Cartas Para Antônio Ferreira escrita por Mari


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Ufaaaa será que finalmente o capitulo do encontro chegou? rssss
Agradecemos o carinho de todas vcs, amamos os comentários do ultimo capitulo postado... um agradecimento em especial a Vivinha que recomendou a nossa história!

bjsss esperamos não decepciona-las!



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Por Edgar

Depois de deixar o Guerra eu rumo em direção a casa da Laura, o Guerra tentou me impedir dizendo que era melhor eu me acalmar primeiro mais eu não lhe dei ouvidos, queria muito saber se aquilo tudo era verdade, a Laura não negaria isso na minha cara e por mais que me doesse eu queria ouvir da boca dela... chego na casa dela dando murros na porta dela sequer me lembrando de que ela não morava sozinha só dou pela minha falta de prudência quando vejo a porta se abrir pelas mãos da Isabel o que me faz arrepender do meu gesto rude.

- Boa noite Isabel desculpe os meus modos.

- Por pouco não me derruba a porta Edgar, o que houve?

- Eu preciso falar com a Laura ela esta?

- Esta no quarto se arrumando, mas não sei se ela vai querer lhe receber.

- Ah ela vai, com licença.

            Eu passo pela Isabel e caminho em direção ao quarto da Laura, por um momento pelo conto do olho me pareceu que a Isabel estava rindo eu só não entendia o motivo, mas também não dei muita importância a isso eu estava ali por outro motivo... entro no quarto da Laura sem sequer bater na porta e fico paralisado ao vê-la, ela estava realmente se arrumando, se arrumando para encontrar outro, meu sangue estava fervendo de raiva mais não podia deixar de reparar no quanto ela estava linda. Ela me vê pelo reflexo do espelho enquanto termina de colocar o brinco e se vira para me encarar.

- Edgar o que faz aqui?

- Eu... eu vim aqui porque precisava falar com você.

- Acho que você escolheu o momento errado.

- Você não pode desperdiçar nem um pouco do seu tempo comigo?

- Isso depende.

- Depende do que?

- Depende do motivo que te trouxe aqui, mas principalmente do quanto de tempo você precisa.

- Pelo visto você esta louca pra se ver livre de mim, muito ansiosa para o seu encontro?

- Muito e você como sabe que terei um encontro hoje?

- Não importa.

            Ela me encara com aquela expressão teimosa dela que eu amo tanto e a minha vontade é diminuir a distancia entre agente envolve-la em meus braços e toma-la para mim, provar pra ela que eu sou o amor da vida dela, que eu ainda posso fazê-la feliz, mas contenho o meu impulso se ela era teimosa eu também o sabia ser.

- Vai ficar ai me olhando e não vai dizer nada.

- Perdi a vontade, estou sem a menor pressa.

- Edgar se não vai dizer nada é melhor você ir embora eu estou esperando uma pessoa.

- Eu espero junto com você.

- Pra que?

- Para partir a cara dele ao meio.

- Você não pode fazer isso.

- Eu posso e eu vou, não vou perder você assim sem lutar.

            Ela vira as costas para mim, mas não volta para frente do espelho para que eu não veja o reflexo do seu rosto e tenho pra mim que ela também esta chorando e quer esconder as lagrimas de mim, quando ela volta a falar a sua voz esta embargada.

- Então pra você é isso, é uma questão estupida de honra, uma oportunidade de marcar território?

- Não Laura não é isso eu... eu te amo... mais... mais eu sou egoísta demais pra ver você seguindo a sua vida com outro homem e ficar parado.

            Nos dois ficamos em silencio, os dois tentando controlar a respiração e a raiva... se antes eu tinha alguma duvida de que ela estava chorando agora eu tinha certeza e não precisava ver o rosto dela pra isso... eu me aproximo dela, levo os meus braços para os seus ombros mais me acovardo e não concluo o meu gesto... mesmo ainda receoso eu faço a pergunta que será decisiva pra matar ou não a esperança dentro de mim, e prendo a respiração para ouvir a sua resposta que não vem, em vez disso ela se vira e me encara com as faces molhadas pelas lagrimas e eu aguardo em silencio por sua resposta.

- Você o ama?

- Não é da sua conta!

- Como não é da minha conta Laura... eu... você é...

            Não encontro palavras para aquela resposta desaforada dela e num ímpeto de fúria e ao mesmo tempo, uma necessidade absurda de provar pra ela e para mim que aquilo não tinha como ser verdade eu a puxo para os meus braços e lhe roubo um beijo que ele começa a corresponder de inicio mais depois o interrompe bruscamente e me da um tapa.

- Edgar como você sabia do meu encontro?

- Eu tenho as minhas fontes.

- Que fontes? O Ferreira? Porque ele era o único que sabia deste encontro.

- Isso realmente importa?

- Importa, importa sim Edgar eu quero a verdade estou cansada de mentiras... como você soube deste encontro?

- Eu li a sua carta.

- Não sabia que eu podia contar tão pouco com o sigilo do Ferreira, eu contei algo tão intimo e ele foi logo contando justamente pra você.

- Não foi bem assim...

- Então foi como Edgar? me explica.

- Laura é complicado, eu... eu já devia ter te contado isso a muito tempo mais não consegui... a verdade Laura é que eu e o Ferreira...

- São a mesma pessoa.

            Eu levanto o meu rosto e a encaro surpreso enquanto ela enxuga as lagrimas e me devolve um olhar desafiador, não esperava ouvir essas palavras da boca dela, como ela sabe disso e se sabia por que me enviou aquela carta.

- Porque não me disse antes Edgar? Teria evitado tantas coisas...

- Eu tentei Laura, tentei te contar, mais isso trazia referencias da minha vida em Portugal, era um fato que eu pretendia esquecer, eu não pensava em retomar a minha carreira jornalística aqui no Brasil eu... e depois de ver o seu interesse nele eu fiquei com ciúmes não podia ouvir falar naquela história que o Guerra me trouxe de que você queria conhecer o Ferreira...

- Mais o Ferreira era você Edgar.

- Mais você não sabia disso, e mesmo assim insistia em conhecê-lo... Laura o meu sangue fervia só em pensar na possibilidade de você estar interessada em outro homem... e depois veio as cartas, eu não ia compactuar com aquilo Laura eu realmente pensei em ignorar a existência das cartas pra ver se você desistia da ideia, mas no fim a minha curiosidade foi maior e achei que assim eu iria descobrir qual era o seu real interesse nele.

- E decidiu brincar comigo até ver aonde eu iria com aquelas cartas? E se eu tivesse me declarado ao Ferreira? E se eu me visse apaixonada por um pseudônimo?

- Eu o mataria.

- Edgar não fale besteira como você o mataria se ele é você?

- Eu não sei Laura, eu não sei, já falei com o Guerra sobre isso uma vez o meu ciúmes era tanto que eu cheguei realmente a pensar que o melhor seria se o Ferreira desaparecesse.

- Isso é incrível não é?

- O que?

- Edgar até quando é outro homem... é você!

            Eu franzo o cenho ainda tentando digerir se eu estava ou não entendendo certo ou se era os meus ouvidos e coração me pregando uma peça quando a Laura põe fim em minhas duvidas se aproxima de mim e me beija, um beijo tão intenso tão cheio de vontade e saudades que o meu desejo era que o mundo acabasse ali, com ela em meus braços, com nossos corpos juntos e nossos lábios entrelaçados... era uma sensação maravilhosa que fazia o meu coração bater descompassadamente eu a apertava com mais forças em meus braços só para provar que aquilo não era um sonho e ela parecia fazer o mesmo puxando a minha cabeça para mais junto da dela enquanto aprofundava mais o nosso beijo... mas um pensamento perturbador invadiu a minha mente me despertando daquele momento magico e me trazendo de volta a realidade de forma fria, neste momento eu interrompo o nosso beijo e a afasto de mim com dor no meu coração.

- Desculpa acho que me descontrolei.

- Do que você esta falando Edgar fui eu que te beijei.

- Eu sei mais esta errado isso não pode acontecer... Laura o que você esta pensando?

- Não vejo nada de errado em duas pessoas que se amam se beijar.

- Ah não? E o tal sujeitinho que você esta esperando? É melhor eu ir embora.

- Edgar não vá fica, por favor.

- Ficar pra que Laura? se eu ficar eu vou cair pra cima dele.

- Você não vai fazer nada disso Edgar.

- Laura eu não vou me controlar se eu ficar vai ser pra colocar esse salafrário para correr.

- Edgar você não vai colocar ninguém pra correr eu o amo.

- Laura você quer me torturar... não vou ficar aqui parado para presenciar um calhorda qualquer tirar a mulher da minha vida de mim eu...

            Ela me silencia colocando os seus dedos em minha boca, massageia a minha barba e depois trás o meu rosto para junto do seu e une as nossas testas, nos ficamos por algum tempo quietos apenas ouvindo o som da nossa respiração descompensada.

- Edgar esse amor da juventude que reapareceu na minha vida na verdade ele nunca desapareceu, eu sempre o carreguei aqui em meu coração... Edgar escuta depois você me interrompe você fala o que quiser... a algum tempo eu cheguei a pensar que esse amor não tinha mais jeito, não tinha futuro, achei que não era correspondida, achei que ele amava a outra e sofri muito com isso mais não podia fazer nada a respeito... o fato agora é que descobri que eu sou correspondida, nunca existiu outra e decidi lutar por esse amor.

- Laura eu já entendi

- Não Edgar você não me entendeu... o amor da minha juventude é você!

- Eu?

- Você Edgar, você é o meu amor da minha juventude, meu namorado, meu noivo, um péssimo noivo por sinal e meu marido... Você me fez mulher, me fez me apaixonar por você uma segunda vez de forma totalmente diferente da primeira, me mostrou que eu podia ser feliz em um momento da minha vida que eu achei que estava acabando com todas as possibilidades de concretizar os meus projetos, me mostrou que o nosso casamento não era o fim mais sim o inicio de uma vida muito feliz.

- Laura eu...

- Escuta Edgar! eu quero isso de volta, eu quero a nossa vida juntos.

            Eu nem espero para que ela termine e a puxo de volta para os meus braços e a beijo, um beijo em meio a lagrimas de alegria por tudo aquilo, meus receios finalmente tinham-se esvaído dando lugar a felicidade plena, ela estava ali em meus braços e não tinha mas nada se interpondo entre a gente era apenas o nosso amor e nada mais.


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