Acordei e senti braços fortes em mim, me assustei por um segundo e depois lembrei que o Clint havia dormido aqui. Me virei para olhar para ele, e ele parecia um anjinho dormindo. Respirava lentamente e estava com a boca entreaberta.

–Pode parar de ficar me olhando? -Falou me assustando.

–Erh...Desculpe... -Falei sem graça. - É estranho ficar tão próxima assim de você.

–Quer que eu saia? -Perguntou.

–NÃO, não. -Falei. -Ahn,Clint, o quê aconteceu... Ontem a noite? -Perguntei. Ele sorriu maliciosamente.

–Ontem nada, mas se você quiser faço acontecer agora. -Falou me fazendo corar.

–Você sabe do que eu estou falando. -Murmurei envergonhada.

–Você sempre estraga quando as coisas estão ficando boas. -Fez uma carinha triste. -Nada, Tony não conseguiu quebrar meu arco e as flechas. Ele não é tão forte sem a armadura sabe?

–Sei.. Tony não usou o Loki para nada, usou? -Perguntei.

–Não... Falou desconfiado. -Porque usaria?

–Nada...Preparado para a viagem? -Desconversei.

–Preparado.

–Sem pitis? -Ele me encarou e depois sorriu.

–Sem pitis.
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Eu, Loki, Clint e Pepper, todos prontinhos. Mas.. Faltava o Tony que estava bem atrasado. Ele apareceu descendo as escadas calmamente.

–Tony! Estamos atrasados! -Pepper repreendeu.

–O avião é meu, é dever do piloto me esperar. Se não podem me esperar do que dianta ter o próprio avião?

–O avião é seu, mas se não tiver piloto ele não decola. -Clint disse.

–Okay, okay. Chega de tacar pedras. Podemos ir logo? -Todos assentimos, menos Loki que havia pegado no sono ali.

–Loki, acorda. -Falei o balançando.

–Uhum, mais cinco minutinhos.

–Loki. -O balancei novamente e nada. -ACORDA CARA! -Aumentei o tom e ele se levantou assustado rapidamente do sofá.

–Que foi? Não se pode mais dormir nesse lugar não? -Perguntou.

–Você dorme quando for a hora de dormir, rena dorminhoca. -Falei puxando o Clint pela mão para irmos na frente.

–Rena dorminhoca?-Murmurou.

–Vamos logo, unicornio de chifres duplos. -Clint disse batendo no ombro dele.

–Unicornio de chifres duplos? -Ri.

–Isso, ''rena'' já é clichê. -Clint falou. -Empresta seu carro Tony? -Sorriu provocativo.

–Vou ficar quieto, não pega bem sair na mídia que eu matei você. -Tony ameaçou.

–Relaxa sardinha. Eu tenho o meu.

Chegamos no estacionamento e outra discussão começou: em qual carro Loki iria. Eu e Pepper não me importamos em qual ele iria. O problema era Clint e Tony.

–Ele já me jogou do alto dessa torre. -Tony falou.

–Ele já me levou pro ''lado negro da força''. -Foi a vez de Clint falar. Olhei para Loki e ele ficava olhando pros lados, todo confuso.

–Esqueçam isso, é passado. -Falei. Eles me encararam.

–Erh...Bem, quase passado..Loki está arrependido não é Loki? -Falei e ele me olhou fixamente.

–Não muito.

–Eu já imaginava. -Clint suspirou.

–Bom.. Pelo menos ele foi sincero. -Pepper disse.

–Até você Pepper? -Tony perguntou. Pepper apenas ficou quieta meio sem graça.

–O Loki vai com a gente. -Falei para o Clint.

–Por quê?

–Porque sim. Ou quer que vá só eu e ele no meu carro? -Perguntei pegando no ponto fraco. Ele pareceu pensar.

–Vamos logo. -Disse derrotado e eu sorri vitoriosa.

Após alguns minutos já estávamos no aeroporto.

–Bi..Senhorita Bianca, o que eu faço? -Loki perguntou confuso, olhando para várias pessoas que iam de um lado para o outro.

–Para um deus você é bem burrinho hein? -Falei.

–A culpa não é minha se não entendo as coisas humanas.

O bom de ter um amigo famoso com o próprio avião, é que não tem que pegar fila, essas coisas. Tony Stark abre portas. O avião era bem bonito. Por dentro, as poltronas eram vermelhas e aveludadas, tinha poucas, mas o necessário para todos nós. Em cada poltrona tinha uma tv portátil e porta copos.

Nas "paredes" do avião, tinha fotos do Tony fazendo poses, das mais simples a mais vulgares. Tinha algumas aeromoças, umas 5, e tinha uma que não parava de olhar para o meu namorado. Nós sentamos e fiz questão ficar bem agarrada no Clint, que estava com uma expressão confusa.

–O quê foi Bia? Algo errado? -Perguntou. Não falei nada, apenas continuei olhando a mulher que continuava olhando o Clint de forma provocativa. Clint olhou para ela e entendeu. -Você está com ciúmes?

Depois de algum tempinho, caiu a ficha que Clint tinha falado alguma coisa.

–O que? Não...Não.

Ele deu um sorriso torto.

–Não precisa se preocupar, ainda vou encher muito seu saco no futuro.

–Não estou com ciúmes. -Menti, estava óbvio que eu estava ciúmes, mas eu me sentia melhor não adimitindo.

–Admita logo. -Pressionou.

–Okay, eu admito. -Falei baixo.

–O quê? Não ouvi direito. -Provocou. Suspirei.

–Admito que estou com ciúmes. Ouviu agora? -Falei para que apenas ele ouvisse.

–Ouvi. Você devia falar mais vezes com essa voz sexy. -Disse.

–Se querem se agarrar vão no banheiro do avião okay? -Ouvimos a voz do Tony no banco a frente de nós.

–Tony! -Pepper falou ao seu lado.

O avião já tinha decolado e eu nem percebi. Não vi o Loki, olhei tudo e o vi no fundo do avião olhando pela janela, solitário. Senti uma pontinha do dó dele, mas se eu fosse até ele, Clint não iria gostar. Resolvi esquecer, ele ficaria bem. Me aconcheguei nos braços do Clint que começou a acariciar meus cabelos.

–Seu irmão não é do tipo super protetor e bravo né? -Perguntou.

–Mais ou menos. -Sorri. -Vou dormir um pouco, me acorde quando estivermos chegando.

–Okay. Durma bem docinho. -Beijou minha cabeça e continuou a mexer no meu cabelo.
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–Bia. -Senti alguém me chamando. -Acorda Bia! -Reconheci como o Clint. Abri os olhos lentamente, sonolenta. -Acorda vai, vamos chegar em alguns minutos.

Acordei totalmente e pouco tempo depois chegamos. Eu e o Clint nos levantamos e vimos Pepper tentando acordar o Tony que estava dormindo com o polegar na boca.

–Tony tem um sono pesado, ele não acorda de jeito nenhum. -Pepper suspirou.

Clint se aproximou e deu um soco na cara do Tony que acordou rapidamente.

–Já acordei! -Falou meio assustado.

–Vamos logo! -Os apressei. Loki já parecia estar um tempo esperando.

Antes de sairmos a maldita aeromoça esbarrou de próposito no Clint, espero não ter que reencontra-lá. Saímos e pude sentir aquele calor agradevel da Califórnia, que saudades daqui. Tinha dois carros nos esperando, um com as coisas do Tony e a Pepper e outro com as minhas, do Clint, e Loki.

–Nem a SHIELD dá esse tratamento. -Falei.

–Aqui é outro nivel querida. -Tony disse meio metido.

Eu, Clint e Loki entramos em um carro e Tony e Pepper em outro. Loki se apressou em ficar na janela, parecia uma criança.

Depois de algum tempo eu já podia avistar a mansão. E, uau! Que espetáculo. Chegamos e de perto era ainda mais bonita. Saímos do carro, olhei para o Clint que estava de boca aberta. Direcionei o olhar para Loki que estava com a mesma expressão entediada de sempre, mas eu via nos seus olhos que ele estava impressionado.

–Fiquem a vontade. -Pepper falou simpática, eu gostava dela.

Entramos e por dentro era linda também, tinha uma grande janela com vista para a praia. Devo me lembrar de levar Loki para tomar um sol e deixar de ser pálido.

–Minha humilde casa. -Tony disse sorrindo.

–Humilde? -Perguntei e ele assentiu.

–Quando quer ir ver seu irmão? -Perguntou.

–Ahn...Tony, acho melhor eu ir sozinha, minha mãe não gosta muito de visitas..

–Não sou uma visita qualquer, sou Tony Stark. -Disse como se pudesse tudo.

–Pode ser o Papa que minha mãe ainda não gosta. -Falei.

–Liga pro seu irmão, vai ver ela nem deve estar em casa. -Clint aconselhou.

Fiz o que ele disse, Jimmy quer praticamente dar uma festa ao saber que estou aqqui, conversamos e ele disse que minha mãe não estava em casa. Me despedi e disse que já estava indo visita-lo.

–Minha mãe não está em casa. Então.. Acho que podemos ir. -Sorri. Apesar que mal chegamos da viagem e já vamos sair..

–Ótimo. Vamos ver se seu irmão é legal como você. -Tony disse.

–Eu vou ficar Tony, essa coisa de presidente das empresas é bem complicada. -Pepper disse. Tony assentiu e deu um selinho nela.

–Você fica Loki. -Falei e ele arregalou os olhos. -Brincadeira, vamos. -Ri.

Fomos todos no mesmo carro, Tony dirigia, Loki foi no pasageiro e eu e Clint nos bancos de trás.

Minha antiga casa não é muito longe da casa do Tony, então chegamos rápido. Minha antiga casa era bem bonita, não se comparava com a do Tony, mas tinha seu charme. Saímos do carro e eu toquei a campainha e fui recebida por um abraço forte.

–Maninha! Que saudades! -Jimmy falou.

–Também senti saudades. -Falei, ele desfez o abraço e começou a me olhar.

–Está bonitona. -Riu. Ele olhou para Clint, Loki e Tony e os encarou. -Quem são esses? Eles tem cara de pervetidos.

Dei uma risadinha, até Clint e Tony são meio pervetidos mesmo.

–Vai nos deixar aqui fora? -Perguntei.

–Não né, entra logo. -Praticamente me puxou para dentro. -Agora me diz quem são esses caras.

–Esse é Clint Barton. -Apontei o Clint que deu um sorriso simpático. -Loki Laufeyson. -Apontei para Loki que apenas deu um aceno com a mão. -E Tony Stark. -Terminei de apresentar.

–Tony Stark? O Homem de Ferro? -Perguntou entusiasmado.

–A não ser que você conheça conheça outro Tony Stark, sim sou eu. -Tony falou.

–Legal, você deve ser o Gavião Arqueiro, sempre que a Bia me ligava falava muito de você. Vocês são namorados? -Perguntou provocando.

–Sim somos. -Clint respondeu sorrindo de lado.

–O quê!?

–Eu e o Clint estamos namorando. -Reforcei.

–Hum.. Ta.. E esse tal Luke? -Apontou pro Loki.

–É Loki. -Loki corrigiu.

–Ele é... -Pensei. -Um amigo meu.

–Como você conhece eles dois? -Apontou para Clint e Tony. -Quando você me ligava, nunca me explicava.

–É complicado.

–Eu tenho tempo.

–Outra hora eu te conto. -Tentei escapar.

–Ela é uma agente de uma das maiores fundações do mundo e uma futura integrante dos Vingadores. -Clint revelou.

–Clint!

–Que maneiro! Minha maninha vai salvar o mundo! -Jimmy disse contente.

Conversamos bastante, Jimmy me contava as loucuras que fazia, Tony ficava contando as suas piadinhas custumeiras. Jimmy descobriu que Loki era um deus, mas não sabia que era o que atacou Nova York e se divertia com as magias que ele fazia. Mas tudo o quê é bom dura pouco.. E minha mãe chegou.

–Jimmy, cheguei filho. -Ouvi sua voz fria e meio cansada de sempre.

–Oi mãe! A Bia está aqui. -Jimmy disse sorrindente.

Minha mãe, Caroline, apareceu na sala, ela tinha os cabelos loiros platinados e olhos azuis. Meu pai era moreno de olhos verdes, Jimmy é uma mistura dos dois. Eu nunca me achei parecida com nenhum dos dois, mas tenho os olhos da minha mãe.

–Ah, Bianca. O quê veio fazer aqui?

Que ótimo. Nenhum, ''Como vai filha? Está se alimentando direito? Não está aprontando né?''. Eu já esperava por isso.

–Eu vim visitar meu irmãos junto com os meus amigos, já estou de saída. -Falei e Jimmy soltou um suspiro triste.

–Quanto tempo você vai ficar aqui? -Perguntou me abraçando.

–Não sei. -Falei.

Terminei de me despedir dele. Não sei porque, mas minha mãe olhava para o Tony como se não gostasse dele, vai ver porque ele era mais rico.

–Ahn.. Tchau mãe. -Falei rapidamente saíndo.

Entrei no carro esperando os outros virem. Meu dia estava tão bom, porque eu tenho que me sentir mal só de olhar para ela? Queria que ela fosse como a mãe do Clint, legal, divertida e protetora.

–Ei Bia, você está bem? -Ouvi a voz doce do Clint, apenas o abracei. -Não fique chateada, meu pai também é assim comigo.

–O meu também, se bem que ele nem é meu pai. -Loki falou.

Tony não disse nada, apenas dirigiu de volta para a mansão.

Quando chegamos, eu simplesmente entrei em um quarto aleatório que encontrei e me joguei na cama com a cara enfiada em travesseiros.

–Bia? -Senti Clint se sentando do meu lado. -Você quer alguma coisa?

–Quero que fique comigo. -Falei com a voz abafada pelos travesseiros, mas ele entendeu pois e se deitou do meu lado.

Ele me abraçou e começou a cantar baixinho uma canção que eu não conhecia, porém me acalmou. Sua voz cantando era meio rouca, mas doce.

–Não sei o quê eu faria sem você. -Murmurei.

–Eu também não sei o quê eu faria sem você, meu docinho.

Abri meus olhos e lá estava ele, me olhando atentamente com seus lindos olhos verdes.

–Seus olhos são tão lindos. -Comentei.

–Obrigado. -Disse sorrindo, seu sorriso era o que eu mais amava nele, depois dos olhos. -Os seus também são lindos, são tão azuis quanto o céu em um belo dia ensolarado.

–Obrigada. -Sorri.

–Vejo que conseguir animar você um pouco.

–Você é o único que consegue.

–Que tal darmos uma volta pela cidade? -Clint disse.

–Pode ser. -Falei me levantando.

No corredor, vimos Loki e resolvi chamar ele para ir conosco.

–Ei Loki! -Chamei e ele me olhou.

–Que foi?

–Eu e o Clint vamos dar uma volta pela cidade. Quer vir com a gente? -Falei, Clint beliscou meu braço de leve demonstrando que não havia gostado da idéia.

–Hm... Pode ser. -Falou.

Já estava no por-do-sol, o céu estava alaranjado e bem bonito.

–E então, vamos a onde? -Clint perguntou olhando o céu.

–Vamos caminhando, vai que a gente acha uma sorveteria, alguma coisa interessante. -Falei.

Ficamos andando, e ás vezes paravamos, porque algumas pessoas reconheciam Clint e pediam autógrafos. Parece que ele está sendo bastante reconhecido ultimamente.

–O quê é aquilo se mexendo ali? -Loki perguntou apontando para um arbusto.

–Temos que ir lá para ver. -Eu disse indo até lá com os dois atrás de mim.

Me aproximei e de trás do arbusto saiu um cachorro.

–Onw! Que fofo! Será que está abandonado? -Perguntei me agachando e acariciando a cabeça do cachorro que eu acabei de conhecer. Estava com uma carinha de fome.

–Deve estar, pela sua cara ele está com fome, e ele não está com coleira ou algo assim. -Clint disse se agachando do meu lado e fazendo um carinho no cachorro. -E eu acho que é uma femêa.

Loki também se agachou.

–E isso é um...? -Perguntou.

–Um Cachor...Cadela.

–Isso eu já sabia. Para que ela serve?

–Ahn... Cuidamos dela, damos comida, água, carinho e etc.

–Interessante. -Loki disse colocando o polegar no canto de sua boca.

–Podemos ficar com ela? -Perguntei para Clint, a cadela deu um latido contente.

–É claro. Mas você que vai cuidar dela. -Clint disse.

Assenti sorrindo e a peguei no colo.

–Qual nome você vai dar a ela? Erh.. Ou o nome dela é Cadela? -Loki perguntou.

–Não sei...

–Que tal Lily? -Clint disse. Neguei.

–Muito comum. -Falei.

–Coloque Prim, já que você a encontrou no início da Primavera... -Loki disse.

–É um nome bonito, gostei. -Falei. -E você Prim, gostou? -Perguntei e ela latiu feliz em resposta. -Vamos voltar, temos que dar comida para ela, espero que Tony não se importe.

Voltamos para a mansão, quando chegamos Prim pulou do meu colo e começou a correr.

–Ai meu Deus! Alguém segura essa cachorra! -Falei correndo atrás dela.

Eu corria, mas ela era rápida, Tony apareceu e ela pulou em cima dele e começou a lamber o rosto dele.

–AI MEU DEUS! TIRA ESSE TROÇO HORRENDO DE CIMA DE MIM, SOCORRO QUEM TROUXE ISSO PRA CÁ? TIRA, TIRA, TIRA! - Tony começou gritar desesperado, corri até ele e tirei Prim de cima dele. - O QUE VOCÊS PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO? QUEM FOI QUE TROUXE ESSA COISA PRA CÁ?

–Fui eu. -Falei.

– O QUÊ? PRA QUE?

– Ela estava abandonada e com fome...Pensei que...Poderíamos cuidar dela..

Clint e Loki começaram a gargalhar.

–Isso foi... Tão gay. -Clint disse rindo.

–Parecia uma donzela indefesa em perigo. -Loki falou.

Tony os olhou com os olhos semicerrados.

–Ai meu Deus! Tira isso de mim! Socorro! -Clint falou o imitando.

–Ai que coisa horrenda! Tira, Tira, Tira!! -Loki disse rindo.

–Socorro quem trouxe essa coisa? O que vocês pensam que estão fazendo? -Fui minha vez de imita-lo, afinal, aquilo foi muito engraçado.

–Seus amigos da onça! -Tony falou ainda em choque.

–Vem não homem de lata, nós temos um cachorro. -Clint disse.

–Você acabou de deshonrar o nome que tem, um Homem de Ferro não teria medo de uma simples criatura. -Loki disse.

–Cale a boca, eu tenho meus motivos.

–Ui, eu tenho meus motivos. -Disse Clint o imitando com uma voz fina.

Gargalhei.

–Sinceramente Tony, você tem medo dessa fofura? -Disse se aproximando dele com Prim no colo.

–NÃO SE ATREVA A CHEGAR PERTO DE MIM COM ISSO!

–Nossa calma! Se fosse um pitbull eu até entenderia, mas poxa, é uma cadela tão fofa. -Falei fazendo carinho nela.

–Podemos usar a Prim a nosso favor, podemos fazer tudo o que quisermos e o Tony não pode impedir, senão a Prim pula em cima dele. -Clint disse dando um sorriso assustador.

–Erh... Eu vou no banheiro.. -Tony disse e saiu correndo em disparada.

–Ele tem tanto medo que deve ter cagado nas calças. -Clint disse enquanto ria.

–Poxa, agora deu dó. -Falei.

–Hã? Por que?

–Oras, o Tony está sendo bem legal com a gente, deixou a gente ficar no avião dele, na casa dele. E a gente em vez de retribuir, só estamos zoando ele. -Falei sincera, eu não queria perder a amizade do Tony, ele é um bom amigo.

–Tudo bem, vamos ir pedir desculpas a ele.

Fomos até o banheiro e a porta estava fechada.

Bati.

–Tony, sai dai. -Falei.

–NEM VIVO!

–Você quis dizer nem morto. -Clint disse.

–Isso, muito obrigado Google.

–Desculpa Tony, a gente não vai mais zoar você. -Falei.

–É, desculpa. -Clint disse.

–Falta você Loki..

–Erh... Foi mal.. -Disse desajeitado.

–A cachorra está aí? -Perguntou.

–Erh...Não...Sim... Ela está ali no cantinho, não vai te fazer mal. -Falei. -Pode confiar em mim.

E então finalmente ele saiu do banheiro.

Ao sair, Clint se agachou rapidamente e segurou o tornozelo do Tony para assusta-lo, com o susto Tony acabou dando um chute na cara do Clint.

–GOOOOL! -Falei.

–QUAL É SEU PROBLEMA TONY? -Clint disse se levantando.

–AI CARA, FOI MAL, ACHEI QUE ERA A CADELA. -Falou, o nariz de Clint estava sangrando.

–Erh... Clint.. -Disse passando a mão em meu nariz, Clint fez o mesmo e percebeu que seu nariz estava sangrando.

–MEU NARIZ! -Gritou e entrou dentro do banheiro.

Loki sorriu, ele estava se divertindo com tudo isso.

–A vingança é doce. -Tony sorriu. -Espero que ele perca o nariz e vire o Voldemort.

Ele deu uma olhada para Prim que estava num cantinho dormindo.

–Porque você tem medo de cachorros? -Perguntei.

–Ahn.. Quando eu era criança, um cachorro pulou em cima de mim e me detonou todo, é isso. -Falou meio envergonhado.

–Você era pequeno, agora você é o Homem de Ferro. -Disse. -Vem cá. -O puxei até Prim.

–Ahn Bia, acho melhor não...

–Pode vir, ela é mansinha. Agora, eu quero que você faça carinho nela. -Falei e ele me encarou. -Faz logo!

Ele meio trêmulo colocou a mão na cabeça dela e fez um carinho desajeitado nela. Prim acordou e começou a lamber os dedos dele em sinal de carinho. Esse é um lado dele que eu não conhecia.

–Viu? Ela não vai te fazer mal. -Falei.

–Obrigado. -Sorriu.

–Todos nós somos maiores que nossos medos. -Falei.

Ele sorriu e me puxou para um abraço.

–Afinal, eu mereço aquele abraço que você deu no Loki. -Falou e eu sorri.

–Você devia se preocupar comigo e não com ele. -Clint disse saíndo banheiro com um pano no nariz.

–Se eu mandar você pro hospital, você vai me obedecer? -Perguntei.

–Não.

–O que você quer que eu faça então?

–Que você cuide de mim.

–Não sou médica querido. -Falei. -Ta só sangrando ou quebrou?

–Não sei, só sei que está doendo, e muito.

–Meu chute nem foi tão forte assim. -Tony se defendeu.

–NEM FOI TÃO FORTE? EU TIVE SORTE DE VOCÊ NÃO ESTAR COM A ARMADURA!

–Bem feito, ninguém mandou ficar com infantilidade pra cima de mim.

–Infantilidade? Cara, você tem medo de cachorros.

–Eu tinha medo. -Tony disse. -Não tenho mais.

–Acho que devemos intervir antes que eles se matem. -Loki sussurrou para mim.

–Boa idéia. -Concordei. -Já chega. Vocês já não brigaram o suficiente? Poxa, vocês são amigos.

Eles se encararam e depois ficaram quietos.

–Eu... Eu vou ir pro hospital. -Clint disse indo em direção da escada e subindo.

–Ele realmente quebrou o nariz? -Loki perguntou.

–Eu chutei a cara e não o nariz, e se tivesse quebrado ia ter feito um ''crack''. Ele só está de draminha.

–Melhor eu ir atrás dele. -Falei subindo as escadas.

Fui até o quarto dele e entrei sem bater, ele estaca deitado na cama mexendo no celular. Seu nariz ainda escorria um pouco de sangue.

–Oi.. -Falei me aproximando. -Você ainda vai em um hospital? Posso ir com você.

–Não, eu prefiro ficar mesmo.

–Está doendo? -Que pergunta idiota, é lógico que está doendo.

–Sim. Mas estou tentando não ligar para dor.

Fui até o banheiro que tinha no quarto, peguei um pano e o molhei um pouco. Voltei e ele havia deixado o celular de lado me encarando. Me sentei do seu lado e coloquei o pano em seu nariz limpando o sangue. Terminei e acho que agora pararia de sangrar. Eu dei um beijo na ponta do seu nariz.

–Aqui dói também? -Perguntei dando um beijo na sua bochecha. Ele deixou um suspiro escapar por seus lábios. -E aqui? -Outro beijo, desta vez na ponta do seu queixo.

–Um pouco mais em cima. -Sussurrou ansioso, acho que ele se esqueceu da dor.

–Aqui então.. -Beijei o canto da sua boca.

–Bia, por favor, ande com isso. -Implorou, dei um sorrisinho antes de selarmos nossos lábios.

Coloquei as mãos em seu rosto e ele na minha cintura. Como isso é bom cara...

–Porque eu estava com dor mesmo? -Murmurou entre o beijo me fazendo rir.