Golpes Da Vida escrita por Alyssa Sullivan


Capítulo 1
Quase perfeito


Notas iniciais do capítulo

Olá! Decidi optar por um começo mais divertido e romântico.



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O vento que batia forte na copa das árvores era o mesmo que acariciava minha pele, trazendo o perfume das flores do campo e deixando o clima fresco e agradável. Era um lugar lindo, calmo e tranquilo. Esse era o nosso jardim secreto.

  Edward e eu estávamos sentados na grama, eu tentando inutilmente me concentrar nas questões de física e ele disposto a tirar minha atenção.

 –Você está me distraindo - falei num tom descontraído, enquanto seus dedos entrelaçavam-se nas mechas dos meus cabelos por trás da nuca, bagunçando-o e, ao mesmo tempo produzindo uma sensação boa.

– Eu tô atrapalhando? – perguntou em tom de malícia.

­ – Cínico! Você sabe que eu tenho prova na terça! – disse tentando dar um tom de seriedade.

– Bells mais hoje é sábado ainda, você pode estudar depois. “Por que fazer hoje o que você pode fazer depois de amanhã?” A vida é tão curta, a gente tem que aproveitar dias como esse.

 – Até onde eu sei o ditado não é assim e, minha prova é terça e, é muita coisa, eu não sei por onde começar – pensei na quantidade de matéria que tinha para estudar e em como eu e a física não éramos boas amigas – Bem que me disseram que não dá certo estudar com o namorado – Completei sorrindo.

 –Você quer que eu pare? – sussurrou baixinho ao pé do meu ouvido de modo que eu pudesse escutar sua respiração. Ele me abraçou por trás,  envolvendo-me em seus braços, enquanto suavemente seus lábios roçavam em meu rosto. Virei minha cabeça com o intuito de olhá-lo face a face e novamente repreendê-lo. Essa foi minha intenção.

Mas como eu poderia resistir aquele belo par de olhos verdes?

Ele lançou um olhar profundo e sedutor como se mais nada existisse, ou como se simplesmente estivesse apreciando o momento. Ele tinha uma habilidade incrível de me deixar desconcertada quando queria.

 Gostaria de poder ler seus pensamentos nessa hora.

Ed como sempre, muito educado e cavalheiro, com um caráter admirável conquistava o respeito e a admiração das pessoas ao seu redor. Pra mim ele era perfeito. Ok, talvez porque eu estivesse perdidamente apaixonada.  Não dizem que o amor é cego? O único defeito dele para mim era nunca ter me notado antes, mas hoje as coisas tinham mudado.

Mil pensamentos se passaram na minha mente numa fração de segundos, porém em vez de falar algo, continuei o encarando silenciosamente. Há de se convir que existem momentos na vida em que palavras não precisam ser ditas. E sem dúvidas esse era um deles.

Edward então se inclinou, projetando o corpo na minha direção. Eu não resisti. Por que resistir se era tudo que eu mais queria? Até que seus lábios encontraram com os meus suavemente e, naquele momento mágico, senti como se estivesse flutuando. Contemplei cada segundo me perguntando se era real. É tão fascinante esperar por algo e aquilo de fato acontecer. Só faltavam mais dois sonhos se realizarem na minha vida, mas isso fica pra depois. Nesse momento eu estava no céu, deliciando-me com o êxtase de beijar o rapaz por quem eu sempre fora apaixonada e agora sabia que ele sentia o mesmo por mim.

 –Isso é tão surreal! –disse afastando-me alguns centímetros.

–Isso o quê?

–Isso tudo! Eu, você... Nós dois, aqui nesse jardim. É tão perfeito!

 –É um costume indígena, não é Isabella?

– Quê?

 –Não é Isabella?!

De repente o jardim sumira levando consigo a imagem daquele dia perfeito que nunca existiu e trazendo-a de volta para o seu mundinho pacato e corriqueiro.

No susto, Bella levanta a cabeça subitamente. Todos os alunos olham rindo da forma como ela estava: com a cara amassada, cabelos desgrenhados, olhos vermelhos e com aparência de quem tinha acabado de aterrissar de outro planeta.

 –Estava dormindo senhorita Swan? – interroga o professor num tom ríspido.

–Eu não estava dormindo não –  Retrucou a menina com a voz embriagada esforçando-se para manter alguma compostura.

 – Não. Ela estava só descansando a vista – disse alguém no fundo.

Uma onda de gargalhadas entoa pela sala.

 – Silêncio! Se não estava dormindo, a senhorita pode me responder à pergunta que lhe fiz?! - ordenou o mestre fazendo uma pausa.

“Que pergunta?” pensou Bella atordoada.

–Eu vou repetir. Acha justa a colonização dos europeus na América em relação aos índios? – num tom de tédio.

Bella, ainda estava em estado de sonolência, lutando para continuar desperta, embora seu corpo não quisesse obedecer.

Ficar até altas horas acordada também não ajudava. Ela detestava ficar no centro das atenções, mas letargia a estava consumindo.  Então, sucumbindo ao cansaço, encostou o cotovelo na mesa apoiando a cabeça. Suas pálpebras já estavam quase se fechando e...

 –Senhorita Swan?!

 –SIM! – respondeu no susto.

 –A senhorita acha justo o tratamento que os europeus deram aos índios? – ele se aproxima alguns passos em direção a ela num tom falso de surpresa.

 – Ah. Quero dizer... Não! Com certeza não – tentou consertar.

  –Claro que não professor! – intrometeu-se Vládia, uma aluna bajuladora – os índios tiveram um etnocídio. Milhões foram dizimados...

 – Blá, blá, blá... – resmungou Bella para si mais alto do que imaginava.

 – A senhorita Swan tem mais alguma coisa a acrescentar? Acha que...

Para o alívio da menina o sinal do intervalo toca e em apenas alguns segundos cria uma avalanche de alunos rumo à porta de saída.

 – Salva pelo gongo! – ironizou Alice, que sentava atrás, dando uma tapinha no ombro de Bella.

 –Vamos deixar essa discussão para a próxima aula. E não se esqueçam de seus livros. Estudem o capítulo 8.

Assim que Bella e Alice saíram da sala, Roseli foi ao encontro delas. As três pararam em frente a seus armários que ficavam ao lado do outro.

 – Bell você tem que ser mais cuidadosa. Já é a terceira vez só essa semana. Aquele professor está de marcação com você e o pior é que ele tem motivos – aconselha Alice – Agora me diga com o que você estava sonhando? –perguntou curiosa já mudando o tom.

 –Bella estava dormindo na aula? Aposto que tava sonhando com o Cullen. Vive com a cabeça nele – interveio Roseli.

 –É, bem, eu tava... Pois é... Não exatamente...

 – Falando do diabinho... Olha ele ali – interrompeu Roseli.

As garotas olharam para Edward Cullen, que estava em frente ao seu armário tirando alguns livros, acompanhado de mais dois garotos. De repente uma loira alta, de cabelos abaixo dos ombros, muito bonita, vestida com um uniforme de líder de torcida chega e dá um selinho no rapaz e vira o rosto olhando na direção das meninas. Era Tanya, a garota mais popular da escola. Alice, Roseli e Bella param de olhar ao mesmo tempo.

 “Como ela consegue ser tão perfeita” pensou Bella consigo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não deixem de comentar. Estou aberta a dicas e sugestões. O próximo capítulo vou postar em breve. Ah obrigada por ler.