De Príncipe Á Prisioneiro escrita por Bengie Narnians


Capítulo 8
Eu Sou Caspian, Príncipe de Nárnia


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas to aqui... Espero que gostem no novo capítulo! Beijos



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Elídian despertou algumas horas, mais tarde deitada sobre seu leito em seus aposentos, e ao abrir os olhos se deparou com o doutor Cornelius sentado ao seu lado tocando sua testa. Meio confusa como quem desperta de um sonho a garota perguntou ao senhor ao seu lado:

– O que aconteceu Cornelius? –dizia em tom baixo.

– Você desmaiou por algumas horas princesa. Se sente bem? –respondeu o bom homem.

– Sim... –ela se sentou sobre a cama olhando ao redor vendo um soldado de pé na porta. – Onde estão todos?

– Celebrando o nascimento da criança princesa...

– Um menino não é?

– Sim.

Elídian olhou novamente para o guarda e depois se aproximou do doutor e disse em tom ainda mais baixo:

– E Caspian?

– Conseguiu atravessar os portões do palácio princesa. –respondeu o velho com um sorriso na face. – Há essa altura já deve estar bem longe.

– Graças a Deus! –ela respirou aliviada.

– Cornelius? –ouviu-se a voz de Lord Sopespian.

– Sim Lord Sopespian? –disse o velho gentil ao se levantar da beirada da cama da princesa.

– Vossa majestade o rei deseja vê-lo. Agora... –disse em tom autoritário.

– Já vou...

O doutor encarou a face da princesa ainda em sua cama enquanto esta lhe lançava um olhar de cumplicidade e de temor, como se soubesse do teor da futura conversa do rei Miraz com o tutor do príncipe. Assim o bom homem se retirou do cômodo da princesa deixando-a. Sopespian lançou um olhar desconfiado sobre a garota e depois seguiu as costas do velho doutor. Elídian se levantou e deu uma ordem ao soldado.

– Pode me deixar sozinha agora, eu desejo me trocar. –disse ela.

– Sim princesa. –este girou sobre seus calcanhares e se retirou após bater sua continência.

Assim que a porta se fechou, Elídian se escorou contra a mesma e respirou fundo levando a mão ao peito:

– Espero que esteja bem Caspian... –ela disse.

Enquanto isso em outros territórios de Nárnia fora dos limites do palácio o príncipe se encontrava descordado em uma cama pequena o suficiente para deixar metade de suas pernas penduradas para fora da mesma. Acordou com a cabeça envolta em um pano branco que logo retirou de sobre sua testa e se dirigiu ao segundo cômodo onde ouvia vozes distintas falando sobre si. Sua primeira reação foi tentar escapar dos desconhecidos, mas foi surpreendido pelos mesmos sendo que um deles o tratou com extrema gentileza, enquanto o segundo foi bastante rude com o príncipe. Este por sua vez ficou bem no meio da discussão entre os outros dois que debatiam sobre manter o príncipe vivo e segurou, ou matá-lo por ser um traidor.

– Eu não sou nenhum traidor. –disse o rapaz com um olhar curioso e assustado diante de um anão e de um texugo falante.

– É um telmarino suponho. –disse o anão.

– Sim, mas isso...

– Isso não significa que ele seja um traidor Nikabrik. –disse o texugo em tom calmo. – Está com fome? –seguiu ao se aproximar com uma tigela em mãos.

– Não, obrigado. –respondeu o rapaz com os olhos arregalados.

– Deveríamos matá-lo assim como faria caso encontrasse com um de nós. –disse Nikabrik empunhando uma espada em direção ao príncipe.

– Olhe pra ele Nikabrik, está tão assustado quanto nós...

– Eu não estou assustado. –resmungou o anão.

– Eu também não. –disse Caspian segurando sua espada, sentado sobre os degraus da cabana minúscula.

– Nunca nos viu antes não é rapaz? –disse o texugo.

– Quem são vocês afinal?

– Somos narnianos... –seguiu Nikabrik. – Ou o que restou deles.

– Narnianos? Mas... Pensei que estivessem extintos... –concluiu o príncipe.

– Graças a vocês malditos telmarinos quase fomos... –continuou o anão invocado.

– Pare com suas grosserias Nikabrik, e abaixe sua espada. Deixe o pobre rapaz descansar.

– Por que me trouxeram pra cá? E que lugar é este? –disse Caspian olhando o pequeno texugo.

– Está em minha casa. –respondeu o texugo. – E meu nome é Fiel. –este recebeu um resmungo do anão.

– Fiel?

– Recebi este nome de um rei antigo.

– Humanos... –mais um resmungo do anão.

– Venha, eu fiz sopa! –disse o texugo se aproximando da pequena mesa com a tigela. – Precisa se alimentar!

– Não o alimente. Deseja que ele fique forte o suficiente para poder nos matar? –seguiu Nikabrik.

– Eu não planejo matar ninguém. –resmungou Caspian.

– Claro que não. –disse o texugo calmamente. – Pare com essa bobagem Nikabrik, está querendo que eu sente em cima da sua cabeça outra vez?

– Eu sugiro que o matemos, e não o alimentemos.

– Eu sugiro que abaixe essa espada.

– Ele é uma ameaça. Se ele não nos matar, logo alguém virá atrás dele e será nosso fim.

– Deixe o pobre rapaz em paz Nikabrik não me tire do sério. Não vamos matá-lo.

– Não vamos alimentá-lo como um lindo gatinho.

– Ele ser um telmarino não significa que seja mal.

– Ah significa exatamente isso. Quantos telmarinos nós conhecemos que são bonzinhos?

– Não insista nisso Nikabrik. Ele vive...

– Ele morre.

– Vive.

– Morre.

– Olha se eu puder votar eu voto com ele. –disse Caspian apontando para o texugo.

– Ele não vai matá-lo. –disse o texugo arrancando a espada das mãos do anão. – Não comigo aqui. Agora se sente a mesa e coma antes que a sopa esfrie. –disse já sem paciência passando pelo príncipe.


...


Na manhã seguinte de volta ao palácio o rei estendia seu novo herdeiro da sacada principal do reino mostrando a todos aquele que seria o futuro rei de Nárnia sendo o seu sucessor. Da porta do cômodo Elídian assistia a tudo enojada. Não sabia se sentia raiva ou pena daquela criança embora soubesse que aquela não tinha culpa dos planos diabólicos do pai. A princesa foi chamada discretamente pela mãe para se unir a família, mas Elídian franziu a testa unindo as sobrancelhas e se retirou. A garota regressou ao segundo andar de onde ainda podia ouvir os gritos de salve ao filho do rei. A princesa invadiu os aposentos do primo e se trancou lá dentro logo se lançando sobre a cama do mesmo e agarrando os travesseiros que ainda guardavam o mesmo cheiro de menta misturado com canela que provia dos sabonetes de banho do rapaz.

– Como eu ficarei aqui sem você Caspian? –dizia ela com os olhos marejados. – Já sinto sua falta. –ela afundou o rosto no travesseiro.

Em seu coração ela sabia que o rapaz sequer deveria ter boas lembranças dela para levar consigo, e isso a deixava ainda pior do que já estava se sentindo. Elídian desejava tanto não ter feito as coisas terríveis que fez ao primo, desejou muito que este não a odiasse pra sempre, pois ela o amava demais para suportar seu desprezo eterno. A garota fechou seus olhos enquanto deixava que suas lembranças mais recentes fluíssem a sua mente.


[...]



– Se colocar uma perna de cada lado pode aprender mais rápido. –dizia Caspian montado em um dos cavalos enquanto assistia a princesa tentando montar um dos seus favoritos.

– Apenas homens montam dos dois lados Caspian. –ela retrucava enquanto o cavalo girava toda vez que ela tentava subir. – O que tem de errado com este animal? –ela esbravejou.

– Precisa de calma ou o cavalo não a deixará montar princesa. –dizia o instrutor.

– Estou calma! –disse aos berros. – Quem não está calma aqui?

– Vamos levar a tarde inteira. –Caspian revirou os olhos.

– Você deveria estar me ajudando e não resmungando. Por que não desce desse cavalo e vem me ajudar?

– Shepard está fazendo isso. –respondeu o jovem. – Eu não sou seu instrutor.

– Por favor, princesa coloque um pé depois o outro. –seguiu Shepard.

– Esse animal me odeia. –disse ela vendo o cavalo se afastar de novo.

– Ele deve estar com mais medo de você do que você dele. –riu Caspian.

– Eu não estou com medo, só não encontro jeito de subir. –ela se enfezou e tentou subir bruscamente sobre o lombo do cavalo que relinchou e ergue as patas frontais fazendo com que a mesma caísse sentada na grama.

– Princesa! –se apavorou o instrutor. – Está bem?

– Ah! –ela gritou batendo os braços. – Eu não quero mais fazer isso, não sei por que uma princesa deve aprender a montar. Isso é coisa para homens.

– Foi você que se ofereceu pra aprender. Majestade! –riu Caspian fazendo uma falsa reverencia.

– Cala a boca. –disse ela apanhando um chicote das mãos do instrutor e batendo nas pernas do príncipe.

– Ai! –ele reclamou. – Você é louca garota?

– Isso é pra você nunca mais rir de mim seu estúpido... –ela disse jogando o chicote na grama e saindo a passos pesados.


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