Darkness escrita por Kaah


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Capitulo 20 *-*
Pensei que eu não ia conseguir postar nada, pois estou meio doente, mas consegui editar e postar *-* - Enfim, vou ficar quieta e postar logo u.u
Boa Leitura e espero que gostem.



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– Como não sobreviveu? Ela, ela esta voltando pra casa hoje, só pode ser um trote. – Sidney falou desesperada.

– Não senhorita, ela estava voltando no avião a caminho de Londres, ou seja, voltando para casa, não é trote. Nenhum dos passageiros desse voo conseguiu sobreviver, todos os corpos estavam carbonizados pelo fato de que o avião explodiu ao cair, só conseguimos saber quem era por que os documentos ficaram intactos. – Vi Sidney deslizando pela parede, aquilo estava me deixando pior que antes, então quer dizer que, o que eu estava sentindo era um pressagio do que ia acontecer? Sentei-me junto a ela que largou o aparelho e começou a chorar.

– Senhorita, senhorita Sidney? – Peguei o telefone que estava no chão e falei algumas coisas com aquela senhora, e então desliguei. Continuei a abraçar ela enquanto chorava, estava de dar dó olhar para ela. A muito custo consegui levar ela para minha casa novamente, assim não ficaria sozinha nesse momento tão difícil.

Chegamos em casa, por incrível que pareça, todos estavam em casa e se assustaram com o estado de Sidney e foram rapidamente até ela.

– Sidney querida, o que aconteceu? – Minha mãe perguntava assustada, mas Sidney não respondia.

– A dona Caroline, mãe da Sidney faleceu ontem num acidente de avião. – Respondi por ela.

– Ai meu Deus, calma querida, nós vamos te ajudar, para de chorar um pouco, não vai ajudar muito. Pablo, trás uma água com açúcar ou qualquer coisa que acalme ela, por favor. Vem Sidney senta aqui. – Minha mãe disse levando Sidney para o sofá. E logo Pablo apareceu com um copo na mão, estendendo a Sidney. Mas ela não aceitou, parou de chorar um pouco e disse soluçando.

S– Desculpem, mas eu não quero nada, quero apenas ficar um pouco sozinha para tentar absorver isso. Por favor.

– Sim querida, pode subir. – E então Sidney subiu para o meu quarto e eu fiquei na calçada de casa, me perguntando o por que de uma pessoa tão boa como ela sofrer tanto, e foi então que tive minha resposta.

– Por que está assim Mel? Ela não vai mais voltar para casa, não era isso o que você queria? – Tânatos perguntou.

– Lógico que não, acha que eu sou maluca, querer que a mãe dela morra só pra satisfazer um desejo meu? – Pois é, eu já tinha me acostumado a o ouvir falando comigo então responder já estava virando habito.

– Pensei que fosse isso que você queria, afinal, disse que não queria que ela voltasse para a mãe dela, então eu fiz esse favor a você.

– Como é? Você matou a mãe da minha melhor amiga só por que eu disse que queria ficar com ela perto de mim?  O que você tem na cabeça? Você matou muitas pessoas por um desejo que nem era meu. – Eu disse revoltada e então ele riu.

– Não era seu Melanny? Como não? Eu sei de tudo o que você pensa, e você queria mais que tudo que isso acontecesse. Não se faça de santa agora, por que eu sei muito bem que você queria. Era uma coisa que gritava dentro de você, você queria ela morta, ela morreu, fique feliz.

– Meu Deus, o que você está dizendo? Eu não queria que ninguém morresse, meu pai amado, a dona Caroline morreu por culpa minha, por que você fez isso? – Perguntei desesperada.

– Você me pediu eu fiz o favor, pare de drama.

– Drama? Você queria por acaso que eu ficasse feliz por que você fez essa barbaridade? A troco de que? – Perguntei aflita sentindo a dor da culpa tomar conta de mim, eu negava, mas na verdade, era isso mesmo que eu queria, eu não queria que ela voltasse, ele fez isso por mim, ele fez isso por que pedi. Fiquei paralisada no mesmo instante.

– Está vendo, você queria, você me pediu, mesmo que fosse no inconsciente, era tudo o que você queria. E bom, a troco de nada, apenas para ver você feliz, faço qualquer coisa que você quiser, vá peça, peça, qualquer coisa. – Não nego que fiquei tentada a aceitar essa oferta, mas então pensei numa coisa que talvez funcionasse.

– Eu quero a mãe da Sidney de volta.

– Impossível, essa não tem mais como voltar, peça outra coisa que certamente eu farei.

– Se você não pode fazer isso, desapareça daqui, não quero mais ouvir você. – Falei irritada.

– Tudo bem, depois eu volto. Fique ai e sofra com a sua culpa, menina dramática, fazemos um favor pra ela, e ela nem nos agradece. – Continuou resmungando e então desapareceu. E só ficamos eu e minha culpa eterna. Eu de certa forma, matei a mãe da minha melhor amiga, como vou olhar para ela agora, eu sou a culpada de tudo, ela vai me odiar pro resto da vida, por que, como eu fui capaz de pensar isso, eu não faço bem a ninguém, sempre machuco as pessoas que amo, por que? Eu sou um monstro, poderia me matar e acabar logo com essa maldição, é Mel, boa ideia. Acabar com a minha vida inútil e não causar dor a mais ninguém. 

Então uma voz que não era a de Tânatos gritou dentro de mim.

– Não faça isso, é isso o que ele quer. Te mandar para o inferno.

Que ótimo, além daquela coisa que eu nem sei mais o que é, ouço outras coisas falando comigo, só pode ser bruxaria que jogaram pra mim. Uma pessoa normal não escutaria essas coisas dentro dela mesma, não mesmo. Ainda mais falaria com elas, e o pior na rua, e se passasse alguém ia me chamar de louca na certa, mas estou tão atormentada que nem ligo e continuo falando, mas para essa voz, eu não liguei, ignorei totalmente seu pedido, e continuei com minha ideia de por um fim a minha vida, sim seria o melhor. Nem percebi, mas de tanto pensar, tanta angustia, eu estava chorando. Senti uma mão no meu ombro, mas continuei a olhar para o chão sem encarar a pessoa que estava ali. Até que ela se pronunciou.

– Olha pra mim Mel. – Pablo falou. Não atendi seu pedido e continuei a olhar o chão, então ele sentou ao meu lado e segurou meu queixo me fazendo olhar em seus olhos. – Eu sei que você está mal, mas não precisa guardar só pra você, assim você só ficara pior.

– Mas Pablo, a culpa foi minha, a mãe dela morreu por minha causa, só minha, só minha entendeu? – Eu repetia soluçando. – Ele disse que eu pedi e ele fez. A culpa é toda minha, o avião caiu por minha causa. – Eu já não me importava se dizia isso ou não, depois disso, certamente eu estaria morta, ou ele me mataria ou eu mesma fazia esse favor, ou talvez até fosse covarde de mais para fazer tal feito.

Como sempre o Pablo não entendeu nada, mas também não fez questão de perguntar o que eu realmente queria dizer, apenas ficou ao meu lado me abraçando e falando coisas do tipo “você não tem culpa disso” ou “você não estava lá para fazer isso acontecer”. Mas eu sabia, não precisaria estar perto, se eu mandasse, ele faria, mesmo que eu não quisesse. E aquilo me assustava, parte de mim tinha medo do que estava acontecendo tão depressa, mas outra parte, gritava por isso, queria ver alguém morrendo e era disso que eu tinha medo, de ele ouvir essa parte e fazer a vontade dela.

Acho que desta forma eu estou pior que a Sidney, todas as vezes que eu olhar para ela vou me sentir culpada, suja, não mereço sua amizade, não mereço a nova vida que ganhei, mas pensando bem, depois que eu aceitei aquela tal “ajuda” isso aconteceu, as coisas que eu via sumiram, mas pelo menos aquilo só afetava a mim e não aos que eu amo.

Num momento eu estava em um estado de melancolia e no outro tive um súbito de loucura, comecei a rir, fiquei alguns segundos rindo como uma bruxa, era horrível, não parecia que era eu, então quando eu parei Pablo ainda me olhava, mas agora com aquele mesmo jeito assustado, a tristeza tomou conta de mim novamente e então voltei a chorar.

– Você disse que aquelas coisas pararam Mel. Por que você mentiu?

– Ele disse que isso acabaria, eu acreditei, a culpa é minha, você viu, não tenho mais controle sobre meu próprio corpo. – Continuei chorando e rindo por ter sido tão ingênua.

– Quem disse que acabaria? Quem Mel? – Ele perguntou me chacoalhando pelos braços.

– Ele disse que era meu amigo, ele disse que eu queria que a mãe da Sidney morresse, não é verdade, você sabe que não é.  Me ajuda. Me ajuda a morrer, só assim as coisas melhoram, eu sei. – E então em resposta a isso, levei um tapa na cara.

– Cala a boca, está ficando louca? Eu nunca te ajudaria a se matar, tire essa ideia ridícula da sua cabeça, você não quer isso. Desculpe ter batido em você, mas parece que você não acorda, só fala coisas idiotas, como as coisas podem melhorar se você morrer, que isso Mel, não pensa mais?

– Desculpe, você tem razão, eu aqui chorando ao invés de dar forças a minha melhor amiga que está sofrendo, por minha causa.

– Para com isso, não foi você, eu já disse, foi uma falha que deu no avião. Vamos entrar que está ficando frio, e você está congelando aqui fora. – Ele disse me carregando para dentro de casa.

E pensar que aceitar aquela proposta iria arruinar a minha vida. Não consegui ser feliz nem por três dias, que isso me acontece. Pelo menos por agora eu vou parar de pensar nisso, e tentar ajudar de alguma forma. Hoje não seria mais possível, pois Sidney precisava de algum tempo, como ela mesma disse, então a deixei descansar no meu quarto, que por hoje eu dormiria no quarto de hospedes. 


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Notas finais do capítulo

E o que acharam? Estão gostando? Quero saber de todas as opiniões viu?! Muito obrigada pelos reviews e fico muito feliz em saber que estão gostando (:
Se eu conseguir, posto mais um essa noite, mas não prometo nada ok?!
Bgs



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