Lorienos Na Escola! escrita por NumberSix


Capítulo 7
E De Repente... Ella


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu não queria que esse capítulo tivesse demorado tanto... Mas ando andando ocupada com a escola (e essa frase ficou extremamente esquisita), lições, provas, livros, e agora Enem...
Mas aí está um capítulo quentinho. Acabou de sair do forno.



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POV SEIS

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O joguinho de sedução estava realmente divertido, mas eu não queria acabar machucando Sam. Opto por continuar o joguinho com Nove, mas sem ser na frente dele. Mas vou conversar com Sam depois, só para esclarecer essa história.

Quando estou passando pelo corredor dos dormitórios, em direção à sala de estar, um Nove sem camisa abre uma das portas e me prende na parede. Ele estava me espionando?

Enfim, ele coloca os cotovelos um de cada lado de minha cabeça, pressionando seu corpo contra o meu, me impedindo de escapar.

– Oi. – Ele diz. E isso me deixa meio brava. Eu estava no caminho para ir falar com Sam, aí ele vem, me prende na parede e diz “Oi”?

– Agora não, Nove. Preciso fazer uma coisa. – Digo, tentando sair.

Então ele afrouxa seu corpo, que estava me prendendo na parede, e diz, franzindo as sobrancelhas, com uma expressão meio preocupada.

– O que aconteceu?

Acho que é a primeira vez que vejo Nove com uma expressão diferente de arrogante ou furioso. E isso me deixa surpresa. Tão surpresa que até hesito um pouco.

– Hum, nada, só preciso falar com uma pessoa. – Digo, saindo de seus braços.

Quando me viro de costas para continuar meu caminho, sinto sua mão em meu pulso e me viro novamente.

– Olha, sei que posso agir como um babaca, mas se quiser alguém para conversar, hum, eu posso ser um bom ouvinte. – Ele diz, meio corado. NOVE CORADO? PARA O MUNDO QUE EU QUERO DESCER! Desculpem, me exaltei. Na verdade, achei extremamente fofo... O que? Seis, fique calada e vai para a sala encontrar Sam.

Fico sem reação. Eu jamais esperaria isso do Nove. Não tenho palavras. Fico encarando-o por um momento, procurando as palavras certas.

– Hum, ok. – Como vocês veem, foram palavras lindas e profundas...

Então ele solta meu pulso, dá um sorrisinho de lado e entra em seu quarto novamente. Fico parada no corredor, completamente confusa, tentando processar esse momento. Então sacudo a cabeça, espantando meus pensamentos sobre Nove, e vou logo conversar com Sam.

O encontro na oficina, com seu pai. Eles estão conversando animadamente e hesito, não querendo interromper. Me perco em pensamentos quando penso em como seria rever meu pai, minha mãe ou Katarina depois de todo esse tempo. Imagino a quantidade de assuntos que teríamos. Ficaríamos conversando por dias, ou até meses. Não me lembro muito dos meus pais. Mas me lembro de como era a sensação de estar perto deles. Eu não fazia ideia do quanto era feliz. Completa. Sorrio com esse pensamento.

Meus devaneios são interrompidos quando ouço Sam me chamando.

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POV SAM

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Eu e meu pai estávamos conversando sobre nossas aventuras quando vejo Seis encostada no batente da porta, com os braços cruzados, olhando para o chão com um sorrisinho bobo no rosto.

– Seis? – Chamo. Ela não me ouve. Balanço minha mão na frente de seu rosto e a chamo um pouco mais alto. – Seis? Alô?

Ela pisca e olha para mim, voltando à realidade.

– Ah, Sam, desculpa, eu só estava... – Ela se interrompe e olha para o meu pai, que dá um sorrisinho de lado. Ela passa as mãos nos cabelos, agora loiros, e diz para mim: – Hum, posso falar com você um minuto?

Olho para meu pai, que dá um aceno e uma piscadela para mim.

– Claro, tudo bem. – Eu digo.

A sigo até o terraço.

– Então... Sobre o que você quer falar? – Pergunto, olhando para ela.

Seis fica parada, alterando o olhar entre mim e o chão. Eu nunca tinha visto ela sem palavras antes. É como se tivesse baixado a guarda. Ela ficou pensando por um tempo, então respira fundo, como se tivesse decidido parar de pensar. Então se aproxima de mim e me abraça. Fico surpreso pelo repentino ato de afeto. Então retribuo o abraço. Ficamos abraçados por um momento, mas, por mim, eu ficaria assim para sempre. Mas Seis começa a se afastar.

– O que foi isso? – Pergunto, sorrindo de leve, com as sobrancelhas arqueadas.

– Eu só não sabia como te pedir desculpas por ter sido uma babaca.

– Como assim? – Pergunto, não entendendo muito bem.

– Fiquei fazendo esse, hum, “joguinho” com o Nove na sua frente, – ela diz, fazendo aspas com as mãos. – e não foi uma coisa legal de se fazer, considerando... – Ela faz uma pausa e pensa na palavra certa para dizer. – A situação em que nos encontramos.

Imagino que esse discurso tenha sido por causa do fato de que gosto dela mais do que deveria. Mas como eu não tinha certeza se era isso, resolvi dar uma de burro. E também, ela fica linda quando se enrola com as palavras.

– O que quer dizer? – Pergunto, estupidamente.

Então ela colocou as mãos nos bolsos de sua calça jeans, umedeceu os lábios e respirou fundo. Adorável.

– Sam, eu sei o que você sente sobre mim.

Então ela fica olhando para mim, esperando eu falar alguma coisa. Mas dessa vez, quem fica sem palavras sou eu. Eu só queria beijá-la agora, mas não sei o que ela pensaria sobre isso. Então resisto à tentação e penso no que dizer.

– Bom, eu aceito suas desculpas. Mas eu quero te fazer uma pergunta e quero que você responda somente a verdade, nada mais que a verdade. Não importa se vai me machucar. – Digo, olhando em seus olhos. Seis então balança a cabeça, em sentido afirmativo, e prossigo com a minha pergunta: – O que você sente por mim?

Então ela balança a cabeça em sentido negativo e sorri, olhando para mim.

– Por que você sempre dificulta as coisas para mim?

– Eu dificulto as coisas para você? – Digo, brincalhão. – Se não fosse por você e John, eu estaria no conforto da minha casa agora, com a minha mãe.

Então ela cruza os braços, como se já soubesse como ganhar esse argumento.

– Se não fosse por mim e John, você estaria sofrendo bullying na escola e não teria encontrado seu pai. – Ela diz, sorrindo vitoriosa.

Paro e penso num argumento.

– Droga... – Digo, assumindo a derrota. – Mas pare de mudar de assunto! – Digo, de modo acusatório, mas brincalhão.

– Tá bom, tá bom. – Ela diz, rendendo-se. – Você quer saber o que eu sinto? – Ela pergunta, mais séria. Assinto com a cabeça. Então ela diz simplesmente: – Eu não sei.

Fecho a cara, insatisfeito com a resposta. Encaro ela, esperando uma resposta de verdade.

– Sam, eu realmente não sei! – Ela diz. – Minha cabeça está uma bagunça, e sempre que penso demais no assunto, acaba se bagunçando ainda mais!

Seis parece realmente confusa. Então faço algo que espero não me arrepender depois. Respiro fundo e junto toda a coragem que tenho. Dou um passo em sua direção e digo, olhando em seus olhos:

– E se eu soubesse um jeito de te ajudar a descobrir?

Ela parece surpresa com a minha pergunta, mas entendeu o que eu quis dizer. Ela descruza os braços e relaxa os ombros, finalmente baixando a guarda. Antes que ela pudesse responder, envolvo meus braços em sua cintura e a puxo para perto, encantado com a sensação de seu corpo colado no meu. Ela coloca as mãos em meu pescoço e se aproxima. E de repente...

– Seis, o John tá... – Ella interrompe. Seis me empurra para longe com o susto. Um pouco forte demais, devo dizer. Acabo tropeçando em meu próprio pé e caio no chão. – Opa... – Ella diz, corando. Então ela dá um sorrisinho malicioso para Seis, que desvia o olhar, desconfortável.

Me levanto, corado, e ficamos os três nos encarando, sem saber o que falar. Timing perfeito, Ella, penso. Então Seis pigarreia, cruza os braços e diz:

– “O John tá” o que, Ella?

– Ele tá chamando lá embaixo. – Ella responde.

Seis assente e olha para mim, meio que como um pedido de desculpas. Então olha para Ella e sai. Ella olha para mim, com um sorrisinho e uma sobrancelha erguida, e murmura um “desculpa” antes de sair, me deixando sozinho no terraço.

Respiro fundo e solto o ar lentamente, deitando-me no chão e me lembrando da sensação de ter Seis em meus braços. Mesmo sendo interrompido na “Hora H”, não consigo conter um sorriso.

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POV SEIS

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Enquanto eu ia até John pensava no que havia acontecido, ou quase acontecido, com Sam. Eu realmente não sei o que sinto por ele. Na verdade, não sei nem o que ele vê em mim. Quer dizer, eu sou uma ogra. Não sou fofa, ou delicada. Não consigo me imaginar de “amorzinho” com alguém. Acho muita melosidade. Eu gosto de socar coisas. Na verdade, acho que sou mais parecida com o Nove do que penso. Tenho sede de sangue mogadoriano.

Então chego na sala de estar e encontro John no sofá. Vou até ele.

– O que você quer? – Pergunto, meio bruscamente.

– Nossa, calma. – Ele diz, erguendo as mãos. Reviro os olhos. – O que foi? Que bicho te mordeu?

– O bicho do “Você-Vai-Ver-O-Que-Vai-Acontecer-Com-A-Sua-Cara-Se-Você-Não-For-Direto-Ao-Ponto”. – Respondo, impacientemente.

– Ok, ok. – Ele diz. – Não sabia que você estaria com tanto mau-humor agora, então não me bata quando eu disser.

Ergo uma sobrancelha.

– Apenas diga o que você tem a dizer.

Ele respira fundo e se afasta um pouco. Franzo as sobrancelhas.

– Você poderia ajudar Marina hoje com a louça?

Fecho a cara, mais do que já estava.

– Você interrompeu um momento muito importante para dizer isso?! – Grito. Então respiro fundo, tentando me acalmar. – Olha, John, a sua sorte é que não posso te matar porque, aparentemente, precisamos de você para restaurar Lorien. Se não fosse por esse único motivo, você estaria sendo torturado nesse exato momento. Eu cortaria cada membro do seu corpo, depois arrancaria os seus olhos, queimava tudo, colocava numa maleta coberta com o seu sangue e jogaria para os tubarões.

Ele ficou quieto, encolhido no canto do sofá. Então ele diz:

– Isso foi um sim?

Reviro os olhos e vou até a cozinha ajudar Marina, que estava conversando animadamente com Ella. Marina me vê e dá um sorrisinho malicioso.

– O que foi Seis? – Ela pergunta, inocentemente.

Respiro fundo e olho para Ella, que está rindo baixinho.

– Você contou à ela, não contou? – Pergunto, lançando um pequeno olhar mortal.

Ella para de rir e desvia o olhar para o chão. Me viro novamente para Marina, que está rindo baixinho. Pego um prato e começo a lavar.

– Não aconteceu nada, tá bom? – Digo, bruscamente.

– Uhum, ok, vou fingir que acredito. – Marina diz, irônica. Então a encaro de modo acusatório.

– Como se você e o Oito fossem inocentes! – Digo, entrando na brincadeira dela.

Ella começa a rir. Passo o prato para Marina enxugar.

– O que você quer dizer com isso? – Ela pergunta, começando a corar. Agora é minha vez de rir.

– Eu e Ella já vimos os dois se beijando duas vezes. E de camarote. – Digo, rindo com Ella. Marina cora ainda mais. – Sem contar que os dois andam muito grudados ultimamente...

– Há, falou aquela que não desgruda mais do Nove! – Marina diz, espirrando um pouco de água no meu rosto. Se ela não tivesse espirrado água, acho que eu teria corado com esse comentário.

– Ah, então é assim, é? – Pergunto, ameaçadoramente. Então junto a água da torneira em uma bola, com ajuda do meu Legado, e acerto bem o topo de sua cabeça. Então começamos uma guerra com água e detergente, e Ella entrou na brincadeira.

Sam veio ver o que estava acontecendo, seguido de John, e escorregou no sabão, levando John junto. Então todos começamos a rir histericamente. Até Sarah, Nove e Oito se juntaram depois. Então ouvimos um pigarro atrás de nós. Congelamos e viramos nossas cabeças lentamente em direção ao som. Henri, Crayton e Malcolm estavam parados, olhando para nós de braços cruzados. Então Henri se pronuncia:

– Como assim vocês estão bagunçando a cozinha? Sem a gente?

Nos entreolhamos e todos nós lançamos bolas de espuma nos três, que revidaram. E começou tudo de novo. Sorte que a cozinha de Nove era espaçosa. Depois de um tempo, todos se cansam e começam a ir para seus respectivos quartos, com as roupas coladas no corpo e com espuma na cara. Nove então olha para mim de cima para baixo, dá um sorrisinho malicioso e uma piscadela. Reviro os olhos e mostro o dedo do meio enquanto caminho até meu quarto.


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Notas finais do capítulo

Críticas são bem-vindas!! Estou aqui pra aprender...