Ao sair da sala, Fatinha pediu licença a sua mãe para ir a cantina comprar alguma coisa para comer, pois já estava morrendo de fome. Enquanto sua mãe a esperava do lado de fora do hospital, aproveitou para ligar para Lia, já estava a tanto tempo sem falar com ela e esse seria uma otimo momento para isso. Era mesmo uma menininha que estava vindo. Não é que Lia estava certa?

Lia: Alô.. quem fala?

Fatinha: Lia, é a Fatinha

Lia: Não brinca. Finalmente você me ligou. Achei que nunca mais fosse falar com você. Que saudade.... e que vontade de matar você sua vaca. Como você pode ter ido embora? Onde você ta? Você esta bem? E o bebe? 

Fatinha: Calma Lia, estamos bem. Eu to morando aqui no Mexico, a minha mãe veio passar uns dias aqui comigo e..

Lia: No México? -perguntou engasgando do outro lado da linha-

Fatinha: Lia, eu vou te falar porque eu vim embora, mais você tem que me prometer que não vai falar nada pra ninguem

Lia: Ta bom, desembucha..

Fatinha: Eu vim embora por causa da Martha, ela me ameçou praticamente dizendo que ia matar o meu filho se eu não sumisse dai.

Lia: Não to acreditando Fatinha, como a Martha pode ter feito isso? E porque você não pediu ajuda, sei lá falasse com o Bruno. Não te reconheci agora amiga

Fatinha: Eu sei Lia, eu sei. E você acha o que? Que o Bruno ia acreditar em mim e não na mãe dele? Por favor né? Você conhece a Martha desde pequena e sabe do que ela é capaz.. Mas como anda o Bruno?

Lia: Fatinha, eu nao vou deixar isso assim, vou lá falar com a Martha.

Fatinha: Não Lia, você me prometeu que não ia fazer nada.

Lia: Mas...

Fatinha: Mas nada, você vai me decepcionar se fizer isso. E o Bruno?

Lia: Ta bem.

Fatinha: Mas detalhes por favor.

Lia: Vou falar logo o que você quer saber.... ele ta namorando com a Ana. -Fatinha ficou muda na hora- Fatinha? Desculpa cara eu não devia ter falado isso.

Fatinha: Não, eu já sabia que uma hora isso ia acontecer. Eu tenho uma coisa pra te contar. Eu to aqui no hospital, vim saber o sexo do bebe e..

Lia: E?

Fatinha: E é menina. -disse gritando-

Lia: AHHHHHHH - deu um grito alto que fez com que Fatinha afasta-se o celular do ouvido- Eu não te disse? E qual vai ser o nome dela?

Fatinha: Clara. Eu vou ver com a minha mãe se agente vai no shopping agora. Quero logo comprar umas roupinhas pra ela. Falando da minha mãe, vou desligar por que ela já deve estar furiosa me esperando. Beijo amiga.

Desligou o celular, comprou rapido o seu suco e foi encontrar com sua mãe, que a esperava de braços cruzados.

Vilma: Mas que demora Maria de Fatima, foi fabricar o suco?

Fatinha: Olha o exagero mãe. Vamos no shopping comprar algumas roupinhas pra Clara? 

Vilma: Claro minha filha. - fez sinal para o taxi- É bom que agente compra as coisas pra fazer o quartinho dela de uma vez.

Fatinha: Depois agente comprar mãe, ta longe ainda.

Vilma: Não ta não, 6 meses passam muito rapido. E depois você não vai ter disposição pra isso não.

Fatinha: Sabe o que é mãe? Eu estou sem money.

Vilma: Mas isso não importa. Esse é o meu presente pra Clarinha.

Fatinha: Ai mãe você ta falando serio? 

Vilma: Claro minha filha

Narração Fatinha: Chegamos no shopping e fomos direto para seção de bebes, pela primeira vez na vida não preocupei em comprar nada pra mim. Cada roupinha, cada lacinho, um mais lindo que o outro, se pudesse levaria toda a loja. Mas não quero comprar todas as coisas agora, se não não terei a emoção de comprar mais roupinhas um outro dia. Comprei a maioria das coisas rosa, branca e lilas, adoro essas cores e as meinhas de bichinhos então, nem se fale. Fomos comprar os moveis, eu não tenho um espaço grande no quarto, mas da pra colocar tudo que eu quero. Comprei os moveis brancos e a decoração seria rosa bebe e com enfeite de bonecas, a cortinha branca com lacinhos na parte superior e um sofa rosa clarinho. No quarto tambem tem que ter um lugarzinho pra mamãe descansar não é? Depois de muito andar fomos pra casa, no outro dia já iam lá montar o quarto da Clara. Fiquei conversando com minha mãe até tarde, com ela me dizendo a emoção que seria quando pude-se senti-la mexer pela primeira vez, ou quando eu for conversar com ela e ela parecer me escutar. Fiquei imaginando tudo isso, mal podia esperar quando tudo isso fosse acontecer. Acabei adormecendo ali, deitada no colo na minha mãe.