A Morte Lhe Cai Bem escrita por MahDants


Capítulo 14
|| Eu Faço Cosplay da Bela Adormecida... Ou Não.


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEEY, SEUS LINDOS. Duas recomendações. DUAS. DUAS DE UMA VEZ. D-U-A-S. LoveloveTHG, eu cheguei a chorar, sério. Culpa da TPM, mas eu chorei. E Estrela, eu gritei. Sério, eu tava numa festa na piscina com meus amigos e fui no banheiro por um momento. No caminho, peguei o celular e entrei no Nyah. VOCÊ RECOMENDOU MINHA FIC, PQP. Eu gritei valendo.
Muito obrigada vocês 2. Sério. UJNCUDUIFHAKS.
Eu estou nesse momento, em Natal, Rio Grande do Norte. Eu escrevi esse capítulo e o programei dia 20-12-2013; não postei porque só tinha 27 reviews. Ele está sendo postado hoje, e não faço ideia se consegui os 30, mas o próximo, eu não vou estar mais viajando e só posto com os trinta. Só fui boazinha dessa vez, hehe.
ENTÃAAAAAO, além disso, eu quero conversar com vocês. Sério, to comunicativa hoje. Acho melhor vocês lerem o capítulo e nos encontramos nas notas finais. Acho que vão gostar dessa merda xcjdbfdr.
Enjoy it.



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Com facilidade uma semana se passou. Eu percebi que a Madge, por fim, sempre teve razão. No começo, seria forçado essa história de delicadeza. Eu iria querer matá-lo mentalmente e falar palavrão a todo instante, mas com o tempo, me acostumaria com a ideia.

Assim foi. Durante a semana, o Peeta me fez visitas para estudar matemática e ele sempre ia embora antes de estudar. Até a quinta-feira, eu realmente queria matar ele e seu cabelo azul; na sexta eu fui para casa do meu pai e só voltei no domingo. Quando a segunda chegou novamente, eu estava extremamente calma.

Por outro lado, as coisas com Cato não melhoraram e ele acabou se afastando dos meninos, a coisa que eu menos queria, então no domingo eu havia conversado com o Gale e disse que me afastaria do Finnick e do Marvel, para o bem do Cato. Disse, também, que me afastaria da Madge, porque eu queria a Clove de volta, e que se ele quisesse tentar fazer com que nossa amizade desse certo fora do computador, eu estava disponível.

Na segunda-feira, então, ele sentou comigo na cantina e eu fiz de tudo para não ligar para os olhares que estavam me mandando, mas, do nada, ele pegou na minha mão e disse que me amava, o que foi estranho. E eu acabei brigando com a Madge, depois, porque ela contou isso para uma das antigas amigas, que espalhou para a escola toda.

O problema de confiar em sua melhor amiga, é que ela tem outras melhores amigas.

Eu não sabia se Madge era minha melhor amiga agora, sem a Clove, mas estávamos muito próximas e eu gostava mais dessa amizade, porque a Madge me fazia comportar mais como uma garota delicada. Eu conquistava os outros com facilidade e rapidamente fazíamos uma pequena amizade; minha mãe e eu não brigávamos há dias.

Eu estava me aproximando mais da paz.

Era terça-feira quando a minha nova rotina passou a mudar novamente. Pra começo de história, eu havia voltado a andar com Finnick e com Marvel, porque não conseguia olhar pro Gale sem me lembrar dele segurando minha mão, ou da Madge, dizendo que achou que não tinha problemas em contar aquilo para a amiga.

– Dez perguntas inteligentes – Marvel leu o título do post em seu celular, na hora do intervalo. – Estão prontos? Lembrando, a resposta tem que ser lógica.

– Pode começar – disse Finnick.

– Se os humanos evoluíram dos macacos, porque ainda existem macacos?

– Porque eles são burros demais para evoluir – disse Finnick.

– Porque eles são inteligentes demais para evoluir – disse eu.

– Explique-se, Katniss.

– Fácil. O mundo está perdido. Porque iriam querer evoluir? Eles são mais inteligentes do que pensam.

– Ponto para a Katniss! – disse Marvel. – Se o amor é cego, porque tem amor à primeira vista?

– Porque os humanos são burros – respondi e eles riram. – Amor é complicado.

– Não existe amor à primeira vista, existe paixão. As pessoas confundem – disse Finnick.

– Que filósofo - comentei.

– Sabe como é, eu estou perdidamente apaixonado por você.

– É claro que está – eu ri. – Xixi.

– O quê?

– Bateu vontade de fazer xixi – levantei da mesa. – Agora.

Eu estava quase fazendo nas calças. Como não havia percebido antes? Corri até o banheiro e me tranquei na cabine de porta cinzenta. E foi como se o peso dos céus tivesse saído de meus ombros. Eu sentia um alivio tão grande que tive que sorrir abobalhada para a porta, enquanto levantava as calças novamente.

Ao abrir a porta, dei de cara com uma pessoa que também queria usar o banheiro. Ela era baixinha, sardenta, magricela e tinha um cabelo tão negro quanto a escuridão, além de olhos verdes como o mar.

Clove.

Encaramo-nos por longos segundos. Eu pra ela e ela pra mim. Eu contava a quantidade de sardas que ela tinha no rosto e ela, provavelmente, contava minhas espinhas. Seu rosto estava suado e ela logo desviou o olhar, então senti meu estômago embrulhar.

– Com licença – ela pediu.

– Clove – minha garganta estava fechada e senti meus olhos marejarem.

Ela abaixou a cabeça e eu conhecia Clove o bastante pra saber que aquele ato significava que ela também estava chorando, mesmo que fosse teimosa o bastante para admitir. Eu soltei um soluço, sentindo uma imensa falta da minha amiga, mais do que nos últimos dias, um desejo imenso de poder abraçá-la de novo e contar meus novos segredos e fofocas, como o cabelo do Mellark azul e minhas novas amizades masculinas.

Achei que ela fosse me empurrar para fora do seu caminho, mas ela não o fez. Ela fez o inesperado. Clove pulou para me abraçar e eu despenquei no choro que estava prendendo, assim como ela. Abracei-a de volta, balbuciando:

– Me desculpa, Teka, por tudo. Por ter dado mais atenção a Madge do que a você, por ter te ignorado, por...

– Cala a boca, Everdeen, eu já desculpei.

– Sério?

– Eu não consigo passar tanto tempo longe das minhas vadias.

– Obrigada?

– Vamos, temos muitas coisas pra conversar. Inclusive, tenho que te agradecer pela raiva que o Cato tem de você.

– O que? – eu ri, saindo do banheiro de braços dados a minha melhor amiga. – Espera, tenho que avisar aos meninos que não vou comer com eles.

– E você precisa me contar isso! – ela exclamou, enquanto a arrastava para a mesa que Finnick e Marvel conversavam.

– Finn e patetão, eu vou dar umas andadas no colégio, ok? Estão livres de mim.

– Não tão depressa – Marvel sorriu. – Temos aula de Geografia juntos daqui a pouco.

– Pudim.

Eu e Clove fomos andando pelos arredores do colégio, rindo e conversando sobre tudo que não conversamos por conta dessa merda de briga. O incrível, é que parecia que nunca havíamos brigado. Clove me contou como ela e Cato passaram incríveis momentos juntos me xingando de isso e aquilo, e até admitiu que estava apaixonada por ele. E eu contei sobre o Peeta. O que mais eu tinha pra falar sobre esses últimos dias?

Eu assisti as aulas com outro humor, fofocando com a Clove e até vendo uma amizade entre ela e Marvel se formar ali. Na hora da saída, ela obrigou Johanna e Cato a se juntarem a nós, e ficamos conversando numa rodinha, até minha mãe chegar.

No carro, Clara Everdeen começou a falar sobre seu dia. Eu havia feito uma trança nela mais cedo e eu sorria ao ver o quanto minha mãe parecia mais jovem. Eu, realmente, gostava de vê-la feliz. De qualquer maneira, estávamos conversando e meu celular apitou.

Eu o peguei, passando minhas unhas, um pouco maiores que antes, na capinha nova que tinha um pinguim de borracha laranja. Coloquei minha senha – 4521 – e tinha um WhatsApp do Gloss.

“Ei”

“Oi”

Aproximadamente dois minutos depois, o Gloss ficou online, o que facilitava a conversa, e ficou digitando. Olhei apreensiva para o aparelho até que veio uma gravação e eu logo baixei. Demorou um pouco, porque 3G e áudio não rola, e também porque tinha 2:36 de duração. Gloss mandou uma mensagem:

“A Prim ouviu o Peeta falando de você com a Lols, no domingo. Ela gravou e me mandou”.

“Me lembre de dar um beijo na Prim depois. Espera aí, vou escutar”

Apertei o play e abaixei o volume, para que mamãe não ouvisse do que se tratava. Não entendi muita coisa, mas entendi quando a Cashmere riu:

–... Vai ficar possessa!

– Ela tem jeito de santinha...

– Jeito de santinha? Por favor, Peeta, ela só não sai ficando por aí porque... Porque, né?

Peeta riu e Cashmere soltou uma risadinha.

– Ela é bonita de rosto – disse Cashmere.

– Mas só de rosto.

E a gravação parou. Eu sentia meus olhos ardendo e percebi que estava chorando muito ultimamente.

“O que me faria ficar possessa?”

“A gravação não pegou, mas fique alerta. Ele vai hoje estudar na sua casa, né?”

“É, pode deixar” outra coisa estava na minha cabeça: “Ele me chamou de gorda?”

“:/”

Eu fechei a conversa com o Gloss e fui falar com a Madge, percebendo que Gloss não negara nada, nem havia tentado desmentir a afirmativa de Peeta.

“Maaaaad!”

“Oi, amiga”

“Você me acha gorda?”

“O que? Claro que não!”

Mas eu não estava a fim de ficar conversando com Madge; é claro que ela sempre negaria. Bloqueei meu celular novamente, e encostei a cabeça no vidro até chegar em casa, pensativa.

Sim, eu era gorda, com toda certeza. Sim, meu corpo era horrível. Meus peitos eram pequenos e quando eu sentava, a barriga fazia dobrinhas. Eu comia feito um porco, além disso, sem pouco me importar com a aparência e com o que os outros pensavam de mim; mas agora tudo era diferente.

De repente, a Katniss que todos conheciam, a que vivia falando palavrão e que era autoconfiante, havia morrido. A nova Katniss, aquela que poderia ser apresentada à primeira dama um dia e que era o orgulho da mamãe, tinha um enorme problema com insegurança.

Eu virara uma pessoa extremamente influenciável.

E isso era ruim, mas não tinha nada que eu pudesse para fazer para lutar contra isso. As pessoas falavam, e suas palavras ficavam martelando em minha mente. Além, é claro, de sempre me achar inferior a tudo, ultimamente. Bastava um comentário para meu mundo ruir.

Eu era um cubo de açúcar, e a chuva facilmente era a opinião alheia. O cubo de açúcar estava no chão, abandonado, e logo as grossas gotas de chuva estariam transbordando do céu. Assim que a água entrasse em contato com o cubo, ele desmancharia. Eu desmancharia. Porque não conseguia suportar o peso de opiniões.

Não se pode agradar todo mundo, inclusive a mídia, que insiste em colocar um padrão de beleza em todos, mas não era isso que eu repetia pra mim mesma naquele instante. Naquele instante, eu repetia que iria mudar isso também.

Além de ser delicada, uma dama, eu iria emagrecer e ter as unhas grandes. Porque eu era fraca e facilmente manipulável.

Esse era o meu plano: virar a Barbie, só que morena.

Quando cheguei em casa, tirei aquelas camadas e camadas de tecido de mim e usei um short e uma blusa roxa, já que em casa não fazia tanto frio assim. Vovó me chamou para o almoço, mas usei a desculpa de estar extremamente e cansada e com sono; era segunda-feira, ela acreditou facilmente. Deitei na minha cama e dormi. Não comeria até a noite.

Eu não sei o que sonhei, mas isso não importa. Sonhos nem sempre vão interferir em nossa vida, independente do que fosse. Eu, incrivelmente, sempre lembrava dos meus sonhos, mas o daquela tarde, eu não conseguia lembrar.

Talvez porque tenha sido normal, ou talvez tenha sido o modo que acordei.

Peeta Mellark estava com uma camisa preta de algum grupo de Hip Hop que não reconheci, com os cabelos e olhos azuis brilhando sacana.

Tirando isso, ele estava em cima de mim e havia me acordado com um beijo.

– Que merda você pensa que tá fazendo? – eu o tirei de cima de mim e ele riu com escárnio.

– E nossa Katniss está de volta! – ele abriu os braços. – Tá exaltada, fera?

Engoli um palavrão.

– Claro que estou! Quem você pensa que é? E o quê você pensa que eu sou? Seu idiota, tolo e arrogante! Metido!

– Só palavras bonitas... Meu beijo não te fez se apaixonar por mim, fez?

Eu ia responder, mas meu celular apitou novamente. Ignorei o Mellark e desbloqueei a tela, vendo que era uma mensagem do Gloss. Observei a foto dele por uns instantes, até que abri a mensagem.

“Peeta vai tentar te beijar, a Prim deu um jeito de descobrir. Ele está ficando maluco com sua indiferença. Então, acha que te beijando é o único jeito de te tirar do sério”.

“Ele tem razão”

“É, pois é. Vim te falar pra você não ser pega de surpresa”

“Tarde demais”.

Olhei furiosa para Peeta, que parecia estar se deliciando com minha irritação. Suspirei, pensei em Marvel e Finnick, e me acalmei. Ele só havia me beijado, pra quê tanto estresse?

– Eu te desculpo.

– Eu não pedi desculpas – ele bufou.

– Ah, qual é, Peeta, todo mundo erra. Tá tudo bem.

Ele suspirou pesado, passando a mão no rosto e nos cabelos azuis, que por acaso estavam meio esverdeados agora. Olhou pra mim, irritado, e depois sorriu com escárnio.

– Tudo bem pra você se eu te beijar?

– Não disse isso, só falei que você errou uma vez, está tudo bem.

– Então você vai me perdoar se eu errar de novo? – ele se aproximou, com um pouco de ódio, um pouco de deboche.

– Afasta, Mellark! – me irritei um pouco.

– Ui, tá ficando nervosinha? – ele me imprensou na parede.

– SAI! – eu dei um gritinho.

Peeta segurou os meus pulsos com força, me impedindo de fugir, e pressionou seus lábios no meu. Eu estava suando, estava nervosa e estava com vontade de chorar. Eu não queria beijar ele... Ele não podia fazer aquilo!

E, se eu chorava, eu não sabia se era de tristeza ou de ódio.

Ele não se moveu, nem chegou a fechar os olhos, assim como eu. Eu fiquei encarando de perto o azul, tentando transmitir ódio nos meus olhos. E nossos lábios continuavam pressionados.

Senti os lábios dele se entreabrindo devagar, e eu estava acompanhando. Sua língua, quente, pediu passagem. Fechei os olhos, como se eu estivesse aprovando aquilo, mas fechei os dentes ao redor da sua língua, fazendo ele me largar e me chamar de todos os palavrões possíveis.

octhe mordeo mia linga – ele tentou falar, sem mexer a língua. Eu apenas sorri.

– Todos erram, Peeta. Por favor, me perdoe por isso.

Então dei um beijo em sua bochecha, baguncei seus cabelos azuis e voltei para minha cama, tentando dormir novamente.

Mas, é claro, que eu ainda estava suando, lembrando-me do momento que ele pressionou os seus lábios nos meus...


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Notas finais do capítulo

Duas coisas que as pessoas queriam: as pazes da Clove e da Katniss e um avanço Everllark, embora a Katniss não tenha sentido absolutamente nada com esse beijo poskoskspoksposk.
EEEEENFIM, sabiam que eu tenho um primo que é a cara do James Potter? To me segurando pra não agarrar ele -q.
Acho que tá bom. Tô meio loucona aqui. Fiquem com Deus ;)
AAAAAAAAAAAAAH, falando nisso, feliz ano novo pra vocês. E o Natal, como foi?
Beijão!