Remexi-me debaixo dele e lancei meu melhor olhar mortal.

– Eu senti sua falta! – ele sorriu mostrando os dentes perfeitamente alinhados.

– O que você quer? – falei segurando seu braço tentando faze-lo me soltar.

– Quero lhe pedir um favor minha querida!

– Por que não vai pedir para seus amiguinhos idiotas e assassinos?

– Não são meus amigos. E eu sinto que você vai ajudar Katherine. – sorriu.

– Você está enganado então Jonny. Não é porque salvou ou ajudou a Claire que te devo alguma coisa! – exclamei.

– Não ajudei a dominadora querendo algo em troca Katherine, eu simplesmente acho que se um caçador a pegar dará muito trabalho para vocês!

– Legal a sua ajudinha, agora eu não vou fazer nada por você! – forcei segurando seu braço tentando tira-lo do meu pescoço.

– Pois eu discordo. Tenho certeza que irá me ajudar! – ele roçou os lábios nos meus, soltou meu pescoço e segurou meus braços me prendendo. Deslizou sua boca para dar um beijo provocante no meu pescoço fazendo meu corpo se arrepiar.

Soltou um dos meus braços e deslizou sua mão lentamente ate chegar à cintura e levantar minha camiseta devagar e tocar com a ponta dos dedos minha pele.

Era minha chance de me soltar, mas não fiz isso. Fiquei fraca, e sim, ele tinha todo esse efeito sobre mim.

Ele deslizou a mão por baixo da minha camiseta e minha respiração se acelerou. Ele deu outro beijo no meu pescoço, depois senti seus dentes, ou melhor, suas presas arranharem de leve a minha pele.

Soltei um gemido de raiva dele e de mim por ser tão idiota. Ele levantou o rosto e me olhou ao ouvir meu gemido. Deu um sorriso malicioso.

– Como nos velhos tempos minha doce Katherine!

Engoli minha fraqueza por ele e levantei a perna direita, travei na sua cintura. Usei minha força e girei na cama ficando por cima dele. Segurei seu pescoço com a toda a força que tinha, pois ele é um vampiro muito mais velho que eu e sua força nem se compara a minha.

– O passado Jonny, eu apaguei! – falei me aproximando dele.

Ele riu e negou com a cabeça.

– Não Kate! Você não apagou! – ele deu um olhar de certeza. – Eu sei que não! Assim como eu!

Ele segurou meu braço que apertava seu pescoço e tirou com toda facilidade. Deu um sorriso e eu sentia suas emoções, ele estava sendo sincero assim como eu sabia que nunca vou conseguir mudar o que sinto.

– Não podemos mudar o que sentimos! – ele estendeu a mão acariciando meu rosto.

Acho que confirmei isso para ele só com meu olhar. Ele girou na cama num movimento rápido, ficou por cima de mim dando um sorriso torto.

– Jonny... - ele colocou a ponta dos dedos na minha boca negando com a cabeça e se aproximou.

Colocou seus lábios nos meus para um beijo lento e repleto de carinho.

***

Felipe

O barulho do relógio era constante e chega ate ser hipnotizante para quem ficasse ouvindo o tempo todo. Cada tic-tac do relógio me deixava ainda mais entediado a cada segundo. Tudo o que eu queria era sair daqui e fazer alguma coisa útil.

O estado da Bia era estável e nada de doador para ela se recuperar. Só restava a mim sair daqui logo e fazer algo por ela. Apesar de não saber o que fazer.

Olhei a enfermeira entrar no quarto e sorri gentilmente para mim.

– Bom dia! – falou.

– Bom dia! – respondi quase que para mim mesmo.

– Aqui está seu café da manha! – ela exclamou colocando a bandeja na mesinha perto da minha cama.

– Obrigado! – agradeci.

– Vou levar para os outros pacientes!

Assenti e ela saiu fechando a porta atrás de si.

Suspirei e peguei um mingau na bandeja. Senti o cheiro e estava bom. Tomei algumas colheradas mesmo sem nenhuma vontade.

A porta se abriu e eu quase engasguei com o mingau. A Liz deu uma risadinha quando comecei a tossir.

– Anda muito distraído! – ela falou olhando uma prancheta.

Assenti e respirei devagar.

– Tenho uma boa noticia para você! – ela sorriu se aproximando da cama. – Vou te dar alta ate amanha se estiver tudo certo!

– Jura? – falei meio rouco.

– Juro senhor Felipe! – ela estendeu a mão. – Como está se sentindo?

– Bem melhor! – segurei sua mão e senti uma corrente elétrica percorrer meu corpo.

– Fico feliz! – sorriu. – Qualquer coisa é só me falar!

– Obrigado Liz! – sorri.

Ela soltou minha mão e pegou a prancheta de volta.

– Ate depois! – falou abrindo a porta.

– Ate!

Eu não via a hora de sair desse hospital e finalmente tentar fazer alguma coisa.

Acho que estou devendo isso à Bia e a todos os outros!

***

Claire

Sai da aula e acho que ficar indo não estava adiantando muita coisa não. Minha mente estava completamente preocupada, estava em vários outros assuntos menos na aula.

Fui ate meu quarto e abri a porta fechando em seguida.

Entrei dando de cara com o Rick.

– Que susto! – suspirei.

– Oi gatinha! – ele sorriu vindo me abraçar.

– Como você entrou aqui? – perguntei me soltando do seu abraço e o encarei.

– Lembra? – ele tirou do bolso a chave.

Soltei uma risada e depois neguei com a cabeça para ele.

– Esquecida!

– Acho que é muito para minha cabeça! – falei colocando a bolsa em cima da cama.

– Tem sido difícil para todos! – ele segurou minha mão. – Mas uma coisa boa aconteceu!

– E o que seria senhor Henrique? – perguntei me aproximando dele e passei os braços no seu pescoço.

– Acho que você sabe... – ele passou as mãos na minha cintura.

– Não sei! – me fiz de desentendida. Ele deu um sorriso mostrando os dentes e depois me olhou de um modo carinhoso.

– Você e eu! – me puxou mais e ficamos nos olhando por longos segundos.

Revirei os olhos e fiquei na ponta dos pés para beija-lo.

Seu beijo quente era aconchegante, bom, viciante. Nossas línguas mantinham um ritmo perfeito, uma sincronia que eu diria ser única.

– Vai fazer alguma coisa hoje? – perguntou me olhando com aqueles olhos lindos castanhos com o toque vermelho.

– Tirando a parte de ficar preocupada... Nada! – sorri.

– Melhor para nós! – ele sorriu me abraçando.

– Alias, por que toda essa felicidade? – perguntei olhando seus olhos.

– O João disse que o Cabeça de Pedra deve receber alta amanhã mesmo!

– Jura? – sorri. – Isso é ótimo!

– Não gosto muito dele, mas... É bom sim!

– Eu me senti ate melhor de saber que o Felipe está bem, a ponto de sair!

– É verdade! Já a Bia... – ele abaixou o olhar.

Era sempre assim quando ele falava dela. Confesso que me sinto um pouco incomodada com isso.

– É só uma questão de tempo Ri! – acariciei seu rosto. – Tudo vai melhorar!

– Desculpa Claire!

– Tudo bem! Eu entendo! – lhe dei um beijo rápido.

Ele sorriu e segurou minha cintura com mais força me levantado do chão. Beijou-me ate me deitar devagar na cama e ficar por cima.

– Por isso que eu te amo! – ele falou baixinho perto do meu ouvindo e eu o encarei com os olhos arregalados.

– Você me ama? – perguntei dando um sorriso irônico.

Ele deu de ombros e sorriu torto parecendo estar envergonhado.

– Acho que... Aconteceu...

– Você está falando serio? – perguntei.

Ele assentiu e me olhou esperando alguma coisa.

– Quer que eu diga com todas as letras?

Fiquei em silencio absorvendo o que ele tinha acabado de dizer.

– Eu te amo Claire! – ele falou devagar para que eu entendesse.

Minha boca se abriu automática e ele sorriu. Acho que isso foi mais rápido do que nunca. Foi rápido demais!

– Eu... – fiquei sem palavras. Na verdade fazia um tempo que não ouvia isso de ninguém e acho que meu coração ia derreter. – Eu... Não vou dizer um “eu também”! Desculpa Rick! Mas acho que tenho medo de tudo isso...

Ele me calou com um beijo lento e extremamente bom. Senti meu coração se acelerar e consegui sentir no seu beijo a verdade do que ele havia acabado de dizer.

– Não precisa. – falou. – Quando quiser e quando sentir!

Eu queria dizer, na verdade queria gritar, mas...

– Eu só queria que soubesse que não estou aqui para machucar você. Jamais vou fazer isso! – ele sorriu e eu retribui sentindo algo novo explodir dentro de mim.

O puxei para beija-lo. Acho que o que eu mais temia já tinha acontecido: estava apaixonada!

Entrelacei os dedos nos seus cabelos e aceleramos o beijo. Girei na cama ficando por cima dele. Dei um sorriso malicioso e deslizei as mãos levantando sua camiseta logo a tirando.

Olhei e ele sorriu. Passei a língua pelo seu abdômen e subi lentamente ate chegar ao seu pescoço. Dei uma leve mordida na sua orelha e ouvi-o gemer baixinho. Foi tão bom ouvi-lo, me senti poderosa.

Subi para poder olha-lo que sorriu e me puxou pela nuca para um beijo e suas mãos já estavam puxando a alça do meu sutiã.

Soltei sua boca e comecei a distribuir beijos pelo seu pescoço. Desci as mãos ate chegar à sua calça jeans e desabotoei o botão. Ele segurou minhas mãos invertendo as posições ficando por cima de mim.

Invadiu minha boca com a língua enquanto sua mão apertava minha coxa direita me fazendo gemer na sua boca.

Passei a perna esquerda na sua cintura e ele começou a morder meu pescoço. Passei as mãos nas suas costas e arranhei, com certeza deixando marcas. Ele se soltou da minha perna e desceu mais.

Senti sua língua quente deslizar pelo meu umbigo e descer mais junto com suas mãos que já tinham desabotoado a minha calça jeans e a descia devagar. Gemi cravando as unhas no colchão quando senti sua língua quente passar lentamente nas minhas pernas expostas.

Ele subiu de novo e me olhou mordendo os lábios, me beijou urgente me deixando sem ar quando me soltou.

– Eu te amo! – ele sussurrou no meu ouvido. Dei um sorriso bobo e o abracei. Não era o melhor momento, mas eu precisava de um abraço quente.

Acho que eu não me cansaria de ouvir isso!

Nunca!

***

Rick

Virei-me na cama e abri os olhos devagar com a luz no meu rosto. Esfreguei os olhos e finalmente os abri direito. Dei um sorriso ao encontrar ela dormindo.

Apoiei-me no cotovelo e tirei uma mecha de cabelo que caia no seu rosto. Fiquei observando ela por longos minutos, na verdade nem sei por quanto tempo.

Ri pra mim mesmo me lembrando de que havia me declarado. Sinto-me feliz por isso, feliz por saber que ela conseguiu me conquistar.

– Ah Claire... – passei a ponta dos dedos na sua bochecha.

Fiquei olhando ela dormir por mais um tempo. Era tão linda, perfeita.

Ela mexeu se encostando em mim e deitando a cabeça no meu peito enquanto eu a abracei. Ela sorriu e suspirou sem abrir os olhos.

Beijei sua testa e suspirei sentindo seu perfume delicado e comecei a mexer no seu cabelo.

– Bom dia meu amor! – falei no seu ouvido vendo sua pele se arrepiar em seguida.

– Bom dia! – ela resmungou e me abraçou de volta.

Fiquei mexendo no seu cabelo enquanto ela dormia de novo. Eu nem acredito como as coisas mudam tão rápido, e quando eu digo isso, digo muito rápido mesmo. Sempre achei a Claire linda, mas nunca pensei que chegaria ate aqui e isso só infectou minha cabeça depois daqueles sonhos ou alucinações que tive com ela. Na verdade eram bons e se realizaram.

Ri baixinho com meus pensamentos loucos. Ouvi o celular vibrar em cima da cômoda perto da cama dela. Estiquei o braço e o peguei olhando que era uma mensagem da Kate.

O Lipe está saindo do hospital. Vou lá encontrar com ele, avisa a Claire porque ela não me atende! :( E eu sei que deve estar na cama dela uma hora dessas... Enfim, avisa aí! Beijão Rick

Dei um sorriso e coloquei o telefone de volta na cômoda e peguei o da Claire. Cliquei na tela e tinha doze chamadas perdidas da Kate. Insistente ela.

A Claire mexeu suspirando e me apertando mais no seu abraço. Deixei o telefone na cômoda e a abracei de volta.

– Estou ficando acostumada a acordar assim com você. – ela falou ainda de olhos fechados.

– Eu não reclamaria se isso acontecesse todos os dias! – falei.

– Nem eu! – ela sorriu e beijou o meu pescoço.

– A Kate mandou mensagem e disse que está indo encontrar com o Felipe.

– Serio? Eu queria ir! – ela abriu os olhos cor de mel e me olhou.

– Acho que ainda dá tempo de você ir. – me aproximei dando um beijo carinhoso nela.

– Acho que sim!

– Então eu vou lá com ela! – ela se soltou de mim e sentou na cama. – Vamos?

Fiz uma cara de desanimo.

– Qual é Rick! – ela passou as pernas na minha volta. – Vamos?

– Acho que o Pedrita não vai gostar muito.

– Claro que vai! – ela se aproximou me beijando. – Por favor...

Fez uma carinha tão linda que confesso sentir meu coração se acelerar. Revirei os olhos e a peguei pela cintura girando na cama ficando por cima.

– Só porque você pediu assim, eu vou! – ela sorriu e eu a beijei.

...

Olhei no espelho e remexi no cabelo deixando meio desgrenhado. Olhei para o lado e a Claire estava vestida com uma blusa branca com alguns detalhes em preto e uma...

Abri a boca olhando ela de cima a baixo. Estava com uma saia jeans acima do joelho, curta e provocante.

– O que? – ela perguntou olhando a própria roupa.

– Meu Deus! Se você soubesse como fica com essa saia... – suspirei. – Claire...

– Tá tão ruim assim? – ela olhou a roupa de novo depois para mim.

– Ruim? – me aproximei dela. – Jamais! Você fica... Irresistível!

Ela deu um sorriso tímido, me aproximei mais a puxando pela cintura dando um beijo faminto. Encostei- a na parede e acelerei o beijo descendo as mãos ate a saia e deslizei pelas suas coxas nuas. Passei as mãos por baixo da saia e ela se afastou um pouco voltando em seguida retribuindo o beijo com vontade.

– Rick... – ela mordeu os lábios. – A gente vai se atrasar!

Ela me empurrou de leve e eu não lutei contra me afastando antes de perder o pouco controle que me restava.

– Desculpa! – sorri a olhando arrumar a roupa e depois o cabelo.

Ela me olhou e sorriu maliciosamente. Negou com a cabeça e pegou uma bolsa em cima da cama e abriu a porta. Fui atrás dela e cheguei perto do seu ouvido.

– Gostosa! – sussurrei e ouvi-a rir fechando a porta atrás de nós. Virou-se para mim e deu um selinho.

– Gostoso! – repetiu e se afastou.

Dei um sorriso e olhei o corredor quando avistei a Lucy vinda à nossa direção com um sorriso.

Corri na sua direção abrindo os braços e ela se jogou em cima de mim. A peguei no colo girando no ar.

– Oi minha princesa! – falei sorrindo.

– Oi Ri! – ela falou sorrindo também. – Oi Claire! – acenou para a Claire que vinha na nossa direção.

– Oi Lu! – a Claire respondeu.

– É verdade que o amigo de vocês vai sair do hospital? – ela perguntou me olhando.

– É sim! – respondi, mas não tendo certeza se podia chamar o Felipe de amigo.

– Legal! O papai disse mesmo.

– Eu e a Claire estamos indo lá encontrar com ele!

– Posso ir Ri? – seus olhos castanhos brilharam de animação.

Olhei a Claire que negou com os olhos.

– Não vai dar Lu! Hospital é um saco e você ia odiar. – expliquei.

– Tudo bem né! - ela suspirou.

– Você pode sair com a gente depois, né Rick? – a Claire falou.

– Claro! – respondi a colocando no chão;

– Eu vou cobrar! – a Lucy disse sorrindo.

– Faça isso! – a Claire disse. – Vamos Rick? – ela segurou minha mão.

– Vamos! Tchau Lu! – beijei sua bochecha e a Claire fez o mesmo. – A gente se vê depois!

– Tchau gente!

...

Digitei a mensagem rápida para a Kate:

Nós vamos também! Quase chegando aí! ;)

Eu e a Claire andamos de mãos dadas ate chegar à casa da Kate. Ela bateu na porta algumas vezes.

– O que vocês estão fazendo aqui? – a Kate perguntou assim que abriu a porta.

Estava com uma calça jeans preta, blusa de mangas vermelha, sapatilhas e os cabelos loiros caindo abaixo dos ombros.

– Oi pra você também loira! - falei.

– Oi! - ela respondeu.

– Vamos com você! Mandei mensagem! – falei.

– Ah! Claro! – ela exclamou sorrindo.

– Podemos entrar? – a Claire perguntou.

A Kate suspirou e deu caminho para nós. Entramos e tanto eu quanto a Claire paramos assim que o vimos.

Cerrei os punhos e nem deu tempo dele pensar quando a Claire estendeu as mãos jogando uma rajada de ar fazendo-o bater na parede com tudo e seus braços esticarem, fazendo-o ficar preso.

– Claire não! – a Kate gritou atrás de nós.

Olhei confuso para ela que deu de ombros.

– O que ele está fazendo aqui Kate? - a Claire gritou ainda com as mãos estendidas mantendo o vampiro preso pelo ar na parede.

– É um hospede! – ela quase gritou nos encarando.

– O que? Ficou doida? – falei. - Será que eu vou ter que te lembrar que ele tentou nos matar?

– Eu sei Rick! Eu sei! – ela se aproximou de nós. – Mas, por favor, escutem!

– Você com certeza ficou louca. – a Claire falou abaixando as mãos e ele finalmente caiu.

...

– O Jonny pode nos ajudar em muitas coisas. – a Kate falou enquanto nos sentávamos. Eu e a Claire num sofá e ela e o vampiro no outro.

– Claro... A arrancar nossas cabeças! – falei.

– Rick, o Jonny sabe de muitas coisas e ele quer nos ajudar agora!

– Olha Kate... Não é porque ele me ajudou outro dia que vou confiar nele. – a Claire falou.

– Ate porque a conta de maldades dele é muito mais extensa do que a de coisas boazinhas! – falei e ele riu, revirou os olhos para mim.

– Não fui muito legal com vocês e reconheço toda essa revolta. Mas estou disposto a mudar isso! – ele finalmente falou alguma coisa.

– Tá bom! – falei irônico.

– Será que podemos discutir isso depois? O Felipe está saindo e eu quero estar lá! – a Kate falou se levantando.

– Tudo bem! – a Claire levantou lançando um olhar mortal para o Jonny.

– Você sempre muito gentil Claire! – ele falou dando um sorriso.

Revirei os olhos e me levantei pegando a mão da Claire e a puxando para sairmos.

– Ela ficou doida de vez! – a Claire falou assim que saímos.

– Deve ter tomado sangue estragado ou o vampirão lá invadiu a mente dela com algum tipo de hipnose! – fiz alguns gestos com as mãos. A Claire soltou uma risada.

– Só você mesmo Rick! – falou.

– Podemos ir? - A Kate disse fechando a porta.

– Claro loira maluca! – falei.

– Um voto de confiança seria bom.

– Não nele! – a Claire disse.

– Ele pode nos ajudar!]

Ou nos matar!

***

Felipe

Era bom estar de pé de novo, era bom saber que agora poderia sair.

Vesti uma calça jeans, camisa e tênis que o João tinha deixado aqui no dia anterior. Era bom vestir uma roupa de verdade, porque as do hospital não eram muita agradáveis.

Olhei-me no espelho e passei a mão no cabelo que parece ter crescido mais. Acho que estava pálido, ou mais branco do que já sou. Realmente o sol seria uma boa para me deixar mais corado.

Suspirei para a figura do espelho e remexi no cabelo mais uma vez o deixando todo bagunçado e acabei desistindo porque não tinha jeito de arrumar. Só cortando mesmo.

Ouvi a porta se abrir e sai do banheiro encontrando a Liz com um sorriso iluminado.

– É bom te ver de pé! – ela disse se aproximando de mim.

– É bom estar de pé! – sorri e ela segurou minha mão direita.

– Tudo no seu tempo. A Bianca vai ser a próxima a estar de pé também!

– Eu espero que sim.

– Quanto otimismo Felipe. Ela vai sair dessa, está bem?

Assenti me aproximando mais dela e estendi os braços. Ela retribuiu me abraçando com ternura. A diferença de tamanho era bem grande!

– Obrigado Liz! Por tudo! – me afastei um pouco olhando seus olhos azuis.

– Por nada! – ela sorriu indo abrir a porta. – Pronto para voltar ao ativo?

– Prontíssimo! – sorri.

...

O hospital era bem grande e cheio de médicos e enfermeiros. Andei pelo corredor seguindo a Liz que estava me guiando ate a saída.

Muitos médicos e devo admitir que principalmente as médicas ficavam me encarando como se eu fosse de outro mundo ou alguma coisa assim.

Parei na recepção enquanto a Liz conversava com o recepcionista. Fiquei olhando o ambiente iluminado e suspirei olhando a Liz vindo à minha direção.

– Prontinho! O João já levou algumas coisas suas que estavam aqui e só deixou o celular! – ela me entregou o celular.

Olhei e estava descarregado. Dei de ombros e o coloquei no bolso.

– Você volta logo não é? – ela perguntou me olhando.

– Volto sim! – suspirei. – Liz, posso te pedir uma coisa?

– Claro!

– Eu... Que queria ir ver a Bianca. Posso?

Ela me olhou por alguns segundos e depois revirou os olhos.

– Tudo bem!

Ela apontou para que voltássemos pelo mesmo corredor. Andamos devagar, viramos o corredor e seguimos ate o final dele. Ela abriu uma porta e estendeu a mão.

– Pode ficar o tempo que precisar! Vou deixar vocês a sós! – ela disse.

– Obrigado Liz!

Ela assentiu e apontou para que eu entrasse. Entrei e ela fechou a porta em silencio.

Suspirei e me aproximei da cama e senti uma pontada no peito. Ela estava pálida, tinha mascara de oxigênio, soro, um monte de tubos e sei lá mais o que.

Aproximei-me mais e a fiquei olhando por longos minutos. O silencio invadiu o lugar deixando apenas o som do meu coração e o dela que batia de modo meio estranho. Sua respiração era evidente para um humano comum.

Peguei sua mão que estava com um aparelho no dedo e segurei de leve. Sua pele estava fria, ou mais fria que o normal.

Não sei por que me lembrei da visão que tive lá com a Liz. A pele da Bia estava exatamente igual está agora.

– Eu sinto muito! – falei num sussurro. – Jamais pensei que seria assim. Eu faria qualquer coisa pra ficar no seu lugar, afinal de contas, o acidente foi culpa minha!

Suspirei e acariciei seu rosto.

– As coisas vão melhorar. E quero que saiba que vou estar aqui todos os dias ate você sair junto comigo. – sorri.

Levantei sua mão devagar e beijei. Senti uma dor do peito e engoli as lagrimas que ameaçaram descer.

Fiquei mais um tempo olhando ela e depois suspirei. Tinha que ir e amanhã eu voltaria.

– Amanhã eu volto! Fica bem! – me abaixei e beijei sua testa.

Sai do quarto ainda sentindo a dor me incomodar. A Liz estava me esperando no começo do corredor.

– Ela vai ficar bem, não é? – perguntei assim que cheguei perto.

– Claro que vai! – ela respondeu confiante.

...

Ela me acompanhou ate a saída e depois sorriu e acenou entrando de volta no hospital.

Em frente ao hospital tinha uma praça grande, com muitas arvores, flores e bancos.

Atravessei a rua e dei um sorriso idiota ao sentir o sol bater na minha pele. Era bom ter essa sensação de volta, era bom estar de volta!

Deslizei a mão pelo tronco da arvore e depois toquei uma das flores. Era bom senti-las de novo.

– Anjo! – ouvi alguma voz familiar gritar do outro lado. Virei-me encontrando a Kate com um sorriso, a Claire e o Rick meio desanimado.

A Kate atravessou a rua correndo e se jogou em cima de mim me apertando num abraço.

– Senti tanto sua falta! – ela falou.

– Também senti a sua Kate! – tentei me afastar um pouco do seu abraço esmagador.

– Desculpa! Desculpa! – ela me soltou e me olhou sorrindo. – É bom te ver!

– Bom te ver também! – estendi os braços e ela me abraçou de novo, mas dessa vez com cuidado.

Separamo-nos e a Claire já estava com um sorriso de braços estendidos para mim. Aproximei-me aceitando seu abraço.

Vi o Rick me lançar um olhar mortal e depois desviar o rosto.

– Fico feliz em te ver de pé! – a Claire disse me olhando.

– Eu também! – rimos juntos.

– Oi! – falei me dirigindo ao Rick.

– Oi Felipe! Bom te ver! – ele falou dando um sorriso.

– Bom te ver também! – falei.

– Conseguiu ver a Bia? – a Kate perguntou puxando meu braço.

– Vi sim! – falei desanimado.

– Como ela está? – foi a Claire a perguntar.

– Ela... Eu não sei! – falei abaixando o olhar.

– Ela vai ficar bem Lipe! – a Kate levantou meu rosto.

Assenti e ela sorriu. Puxou-me abraçando pela cintura para andarmos assim.

– Temos muitas novidades! – a Kate disse enquanto caminhávamos devagar.

– É mesmo? – falei olhando a Claire e o Rick de mãos dadas. – Acho que percebi!

– Isso é só uma delas! – a Kate riu olhando eles também.

– Estou desatualizado! – ri também.

Era bom estar perto deles de novo e por outro lado era ruim de saber que a Bia ainda estava lá. Mas era só uma questão de tempo para ela sair.

Assim eu espero! Que ela fique bem! Que ela volte!