Rune's Quest escrita por Rob Sugar


Capítulo 19
Respostas e Ripostas


Notas iniciais do capítulo

Um brinquedo traz problemas aos Pierrot e Rune decide convocar um colega para resolver todas as questões, mas um pequeno farelo de vingança pode arruinar todo o plano do conselheiro.



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–Eu devo responder? - Alli perguntou para a pedra de plástico e a sacudiu freneticamente. "Tente outra vez" apareceu no visor, e assim ela o fez. "Sim" - Esta é minha pedra mágica. Ela é um gênio, sabia?

–Do que você está falando, Alli? - Ernest não parecia entender do que ela estava dizendo.

Claoru explicou: era um brinquedo. Se faz uma pergunta, balança-o e uma mensagem aparecerá no visor.

–Pode ser "Sim", "não" e "tente outra vez". - ela finalizou com um sorriso.

Alli balançou o troço mais uma vez perguntando algo que ninguém prestou atenção. Ela gargalhou com a resposta.

Rune se questionava com o quanto aquilo teria custado. O dinheiro era algo raro para a maioria da população de Butera e gastá-lo com brinquedos bobos não era uma boa ideia.

Ernest impressionou Claoru com seu mais novo talento: fazer nevar. Claoru começou a cantar "Sad Je Kraj", uma música num idioma que Ernest não entendia, enquanto a neve caía sobre seu comando.

Rune mandou todos entrarem antes que a nevasca de Ernest saísse de seu controle. Porém, certa pessoa não quis seguir as ordens do conselheiro.

–A pedra mágica disse que eu não devo entrar, pode ser perigoso. - Alli respondeu cruzando os braços.

Ernest começou a falar, as Rune o interrompeu.

–Intensifique. - ele ordenou.

A nevasca aumentou e tornou-se violenta. Ernest estava flutuando no ar em meio à corrente de neve que se formava e arrancava árvores do chão. Quando Alli começou a se importar, Rune riu.

Mas sua risada não durou muito.

A nevasca impiedosa de Ernest arrancou até o chalé modesto deles e o arremessou para onde a vista não alcançava. Rune explodiu em ódio e fúria.

Claoru voou até Ernest e o segurou para que ele voltasse a si. Gritou seu nome várias vezes até que a tempestade cessou. A fterã desceu com ele em segurança.

–Será que os sem-teto podem fazer menos barulho? - Alli pediu, fazendo biquinho - Estou tentando obter algumas respostas aqui.

Respostas. Rune murmurou para si mesmo com desdém, e então se deu conta. Tinha tido uma ideia brilhante. Respostas!

Algumas horas depois, Rune reapareceu com uma silhueta esguia e familiar. Portando um cubo também familiar, a figura bizarra plantou-se diante de Alli.

–Lembra de mim, Pierrot? - Vlax questionou, dobrando-se a ela.

–Lembro. Você é o cara que não me deu uma resposta quando eu queria. - ela disse após olhar pra cima brevemente - Não preciso mais de você, nem do seu cubo. Tenho ela agora.

A menina levantou a pedra e balançou na frente do guardião do cubo.

Vlax mostrou a que veio.

–Ora, pequena Pierrot, veja bem... - ele a ajudou a levantar e andou com ela - Essas pedras mágicas não passam de uma enganação. Elas não tem nem um farelinho de magia. - ele disse e mostrou o cubo - Já o cubo, ele é o "pai" dessas falsificações. Ele, sim, tem todo o poder de responder qualquer pergunta.

–A pedra também. E ela é mágica sim, seu bobão. Pode responder qualquer pergunta! - Alli bateu o pé.

Vlax fez o cubo orbitar em volta dele. A cada volta, o raio da circunferência aumentava, aumentava e aumentava. Conjurando algumas palavras místicas, uma plataforma com dois pódios se originou do pesadelo nevado que Ernest havia criado.

Rune estava trajando um terno e alguns cartões brotaram em suas mãos. Claoru se viu com um vestido indecente, de lado de um grande telão, e usou suas asas para se cobrir. Ernest se sentou numa arquibancada que foi logo preenchida pelas mais diversas formas de vida.

–Vamos ver o quanto essa almôndega sabe... - Vlax disse e cuspiu uma risada maligna.

–Primeira rodada. - Rune disse lendo o primeiro cartão - Quem veio primeiro? O ovo ou a galinha?

Um sinal perto de Alli emitiu um som. Rune a chamou e um relógio brilhante começou uma contagem regressiva a partir de 30. Os segundos foram diminuindo e Alli se enfezou.

–Ela só responde perguntas de sim ou não! - o tempo continuou encurtando-se - O ovo! - ela soltou.

–Vamos conferir... - Rune olhou para Claoru, que fez um gesto indicando o monitor. - Ah... Foi a galinha... Vlax... - o mesmo sinal se repetiu - Sua vez...

As perguntas foram se seguindo e Vlax simplesmente acertava todas as perguntas que caíam para ele. O desespero de Alli corria solto, ela não sabia o que estava em jogo ali.

Uma criatura gosmenta estava pedindo para que Ernest saísse da frente para poder assistir. Ernest, que não estava mais entendo aquela palhaçada, simplesmente congelou o rosto da criatura e permaneceu do jeito que estava.

O placar final, 149 a 0 para Vlax.

O guardião do cubo desfez todo o "auditório" e avançou até a pequena Pierrot.

–Agora você é minha! - gritou com uma voz demoníaca.

–Vlax, não é para tanto. - Rune interrompeu.

–Certo, desculpe... - Vlax disse - Dá isso aqui. - tomou a pedra mágica da menina e a quebrou no chão.

Uma fumaça se conduziu até o cubo.

Vlax explicou que era aquele tipo de magia falsa que alimentava o cubo, além das perguntas.

Despedindo-se o cubo e seu dono partiram de volta para seu palácio, deixando uma Alli decepcionada para trás.

–Não acredito que aquela pedra era inútil. - ela disse fitando o chão.

–Vão ter outras coisas inúteis no futuro, Alli. - Rune consolou-a de mentirinha.

Ernest gerou uma esfera de neve. Com concentração suficiente pôde fazê-la funcionar como a pedra mágica de Alli.

–Toma aqui. - ele disse e entregou a ela sua criação - Não é a mesma coisa, mas dá pro gasto até você aprender que essas coisas não servem pra nada.

Alli abraçou seu irmão.

Um sorriso quente brotou no rosto de Claoru.

Rune atirou uma bola de neve em Alli e apontou sorrateiramente para a Fterã sorridente.

Alli atirou a esfera de Ernest no rosto de Claoru.

–Alli! - Ernest gritou em reprovação.

–Elas servem pra algo sim, PARA VINGANÇA! - Alli disse e começou a juntar "munição".

Claoru deu uma gargalhada e fez o mesmo.

"Meu trabalho aqui está feito." Rune pensou e se retirou.

Ernest construiu um forte de neve e começou a disparar artilharia pesada nas duas.


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