Olá, diário! Como andam as coisas no mundo dos papéis? Chatas, creio eu. Meu dia foi incrível. Alice me deixou de lado, novamente, mas quando me reuni com meu grupo da feira de ciências, descobri alguns amigos em potencial. A outra garota do grupo, Claúdia, é muito divertida e engraçada, logo decidi sentar perto dela e dos outros integrantes. Me senti, enfim, confortável.

Propus minha ideia a Henrique - que era de fingir que estávamos um interessado no outro - e ele topou de cara! Passamos o recreio juntos, dávamos as mãos e passeávamos por todo o lado. Tinha me esquecido do olhos-verdes, até que trombamos nele, que nos olhou com uma cara feia e saiu. Provavelmente pensou que deveria ser proibido pirralhos no corredor, já que ele parecia se achar muito superior e mais velho.

Quando voltamos do recreio, eu tive um lapso de genialidade com respeito ao tema da feira: doenças mentais. Por que não? É um assunto que domino e acho divertido. Como ninguém do grupo ligava pro que íamos falar, fui propor à diretora, que aceitou de nariz torcido. Dane-se ela, minha cabeça fervilha com as milhares de ideias que estou tendo.

Assistimos a um filme hoje, na aula de Literatura, A Cartomante. Tinha umas cenas fortes de sexo que causavam reações nada agradáveis nos garotos, que faziam piadas uns com os outros, do tipo: "Fulano, levanta aí!". Eu e Henrique assistimos ao filme de mãos dadas, minha cabeça encostada na dele. Não sei descrever, mas estava gostando da sensação e da situação. Os olhares eram voltados para nós e, vira e mexe, eu ouvia alguns burburinhos a respeito. Sei que Henrique também ouvia, pois ele sorria constantemente.

Quando a aula acabou, eu fui embora com a falante Cláudia, que logo me contou sua vida, seu interesse amoroso na sala... E me perguntou sobre Henrique. Eu disse que estávamos nos conhecendo. Ela disse que formávamos um bonito casal, mas eu nem tinha parado para pensar nisso - e nem queria. Na verdade, passo longe de qualquer coisa que pareça um relacionamento. Cláudia disse que deveríamos nos reunir para discutir sobre o tema e decidir quem falaria o quê. Concordei, afinal, não queria o trabalho todo nas minhas mãos.

Quando cheguei em casa, fui pesquisar no computador algumas doenças mentais interessantes para que cada um falasse sobre uma. De antemão, escolhi que falaria sobre psicopatia. Me fascinam os psicopatas! Me perdi lendo sobre a história de um deles e mal vi a noite chegar. Minha mãe me chamou para dormir e cá estou, escrevendo.

Alice me ligou mais cedo, parece que ela quer retomar a amizade. Conversamos por horas a fio, como tínhamos o costume de fazer, e foi realmente divertido! Ela disse que me ajudaria em Química e que eu deveria passar os recreios com ela, pois um garoto da sala, o Daniel, ficava a perseguindo e dando em cima dela de um jeito muito estranho - doentio, eu diria. Topei de cara, mas Henrique teria que ser inserido nesse contexto. Tudo bem, amanhã eu falo isso com ela.

Bom, diário, vou aproveitar que o sono se aproxima e vou dormir. Espero sonhar com algum cantor bonito. Pode ser o Axl Rose. Boa noite, diário. Até amanhã.