–Pads, eu tenho que te contar uma coisa, cara.

Foi assim que eu recebi a notícia. Através do Prongs, sentados na frente da casa dele.  Meu coração batia rápido, eu não conseguia achar um motivo para James estar tão sério...

 Alguma coisa tinha acontecido. Mas alguma coisa me dizia que eu não gostaria de saber.

– Voldemort, cara, você sabe. Eu... Eu sinto muito. A Lene... Ela se foi.

Naquele instante, eu perdi meu chão. Ele não podia estar falando sério. Não podia ser verdade, não podia.

– Como assim, a Lene se foi, James? Do que você tá falando? – perguntei incrédulo.

– Ela... Voldemort matou toda a família dela, antes de ontem. Eu sinto muito, Padfoot. – Ele tinha lágrimas nos olhos – Lils tá inconsolável. Quer dizer... Elas eram melhores amigas. Ela era a minha melhor amiga. Eu só achei que você precisava saber... Afinal, vocês...

Não esperei que ele completasse a frase. Levantei e subi na moto, dando partida.

– Você sabe onde ela tá? – perguntei

–ahn... No Highgate.

Assenti e saí dali o mais rápido possível, seguindo na direção do cemitério.

De longe eu avistei os túmulos da família dela. Lápides pretas feitas de mármore; abaixei-me na frente da lápide de Marlene.

Marlene Mckinnon

1960 – 1980

Goodbye, goodbye,

Goodbye, my love.

I can't hide, can't hide,

Can't hide, what has come.

I have to go, I have to go

I have to go, and leave you alone

But always know, always know

Always know, that I love you so

I love you so

I love you so

Não pude evitar as lágrimas. Aquela garota era... Era tudo. Sempre fora. Mesmo quando me esnobava...

- Black, já falei pra você sair do meu pé. – disse ela revirando os olhos enquanto saíamos de uma aula de Transfiguração. A garota se afastava a passos largos, e eu tentava alcançá-la – você sabe que eu jamais vou sair com você.

- Lene, não sei quanto tempo você ainda vai resistir a mim.

- Seu ego não me permitiu ouvir o que disse, desculpe. – replicou, indiferente.

- Por que você me esnoba tanto?

- Você é metido, prepotente e arrogante, Black. E devia baixar um pouco essa bola.

Droga, Mckinnon. Por que você?

- Me deixa em paz, já disse.

- Não enquanto você não parar pra me escutar.

- Black, não vou te perdoar por ter me deixado falando sozinha. Me deixa aqui.

Era um sábado de sol no lago, e a garota estava querendo me matar pelo simples fato de euter me irritado com ela e ido falar com a Mary Macdonald.

- Lene, eu...

- Não me chame de Lene! Não tenho nada com você pra ter essa intimidade. Só te aturo em nome da sua amizade com a Lily, da minha com o Jay e do time. Apenas.

Aquilo tinha doído. Mas foi só o começo de tudo...

Goodbye, brown eyes.

Goodbye, for now.

Goodbye, sunshine.

Take care of yourself.

I have to go, I have to go,

I have to go, and leave you alone

But always know, always know,

Always know, that I love you so

I love you so, oh

I love you so, ooh

- Six, eu sou a melhor amiga dela. Não posso sair contando suas coisas pra você... – disse uma furiosa Lily quando eu tentei convencê-la a contar alguns segredos da Marls, a fim de conquistá-la.

- Vamos Lils, só alguma coisinha? Algo que você ache banal? Ela não vai se importar.

- Claro que vai, au au, até parece que você não a conhece.

- Mas Lily, você sabe que eu a amo! Eu preciso saber!

- Isso não muda nada. Eu acredito nos seus sentimentos por ela, mas ainda assim não posso falar.

- Até você acredita! E por que ela não?- perguntei indignado

- Sirius, você sabe que a Lene é difícil de lidar. E tem mais, você nunca foi do tipo "de uma garota só"... Isso influencia, sabia?

- Lily... Eu mudaria todo o meu ser por ela. Me faria completamente diferente. Ela só precisava me dar uma chance.

- Não é assim que funciona. Lamento, mas você vai ter que fazer muito mais para conquistá-la.

Eu ainda não me conformava. As lembranças ainda vinham, lenta e calmamente...

- Eu... Aceito namorar com você, James Potter. – disse uma sorridente Lily após o (finalmente!) pedido de namoro do Prongs. Não sabia dizer como, mas nessa ocasião Marlene já conseguia me olhar sem tentar me azarar.

- Até eles já estão namorando Lene, e você nem uma chance me deu ainda... – pisquei pra ela

- Black, não me faça quebrar a sua cara. Eles são perfeitos um para o outro. Eu nunca vou sair com você. Entende isso?

- Veremos... Quando é nosso próximo treino mesmo?

- quinta-feira. Por quê?

- nada, curiosidade. A final tá chegando, você sabe...

E eu pensava no dia da final; a correria, os esquemas de James, a cada segundo parecia que ele ia arrancar os cabelos. Quando finalmente ganhamos, fomos ter a tão esperada festa no salão comunal...

- Prongs, o que você sente pela Lily? – perguntei após algumas doses de firewhisky

- Padfoot, eu não sei explicar. Eu só quero passar o tempo inteiro com ela. Ela me faz feliz.

- E como você sabia que ela não era "só mais uma", como as garotas dizem?

- Eu corri atrás dela por 5 anos. Posso ter ficado com tantas outras, mas no fundo, eu sabia que ela era a única que valia a pena. – dizendo isso, se levantou e foi ficar ao lado de sua namorada, me deixando ali sozinho; fiquei sentado um tempo, cabisbaixo, até que senti alguém se aproximar.

- Olá cachorro solitário – disse ela, com uma expressão de velório no rosto

- Ah, oi Lene. – nem ergui o olhar.

- Acho que milagres acontecem. James e Lils estão juntos, e você não tentou me cantar.

- Eu to só pensando...

- Pensando? Black, acabamos de ganhar o campeonato! Você não pode ficar aí sentado, levante-se e comemore.

- Comemorar? É, talvez eu tenha um bom jeito de comemorar – olhei marotamente para ela e a beijei; não sei porque razão fiz isso, mas levei uma mordida dolorida no lábio.

- O que pensa que está fazendo? – ela parecia horrorizada. – Eu estava falando em você levantar e ir dançar como sempre fez, mas, que novidade, conseguiu estragar tudo de novo. Parabéns. – e se levantou, indo em direção à Dorcas, provavelmente para contar o ocorrido.

Lu-lullaby, distract me with your rhymes.

Lu-lullaby

Lu-lullaby, help me sleep tonight

Lu-lullaby (Lu-llaby)

Àquele ponto eu já não conseguia conter lágrimas nem soluços. A garota da minha vida havia partido para sempre...

- Droga Mckinnon, acredite logo que eu amo você! – eu gritava para ela; faltava apenas uma semana para acabar as aulas, eu havia chamado-a para conversar na sala precisa um dia à noite... Ninguém precisava saber de tudo, afinal. Mas não tinha saído como nos planos: como sempre, acabamos discutindo.

- Black, você é um cachorro, galinha, sem vergonha, cara de pau e, argh, como me irrita! Até agora não sei porque você tá seguindo com esse teatrinho. Eu. Não. Vou. Ser. Só. Mais. Uma. Das. Suas! – ela pausou cada palavra com um empurrão no meu peito. Ouch, ela era forte.

- Se você fosse só mais uma, eu não estaria atrás de você até hoje! Por Merlin Marlene, acredite em mim – disse enquanto voltava a me aproximar.

- Não! Você nunca vai ser uma opção, Black, aceite!

- Talvez eu seja. – me aproximei mais e a beijei novamente, surpreso ao constatar que ela correspondia. – viu, nem doeu.

- Cale a boca. – disse ela, me beijando novamente. Naquele instante, eu poderia dizer que era o homem mais feliz do mundo.

As lagrimas caíam lentamente, eu não conseguia explicar a dor que eu estava sentindo. Ela foi a primeira garota que eu amei de verdade, a única garota que eu quero passar o resto da minha vida e agora? Bem, agora, ela simplesmente se fora.

Tirei minha varinha do bolso, sussurrei um feitiço e uma coroa de flores vermelhas apareceu. Depositei-as sobre a lápide, sussurrei um breve "sinto sua falta, eu te amo"; não achei que conseguiria aguentar muito mais tempo. Lancei um último olhar em direção ao mármore negro e me afastei, sem olhar para trás.

have to go (Goodbye)

I have to go (Goodbye)

I have to go (Goodbye)

And leave you alone

But always know (Goodbye)

Always know

(Goodbye)

I love you so (Goodbye, lullaby)

I love you so (Goodbye)

I love you so (Goodbye)

I love you so (Goodbye)

I love you so

I love you so

goodbye brown eyes

goodbye my love