“Quinn, não é que você seja o problema, entendeu?” A morena disse para garota loira com um olhar triste, e continuou “É só que, eu preciso da permissão dos meus pais, e agora, eles não me querem com ninguém. Eu preciso focar nos meus estudos, e para eles, um relacionamento seria uma forma de atraso.” Rachel finalizou, deixando uma lágrima escorrer pela sua bochecha direita.
 “Eu entendo perfeitamente, Rachel. O que for melhor para você.” Quinn respondeu seca. Tentou não deixar nenhum vestígio da dor que ela sentia escapar.
“Não, Quinn. Não foi que eu quis dizer. Nós podemos ficar juntas, mas por quanto, isso tem que ficar só entre nós.” A voz dela soou falha, praticamente em tom de sussurro.
 “Como eu disse, eu entendo, Rachel.” A garota de olhos esverdeados suspirou alto “Só preciso de um tempo para pensar, ok?”

Quinn não deu tempo para Rachel protestar ou simplesmente responder, levantou-se rapidamente do banco e seguiu direto para a sua casa. A garota estava se sentindo deslocada, como se não importasse onde ela estivesse, iria se sentir como se não fosse o lugar certo. Ou o modo de viver certo.

A loira entrou em casa ignorando qualquer pessoa que estivesse lá. Ela simplesmente subiu as escadas e entrou sem hesitar em seu quarto. Trancou a porta e deitou-se na cama.  Permitiu que algumas lágrimas deslizarem pelo o seu rosto. Quinn se cobriu com alguns cobertores que estavam na cama e começou a chorar audivelmente. Seu coração doía de uma forma inexplicável, de uma forma que nunca havia ocorrido. Mesmo que, Rachel não quisesse a magoá-la, aquilo machucava Quinn. A menina de cabelos louros queria, mais do que tudo, ter Rachel como sua namorada. Mostrar a todos que a baixinha pertencia somente a ela.  Mostrar que Quinn não poderia ser feliz com mais ninguém ao seu lado, a não ser, Rachel.

Quinn Fabray sabia que só tinha duas opções. Ou aceitava namorar secretamente com Berry ou teria que esquecê-la. Pensar na última opção fez o choro da loira se tornar mais alto e incontrolável. Ela precisava parar de chorar, ou teria que mais tarde explicar para sua mãe o motivo de seu rosto estar inchado. Quinn respirou fundo e sentou-se um pouco na cama. Fechou os olhos e tentou desviar seus pensamentos daquela situação. Impossível. O que ela iria fazer?

A morena não poderia estar mentindo. Ela não estava com vergonha de namorar Quinn, certo? Era o que Fabray esperava. Entretanto, Quinn era uma garota. E Rachel nunca se assumiu homossexual ou bissexual publicamente. Talvez aquilo seja uma vergonha para ela, mesmo que os pais da mesma fossem gays. Ou fosse algo mais simples. A loira havia prejudicado muito a morena, e aquilo poderia ser um “troco”. Acreditar nessas suposições ou em Rachel? A garota loira não teve muito que pensar depois que fez essa pergunta a si mesma. Na verdade, ela se sentiu estúpida de ter duvidado de Rachel. 

Quinn Fabray não iria deixar Rachel Berry tão fácil, porque simplesmente, não tinha como. Ela estava seriamente apaixonada pela morena, desde o momento que seus olhos se encontraram pela primeira. Tudo que ela tinha feito desde o primeiro ano que ambas estudaram juntas foi para se manter próxima da outra. Até mesmo as ofensas e brincadeira maldosas. Quinn não tinha mais forças de se manter longe de Rachel. A loira esperaria o tempo que fosse necessário para contar ao mundo que aquela baixinha era somente dela.

A menina retirou o celular que estava em seu bolso e logo enviou uma mensagem.

 “Ainda quer ir naquele parque de diversões comigo?” Quinn enviou a mensagem para Rachel, sentindo seu coração acelerar um pouco mais. E a resposta não demorou muito para chegar.
 “Eu não ficaria mais feliz se não fosse com você, Quinn.” A loira leu a resposta no visor de seu celular e não pode deixar de sorrir. No final, aquelas palavras eram o que importavam.