Nem Tudo Acontece Como A Gente Que escrita por rintard


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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Tudo no final acabou saindo bem. Vencemos os grandes jogos mágicos, derrotamos o Rogue do futuro, mandamos os dragões de volta para o tempo deles e tivemos uma grande festa no castelo. Deixamos a cidade e partimos direto para Magnólia, que ao chegar lá, fomos recebidos por outra grande festa. Todos os moradores estavam reunidos para nos receber e parabenizar pela vitória. Eram muitos abraços, muitos “parabéns”, muitos sorrisos contagiantes... E depois de finalmente passar pela multidão, chegamos ao antigo prédio da guilda. E ai que começou a festa em estilo Fairy Tail.

Já era possível ver mesas, cadeiras e até mesmo magos voando. E quem não estava brigando, estaria bebendo até não aguentar mais. E onde eu estava no meio de tudo isso? No meu lugarzinho de sempre: encostada no balcão, tomando um suco, vendo a Mira de um lado pro outro servindo bebidas.

Eu me sentia tão bem ali, mesmo naquela bagunça, eu era feliz! Mas hoje eu não estava tão animada como nos outros dias. Um dos motivos era o meu fracasso nas batalhas. Todos me motivaram e falaram pra eu esquecer. Eu estou tentando, mas é difícil sabia?! Sempre que me lembro, fico cabisbaixa, mas Natsu sempre me anima com aquele sorriso caloroso, que só ele sabe dar.

Natsu... O segundo motivo de eu não estar tão animada. Não que ele tenha feito mal para mim. Jamais! Em relação a ele, é algo... Diferente. Uma coisa que eu nunca tinha sentido antes. Sinto meu coração acelerar quando ele está por perto, sinto meu rosto ficar ardente, minhas mãos começam a suar, minhas pernas ficam bambas... Será algum tipo de doença? Em uma conversa com a Levy-chan, ela disse que estava apaixonada pelo Gajeel, e cada sintoma que eu acabei de dizer, eram todos que ela sentia. Será que... Eu estou apaixonada?

Acho que sim... Né?

Mas como ficaria nosso time? Será que os outros achariam bom a gente começar um relacionamento? Será que ele sente o mesmo?

— AAAAAAAAAAAAH! Estou começando a ficar louca!!!

—Lucy? - acabei saindo de meus pensamentos ao escutar a voz da Mira.

—O que foi Mira-san, te assustei?

— Magina! É que você estava ai com uma cara pensativa... Tava pensando em algum Dragon Slayer do fogo por acaso? – Mira termina em uma risadinha (que na minha opinião, deixou ela mais fofa), enquanto meu rosto queimava.

—C-claro q-que n-não Mira-san!!! - Droga! Por que tive que gaguejar e corar justo agora?!

—Você ficou corada, então era verdade? Que gracinha Lucy!

Mira descobriu bem rápido em comparação a mim, que levei muito tempo para descobrir uma coisa simples dessa.

O que eu faço agora? Fujo? Escondo-me? Mas na onde? Mas... Se ela disse isso, então quer dizer que é verdade que eu estou apaixonada.

Dou um suspiro forte, como se meu próximo passo iria mudar tudo. Mas não iria?

—Mira-san... Então eu realmente estou apaixonada pelo Natsu?

— Até que fim descobriu! Mas eu sabia, sempre soube!

Toda a guilda, quando eu digo toda, é toda mesmo! Parou para olhar Mira dando saltinhos, gritinhos e palminhas de felicidades, enquanto eu tentava afundar minha cara no balcão de tanta vergonha.

— Já está bom Mira-san! Todo mundo já percebeu que você está feliz.

Ela para, olha para todo mundo, e abri um sorriso fofo, induzindo todos a voltarem a fazer o que estavam fazendo antes.

—Me desculpe Lucy, mas então... - ela chegou perto do meu ouvido e começou a sussurrar – já que agora você descobriu os seus sentimentos... Que tal você se declarar para ele?

— M-m-m-me d-d-d-declarar?

—Mas é claro! Como ele vai saber que você o ama se não contar?

— Mas... É... Que...

Ela tem razão.

Agora que eu descobri meus sentimentos, não tenho motivos para fugir dele.

Abro um sorriso sincero em resposta, e recebo um “boa sorte” da albina mais velha.

Viro-me no banco para descer, mas antes de encostar os pés no chão sou interrompida pelo...

—CALEM A BOCA! EU TENHO ALGO IMPORTANTE PARA FALAR!!!

Todos param - até mesmo eu - para direcionarem seu olhar ao Natsu, que abriu um sorriso de orelha a orelha.

—Assim que eu gosto! Mas continuando... Eu queria encontrar as palavras certas para poder fala isso, mas é muito embaraçoso fazer isso em público.

—Desembucha logo Salamander! – Gajeel o interrompeu, com seu jeito nada grosseiro de ser.

—Se você não me interromper mais, quem sabe eu consigo cabeça de lata?!

—Oras seu...

—CONTINUANDO! Lisanna... - todos olharam para a albina mais nova que corou com a atitude. E o que ele queria dizer a ela de tamanha importância? Será que ele queria perguntar a cor da calcinha dela? Ou será que... - Nos conhecemos desde pequenos, criamos o Happy juntos e cuidamos dele como nosso próprio filho, e também tinha aquela promessa que fizemos quando pequenos, de que quando crescemos iríamos no casar. Lembra-se dela? Pois eu nunca esqueci em um único dia. E esperei até hoje, para poder te dizer que eu te amo Lis... – então era isso. Ele não queria saber a cor da calcinha dela, mas se declarar para ela.

Eu te amo Lis... Eu te amo Lis... Eu te amo Lis...

Essas quatros palavras ficaram ecoando na minha mente que nem escutei o resto da declaração. Só vi a cena dos dois se abraçando, se beijando, toda a guilda comemorando, enquanto quatro palavrinhas se repetiam na minha cabeça:

Eu te amo Lis...

Não sei por que, mas minhas pernas me impulsionaram para longe dali. Não conseguia conter as lágrimas, meu rosto ardia, meu corpo todo tremia.

Por que comigo?

Era para eu estar nos braços dele.

Era para mim aquele beijo.

Era para mim o seu amor.

Estava tão mal, que nem percebi que já tinha chegado na entrada da minha casa. Pego a chave, abro a porta, acendo a luz e começo a olhar para toda a extensão do meu apartamento. Tudo ali me lembrava ele: o chão, o teto, o sofá, as almofadas, a sujeirinha no chão, a janela... Tudo.

Por que comigo?

Fecho a porta atrás de mim, e deslizo pela mesma até sentir o chão gelado.

Por que comigo?

Respiro forte, puxando todo o cheiro que tinha por ali. Tinha o cheiro dele. Junto os meus joelhos ao corpo, e as únicas lágrimas que eu consegui conter caíram. E mais uma vez me perguntava:

Por que comigo?

Não entendo.

Eu merecia tudo isso? Será que em todos os meus anos de vida, eu fui uma pessoa má, que não merecia perdão?

Aperto forte meu peito. Ainda tinha essa dor insuportável, que me faz querer arrancar fora o coração.

Eu preciso de alguém para me abraçar e disser que tudo iria ficar bem – mesmo sabendo que não iria. Continuo chorando pelo resto do dia, até que meus olhos, inchados e cansados, se fecharem para poder entrar em um sono profundo.

Sinto os raios solares entrando pela minha janela e batendo no meu rosto. Sento na beirada da cama, me espreguiço e sinto todos os meus ossos se contorcerem de dor. Estou exausta. Parecia que meu corpo tinha sido pisoteado por diversos elefantes de 300 toneladas. Exagero, eu sei. Sinto minha barriga roncar, e um cheirinho agradável de comida invade minhas narinas.

Estou sentada na minha cama, e tem um cheiro de comida vindo da cozinha. Mas... Como?

Em uma velocidade até que rápida para quem foi pisado por diversos elefantes de 300 toneladas, dirijo-me para a cozinha, sem nem passar pelo banheiro para dar uma arrumadinha no visual, que com toda a certeza estava crítico.

Ao chegar, encontro uma baixinha de cabelos azuis, mexendo em algo no fogão – provavelmente ovos mexidos, então com um cheiro ótimo. Antes de qualquer som sair da minha boca, Levy-chan vira e quase derruba os ovos no chão com o tamanho do seu susto. Estou tão horrível assim?

— Lu-chan! Quer me matar do coração?- depois de depositar a panela na mesa, Levy-chan vai se acalmando do susto. – não apareça assim do nada nesse estado.

— Me desculpe. É que... - não consigo terminar a frase, porque sou surpreendida por dois braços finos me laçarem em um abraço forte.

— Não diga nada Lu-chan. Estou aqui para te ajudar. Mira-san me disse que você finalmente assumiu seus sentimentos e que os mesmos foram pisados.

Já consigo sentir as lágrimas.

— M-m-mas é-é-é q-q-q-que...

—Shiii!!! Não diga nada! Apenas deixe ser levada pelos sentimentos.

E foi o que aconteceu. Abraço forte a azulada, já molhando toda sua blusa, enquanto caímos ajoelhadas no chão.

— Chore a vontade Lu-chan! Vai ficar tudo bem... Tudo bem... - enquanto acariciava meus cabelos, Levy falava tudo que eu precisava escutar.

Vai ficar tudo bem.

E nos teus braços, o sono vem me consumindo, e acabo adormecendo. Já que tudo vai ficar bem.

Mas eu sabia que daqui para frente, as coisas só iriam piorar.

Que dia é hoje?

Perdi a noção do tempo.

Não sei as horas, muito menos quanto tempo havia se passado depois daquele dia.

E você acha que um coração partido se cura fácil?

A dor só piora.

Chorava todas as noites, mal conseguia comer. Sinto falta dele. Falta daquele sorriso contagiante, da sua alegria, da sua voz, dos seus olhos, dos seus abraços... Falta do meu ex-melhor amigo.

Depois de me recuperar, Levy-chan me explicou como fui parar na minha cama – Gajeel tinha me levado para o quarto, até porque Levy nunca me agüentaria sozinha. Disse também, que depois que eu fui embora, os homens tomaram coragem para se confessar. Isso significa que Juvia e Gray estavam namorando, Jellal apareceu na Fairy Tail, com a notícia de que tinha sido perdoado pelo conselho, então ele e a Erza começaram um relacionamento; Mira e Laxus também estão juntos, como Efman e Evergreen... E mais um monte de gente. Que saudades! Nesse tempo todo, tive apenas algumas visitas, todas rápidas! E nenhuma dele...

A pessoa que causou meu sofrimento.

Mas que ainda é dono dos meus sorrisos.

E se não fosse por ele, eu jamais poderia ter encontrado meu lar. Com uma força sobrenatural, pego minhas chaves e parto em direção à guilda. Mesmo com todos esses problemas... Eles são minha família.

Cheguei. E agora? Estou com medo de entrar e de encontrar com ele. Mas eu preciso entrar. Eu preciso ver cada um deles, preciso me sentir amada.

— Lushiiiiiiiiiiiiii... – escuto uma voz atrás de mim, e quando me viro, sinto duas mãozinhas me apertarem forte e minha camiseta molhada. Que saudade dessa voz. Desse aroma de peixe.

Com a força do impacto dos nossos corpos, somos arremessados para dentro da guilda, fazendo todos olharem para nós. Precisava de uma entrada triunfal para a minha volta. Preciso lembrar de agradecer o Happy depois.

—L-L-L-L-L-Lushiiiii... E-e-e-eu s-s-senti t-t-t-tanto s-s-sua f-f-falta!- disse o pequeno exceed agarrado a minha blusa.

— Ah Happy... Eu tbm senti muito sua falta.

— E-e-e-então p-p-por q-q-que v-v-v-você s-s-sumiu? – vejo seus olinhos me fitaram a espera de uma boa resposta.

— É por que... Sabe Happy... – faço carinho em sua cabecinha, abrindo um leve sorriso- eu precisava de um tempo sozinha. Pensar um pouco, organizar meus sentimentos...

—T-t-t-udo b-b-b-bem... E-e-eu e-e-e o-o-o N-n-n-natsu s-s-sentimos m-m-muito s-s-sua f-f-falta!! – sério? Não consigo conter o sorriso, elesentiu minha falta- P-p-por i-i-isso p-p-promete n-n-não s-s-sumir m-m-mais??

Olho fundo para seus olhos, e aceno levemente com a cabeça um sinal de “sim”. E depois dessa confirmação, todos que assistiam a esse momento, começaram a comemorar a minha volta.

Foram muitos abraços, muitas lágrimas, muitos sorrisos, muitos “bem-vindos” até eu conseguir chegar ao meu lugarzinho de sempre: encostada no balcão, bebendo um delicioso suco, vendo Mira servir bebida pra lá e pra cá.

— Seja Bem-Vinda de volta Lucy. – fui recebia pela maga com se adorável sorriso.

— Obrigada Mira-san!! É tão bom estar de volta. – abro um sorriso gigante em resposta, como eu amo esse lugar!

— Fiquei muito emocionada vendo você e o Happy juntos. Desde que o... – a albina rapidamente tampa a boca, como se ela fosse dizer algum tabu.

— Tudo bem Mira-san, pode continuar falando.

— Então... Desde que o Natsu e a Lisanna começaram a namorar, eles não se separam mais. Resultando em um Happy afastado, isolado, solitário pelos cantos. – pelo jeito não sou a única a sofrer com esse relacionamento- E de uns tempos pra cá só vem piorando! Sabe como são casamentos né? Exigem temp...

Sinto o mundo a minha volta ficar lento.

Eles vão se casar.

O cara que eu amo vai se casar com outra mulher.

Abaixo minha cabeça, já tentando segurar as lágrimas. Escuto Mira se calar e perceber do que acabou de dizer.

Eu não vou chorar aqui. Eu não vou chorar aqui. Eu não vou chorar aqui...

— Lucy... eu...

— Quando vai ser o casamento?- sussurro baixinho, como se estivesse falando para mim mesma.

— Não consegui escutar, repete, por favor, Lucy?

— Quando vai ser o casamento? – falo novamente, só que dessa vez mais alto, e de uma maneira mais fria.

— Vai ser daqui a um mês, onde ficam as sakuras.

— Hum... Obrigada. Preciso ir atrás de um vestido.

—Lucy esper...

Não consigo escutar o que Mira iria dizer, já estava na rua correndo em direção à minha casa.

Essa seria mais uma noite de choro.

Quem sabe amanhã eu compro um vestido?

E chegou o tão esperado do dia.

O dia em que eu perderia para sempre o amor da minha vida.

Dois dias antes do casamento, fui em uma loja qualquer, e comprei um vestido, vinho, com as costas nuas, preso pelo pescoço e com a perna direita a mostra.

Estava tudo muito lindo. Cadeiras brancas enfileiradas, rosas brancas marcavam por onde os noivos iriam passar, folhas de sakuras voavam por ai.

Sabiam que esse tipo de árvore é o meu favorito?

Todos começaram a se acomodar nos bancos -estavam todos muito bonitos- parecia que iria começar.

Então o noivo entra. Vestido de um terno branco, sem abandonar seu fiel cachecol, andou entre as fileiras de cadeiras acenando para todos os convidados, indo para mais pra frente, onde estariam os padrinhos.

Depois de se posicionar lá na frente, percebo que finalmente ele me enxergou. Só não pude ver a sua cara, porque a marcha nupcial começou a tocar, e todos se levantam para ver a noiva entrar.

O pior dessa história toda, é que eu não conseguia sentir raiva de nenhum dos dois. Eu não conseguia culpá-los. Eles já tinham uma história juntos, eu era a intrusa ali.

Com os olhos cheios de lágrimas, percebi que era realmente verdade.

Eu não o tinha mais pra mim, ele não era meu. Mas também nunca fora.

Porque nem tudo na vida acontece como a gente que.

 

 

Eu sempre nos enxergava juntos,

Mas o destino foi injusto

Por querer tirar você de mim.

E pra essa história de amor,

Chegou o fim...


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!
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