De Príncipe Á Prisioneiro escrita por Bengie Narnians


Capítulo 6
De Principe â Prisioneiro


Notas iniciais do capítulo

Olá,mais um capítulo escrito e postado (ah vá) Espero que gostem, eu gostaria de ter mais leitoras, não acredito que a fic esteja ruim, então. Espero que logo apareçam mais comentários =(



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/387426/chapter/6

Arrependida do que fez, Elídian tentou convencer o pai a libertar o príncipe Caspian de sua atual prisão, mas, Miraz não desejava ver o sobrinho livre e tão pouco se preparando para tomar seu lugar ao trono. Só restou a jovem princesa prestar suas sinceras desculpas ao primo e pedir que o mesmo lhe perdoasse por seu ato desesperado e fraco. Ela desceu as escadas sem que seu pai ou os soldados a vissem assim que estes se retiraram das masmorras para cumprir seu horário de almoço. A princesa levava em suas mãos um pequeno cesto com duas maças bem frescas recém-colhidas do pomar do palácio no intuito de entregá-las o príncipe aprisionado. Ao se aproximar da cela a jovem chamou atenção de Caspian que estava sentado de cócoras no canto da sua prisão.

- Você está bem? –disse ela.

 - O que veio fazer aqui? –perguntou olhando-a de atravessado. – Veio saborear sua vitória? Finalmente estou onde queria que eu estivesse não é? –disse em tom rude e resentido.

- Não. Eu não pensei que meu pai chegaria a esse ponto Caspian, esta nunca foi minha intenção. –defendeu-se.

- Pois então devo dar-te os parabéns. –disse em tom de sarcasmo. – Pois seu plano saiu melhor do que esperado...

 - Acha que eu queria isso? Ve-lo atrás dessas grades como um criminoso?

- Não? –ele se irritou e levantou-se andando ate as barras de ferro. – Então o que queria Elídian? Diga...

- Você ainda não sabe não é? Nunca entendeu...

- O que? Que voce me odeia? –dizia alterado. – Disso eu sempre soube, mas não entendo o porquê... Que mal eu fiz a você para me odiar tanto a esse ponto Elídian?

- Não diga isso Caspian... –disse sentindo seus olhos arderem. – Eu não odeio você... Pare e pense... Tente entender...

- Como eu pude ser tão ingênuo em acreditar que você poderia mudar? Como eu fui tolo e estúpido... –disse se afastando das grades e andando com as mãos nos cabelos.

- Não havia o que ser mudado, eu sempre fui à mesma, foi você quem mudou...

 - Espero que esteja feliz agora... –disse se virando e encarando-a com rancor. – Finalmente me tem onde quer... Rebaixado de príncipe a um prisioneiro...

- Você não está ouvindo o que está dizendo. Se soubesse o que sinto ao vê-lo deste lado das grades não diria estas palavras tão cruéis...

- Me poupe da sua falsidade Elídian. Nunca mais voltarei a acreditar em uma só palavra mentirosa que saia da sua boca...

- Deve estar com fome... –disse ela tentando ignorar tais palavras. – Eu fui até o pomar e apanhei as melhores maçãs. Veja, estão frescas e bem vermelhas! –ela sorriu mostrando o cesto.

- Não quero nada que venha de você... Dispenso a sua "gentileza"...

- Pegue as maçãs Caspian, sei que meu pai não está lhe dando o que comer... –ela implorou.

- Me deixe em paz Elídian... Vá embora.

 - Caspian...

- Vá embora... –disse aos berros. – Saia daqui... Suma... –ele se aproximou bruscamente das grades fazendo com que ela recuasse assustada. – Eu não quero que volte aqui... Desapareça da minha frente e não volte mais... Não quero voltar a olhar esses seus olhos sínicos e nem ouvir sua voz dissimulada outra vez... SAIA...

 Com o coração em pedaços e os olhos lacrimejantes a jovem correu para fora das masmorras deixando o pequeno sexto cair diante das grades. Ela trombou com o tutor do primo assim que subiu as escadas e o mesmo a segurou pelos ombros dizendo gentilmente:

- Por que está chorando princesa? Está tremendo...

 - Ele me odeia Cornelius...

 - Quem princesa? Refere-se ao príncipe?

 - Eu fiz tudo errado... Eu sou horrível, uma pessoa horrível e desprezível...

 Dito isso ela se afastou e correu rumo ao corredor de onde partiu rumo a escadaria principal e subiu ao andar de seus aposentos onde pretendia passar o resto do dia trancada com sua tristeza. Cornelius regressou as masmorras e ao se aproximar encontrou o cesto e as maçãs jogadas no chão e o príncipe sentado no canto da cela com ambas as mãos na cabeça que estava curvada diante dos joelhos.

 - Sente bem meu príncipe?

 - Por que ela fez isso Cornelius? –disse o rapaz com os olhos cheios de lagrimas. – Por que me odeia tanto?

- A princesa lhe trouxe gentilmente um par de maçãs frescas meu príncipe. –disse apanhando as mesmas. – Isso não me parece uma ação rancorosa...

- Vindo de quem veio é bem possível que estejam envenenadas Cornelius. Jogue-as fora, pois eu não desejo sequer um único pedaço destes frutos...

- Meu príncipe... Deve comer ou ficará debilitado. O rei não está permitindo que eu lhe faça visitas... Não está em condições de recusar comida...

- Não quero nada que venha de Elídian Cornelius. Nem água.

- Então ao menos aceite o que lhe trouxe... –disse retirando um cesto em forma de prato debaixo da capa longa que vestia. – Pedi que uma das criadas preparasse seu bolo favorito...

 - Obrigado Cornelius! –sorriu o rapaz aproximando-se das barras e apanhando o belo bolo ainda quente.

- Eu não devo me demorar. Se o rei insistir em negar-lhe comida eu devo regressar na madrugada depois que todos forem dormir e trazer-lhe algo para alimentá-lo meu príncipe...

- Como o rei pode estar sendo tão cruel comigo Cornelius? –disse mastigando o saboroso bolo. – O que eu fiz de tão ruim a esta família para ser tão odiado?

- De tempo ao tempo jovem príncipe. Tudo será esclarecido em breve. –disse segurando as grades.

- Elídian não podia ter feito isso comigo Cornelius... Como ela pode? –disse novamente com um olhar triste.

- Perdão meu príncipe, mas vem alguém... Devo deixá-lo. Não deixe que vejam os farelos do bolo... Eu volto a vê-lo à noite...

- Por favor, Cornelius não me deixe aqui sozinho por muito tempo...

- Não vou meu príncipe...

 ...

 Durante a noite após todos se recolherem aos seus aposentos, os soldados que zelavam pelo prisioneiro mantinham-se em seus postos lutando contra o sono. Enquanto isso o príncipe deitado no chão frio e pouco confortável coberto apenas por palha seca assim como eram os estribos dos cavalos, tentava buscar um modo de dormir, mas apenas girava de um lado a outro procurando unir as palhas espalhadas e formando uma cama improvisada que lhe deixasse menos desconfortável. Quando finalmente encontrou uma posição a qual se sentisse mais a vontade, com a barriga voltada para cima e com a nuca sobre os braços, Caspian fechou os olhos e imagens do seu passado vieram a sua mente...

 [...]

 Os primos brincavam de se esconder um do outro naquela bela tarde nos arredores do palácio. A menina Elídian com seus onze anos, era a mais empolgada com a brincadeira proposta por ela mesma ao menino Caspian de catorze. Enquanto o príncipe escorado a uma arvore contava até cem, a menina corria para buscar um bom lugar para se esconder. Ao final da contagem lá se foi o menino já um pouco mais alto do que a moçinha por estar entrando na fase da puberdade. Caspian circulou e circulou por todo o pomar ate que finalmente encontrou a prima que ao notar ter sido descoberta tentou correr na direção da "raia", mas foi impedida pelo garoto que corria mais rápido. Ambos acabaram por cair na grama, sendo que Caspian envolvia a pequena cintura sem curvas da menina e caia sobre a mesma.

- Não vale! Você sempre ganha... –reclamou ela. – Isso não é justo.

- Não é verdade, eu sempre deixo você ganhar! –dizia rindo com os olhos apertadinhos.

- Não deixou dessa vez.

 - Da próxima eu deixo combinado?

 - Combinado... –sorriu.

 Alguns segundos se passaram e nada dos dois se levantarem de onde estavam. Então curiosa a menina perguntou:

 - Por que esta me olhando com essa cara de bobo?

- É que você é uma menina Elly!

- Jura? Esta é sem duvida uma descoberta incrível príncipe Caspian! –disse a menina provocando riso em ambos.

- Não seja boba... Eu quero dizer que é a única menina que eu conheço.

- E daí? Voce é o único menino que eu conheço.

 - Sim. Por isso mesmo.

 - Por isso mesmo o que?

- Bom... Você nunca beijou ninguém não é?

- Não. Claro que não... Só os adultos fazem isso. E é nojento...

 - Quem disse?

- Oras! Você não acha?

 - Talvez...

 - Então?

- Mas não tem curiosidade de saber como e?

- Não... -disse franzindo a testa. - Você tem?

 - Um pouco... Talvez...

- Hum... Mas eu sou a única garota que você conhece e eu não quero te beijar...

- Por que não?

- É nojento...

- E se não for?

 - Humm... –disse pensando.

- Você é menina, e eu sou menino... Pense bem, talvez nunca ninguém queira beijar você...

 - Ou você... –ela franziu a testa.

- Bem, eu sou menino. Mas pra uma menina isso é triste.

- Eu não me importo. Beijos são nojentos...

- Eu quero ver como é...

- Não vou deixar me beijar Caspian...

- É só um beijo rápido. Prometo que nem vai sentir.

 - E se papai descobrir?

- Não vai. Feche os olhos.

 - Por quê?

- Porque é assim que os adultos fazem.

- Não vou fechar os olhos.

 - Que seja então fique com eles abertos como uma coruja...

 - Vai mesmo me beijar?

- Sim. Se você prometer que não vai chorar.

 - Por que eu iria?

- Por que é uma manteiga derretida.

- Você é um chato Caspian...

 Antes que a menina terminasse a frase seguida de um xingamento o príncipe prensou seus pequenos lábios contra os da menina sem os mover apenas um beijo seco e imóvel de criança. Depois afastou os lábios e disse:

- Então?

- É isso? –disse ela.

 - Como foi?

 - Horrível.

- Também achei!

 Os dois riram e então se levantaram voltando a brincar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!