Cartas Para Antônio Ferreira escrita por Mari


Capítulo 42
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Bom dia meninas queremos partilhar mais um capítulo com vcs...
Nesse capítulo a narração primeiramente é feita a partir dos pensamentos da Laura e depois passa para o Edgar.
Beijokas...



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Por Laura

– Fala meu amor tem mais alguma coisa te incomodando?
Eu não conseguia desviar os olhos do olhar interrogativo e preocupado do meu marido, ele estava certo, realmente tinha algo me incomodado além das ultimas descobertas, mas não queria dizer para ele que estava com medo de estar grávida de novo, que vinha tendo pesadelos em que eu fracassava como mãe tanto com o Antônio e a Melissa quanto com o novo bebe que não consegui descobrir o sexo em nenhum dos pesadelos.
Uma coisa estava sempre presente nos três pesadelos, eram o meu fracasso e o olhar decepcionado do Edgar o mesmo olhar que pude perceber no meu pai ao falar da minha mãe e então eu acordava suando frio e arfando. Eu não queria dividir esse medo com o Edgar, via a preocupação dele comigo e o quanto ele estava sendo atencioso e carinhoso... mas se soubesse do meu medo eu tenho certeza que iria magoa-lo, a noticia de outro bebe crescendo em meu ventre iria deixa-lo radiante e se eu dissesse que ainda não estava pronta temia ferir o seu ego masculino.
Desvio os olhos dos dele e encaro a cama me apressando em conter as lagrimas em meus olhos.
– Eu vou ficar bem meu amor só preciso de mais algum tempo para processar tudo.
– Tem certeza Laura? A impressão que tenho é que você esta me escondendo algo... você sabe que pode me contar qualquer coisa não sabe? Seja lá o que esteja acontecendo nos podemos resolver juntos.
Ele coloca a mão sobre o meu queixo para que eu encare os seus olhos e enfatiza suas palavras.
Confie em mim meu amor, nos somos um só, se houver algo em que discordarmos iremos conversar e chegar a um consenso juntos.
Meu coração se aperta com as palavras dele e eu o abraço sentindo um alívio me invadir por inteira, ele retribui o abraço e fica afagando as minhas costas ainda sem entender o meu comportamento.
– Você ficaria chateado se eu dissesse que não estou pronta para ter outro filho por agora?
– Claro que não meu amor, eu sei o que você passou para ter o Antonio, sei o trabalho que é cuidar dele... que tipo de homem eu seria se cobrasse tal coisa de você.
– Mas você não ficaria triste se lhe dissesse que seria pai novamente.
– Eu admito que a noticia iria me agradar um filho é sempre bem vindo... Laura você ficou assim porque sugeri que você estivesse grávida?
– Eu fiquei intrigada Edgar, eu realmente fiquei sensível na gravidez do Antônio e minhas regras estão irregulares.
– Laura você esta me dizendo que esta...
– Não eu não estou grávida, quer dizer meu pai não disse nem que sim nem que não disse que ainda é cedo para dizer.
– E essa incerteza vem lhe incomodando?
– Também, mas essa historia com a minha mãe mexeu comigo Edgar, eu comecei a me questionar se estou cumprindo os meus deveres de mãe... se sou uma boa mãe.
– É claro que é meu amor não duvide disso.
– Eu não sei Edgar, a minha mãe se julgava um exemplo de figura materna e eu como filha dela não sinto exatamente orgulho quando penso nela como mãe.
– Laura vocês são o oposto uma da outra, não se baseie nos erros dela eles não servem de molde pra você.
– Sabe o que me impressiona Edgar? É que se a questionarmos hoje ela não se mostraria arrependida de nada, pelo contrario, ela iria justificar os seus atos como em prol do bem estar da família.
– Não fica assim meu amor, você é uma mãe maravilhosa eu vejo isso quando a observo cuidando do nosso filho e também quando cuida da Melissa... eu tenho orgulho de você.
– Obrigada meu amor.
– Não precisa me agradecer eu só estou dizendo a verdade... fica aqui descansando um pouco eu vou subir com o seu café da manhã.
– Edgar eu não estou com um pingo de fome.
– Come ao menos umas frutas Laura eu não vou conseguir sair de casa sabendo que você não comeu nada.
– Está bem eu como, mas só porque não quero fazer atrasar ainda mais a nossa viagem... e também porque o Antônio não tem culpa de nada.
– Você tem que fazer por você Laura, não por mim nem pelas crianças, mas por você... meu coração se comprime ao vê-la assim tão angustiada e não conseguir fazer nada para mudar isso.
– Você já faz tanto Edgar... só em estar assim me abraçando deste jeito... eu me sinto como se nada mais pudesse me atingir, me sinto tão protegida e amada.
– Eu fico feliz em saber Laura que você se sente assim com um simples abraço, como eu queria te proteger disso tudo... vou tentar ser o mais breve possível na rua, promete que vai ficar bem? Que não vai fazer nenhuma besteira.
– Que besteira eu poderia fazer Edgar?
– Sei lá sair em busca de respostas, ir atrás da sua mãe para confronta-lá.
– Fica tranquilo, por mais que eu queira fazer isso não acho que esteja em condições para ficar frente a frente com a minha mãe.
–E quando esse momento chegar eu quero estar ao seu lado te apoiando.
Ele me da um beijo casto nos lábios e outro na testa e me deixa só em nosso quarto perdida em pensamentos e então como que para me contradizer o Antônio resmunga lá do berço... não eu não estou sozinha caminho até o berço e o pego mesmo com ele ainda dormindo, o acomodo ao meu lado na cama e o fico observando.
–Você ira fazer companhia para a mamãe enquanto o papai estiver fora tudo bem? - - Pode dormir meu anjinho a mamãe vai ficar aqui velando o seu sono.

Por Edgar

Não queria deixar a Laura sozinha, mas também não queria ter de adiar ainda mais a nossa viagem para a Fazenda, essa dúvida estava me consumindo me cobrando a posição certa de um chefe de família. Peguei a bandeja com o café da manhã que a Lurdes preparou e pedi que ela ficasse de olho na Laura no período em que eu estiver fora e então deixei a cozinha.
Antes de subir ao quarto, no entanto percebo a Melissa ajoelhada perto da mesa de centro brincando com uma de suas bonecas.
– Melissa achei que tivesse te mandado para a escola.
Meu tom de voz e calmo porem firme ela leva um susto e deixa a boneca cair de suas mãos por pouco não a quebrando.
– Desculpa papai foi só hoje eu prometo que não vou fazer de novo e que vou ser uma boa menina... não briga comigo não.
– Calma abelhinha respira... isso respira... agora me diz o que você não vai fazer de novo?
– Faltar a aula papai.
Ela responde de cabeça baixa e eu mais uma vez me questiono sobre o tipo de tratamento que ela recebia da sua mãe e me pergunto se algum dia eu e a Laura conseguiríamos reverter isso.
Posso saber o porquê disso? Até onde eu sei deixei ordens para a Lurdes te levar pra escola.
– Não briga com ela papai a culpa foi minha eu... eu disse que estava com dor de barriga.
– E estava?
– Não senhor.
– E porque você mentiu?
– Eu queria ficar em casa com a tia Laura e o Toninho.
– Tudo bem, mas não quero ver você perdendo aula e muito menos mentindo.
– Está bem papai.
– já que você está em casa acho que vou te pedir um favor. Gostaria de ajudar o papai?
Ela balança a cabeça animada sem nem saber o que vou pedir então pouso a bandeja no sofá e a pego no colo.
Você se lembra que a Lurdes disse que a Laura estava triste ontem?
– Uhu
– O papai precisa sair pra resolver alguns assuntos na rua e não queria deixar ela sozinha, daí eu pensei eu só confiaria essa missão a uma única abelhinha linda, mas ela foi pra escola.
– Mas eu não fui papai eu não fui...
– Está vendo a minha sorte? E então acha que consegue executar essa missão para o papai?
– O senhor quer que eu cuide da tia Laura?
– E do Antônio também... o que me diz?
– Eu quero papai.
– Está bem, mas não conta pra ela,do jeito que é teimosa vai dizer que não precisa de enfermeira... vai ser nosso segredo.
Ela acha graça do nosso acordo e da risada de um jeito tão meigo meche comigo. Depois de coloca-la de volta ao chão pego a bandeja até então esquecida no sofá e subimos juntos para o quarto.
– Laura tenho uma surpresa aqui que acho que você vai gostar.
Ela olha para mim intrigada e entes que ela me pergunte a surpresa sai de trás das minhas costas e corre em sua direção.
– Tia Laura...
– Meu amor achei que estava na escola.
Ela aperta a Melissa em um abraço gostoso e a puxa pra cima da cama.
– Eu faltei na aula tia Laura, falei pra dona Lurdes que eu estava com dor de barriga, mas eu menti eu estou boa, mas não queria ir.
– Nossa quantas informações acho que me perdi... achei que você gostasse da nossa escola lá do morro.
– Eu gosto, gosto muito mas a escola não é igual sem a senhora lá.
– Hummmm que amor, e a professora Sandra você não gosta dela?
– Eu gosto, mas prefiro a senhora.
– Já que é assim que tal relembrar nossos dias de aula com uma história?
Ou então eu posso ler uma história pra você ver como eu estou lendo direitinho.
– Eu vou adorar.
– E que tal antes de tudo isso um café da manhã eu não trouxe esse montão de coisas atoa.
– É melhor a gente comer Melissa antes que o papai fique bravo conosco.
Eu acomodo a bandeja na cama perto das duas e a Melissa avança em uma torrada e sai do quarto eufórica para escolher o livro que iria ler e eu aproveito para dar um beijo de despedida na Laura.
– Se comportem.
– Pode deixar.
Na saída cruzo com a Melissa que já voltava saltitante com o livro na mão, pouso um beijo em sua testa e lhe dou uma piscadela.
– Estou confiando em você minha princesa esse será o nosso segredo.


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Notas finais do capítulo

E Então o que acharam?



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