pergunto com a voz trêmula
—Sabia que é muita falta de educação bater de frente com as pessoas e não dar nem um boa tarde? - fala limpando suas unhas
—Boa tarde, quem é você? - pergunto ainda com a voz fraca
—Meu nome não é importante, mas você... - fala passando as mãos em meu rosto
Sinto sua áurea obscura cada vez mais forte próxima ao meu corpo. Suas mãos frias e seu rosto com uma expressão demonstrava estar se divertindo com o meu desespero. Vamos, se recomponha!
— O que tem eu? - falo retirando sua mão do meu rosto
—Hum... que ousada! Eu gosto. - fala piscando
Reviro os olhos e dou meia volta para tentar ir embora, o que com certeza não tive sucesso.
—Aonde pensa que está indo senhorita? - pergunta
—Embora.
—Acho que não...
Ele coloca os braços em volta da minha cintura e faz menção de me levar para dentro de um buraco que surgiu do nada no meio da rua!
—Mas o que... - falo com os olhos arregalados
—Vamos, anjinha! Pare de lutar comigo e seja uma boa menina.
—Me solta! - falo gritando nos teus ouvidos e ele cai longe
— O que?! - falo baixo
Olho para o homem gemendo no chão a minha frente e pelo reflexo do celular dou uma olhada nos meus olhos. Vermelho.
—Vermelho? - pergunto para mim mesma
—Ora sua vadia...
Ele solta as presas e eu caio no chão sem acreditar no que estava acontecendo diante dos meus olhos.
—Você é um vampiro?! - grito
—Acertou... - ele canta baixinho
Numm movimento rápido rolo para o lado no momento em que ele pula em cima de mim. Levanto e começo a correr desesperadamente para o pior lugar que alguém poderia ir na minha situação: uma floresta.
Sim, eu sei que fui burra, mas eu não posso deixar um vampiro me seguir até em casa!
Sinto um forte impacto na minha nuca e em seguida eu caio no chão. Completamente apagada.
(...)
Sinto um cheiro horrível e lentamente vou abrindo os meus olhos para presenciar a pior cena da minha vida: O mesmo homem que tentou me atacar estava desmembrando um corpo a minha frente!
—Meu Deus! Meu Deus! - grito sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto
—Ora, ora... Não é que a nossa anjinha acordou? - Nossa?
Ele arrancou a cabeça do desconhecido a minha frente de seu corpo e jogou na fogueira ao lado, que na mesma hora virou uma enorme nuvem cinza que acabou desaparecendo em segundos.
—O que está acontecendo? O que você quer de mim? Eu não tenho dinheiro! Me solta! - disparo tudo de uma vez tentando soltar os nós que foram dados a minha volta
Fu amarrada na maior árvore de toda a floresta. Meus pés sequer tocam o chão! Não posso dizer a quantos metros de altura estou do chão e principalmente como vim parar aqui.
—Por acaso você é burra?! - grita
Ele corre em minha direção escalando toda a árvore parando ao meu lado, que me faz virar o rosto rapidamente.
—Olhe para mim sua inútil! - grita
—Sim... - falo baixo
—Você sabe o que eu sou? - pergunta
—Vampiro.
—Esperta... E o que você é? - pergunta me encarando
—Eu... eu não sei! Sou uma garota normal! - grito e ele tapa minha boca
Ele solta um grito grave, rasga as cordas e me deixa cair até chegar o chão. Frio, duro e sujo.
Choro baixinho sentindo cada parte do meu corpo arder e doer por conta do impacto.
—Por favor, não sei do que está falando... Me deixe ir! - peço
—Sinto muito anjinha, mas você não pode sair daqui com vida! Nosso amigo espera você!
—Não, por favor!
Ele pressiona o meu corpo no chão com suas pernas, sentado em cima de mim para que eu não consiga sair. Estende um dos meus braços e olha cada metro com um brilho no olhar que não possuía antes.
Olho para a fogueira lembrando da morte de um desconhecido e fecho os olhos esperando o meu destino. Sinto suas presas entrarem lentamente em meu braço e sugando o meu sangue me fazendo sentir cada vez mais fraca.
—Por favor... - falo uma última vez tocando em seu rosto com minha outra mão ( que tinha pingos das minhas lágrimas)
—O que? o que está acontecendo?
Ele sai de cima de mim e fica ajoelhado a minha frente. Olho para o meu braço e consigo perceber as marcas roxas e inchadas que ficarão ali por bastante tempo. Com muito esforço olho novamente para o vampiro ajoelhado e vejo seu rosto mudando de cor. A pele que cobria sua face estava caindo aos poucos.
—O que fez comigo?! - grita enquanto cai no chão
—Eu... eu não sei... - falo me arrastando para longe
Ele segura em meu tornozelo e puxa meu corpo para perto do seu.
—Vai ver só!
Ele distribui mordidas por todo o meu corpo arrancando gritos de dor e sofrimento vindos de mim.
—Me solta, me solta!
Passo as unhas em seu rosto e ele joga o corpo para o outro lado enquanto tapa os olhos com suas mãos. Ele grita cada vez mais alto e posso perceber a mesma nuvem que circulava o cadáver que ele tinha pego pairar sobre sua cabeça. Ao fim, ele cai no chão e a nuvem leva o seu corpo para longe.
Sozinha.
Ali, deitada no chão daquela floresta consigo sentir algo circulando pelo meu corpo. Olho para o lado e percebo que eu o meu celular está tocando. Austin
—Levanta! Você consegue... - falo para mim mesma
Coloco meu celular no bolso e forço o meu corpo a se levantar. Começo a gemer e chorar cada vez mais. Há um grande pedaço de madeira ao meu lado que serviu de apoio para que conseguisse me levantar e andar lentamente até a rua por onde eu vim.
Como o sol já tinha ido embora as ruas estavam muito mais vazias. Possuía apenas uma pessoa nessa rua, eu. Arranhões no rosto, nos braços e no pescoço. Tornozelo, perna, coxa, braço e estômagos marcados por inúmeras mordidas, lágrimas quentes descendo pelo meu rosto. Eu estava morrendo.
O mesmo calafrio que senti ao chegar perto daquele vampiro acontece novamente. Fecho os olhos ao sentir uma mão em meu ombro me virando lentamente.
—Ally? - Eu conheço essa voz
—Austin? - mostro um leve sorriso
—O que aconteceu com você?! - ele grita
—Eu...
—Meu Deus! Vamos, vou te levar ao hospital! Meu carro está logo ali na frente
—Não!- quando ia passar minha mão em seu rosto ele recua e segura meu pulso - o que foi? - pergunto
—Nada. Cuidado apenas moça... - fala preocupado
—Não posso ir a um hospital! Não vão me deixar sair até descobrirem o que aconteceu!
Ele para por alguns segundos até decidir me carregar e ir em direção ao seu carro
—Para onde estamos indo? - pergunto fraca
—Você vai ficar bem... - Ele retira um vidrinho de seu bolso e coloca sobre os meus olhos.
—Austin... - falo fraco antes de adormecer em seus braços.
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