Serie Irmãs Grigori - Acaso escrita por PriscilaGuarate


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

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      Miranda arrumava as malas para viajar. A idéia de passar quase dois meses inteiros com Solano era deveras estranha. Mas o que podia fazer? Faria tudo por sua menina. Terminando o trabalho, foi até o quarto de manu que estava adormecida no berço suspenso pelo teto. A sua pequena dormia tão tranqüila.  Não poderia lhe negar um pai quando uma mãe já lhe foi tirada. Miranda faria de tudo por sua pequena estrela. Nem que para isso ela tivesse que conviver com um estranho em outro país por algum tempo.

          Ela tomou consciência de que ainda não avisara o pai, tarefa que ficaria para outra hora. Já passava de duas semanas, e ela pegaria o avião ainda hoje para Atenas, na Grécia. Com suas malas prontas, pegou a pequena manu e pediu ao empregado que pegasse as malas, a irmã Taila a levaria para o aeroporto.

- Tem certeza que vai fazer isso mana? Você nem conhece esse homem! Disse ela preocupada com Miranda. Como sempre, sua personalidade era mais séria e correta do que das outras irmãs.

- Eu sei mana, é pela manu que faço isso. Ela merece ter o pai por perto. Além disso, é só por dois meses, depois nós vemos como fica a situação. Miranda sorriu otimista, mas no fundo tinha medo. Ela sabia que estava arriscando muitas coisas...

- Bem, então vamos... Você é louca mana.

- Eu sei, mas você me ama mesmo assim não?

- Infelizmente. Taila riu.

- E o Alexander?

- Alex? Nós terminamos.

- O que? Por quê? Taila não tirava os olhos da rua, o carro já estava em movimento.

- Porque ele me traiu. Sua irmã não esboçava nenhuma expressão, mas Miranda sabia que ela estava magoada, pois namorava esse cara a mais de um ano.

- Safado! E como você ta mana?

- To bem, não se preocupe. Vou passar uma temporada na casa do papai com as meninas. Você devia ir nos visitar.

- Eu irei mana. Manu acordou quando chegou ao aeroporto, o jato particular das empresas Stevano esperava por elas.

- É ta na hora de ir. Disse Taila abraçando Miranda com carinho.

- Vou sentir sua falta Tai, não só eu... Manu também. A menininha morena ergueu os bracinhos para a tia, para que ela a segurasse.

- Também vou sentir sua falta manuzinha... Vigie sua mãe em! Terminando as despedidas, Miranda finalmente embarca no avião surpresa por encontrar Solano ali, esperando por ela.

- Você não devia estar em Atenas? Miranda perguntou confusa, mas Solano sorria para a filha que logo estendeu os braços para o pai.

- Vem cá minha menina.

- Traidora. Miranda disse rindo e Solano cai na gargalhada.

- Vai ser um vôo longo, é melhor sentarmos. Disse Solano para Miranda.

- Tudo bem. Eles se acomodaram em poltronas lado a lado. A pequena manu ficou no colo de Solano e os dois pareciam bem entretidos um com o outro. Miranda sentia os olhos pesarem e assim se deixou adormecer.



         Miranda abriu os olhos se acostumando com a escuridão do ambiente. Ela percebia um calor vindo dela... Ou melhor, de perto dela. Ao olhar para o lado, percebeu que estava deitada nos braços de Solano e a pequena manu dormia tranquilamente entre os dois. Ele a estava abraçando, e seu rosto estava escondido sob os cabelos vermelhos dela. Como fora parar lá? Ela tentou se levantar, mas ao invés disso apenas se aconchegou mais nele. O que estava acontecendo? Um sentimento nascia intruso no peito dela. O contato da pele deve lhe provocava arrepios.


            Já estavam em Atenas quando Solano acordou Miranda que corada levantou rapidamente. Ela olhou para ele e viu que ele segurava manu no colo, ainda adormecida.

-Desculpe acordá-la, mas já chegamos... Ele tinha um sorriso enigmático na face.

- Está tudo bem. Ela deu muito trabalho enquanto eu dormia? Perguntou ela, na esperança de diminuir a vergonha.

- Na verdade não, acabamos dormindo todos ao mesmo tempo, só a pequena que ainda não acordou. Disse ele acariciando os cabelos da menina adormecida.

- Nós iremos para sua casa? Miranda tentava ao máximo se focar em outro assunto e esquecer que ainda a pouco que estava nos braços dele.

- Sim. Espero que goste da casa, mandei arrumar quartos especiais, um para você e um para a manu. É claro que eu não irei ficar muito em casa, pois meu trabalho toma muito meu tempo. Espero que vocês fiquem bem.

- Você passa tanto tempo assim fora? Miranda se perguntara como ele seria um bom pai dessa forma.

- É preciso. Ele disse simplismente.

- Sei. Então é melhor irmos. Disse ela, não queria dar continuidade aquela conversa, não agora.



            Já se passaram duas semanas desde que Miranda chegara à Grécia. Solano fora atencioso no começo, mas depois viajava muito a trabalho deixando as duas sozinhas em casa. Aquilo não daria certo. Solano queria que a filha ficasse com ele, mas não tinha tempo suficiente para ela. Miranda estava indignada, principalmente depois do beijo que eles trocaram. Era tarde e ela havia acabado de por manu para dormir, Solano a esperava na sala com uma garrafa de vinho.

- Você está cansada, uma taça não seria nada mal em? Disse ele de modo charmoso. Havia acabado de chegar de Los Angeles e ver Miranda tão linda ali em sua casa lhe despertou um desejo matador. Ela estava apenas com uma camisola de ceda preta, evidenciando os seios formosos sob o tecido.

- Claro. Disse ela com sua voz aveludada. Solano estivera com sua amante, mesmo assim, todas as vezes que a via era igual. Era como se seu corpo pegasse fogo. Ele desejava aquela mulher exótica.

           Eles beberam juntos e conversaram amenidades, ela se sentia bem com ele. Ele era agradável e um tanto sexy. Solano a puxou para dançar um ritmo de tango. Corpos colados, face a face. A respiração dela acelerada. Num minuto ele colou os lábios com um beijo ardente, deixando-a sem fôlego. Solano calculava sua jogada. Ele queria se aproveitar daquele corpo tão sexy da mãe de sua filha só que um grito de manu os interrompeu. A pequena havia acordado com fome, como era de costume. Depois daquela noite, Miranda procurou evitá-lo e depois não o viu mais, no dia seguinte ele embarcara para Sicilia, onde ficaria por mais de uma semana. Fotos de Solano com uma famosa modelo italiana era a foto de uma revista local, como todo magnata bonito, sua vida era prato cheio para as revistas de fofocas assim como a chegada de Miranda Grigori, dona de uma das mais famosas marcas de roupas com um bebê misterioso. As colunas mais ousadas diziam que ela era esposa de Solano, e o acusaram de traição.

         Miranda passeava com manu em uma elegante praça chamando a atenção dos paparazzi já ultimamente, sua vida era um assunto interessante para as pessoas. Protegendo sua pequena, ela foi para a mansão de Solano, definitivamente ela não aceitaria aquilo. Fazia um mês que ela estava ali, cumprindo um trato no qual ela via que não teria sucesso. Ele dissera que seria um pai, mas não era isso que aparentava ser. Se fosse para ser assim era melhor que manu não conhecesse o pai galinha que tinha. Manu sabia que estava decepcionada com ele, mesmo sem conhecê-lo direito, concordou em lhe dar uma chance e o maldito havia roubado seu coração. Ela pensou que ele sentia o mesmo até ver a foto que partiu seu coração em mil pedaços. Mas não era isso que importava. Havia um coração mais valioso na história, o coração de sua filha. Não seria bom para manu crescer com um pai assim. Determinada a fazer algo, ela começa a fazer as malas, passava da hora de ver o pai na Itália, sentia falta da casa onde morou na adolescência. Mandou a governanta notificar Solano e pegou o avião com manu na madrugada seguinte. Não tardou para chegar na casa de seu velho pai e encontrar suas irmãs unidas.


Verona, Itália.


- Mira! Gritou Luna abraçando Miranda com força. Sua irmã caçula havia crescido e se tornado uma linda mulher. Os cabelos negros e olhos marcantes chamavam atenção deliberada de muitos homens. Luna de fato era muito bonita, e das irmãs fora quem mais puxou a mãe.

- Luna, que saudade! Onde está Laila? Perguntou Miranda ansiosa para ver a irmã loira e seus costumeiros dramas.

- Lá em cima com Taila e o papai. Nós estávamos com saudades de vocês duas. Disse a mais nova pegando manu nos braços. Desde que resolvera adotar manu, sua filha virou o chamego da casa.

- Eu também, mana. Vou ver o papai... Disse Miranda andando pelo enorme casarão a procura do pai.

- Ele está na biblioteca. Miranda correu os degraus depressa e logo se viu na enorme biblioteca do pai onde já lera muitos livros. O velho senhor estava sentado à bela mesa antiga feita de carvalho, concentrado em sua tarefa de ler um monologo de Shakespeare, seu preferido.

- Olá papai. Disse Miranda fazendo o senhor a encarar com um sorriso feliz.

- Minha filha que bom te ver. Finalmente arranjou tempo pro seu velho! Disse ele se levantando e abraçando a filha mais velha.

- Ora que isso pai. Só não vim antes, pois estava a resolver um problema com o pai da manu... O velho a conduziu a uma poltrona confortável.

- Sim, Taila me contou desta história, e como é o tal sujeito? Perguntou interessado, desde que ela completara vinte e cinco o pai tinha o hábito de cobrá-la um casamento.

- Ah pai... Ele não combina com isso. Ele não para em casa, e vive trocando de namoradas. Ele definitivamente não está apto a ser um bom pai. Eu não quero que manu viva assim. O lugar dela é comigo. Se ela for morar com ele... Eu nem sei.

- Você é a mãe dessa criança minha filha. Não importa se ela não tem seu sangue nas veias. Juiz nenhum vai entregá-la assim nas mãos dele. Disse o pai terno.

- Eu realmente gostaria que ele fosse diferente pai.

- Eu sei que sim minha querida, você já fez bastante por ele. E parece que tem algo mais ai... velho esperto, pensou Miranda com carinho. Seu pai tinha a habilidade de conhecê-la melhor do que ela mesma.

- A papai, eu me apaixonei por ele! Disse Miranda numa rara demonstração de sentimentos. Ela deixou que a angustia e as lagrimas presas se soltassem e foi consolada pelo pai. Nunca conseguia esconder nada dele, e agora seus medos e inseguranças surgiam como numa mina.

- Esse homem é um idiota. Não vê que está perdendo as coisas mais valiosas que poderia ter? Seu pai dizia, acariciando a cabeça da filha.

- Tudo bem pai, vai passar. Eu só preciso de um tempo para poder me equilibrar e assim conversar com ele sobre a manu, do jeito que está não pode ficar.


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