The Dark Side escrita por Júlia


Capítulo 2
Desisto de ser legal


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Bem, acho que demorou um pouquinho, mas espero que gostem. Boa leitura!



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Ainda preciso me acostumar com meu novo corpo. Estou parada na frente do espelho em meu quarto tentando memorizar minha atual aparência. Olhos verde-esmeralda. Ondas loiras que escorrem por meus ombros. Um nariz fino e desenhado e lábios rosados e delicados. Minhas noivas mãos são macias como pele de bebê.

Eu odeio parecer delicada.

Imagine viver a vida toda como uma garota ruiva e baixinha de olhos castanhos e de repente virar... Isso. É como ir dormir como um mendigo e acordar como a Jessie J.

Paro de discutir comigo mesma e acabo com minha frustração indo escolher algo para vestir. Um coturno preto. Uma camiseta preta. Uma calça de camuflagem verde. É Arianne, não vai te deixar menos bonitinha.

Levanto no mesmo instante que a porta se abre e Melanie entra. Seus olhos estão vermelhos e ela se senta na cama soluçando e arfando, tentando parar as lágrimas que teimam em escorrer pela sua face.

Sento-me ao seu lado, preocupada, e ponho a mão em seu ombro. Espero. Ela não para de chorar por um tempo até que começa a respirar mais calmamente. Eu a abraço, sussurrando coisas tranqüilizantes.

Ela funga uma última vez antes de começar a falar:

- Ele... Ele me obrigou... – ela para, respira – De novo. Eu não queria... Foi horrível, Ari! – grita e começa a chorar de novo, mas já não estou ouvindo.

Solto-a na cama delicadamente e levanto, saindo pela porta.

- Mas o que você vai...? – ela pergunta antes da porta bater.

Chandler. Sabe, acho que, no meu ranking interno do ódio, ele ganha o prêmio máximo. Ele é um dos sub-chefes daqui e vive “testando” os poderes das outras pessoas. A maioria nem se importa, mas Melanie é sensível demais. Ela é aquele tipo fofo de pessoa com a qual você simplesmente não tem como brigar. É Chandler, você conseguiu me irritar.

Estou praticamente correndo pelas passagens e imaginando o que aconteceria se minha bota decidisse dar um “olá” pra cara do Chandler quando paro. Cheguei à porta onde eles geralmente se reúnem para discutir questões sobre suas aberraçõezinhas de estimação.

Empurro as portas de metal e ignoro os olhares confusos nos rostos à minha volta enquanto atravesso a sala em direção ao adolescente no outro lado.

Chandler, como era de se esperar, também tem um “poder especial”. Como ele mesmo fez questão de esfregar na minha cara, ele tem a maldita capacidade de controlar a pressão atmosférica e a gravidade à sua volta. O que significa que ele voa.

Ele está me encarando com um leve divertimento nos olhos quando grito:

- Como você pôde? Justo com Melanie? – minha voz está diferente graças ao horror.

- Não sei do que está falando, senhorita McGrey, - ele reponde - mas, como pode ver, estamos no meio de uma reunião importante...

- Cala a boca, Chandler! Você a obrigou a matar... Uma pessoa! Como faz isso? Isso é desumano! - berro a centímetros de seu rosto.

Ele me encara, cínico, por alguns segundos antes de começar a falar.

- Primeiro, senhorita: Nenhum de nós é exatamente humano aqui. – ele diz, provocando-me – Segundo: Todos nós passamos por testes e sua amiga não tem nada de especial para que os evite. Não é prazeroso para nenhum de nós...

- Então pare! Pare de torturá-los, pare de matar...

- Só porque o SEU poder é INÚTIL, senhorita, não significa...

- INÚTIL? – estou berrando, o sangue correndo por minhas artérias até o cérebro. – Ah, claro, porque a borboleta é super poderosa!

Percebo seu peito subindo e descendo rapidamente e a respiração pesada e sei que essa é a gota d’água.

- Eu tenho nojo de você. - e cuspo em seu rosto.

E o copo transborda.

Mal tenho tempo de piscar antes de ser atingida com tudo na bochecha esquerda. Cambaleio e me apoio sobre a mesa.

Agora estou surda, muda e cega de raiva, correndo em sua direção e levantando pé. Pego todo o impulso possível e chuto seu abdome com a força que consigo reunir.

Ele mal chega a bambear. Simplesmente agarra meus braços enquanto me empurra pra fora e estou chutando e arranhando tudo que alcanço. Ele me joga no chão e olho intensamente em seus olhos negros.

- Nunca mais faça isso, okay? – diz, sem esconder o descontrole na voz.

Tento me erguer, mas ele se vira pra mim e continua:

- Ah, só pra ter certeza de que a mensagem está explícita... – ele diz e chuta meu estômago com força suficiente para me fazer arfar.

Engulo um grito enquanto me encolho. Ele não olha para trás nem mesmo uma vez antes de voltar para a sala.

Me apoio na parede e levanto. Sem opções, tomo o caminho de volta para o meu quarto, com mais raiva do que jamais estive.


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Notas finais do capítulo

Tenso. Bem, espero mtos reviews, hein? Amo vcs!



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