Heroes High School escrita por Sparky


Capítulo 5
Capítulo 4 - Inferno


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Taí mais um capítulo!!



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Os últimos cinco dias de liberdade foram soprados para longe de nossos protagonistas como a chama de uma vela; dias perdidos que, se não foram aproveitados, serão esquecidos pelo resto da eternidade. Momentos que jamais serão recuperados. Sem segunda chance.

O que nos leva a um histórico primeiro dia de aula.

Nathan tinha um carro. Talvez ele fosse o único adolescente que tivesse um na região. No ano anterior, ele levara Peter e Sylar para a escola durante os 200 dias letivos. Esse ano, além dos dois, ele estaria levando Elle (porque Peter pedira com muito amor e carinho) e as gêmeas insanas (que se convidaram a ir também sem sequer serem chamadas).

Foi uma obra de arte fazer todo mundo entrar no carro. Nathan ia dirigindo, claro; Peter ia no banco do carona,  porque ele era o irmão; Sylar, Elle, Rarussamy e Mey Lin iam espremidos no banco de trás. Que coisa linda.

– Ei – EI! Olha onde põe essa mão! – reclamou Rarussamy, ao se sentar ao lado de Sylar.

– Não é culpa minha se você tem uma necessidade gritante de espaço – retrucou ele, se apertando mais contra a porta do carro.

– Cuidado, tô entrando! – avisou Elle, cuidadosamente se acomodando ao lado de Rarussamy – Ai, desculpa! Pisei no seu pé.

– Jura? – ironizou a outra, segurando um grito de dor – Não seria grande coisa SE VOCÊ NÃO ESTIVESSE USANDO SALTO!

– Foi mal. Prometo que vou tomar mais cuidado.

– LÁ – VOU – EU!

E assim Mey Lin fez sua entrada triunfal, quase matando Sylar  esmagado e fazendo Elle pisar de novo no pé de Rarussamy.

AH, DEMÊNCIA ENCARNADA! Por que você fez isso? – indagou Rarussamy à irmã, massageando o pé machucado.

Ô estresse – comentou Mey Lin, se ajeitando ao lado de uma Elle muito assustada – Estou tão animada! Primeiro dia de aula!

– Você gosta de escola? – perguntou um Sylar comprimido contra a porta. Sua voz estava estranhamente abafada.

– Não da escola em si, mas de conhecer pessoas novas – ela piscou os olhos de uma maneira sonhadora e até meio engraçada.

Pessoas novas? Você não quis dizer garotos? – retrucou a irmã, sorrindo maliciosamente.

Fica na sua, Rarussamy – respondeu a outra, fechando a cara.

– Será que dava para vocês pararem de falar coisas sem nexo? – pediu Sylar, empurrando Rarussamy para o lado.

– Elas não têm nexo para você – explicou a garota, empurrando-o de volta – e não me empurra.

– Dá para todo mundo calar a boca? – mandou Nathan, lançando a eles um olhar de “olha-o-que-eu-tenho-que-aguentar” e depois voltando a se concentrar no volante – Tenho que sair agora ou senão não chegamos a tempo.

– Isso, vamos – animou-se Elle – Antes que eu desista.

Todos riram diante do comentário da garota, e ela pareceu não entender o porquê.

Depois de mais um grande esforço por parte do grupo, todos saíram do carro em segurança. Tudo bem, exceto Sylar, porque Rarussamy deu-lhe uma bela duma cacetada por ter colocado a mão em “lugares que não devia”, apesar de que foi ela quem colocou os “lugares que não devia” na mão dele sem querer. Sim, ela sentou na mão dele sem querer.

Os seis entraram juntos no prédio da escola. Nathan logo deu um jeito de se separar dos outros, afinal, era mais velho e não podia ser visto com aqueles malucos. Rarussamy e Mey Lin logo desapareceram também porque, segundo elas, tinham que preparar um discurso de chegada. O que acabou deixando Peter, Elle e Sylar nas mãos do destino.

– Temos que ir para o auditório – disse Peter, observando os enfeites de “Boas-Vindas” espalhados pela escola – o diretor sempre faz um discurso, não é Sy... Sylar?

O amigo tinha uma expressão muito estranha no rosto. Ele parecia surpreso, e também com medo. Tinha o olhar fixo num ponto distante, o qual Peter ousou olhar também.

Fodeu.

Claire caminhava sorridente em sua direção. Ele não sabia o que fazer. Por que agora, justo agora? Não liga para ele há três semanas e agora vem toda serelepe e saltitante? Ele olhou de esguelha para Elle, que parecia curiosa com a aproximação da outra, e ficou pensando: qual seria a reação dela?

– Peter! -  cumprimentou Claire, jogando-se nos braços do garoto e dando um selinho nele – Senti saudades!

– Ah, oi, Claire... – respondeu Peter, sem graça – Qu-quanto tempo, né?

Elle estava olhando para eles com uma cara tão engraçada que Sylar estava segurando o riso, porque afinal aquela não era uma situação em que se dá risada. Era um misto de indignação, surpresa, ciúme, dúvida, sono e talvez indigestão. Claire continuou agarrada em Peter como se a outra nem estivesse ali, e só certo tempo depois se tocou de que havia alguém ao lado deles, fora Sylar.

– Ei, você é nova por aqui? – ela perguntou a Elle, que ainda olhava para ela com a cara esquisita – Meu nome é Claire, muito prazer!

– Oi, sou Elle, prazer – O quê? Ele tem uma namorada?, ele ouviu dentro da cabeça dela. A agressividade em seus pensamentos contrastava com a suavidade de sua voz – Sou nova sim, faz uma semana que mudei para cá.

– Que “mára”! – exclamou Claire, puxando Elle pela mão – Venha, vou te mostrar a escola!

Elle foi arrastada para longe deles com uma cara de “que-diabos-é-mára?”. Peter parecia ter sido atingido por algo muito grande e pesado, enquanto Sylar finalmente soltou a respiração e começou a rir descontroladamente.

– Tá bom... o que acabou de acontecer? – indagou um Peter totalmente confuso. Sua namorada, a garota que ele estava afim, embora, juntas, alguma coisa a ver com pingüins de geladeira e sopa de ervilha...

– Cara, isso foi hilário – comentou Sylar, finalmente se recuperando do acesso de riso – A cara da Elle foi histórica, e pior: a Claire nem se tocou! Loira é uma coisa mesmo...

– O q... o quê? – ele ainda estava encucado com a sopa de ervilha – Como? Peraí... não... pingüins?

– Meu, você tá bem? O que pingüins têm a ver com a história?

– Eu não sei, esse é o problema...

– Melhor a gente ir para o auditório. Esquece os pingüins.

– É, mas... e as ervilhas?

Os dois tomaram seus lugares na quinta fileira do anfiteatro, e por sorte (ou por azar?) os caras mais baixinhos do primeiro ano sentaram à sua frente. O diretor já estava lá em cima. Magro, alto, grisalho; Tim Kring era o nome. Os garotos observaram enquanto o homem fazia os últimos ajustes em sua própria gravata. Peter varreu os olhos pelo aposento a procura de Elle e Claire, porém sem sucesso.

Então, quase em câmera lenta, as ditas cujas e o grupo das líderes de torcida entraram pela porta principal do auditório. Elas caminharam até seus lugares reservados na primeira fileira. Elle parecia surpresa com o poder que uma singela líder de torcida poderia ter. Todas elas tomaram seus lugares, alegres e fúteis como sempre, conversando sobre a importância das cutículas, enquanto uma Elle totalmente desfocada ficava olhando com aquela cara de “eu-não-acredito-nisso”.

Sylar começou a rir de novo, e Peter também teve que se segurar para não se juntar ao amigo. Era uma cena realmente engraçada, ele tinha que admitir. A garota estava completamente perdida ali, e Claire conversava animadamente com ela sem sequer se tocar que ela estava completamente perdida.

– Que besteira você foi fazer, hein?

Peter olhou para o lado meio surpreso e meio confuso; seus olhos encontraram uma garota de longos cabelos castanho-escuros, meio cheinha, que usava óculos e que ele nunca tinha visto na vida.

– Quem é você? – ele perguntou num tom de “ser-superior”, e ela apenas ficou encarando-o.

– Meu nome é Kristen – ela apresentou-se, sorridente – E você é Peter Petrelli. E você fez a maior burrada com aquela menina ali, Elle Bishop.

Ele abriu a boca para perguntar como ela sabia daquilo, porém ela foi mais rápida.

– Você quer saber como eu sei de tudo isso. Não perca seu tempo, eu sei MUITAS coisas.

Ele estava estático. De onde veio essa maluca?

– Não sou maluca – acrescentou ela, voltando o olhar para o palco – E eu não estou lendo sua mente.

Foi a hora de Sylar virar a cabeça para encará-la. Quando ele ouviu a expressão “ler mentes”, foi como se uma luzinha de alerta houvesse acendido em sua cabeça.

– Quem é você, mesmo? – indagou ele, encarando-a duvidoso.

– Kristen... – ela disse, virando os olhos. Ele já ia perguntar o sobrenome dela, quando ela continuou – E, antes que você pergunte... Roberts.

– O que aquelas duas estão fazendo? – interrompeu Peter, confuso.

Sylar olhou para ver de quem o amigo estava falando, apesar de já imaginar quem era, porém Kristen continuou fitando-o.

– Rarussamy e Mey Lin? – respondeu a garota, agora desviando o olhar para o chão – Elas são assim mesmo, uma hora você acostuma.

– Conhece? – perguntou ele, ainda observando a palhaçada que as gêmeas estavam fazendo. Aparentemente, Mey Lin sentara-se ao lado de Edward e Jasper, os irmãos Cullen, porém Rarussamy queria sentar-se ao lado deles também. Elas discutiam em japonês, enquanto os quatro garotos olhavam para elas sem entender nada.

– Pessoalmente, não – Kristen olhou-as também, com cara de tédio – Mas sei o suficiente sobre elas.

Agora a discussão já se elevava para um nível mais alto; logo, logo as duas iam começar a se bater ali. De repente, Rarussamy levantou a mão, não como se fosse dar um tapa, mas como se fosse arranhar Mey Lin.

GARRAS RETALHADORAS... – ela começou, mas Mey Lin correu para segurar sua mão e tapar sua boca antes que terminasse a frase.

Tá maluca? Aqui não! – ela sussurrou para a irmã, que em poucos segundos se aquietou.

Kristen deixou escapar uma risadinha, fazendo Peter e Sylar olharem para ela, surpresos.

– Você entendeu o que elas disseram? – indagou Peter, achando tudo aquilo muito esquisito.

Ela não respondeu. Apenas se levantou, ainda rindo, e distanciou-se deles, logo desaparecendo na multidão. Peter e Sylar se entreolharam, pensando a mesma coisa: de onde diabos ela veio?

– Tá bom, isso foi muito estranho – comentou Peter, ajeitando-se em sua cadeira – Como ela sabia nossos nomes?

– Ela sabia o seu – corrigiu o amigo – Afinal, você e namorado da Claire, chefe das líderes de torcida. O meu ela não sabia.

– SYLAR! – eles ouviram alguém, ou melhor, a voz de Kristen gritar – SEU NOME É GABRIEL GRAY, MAS VOCÊ GOSTA QUE TE CHAMEM DE SYLAR!

– Ô merda – sussurrou o dito cujo, dando um soco na própria perna.

Um pigarro vindo dos alto-falantes distraiu a todos no auditório. Ia começar o discurso. O diretor já estava posicionado em seu palanquinho (e ainda estava ajeitando a gravata) quando começou a falar:

– Alunos e alunas do Union Wells High – Peter já estava com sono – neste novo ano...

Menos de trinta segundos depois, os garotos já haviam adormecido. Na verdade, em dois minutos mais da metade dos estudantes já estava puxando um ronco muito louco, totalmente alheios ao que o diretor tinha para dizer. O Sr. Kring falou por cerca de quinze minutos, sendo escutado por no máximo três alunos. Então, ele finalizou seu falatório entediante com um “bom dia e bons trabalhos” e deu a palavra a assessora comunitária, dona Shelley.

– E nós gostaríamos de dar boas vindas as nossas novíssimas alunas de intercâmbio, Mey Lin e Rarussamy! – ela exclamou, e Peter observou as gêmeas se dirigirem ao palco pela lateral do auditório, provavelmente ainda discutindo sobre onde cada uma iria se sentar.

Elas subiram as escadas (Rarussamy quase capotou, mas... detalhe) e se posicionaram ao lado de dona Shelley, esperando para que ela desse a palavra a elas. A mulher afastou-se alguns centímetros para o lado e a mais velha das gêmeas adiantou-se para falar.

– E AÍ, GEN...

Ao menor toque da garota, o suporte do microfone partiu ao meio. Ela fez a força que uma pessoa comum faria para quebrar um palito de dente, porém foi suficiente para detonar uma haste de metal de uns dois centímetros de diâmetro. A cara que ela fez em seguida foi ainda mais engraçada do que a de Elle quando descobriu que Claire e Peter estavam namorando. Ela tentou encaixar novamente o suporte partido no outro pedaço, mas ele logo pendeu para o lado  e caiu no chão.

– Não fui eu – justificou Rarussamy – já estava assim.

Peter pensara várias vezes sobre as gêmeas possuírem poderes. Provavelmente, algo relacionado com superforça ou com a manipulação do clima. Mas logo ele pensava: se elas realmente tivessem alguma habilidade, ele já as teria copiado para si. Então, o que haveria de errado com essas duas?

Quando ele levantou os olhos para o palco novamente, percebeu que Mey Lin não se agüentara e já caíra no chão de tanto rir. Rarussamy ainda mantinha a expressão de inocente, enquanto o corpo docente a observava com olhares reprovadores. Ele olhou de esguelha para Sylar, que também estava reprimindo o riso, e depois para Elle, lá na frente, aparentemente surpresa com o acontecido.

Dona Shelley quebrou o silêncio (que não era tão silencioso assim, levando em conta as gargalhadas de Mey Lin) pegando o microfone e anunciando em voz alta:

– Bem vindas, garotas! Esperamos que tenham uma ótima experiência aqui no Union Wells High!

Aplausos e assobios encheram o salão, surpreendendo as duas garotas. Elas ficaram estáticas por um momento, mas logo se acostumaram com a calorosa recepção e começaram a acenar de volta. Mey Lin quase se atirou em cima da platéia, como uma estrela do rock, porém dona Shelley sutilmente impediu que ela fizesse isso (entenderemos ‘sutilmente’ como correndo e gritando “MEU DEUS NÃO” para segurar a garota antes que ela pulasse).

Peter sorriu para si mesmo. Essas garotas...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^^
Uns reviewzinhos seriam bons... *cara de cachorrinho pidão*



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