Quatro Elementos: O Confronto escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 29
Problemas


Notas iniciais do capítulo

Não abandoneeeeei nãaaaaaao! Realmente esse mês ficou tudo corrido e como estou com outra fic no ar, as vezes vem ideia pra uma e não vem pra outra. Perdãaaaaaao, mas estou de volta.
Mais um cp e não ficou muito bom, mas fazer o quee.
Tenham uma boa leitura!



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Rick

A musica soava alta por todo o ambiente, as vozes vinham de todas as partes, as luzes neon iluminavam cada parede exposta, o barulho dos tacos na mesa e dos copos sendo preenchidos. Tudo o que eu conseguia pensar era... nada. Era isso. Nada.

Aqui poderia ser o ultimo lugar em que eu deveria estar, mas do que importa? Uma boate cheia de adolescentes se pegando, drogados, bêbados ou garotas prontas para dar o próximo bote. Eu não me importo. Na verdade, não me importo com a musica, com as luzes, as pessoas. Só com bebida que entra pelo meu corpo fazendo minha mente se esvaziar para o nada.

– Dia ruim? - uma voz feminina falou ao meu lado.

Apenas virei a cabeça lentamente na direção da mulher. Ela sorriu erguendo o seu copo para mim e depois virou todo o liquido na boca. Tinha os cabelos escuros caindo em cachos pesados, pele parda, um sorriso branco e olhos profundos num castanho intenso.

Peguei meu copo e o ergui dando um sorriso torto. Ela retribuiu e acenou para o bar tênder, que logo apareceu colocando um liquido avermelhado no copo dela e se aproximou enchendo o meu copo também. Assenti em agradecimento e ouvi o banco ao meu lado girar e quando olhei a mulher havia se virado na minha direção.

Respirei lentamente e tomei um gole da bebida imediatamente sentindo a garganta esquentar.

– Ano ruim. - falei com uma voz rouca.

– Bem-vindo ao clube então. - falou virando na boca todo o liquido de uma vez.

A encarei e pude ver sua testa se franzir e logo uma careta se formar. Ela acenou de novo e o bar tênder dessa vez deixou a garrafa na sua frente.

– É tudo tão... complicado. - falou balançando a cabeça e enchendo seu copo de novo.

– Qual o seu nome? - perguntei sem pensar em algo mais interessante.

Ela me fitou por um instante e depois sorriu.

– Tália. E o seu?

– Henrique. - respondi automaticamente.

– Então um brinde as nossas más sortes Henrique. - estendeu seu copo para mim.

Me endireitei no banco e o girei ficando de frente para ela e batendo com o meu copo no seu, fazendo um estalo rápido. Ela sorriu e não pude evitar um sorriso sair dos meus lábios.

Eu já podia ouvir as vozes mais nítidas nos meus ouvidos. O som da musica preencher meu corpo e minha respiração começar a ficar ofegante. Olhei para os lados me confundindo com as luzes e sem reconhecer qualquer rosto que me encarava.

Girei trombando em alguém.

– Foi mal gato. - uma garota falou sorrindo para mim.

Assenti virando para o outro lado e fui puxado pela mão direita.

– Já vai? - dei de cara com a menina do balcão.

Olhei-a de cima a baixo e só agora me dei conta de que roupa estava usando. Um vestido preto de mangas rendadas de saia rodada e apertado na cintura. Um salto prateado e ela ainda tinha um copo nas mãos.

– Não. - respondi voltando minha atenção ao seu rosto maquiado.

– Legal! - ela sorriu. - Então... vamos dançar?

Dei de ombros e a deixei me puxar.

Tenho que admitir: um dominador bêbedo na pista de dança... não espere muita coisa.

Meu corpo respondia aos sons e aos ritmos da musica. Nada que fosse importante, mas minha mente estava em outro mundo. Uma vez ou outra eu batia em alguma garota ou trombava em casais atrapalhando o beijo.

Fechei os olhos ouvindo uma musica eletrônica soar. Alguém puxou minha mão e fui obrigado a olhar. A garota do bar. Tália. Sorriu me puxando para o meio onde garotas loucas, bêbedas e de vestidos curtos dançavam freneticamente. Tentei não trombar em nenhuma, o que foi quase impossível. Elas me olharam com cara feia e depois voltaram a sua dança maluca.

– São loucas. - Tália falou me puxando mais para frente.

Quando paramos ela se virou e começou a se mover timidamente. Dei um sorriso tentando passar-lhe confiança e comecei a me mover também tentando acompanha-la. Senti meu corpo se aquecer ao se conectar com a musica.

Ela girou levantando os braços e automaticamente subindo seu vestido preto. Me aproximei ao mesmo tempo que ela e sorrimos juntos. Olhei para baixo vendo seus pés descalços e em como ela ficava mais baixa que eu sem o seu salto agulha.

Balancei a cabeça e voltei a encara-la. A musica embalando meu corpo. Ela remexeu nos cabelos e esticou os braços jogando-os em volta do meu pescoço. Mordi os lábios tentando desviar dos meus pensamentos tudo de malicioso. Fechei as mãos em volta da sua cintura e juro que pensei mais ou menos uma cinco vezes em desliza-las por baixo do seu vestido, mas consegui controlar minhas ações.

Fitei seus olhos que agora brilhavam, devido as luzes de neon. Ela sorriu, mas tinha algo novo ali. Era impossível evitar não olhar seus lábios. Não pude evitar um sorriso malicioso se formar nos meus próprios lábios. Meu corpo gritava por mais. Eu podia sentir meu sangue correr com mais rapidez devido a adrenalina que começava a se formar.

Puxei-a de encontro a mim e já podia sentir sua respiração ofegante no meu rosto. Seus olhos se moviam rapidamente tentando não me olhar diretamente, mas era impossível. Rocei a ponta do nariz no seu e nossos lábios se tocaram, mas ela se afastou com tal rapidez que me senti meio perdido no começo. Me virei erguendo uma sobrancelha e ela sorriu maliciosamente mordendo os lábios e se virou rebolando lentamente.

Não pude evitar sorrir e apenas me contentei a voltar a dança. Ela se aproximou de novo e dançamos juntos mais algumas vezes. Por fim senti que precisava de ar e então me afastei da pista e parei ao lado do banheiro masculino.

Minha mente trabalhava a um turbilhão de coisas, mas nada faziam sentido e então eu conclui que era efeito da bebida que por sorte passaria rapidamente graças ao meu lado imortal.

Fechei os olhos tentando não ouvir a musica ou as vozes.

– Cansou? - abri os olhos encontrando Tália puxando os cabelos num coque.

– Só tentando respirar algum ar livre. - respondi encostando a cabeça na parede.

– Não está acostumado com tumulto assim?

– Dos últimos tempos pra cá o que eu mais tenho enfrentado é tumulto. - respondi tentando não me lembrar dos "tumultos".

– Então que tal curtir um pouco mais?

Olhei-a e vi que tinha um sorriso malicioso nos lábios. Me endireitei e a encarei.

– E como seria isso? - perguntei tendo os pensamentos mais improváveis.

– Eu te mostro. - estendeu a mão para mim.

Sorri involuntariamente e segurei sua mão deixando-o a me guiar. Ela passou por alguns casais e entrou diretamente em uma espécie de trocas ou sei lá o que. Só sei que não tive tempo para pensar muito no que era.

Ela puxou as cortinas cor de purpura e me empurrou num banco de parede com almofadas coloridas e rapidamente passou as pernas em cada lado da minha cintura e se sentou no meu colo.

– Não me julgue. - falou mordendo os lábios. - Estou bêbada.

– Bom... eu também ainda estou bêbado. - falei.

– Ótimo! Fica tudo mais fácil.

Então se aproximou juntando nossos lábios. Sua língua pediu passagem e cedi imediatamente deixando-a conferir cada espaço. Fechei as mãos na sua cintura e ela no meu pescoço remexendo no meu cabelo.

Senti um calor estranhamente familiar se apoderar do meu corpo. Desci as mãos da sua cintura ate as suas coxas erguendo o vestindo e tocando a sua pele quente. Ela gemeu na minha boca e deslizou as mãos por baixo da minha camisa. Levei uma das mãos na sua nuca e dominei a sua boca sentindo o meu corpo gritar por mais. Voltei a erguer o seu vestido apenas com uma mão levando-o ate o meio das costas e sentindo suas unhas me arranharem provavelmente me deixando marcas.

Puxei-a para mais perto de mim e deixei sua boca descendo com beijos pelo seu pescoço que por sinal estava suado. Ela tombou a cabeça para trás me dando espaço e não pensei em ser muito gentil.

Podia ouvi-la gemer, as vezes o meu nome e isso era excitante. Mordi seus lábios e puxei a manga do vestido para baixo enquanto ela subia minha camisa. Apertei sua coxa direita e por um instante nos olhamos.

Algo no meu bolso de trás vibrou. Ignorei por tempo suficiente para me irritar e fui obrigado a afasta-la tentando ser gentil.

– Espera. - pedi afastando meu rosto do seu e puxei o celular do bolso.

O nome brilhando na tela fez meu coração parar por um momento. A consciência pesou mais do que a dor de cabeça que me atingiu. Era ela: Claire.

Tentei pensar com clareza, mas tudo girava e girava. O que tinha de errado comigo?

– Me desculpa Tália. - falei tentando não encara-la. - Eu preciso...

– Tudo bem. - ela me interrompeu e segurou meu rosto entre as mãos me fitando.

Encarei seus olhos e ela sorriu se aproximando e me beijando com um certo carinho e então puxou o vestido ficando de pé na minha frente.

Engoli em seco e cliquei na tela levando o aparelho ao ouvido. De primeiro apenas ouvi sua respiração. Eu não sabia o que falar, mas ela se adiantou:

– Olha, eu não estaria te ligando se não fosse importante.– meu coração despencou ao ouvir sua voz.

– O que você quer? - acho soou meio rude.

– Temos um problema e bem... – ela parecia cansada ao falar. Como se fosse necessário respirar umas cinquenta vezes antes disso. - Acho que você pode ajudar. – parecia preocupada e... triste.

– O que é? - perguntei meio seco mais uma vez.

– Problema com a FEM na casa do Felipe. Eu... – ela suspirou como se sentisse dor. -Preciso da sua ajuda.

Fiquei mudo ouvindo sua respiração do outro lado e Tália meio desconfortável fingindo arrumar o cabelo. Pensei por um minuto inteiro e por fim disse:

– Tudo bem. Estou indo.

***

Claire

Encarei os olhos dourados e dei passos apressados para trás.

– Daniel! - gritei sem pensar que isso poderia assustar o que quer que estivesse ali.

E foi exatamente isso que aconteceu. Um lobo branco, de estatura baixa comparado aos que já vi, saiu do buraco direto para cima de mim. Bati as costas na terra e estiquei os braços antes que seus dentes me atingissem.

Me debati e ouvi um som estranho sair da sua garganta. Seu focinho era redondo, os olhos cintilavam num brilho dourado, os caninos não eram tão compridos e nem tão afiados. Suas orelhas se encolheram para trás deixando a mostra pelos cinzentos.

Ele tentava me atacar, mas era fácil segura-lo. Não era tão forte, então pude deduzir que poderia ser um filhote ou algo assim.

– Daniel! - voltei a gritar.

Tentei empurra-lo com os pés, mas estava meio difícil. Não queria machuca-lo, mas estava começando a ficar irritada. Coloquei as mãos no seu peito e a ponta dos meus dedos formigaram e no mesmo instante o lobo saiu de cima de mim sendo levado pelo vento ate bater numa cama velha.

Fiquei de pé e tirei da roupa a terra. E meu cabelo... estava ótimo!

A uns três metros de mim o lobo ficou de pé sacudindo a sujeira e então rugiu mais uma vez para mim. Fechei as mãos em punho pronta para lutar caso ele quisesse.

– Espera! - Daniel apareceu do nada e se interpôs entre mim e o lobo.

– O que? - perguntei me sentindo confusa e com uma leve dor de cabeça.

– Ei. - ele se agachou me ignorando e indo na direção do lobo branco. - Sou eu.

O lobo recuou parecendo tão confuso quanto eu. Rosnou em protesto e depois encarou o Daniel. Não sei o que aconteceu ali entre eles, mas o lobo se aproximou com tristeza nos olhos.

– Tudo vai ficar bem. - Daniel esticou a mão e o lobo chegou tão perto a ponto de encostar a testa na mão dele.

Observei boquiaberta o lobo mudar de forma. Os pelos se encolhendo e se transformando em cabelos castanhos, uma pele clara surgindo, o focinho ficando cada vez mais redondo, as patas se transformarem em mãos e pés e os olhos mudarem bruscamente.

Ela devia ter uns quinze anos. Pele clara, cabelos lisos e castanhos, um rosto triangular como uma boneca.

– Está tudo certo. - Daniel falou sorrindo para ela.

Ela se encolheu tentando cobrir o corpo nu e seus olhos varreram o ambiente. Foram do meu rosto ao do Daniel ate o buraco onde estava. Caminhei ate ela e me agachei tentando olha-la melhor.

Ouvi os passos do Vicente atrás de mim e então ele se abaixou tirando seu casaco e cobrindo a garota. Ela o olhou assustada, depois para o Daniel que assentiu.

– Espera... - falei voltando a memoria. - É esse o lobo que apareceu aqui no dia do natal, não é?

– É sim. - o Vicente respondeu.

– Dan você disse que a estava ajudando. Não sabia da FEM? - perguntei.

– Não. - ele me olhou triste.

Me aproximei da garota.

– Qual o seu nome? - perguntei tentando parecer gentil.

Ela olhou desesperada para o Vicente e o Daniel, mas eles assentiram juntos.

– Meu nome é Alice.

Ela demorou para se levantar e quando fez isso pareceu mais assustada do que nunca. Fazia perguntas em sussurro para o Daniel e depois me olhava com medo. Olhou o ambiente varias vezes e começou a falar com si mesma repetidamente: Estão mortos... eu os matei!

Tentei ligar para o Felipe ou a Bianca, mas nenhum atendia. Deviam estar ocupados demais. Uma garota lobisomem que por sinal o Daniel conhece...

– Claire. - o Vicente me tirou dos meus devaneios.

– O que foi? - me virei para ele.

– Acho que temos mais problemas. - ele apontou para o fim da rua.

– Você acha? - uma van branca com o símbolo azul virava a esquina vindo na direção da casa queimada.

– Ótimo! - o Vicente reclamou.

– Espera ai. - falei segurando seu braço. - Você não fazia parte da equipe da FEM? Pelo que me lembro, tentou me matar.

Ela suspirou puxando o seu braço da minha mão.

– Sai da equipe quando me traíram. Por isso formei um bando para atacar a cidade, o que obviamente não está acontecendo.

– Ainda não confio em você.

– Ótimo! - ele me olhou com desdém. - Também não confio muito em você.

Revirei os olhos e decidi me focar na van que já se aproximava. Fechei as mãos em punho ignorando a dor de cabeça e me concentrei nas correntes de ar girando a minha volta.

– Tirem a garota daqui. - gritei para o Daniel.

– Vicente voc... - ele começou.

– Você também. - falei. - Posso cuidar deles.

– Claire...

– Vai Dan!

Ele me encarou exalando preocupação, mas assentiu e ajudou Alice a caminhar. O Vicente me olhou e deu um sorriso torto indo em seguida atrás dos dois.

Encarei a van parar, quatro agentes saírem e apontarem suas armas diretamente para mim.

Ouvi o som das armas sendo disparadas. Movi os dedos e as balas pararam imediatamente flutuando na minha frente. Girei as mãos movendo as balas em direção aos agentes que me olhavam boquiabertos.

Sorri delicadamente e estremeci os dedos ordenando a saída das balas. Elas voaram de volta a seus atiradores. Por um momento eles pareceram perplexos, mas no minuto seguinte um estava no chão e os outros três avançavam na minha direção.

Abaixei as mãos e corri. Pulei pegando impulso no ar e indo mais alto do que planejado, mas o suficiente para cair em pé atrás de um deles e conseguir derruba-lo com os pés. Avancei em direção ao outro, mas este foi mais rápido me acertando com um pontapé.

Me recompus o mais rápido que pude, mas assim que me ergui levei outra pancada do outro agente. Um cara alto e musculoso. Cambaleei para trás e fechei a mão direita travando sua mão no ar antes que ele pudesse me dar uma coronhada com a arma.

Levantei a perna derrubando da sua mão a arma e girando o corpo acertando seu rosto em seguida. Ele caiu sentado enquanto o outro me atacava me agarrando por trás e prendendo os meus braços. Me debati furtivamente e por fim impulsionei meu corpo derrubando-o para trás. Estiquei a mão tentando afasta-lo com o ar, mas uma onda eletrizante se formou na lateral do meu corpo. Estremeci caindo de lado sentindo todo o impacto e o choque tomar conta. O outro agente tinha se levantado e sua arma de choque agora se encontrava com a minha cintura. Gemi sentindo o ar me faltar. Rolei tentando me afastar, mas fui puxada pelos pés com tanta força que pude sentir minha pele se cortar. Minhas unhas se arrastaram na terra inutilmente. Um deles me puxou pelos cabelos me forçando a olha-lo.

– Uma dominadora. - falou. - É um prazer estar diante de vossa alteza.

Uma ideia me ocorreu e apenas sorri.

– Devia mostrar respeito idiota. - um nó se formou na minha garganta e abri a boca deixando o grito sair.

O som explodiu nos meus ouvidos e tenho certeza que muito mais nos deles. O vento rodopiou e se acumulou onde meu grito saia estridente. Os dois homens foram arrastados com tanta força que não pude distinguir quantos metros voaram.

Desde que descobri meu novo "dom". Tenho praticado e sabia que teria que usa-lo uma outra vez.

Forcei as mãos no chão e fiquei de pé com dificuldade. Minha cabeça girou e por um momento foi apenas a minha fraqueza dos últimos meses, mas depois senti a visão ficar turva, o céu girar e girar, o chão como um buraco, meu corpo pesado demais. Não pude evitar e cai de novo no chão. Olhei em volta para me certificar de que não foi nenhum agente, mas todos estavam no chão. Isso era comigo. Tinha alguma coisa errada.

Ergui a mão esquerda na frente do rosto e notei que tremia. Uma dor latejante me atingiu no peito e me obriguei a me encolher abraçando meu próprio corpo. Gemi tentando afastar a dor repulsiva.

Estiquei a mão e tateei o bolso da calça achando o celular. Tentei Kate, mas nada. Felipe de novo e nada. Bia e mais nada.

– Daniel.... - mas a essa altura eu tinha certeza de que ele, o Vicente e agarota estavam o mais longe possível.

Então peguei o celular de novo e disquei um numero esquecido. Apertei o telefone no ouvido e ouvi-o chamar repetidamente.

Ele atendeu, porem permaneceu mudo. Ouvi sua respiração ofegante do outro lado e tomei coragem:

– Olha, eu não estaria te ligando se não fosse importante. - falei com uma voz fraca.

– O que você quer? – o buraco no meu peito lampejou.

– Temos um problema e bem... - tentei parecer bem, mas acho que foi inevitável. - Acho que você pode ajudar. - falei sentindo os olhos arderem.

– O que é?– perguntou sem paciência

– Problema com a FEM na casa do Felipe. Eu... - suspirei profundamente afim de aplacar a dor. - Preciso da sua ajuda.

Ele não respondeu, mas continuou na linha apenas respirando como se pensasse se era mesmo necessário. Depois de um tempo respondeu:

– Tudo bem. Estou indo.


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