Sou Billy, mas sou chamado de Bill. Moro em um apartamento pequeno em minha cidade, porém lá cabe tudo que eu mais preciso. Meus livros, meus jogos, meu computador, meus desenhos, minha geladeira, minhas fotos, minhas coisas secretas, meu tudo.

Eu moro sozinho, mas tenho a companhia de Mark, meu cachorrinho da raça Yorkshire. Ele é pequeno, mas fofo, quando eu chego em casa e abro a porta, ele fica ali, me esperando bem no tapete. Às vezes de barriguinha pra cima, esperando que eu o pegue. Ele é bem peludinho, mas só soltava poucos pelos de seu corpo. Sua cor variava entre marrom e preto. Seu corpo inteiro é preto, somente nas orelhas, abaixo do seu queixo e nas patinhas, tinha um pouco de marrom.

Era um dia como qualquer outro, eu estava lendo um pouco de Rick Riordan, quando recebi uma mensagem de meu avô, me avisando que meu padrasto acabava de morrer, ele tentava consertar uma parte da casa, e uns tijolos e baldes de tinta caíram sobre ele, e não conseguiu resistir. Meu padrasto era dono de uma fazenda, no qual decidiu investir esses anos pra cá, faz quatro anos, que ele vinha tomando conta dela. E também queria que a posse dela, fosse passada para teus filhos mais velhos - que no caso, seria eu - e assim em diante. E agora, eu teria que tomar conta dela. Eu não poderia reclamar de nada. Isso foi o que eu sempre quis. Viver na roça, poder cuidar das colheitas, ordenhar, cuidar do gado, andar pela floresta quando eu quisesse, tudo isso era perfeito.

Meu avô vinha me buscar em dois dias. Então já comecei fazendo as malas, organizando tudo, pegando tudo, cuidando para não esquecer de nada aqui. E é claro, eu precisava me despedir de algumas pessoas, como meus colegas desde o primário e meus parentes. Eu não tinha muito a quem dizer tchau, muitos não iriam se importar. Diria até que outros vão gostar da minha saída.

Eu estava muito ansioso para conhecer o meu novo lugar, mas era como se as horas não passassem, esperar já estava se tornando entediante. Resolvi procurar algum livro pra ler. Na velha estante da sala, lá na última prateleira, bem escondido atrás dos outros livros, eu achei um que me chamou atenção, seu nome era " Fazenda: Como sobreviver a um dia? ", comecei a ler e me empolguei, li até o final. Ele era de 352 páginas, consegui ler bem rápido. Ele conseguiu me fazer relembrar coisas que já nem lembrava mais sobre tal, como, deixar o gado para fora do estábulo ou seja lá onde ele estiver durante o verão, mas depois tirá-lo quando quando começar esfriar. Eu sei que é uma coisa óbvia, mas sou de esquecer coisas simples.

Demorou, mas consegui sobreviver dois dias de pura ansiedade. Consegui encontrar algo para fazer, e passar o tempo. Escrevi um pouco - umas da minhas maiores paixões, também pode ser considerado escrever, mas não pretendo ser um escritor, bem, pelo menos não famoso -, aluguei e assisti alguns filmes, apenas para passar o tempo. Até que chegou hoje. São nove da manhã, e eu ouvi uma buzina que parecia ser de um celta preto. Olhei para a janela e vi que era mesmo. Era o meu avô naquele carro. Ele tinha uma barba branca, não muito grande, cabelo em um tom cinzento, suas sobrancelhas era também eram cinzas, mas o que o fazia diferente eram seus olhos, os dois de um tom verde não muito forte nem muito claro, mas que chama a atenção de qualquer um.

Mas eu não queria pensar naquilo, eu queria pensar em chegar o quanto antes em Cascavel, que é onde fica a nossa fazenda. Eu queria poder deitar na grama, sobre as folhas secas que caíam das árvores, e sentir o vento bater em meu rosto, sentir uma sensação de paz completa. O que não demorou muito, depois de uma hora e meia de viagem, havíamos chegado ao nosso destino. Meu avô tentou me explicar o máximo de coisa possível que eu havia de aprender, e então foi embora, me deixando por conta do prefeito da vila logo ao lado. Ele me levou até a cidadezinha onde ele morava e me mostrou à tudo e a todos.