Capitulo 9 – Novo Inimigo Parte 1

Na tarde do 6º Dia...

--Obrigada... Narue-chan. –falou Aoi, após um tempo.

Ambas estavam vigiando o acampamento uma vez que Kirito fora procurar comida. As barras acabaram, e eles precisavam de suprimentos. Era arriscado, mas, no entanto era a única opção.

Desde a morte do Alfa, o Theandrykes haviam tratado o grupo com muita cautela, de forma que as crianças estiveram seguras até o momento.

Narue olhou para Aoi, chocada.

--Por... Por que está me agradecendo? –perguntou a menina, confusa.

--Por salvar a mim e ao meu irmão. Mesmo depois do que ele falou... Se você não nos tivesse ajudado, estaríamos mortos. –Aoi olhou para ela, séria.

--D... De nada... –murmurou Narue, olhando para o chão, vermelha. –É que ninguém nunca me agradeceu antes...

--Por que não? –agora foi a vez de Aoi de ficar confusa. –Você é uma boa pessoa...

--P... Por nada. –gaguejou Narue, olhando para o outro lado. –Nada mesmo.

Aoi abriu a boca para perguntar, quando Narue ergueu a mão para pará-la, com o olhar repentinamente alerta.

--Sinto uma intenção assassina. –ela se levantou, caçando o que produzia a sensação gelada e assustadora. –É fraca... Como se a pessoa que a produziu estivesse tentando se esconder...

--Quem será...? –começou Aoi, mas foi interrompida por um berro de dor. –NII-CHAN!

Ela foi correndo na direção do grito, e Narue a seguiu, sentindo o estomago afundar. Será que Kirito estava bem? Teria sido um ataque de Theandrykes? Eles teriam decidido ataca-los separados? Eram inteligentes o suficiente para isso...

Logo chegaram aonde Kirito estava, segurando o braço que tinha um corte sério. Sangrava muito, e ele parecia prestes a desmaiar por falta de sangue. Aoi, que passara os últimos dias aprendendo primeiros socorros com Narue, foi ajuda-lo, em quanto a outra menina observava ao redor.

--Kirito-kun... –chamou Narue, observando ao redor, frustrada. Não conseguia encontrar nenhum traço da presença do inimido. –Quem te atacou? Foi um Theandryke?

--F... Foi... –ele começou, fracamente, mas não conseguia falar.

--Os cortes não são de garras de Theandrykes. –falou Aoi, pálida. –São de espadas. A julgar pelo corte, foi provavelmente feito por um montante.

(N/A: A montante é um tipo de espada européia feita para o uso com as duas mãos, impedindo o uso de um escudo. Existiu entre o século XIII e XVII sendo mais recorrente, durante o período da Idade Média Tardia e Renascença entre 1350 a 1550.

A montante foi, provavelmente a maior e mais pesada espada já utilizada por guerreiros em batalhas. Possuem um cabo longo em forma de cruz de aproximadamente 10 a 15 centímetros. Sua lâmina com dois gumes chegava a medir de 1m a 1,2m de comprimento, e seu peso varia de 1.2 a 1.8kg em suas versões mais leves e as mais pesadas pouco mais de 2kg. Para contrabalancear o peso da lâmina, a montante dispõe de um grande pomo maciço no fim do cabo.

A Montante foi utilizada durante a Idade Média, principalmente por guerreiros germânicos e escoceses, com intento de golpear o adversário pelo alto ou de perfurar as armaduras pesadas da época. Era bastante competente como forma de romper as formações dos regimentos de piqueiros, permitindo a passagem da carga de cavalaria para dentro das formações inimigas.

Normalmente eram carregadas embainhadas presas às costas ou ao cavalo, devido ao seu tamanho, conforme mostram diversas gravuras e quadros da época.)

--M... Montante?

Os olhos de Narue se arregalaram. Isso significava que foi provavelmente um humano. O único humano que Narue conhecia que lutava com um montante.

“Eu sou a única pessoa da vila capaz de usar essa espada... A maioria das pessoas nem tentaria.”

A voz ecoou por sua cabeça, como um eco.

Narue trincou os dentes, tentando se acalmar. A raiva subia, borbulhante, por seu corpo. Sua mente era presa por pragas, e ela tinha cada vez mais dificuldade para pensar.

Como você...

Imperdoável...

Você...

Imperdoável...

Ousa...

Imperdoável...

Machucar...

Imperdoável...

Meus companheiros...

Imperdoável...

Imperdoável, imperdoável, imperdoável!

Narue trincou os dentes, em quanto um grito subia por sua garganta.

--KAIZA... SENSEI!