A Seleção-por Olhos De Maxon Schreave escrita por JustMe


Capítulo 1
Encontro final do livro O Príncipe


Notas iniciais do capítulo

Comentem se gostaram ou não, continuarei de onde O Príncipe parou. COPIAREI NESTE PRIMEIRO CAPÍTULO O ENCONTRO "FINAL" DE AMERICA E MAXON EM O PRÍNCIPE!



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Passou-se quase uma hora até chegar a vez de America.No intervalo entre as primeiras garotas e ela, eu já havia conhecido três candidatas bem fortes - Celeste e Kriss entre elas, as quais eu sabia que seriam as preferidas do público. Porém, a garota logo antes de America estava tão longe de servir para mim que acabou por apagar essas boas impressões. Quando America se levantou e veio em minha direção, era a única pessoa que eu tinha em mente.

Algo em seus olhos revelava certa malícia, proposital ou não. Pensei no seu comportamento na noite anterior e percebi que ela era uma revolução ambulante.

-America, certo?-brinquei quando ela se aproximou.

-Sim, sou eu. E sei que já ouvi seu nome antes, mas poderia refrescar a minha memória?

Achei graça e a convidei para sentar. Inclinei-me para ela e sussurrei:

-Você dormiu bem, minha querida?

Seu olhar me dizia que estava brincando com fogo, mas seus lábios traziam um leve sorriso.

- Ainda não sou sua querida, mas dormi. Assim que me acalmei, dormi muito bem.Minhas criadas tiveram que me derrubar da cama, estava confortável demais. -ela confessou essa última parte como se fosse um segredo.

-Fico feliz em saber que você estava confortável minha... -ah, eu precisava romper com essa mania ao lidar com ela.-...America 

Deu para notar que ela gostou do meu esforço.

-Obrigada

O sorriso então sumiu do seu rosto e ela se entregou aos seus próprios pensamentos., enquanto mordia os lábios e dava voltas com as palavras em sua cabeça.

-Mil desculpas por ter sido grossa-ela disse afinal, desviando os olhos dos meus-Enquanto eu tentava dormir , tomei consciência de que, embora a situação me pareça estranha, não posso culpá-lo.Não é sua culpa que eu tenha me metido em tudo isso, e essa história de Seleção não é ideia sua.

Que bom que alguém percebeu.

- Além disso - continuou - , você me tratou com simpatia naquele momento de dor, enquanto eu fui, bem, péssima.

Ela balançou a cabeça para si mesma e eu senti meu coração acelerar.

- Podia ter me expulsado ontem mesmo, mas não o fez. Obrigada. - concluiu

Sua gratidão me comoveu, porque eu sabia que ela estava muito longe de ser mentirosa. E isso me levou a um tema que teria que abordar se quisesse fazer algum progresso.

Inclinei-me ainda mais em sua direção, apoiei os cotovelos sobre os joelhos, em uma postura mais à vontade e mais intensa da que adotara com as outras.
— America, você tem sido muito sincera comigo até agora. É uma qualidade que admiro profundamente. Vou pedir-lhe que responda uma pergunta, se não for um incômodo.
Ela aquiesceu com a cabeça, embora hesitasse.
— Você diz que está aqui por engano. Isso me faz supor que não quer ficar. Há alguma possibilidade de nutrir qualquer tipo de... sentimento amoroso por mim?
A sensação foi de que ela brincou com as ondas em seu vestido por horas antes de responder. Aguentei aquilo convencido de que ela não queria parecer afoita demais.
— Vossa Majestade é muito gentil —
Sim. — e atraente... — Sim! — e atencioso — SIM!
Eu sorria feito um idiota, isso era certo, de tão feliz que estava por saber que ela havia visto algo positivo em mim depois da noite passada.
Ela continuou em um tom de voz mais baixo:
— Mas tenho motivos muito pertinentes para achar que não.
Pela primeira vez, agradeci meu pai por ter me treinado a não perder a compostura. Soei bastante razoável ao perguntar:
— Poderia explicá-los?
Ela hesitou novamente.
— Acho... acho que meu coração está em outro lugar.
E as lágrimas despontaram em seus olhos.

Por favor, não chore! — implorei em voz baixa. — Nunca sei o que fazer quando as mulheres choram!
Ela riu da minha falta de jeito e limpou o canto dos olhos. Fiquei feliz em vê-la assim, aliviada e autêntica. É claro que havia alguém à sua espera. Uma garota tão real fatalmente seria logo arrebatada por um jovem esperto. Eu não conseguia imaginar como ela tinha vindo parar no palácio, mas tampouco aquilo era problema meu.
Tudo o que sabia era que, mesmo se ela não fosse se tornar minha, gostaria de deixá-la com um sorriso no rosto.
— Você quer que eu lhe deixe voltar para seu amado hoje? — propus.
Ela abriu um sorriso amarelo.
— Esse é o problema... Não quero ir para casa.
— Mesmo?
Recostei-me na poltrona e passei a mão no cabelo enquanto ela ria mais uma vez de mim.
Se America não queria estar comigo nem com o outro, então o que queria?
— Posso ser totalmente sincera com você?
Por favor. Fiz que sim.
— Preciso ficar aqui. Minha família precisa de mim aqui. Mesmo que me deixasse ficar apenas uma semana, já seria uma dádiva para eles.
Então ela não lutava pela coroa, mas eu ainda possuía algo que lhe interessava.
— Você quer dizer que precisa do dinheiro?
— Sim.
Pelo menos ela teve a decência de se envergonhar.
— Também há... certas pessoas na minha província — prosseguiu com um olhar cheio de significado — que eu não aguentaria ver no momento
“eu ainda possuía algo que lhe interessava.
— Você quer dizer que precisa do dinheiro?
— Sim.
Pelo menos ela teve a decência de se envergonhar.
— Também há... certas pessoas na minha província — prosseguiu com um olhar cheio de significado — que eu não aguentaria ver no momento

“Precisei de um segundo para me dar conta do sentido daquilo tudo. Os dois não estavam mais juntos. Ela ainda gostava dele, mas ele não lhe pertencia mais. Assenti com a cabeça diante da situação. Se eu pudesse escapar das pressões do meu mundo por uma semana, certamente faria o mesmo.
— Se me permitir ficar, mesmo que por pouco tempo, podemos fazer um trato.
Eis uma coisa interessante!
— Um trato?
O que diabos ela poderia me dar em troca?
Ela mordeu os lábios.
— Se me deixar ficar... — ela fez uma pausa e respirou. — Tudo bem, veja só. Você é o príncipe. Fica ocupado o dia inteiro ajudando a administrar o país e tal, e agora tem que encontrar tempo para escolher uma entre trinta e cinco, ou melhor, trinta e quatro garotas. É pedir muito, não acha?
Embora soasse como uma piada, ela acertou em cheio as minhas preocupações, com uma precisão absoluta. Concordei com suas palavras.
— Não acha que seria muito melhor se tivesse alguém aqui dentro? Alguém para ajudar? Tipo... uma amiga?
— Uma amiga?
— Sim. Se me deixar ficar, posso ajudar. Serei sua amiga. Não precisa se incomodar em correr atrás de mim. Já sabe que não sinto nada por você. Mas pode falar comigo a qualquer momento e tentarei ajudar. Ontem à noite você disse que estava em busca de uma confidente. Bem, posso ser essa pessoa enquanto não encontrar a definitiva. Se quiser...
“Se eu quiser... Eu não parecia ter muita opção, mas ao menos poderia ajudar aquela garota. E talvez desfrutar um pouco mais de sua companhia. E, claro, meu pai ficaria pasmo se soubesse que eu usava uma das garotas para tal finalidade... o que me fez gostar muito, mas muito mais daquela proposta.
— Conheci quase todas as garotas deste salão e não penso em outra que seria uma amiga melhor que a senhorita. Será um prazer deixá-la ficar.
Notei a tensão se desfazer em seu corpo. Apesar de saber que seu carinho estava fora de meu alcance, não podia deixar de tentar.
— Você acha que eu ainda posso chamá-la de “minha querida”? — perguntei em tom de provocação.
— Sem chance — cochichou.
Não sei se ela estava falando sério ou não, mas tomei suas palavras como um desafio.
— Continuarei tentando. Não costumo desistir.
A expressão em seu rosto parecia quase irritada, mas não era bem isso.
— Você chamou todas de “minha querida”? — perguntou apontando para o resto das garotas com a cabeça.
— Sim, e todas parecem ter gostado — respondi com ar alegre e orgulhoso.
O desafio ainda estava presente em seu sorriso quando ela falou:
— É exatamente por isso que eu não gostei.
America se levantou, pondo fim à entrevista. Não pude deixar de ficar impressionado com ela mais uma vez. Nenhuma das outras quis acabar logo com a conversa. Inclinei a cabeça, gesto que ela retribuiu com uma reverência malfeita antes de seguir seu caminho.
Sorria comigo mesmo pensando em America.
Comparava-a com as outras. Ela era linda, ainda que um pouco rústica. Era uma beleza incomum, e pude reparar que ela não tinha consciência disso. Ela não parecia ter nenhum ar de realeza, embora talvez houvesse algo de nobre em seu orgulho. E, claro, ela não nutria qualquer desejo por mim. Ainda assim, não conseguia me livrar do impulso de ir atrás dela.
E foi assim que a Seleção me prestou seu primeiro favor: com America no palácio, eu teria a chance de tentar.


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Notas finais do capítulo

Essa parte da história é de O Príncipe, Kiera Cass