Estava sentada à beira da cama sentindo repulsa de mim mesma por ter me entregado a outro homem, um após o outro e mais outro tentando seguir em frente. Adam sempre estaria enraizado em mim, pior que erva daninha.

O cara do bar se mexeu atrás de mim e continuou dormindo.

Levantei nas pontas dos pés e fui pro banheiro tomar uma ducha. Deixei a água morna encher a banheira enquanto tentava me lembrar  que merda eu fiz da minha vida!

Aí eu me lembro das traições de Adam, sua paixão pela ex , sua filha fruto de uma noite de sexo que ele não fez comigo. Antes ele tivesse arrancado meu coração fora.

Me olhei no espelho e vi o estrago que ele fez em mim. Bolsas de baixo dos olhos indicam noites mal dormidas e lágrimas, o olhar sem brilho refletia a falta dele e as marcas pelo pescoço não foram feitas por ele na noite passada.

No final eu estava um lixo.

Desliguei a água e me enfiei dentro da banheira. Fechei os olhos enquanto passava pelo corpo a esponja com meu sabonete líquido.

Lembrei de umas de nossas noites quentes.

Ele havia chegado de viagem e largou tudo pela sala. Eu estava distraída na cozinha com meu headphone . Eu usava apenas calcinha, meias e uma camisa dele enquanto mexia a panela.

Adam me agarrou firme por trás me fazendo dar um pulo. Ele mesmo desligou a boca do fogão e me fez enlaçar seu corpo com as pernas, ele me colocou sobre a mesa e me beijou com brutalidade.

Senti suas mãos apertando minhas coxas e depois ele abriu minhas pernas acariciando minha intimidade.

Joguei os fones de ouvido pra longe e não demorou muito para ele me invadir nos fazendo gemer loucamente.

Tudo lembrança, nada daquilo foi verdade, aqueles momentos de amor não se repetiriam porque até então apenas eu amava.

Percebi que chorava , meu corpo doía. Mas não por causa do sexo , o homem em minha cama não fez nem metade do que Crowford fazia comigo. Meu corpo doía porque sentia falta dele. Minhas mãos faziam o mesmo percurso que ele costumava fazer e era como se ele mesmo estivesse me tocando.

Descia pelo meu pescoço onde ele muitas vezes deixou marcas roxas e depois as beijava com carinho – ou assim eu acreditei – meus seios sempre enrijecidos pelo seu toque sutil, meu ventre liso era um escorregador para suas mãos alcançarem minha intimidade . Ele me tocava superficialmente até me deixar no ponto, depois me penetrava com seus dedos ou com a sua língua me fazendo arfar como louca. Tudo isso antes de me amar.

Mas eu estava sozinha naquela banheira. Minha feminilidade pulsando por ele que eu nem ao menos sabia dizer onde estava ou que vadia tinha passado a noite. A única moeda que ele repetia era eu... as outras ele nem sabia seus nomes e o pior disso tudo é que ele nem ao menos fingia que não me traía.

O apartamento da frente estava vazio há três meses, desde que ele saiu em turnê. Maldita vizinhança! Ele tinha que morar no apartamento da frente?

Saí do banho e me enrolei numa toalha.

O idiota não estava mais na minha cama e deixou um bilhete vagabundo dizendo que gostou da transa e que ligaria para repetir.

-Idiota! – falei não dando importância ao tal .

Ouço a minha porta ser batida, bufei.

-O quê que você esqueceu hein? Cai fora! – falei sem olhar quem era.

-Esqueci um coração. – Adam disse me fazendo engolir o choro tamanha minha surpresa e choque em vê-lo ali com seus olhos verdes mais verdes do que eu me lembrava, seu cabelo castanho escuro cortado bem baixo e nos braços muitas tatuagens.

Adam fechou a porta e se escorou nela. Me fitou malicioso mais se conteve apenas em olhar.

-Tinha alguém aqui? – ele inqueriu.

-Não é da sua conta! – rebati com meu coração a mil. Louca para matá-lo , louca para amá-lo.

-Resposta errada. Quem era ele? Tá saindo com alguém ou foi casual? Ele te fez tremer como eu? Ou você só saiu com ele pra esquecer de mim? Pra tirar a minha marca e o meu cheiro de você? – ele desatou a falar me olhando firme e viril.

-Quem te deu o direito de se meter na minha vida? – quase gritei. – Quem te disse que só você sabe fazer uma mulher gemer na cama? Adam vá embora! Você já fez estragos suficientes em mim!

Ele me ignorou completamente, seu olhar era penetrante, me tirava o ar.

Adam deu um passo e puxou a minha toalha branca e felpuda  me comendo com os olhos. Tive que criar forças para não sucumbir a ele que me apertava pelo braço e varria meu corpo com os olhos.

-Eu acordo com os olhos vermelhos ,lutei para memorizar qual era a sensação entre as suas coxas, das vezes que te proporcionei prazer que te fez chorar. – ele disse deslizando seu nariz pela base do meu pescoço.

Tremi.

-Vamos roçar nossa pele nos lençóis. Nunca te esqueci, nenhuma mulher me fez feliz na cama porque nenhuma delas era você!

Adam me beijou com suavidade apesar de suas palavras dizerem apenas “sexo”.  Nos lábios havia...amor?

Mas ele não sabe o que é isso! – minha mente gritava.

Ele se desfez da camisa e dos tênis, abriu o botão da calça e me segurou pela cintura com suas mãos fortes. Suspirei sabendo  o que viria. Adam foi me levando para nossa cama , me virou de costas e me pressionou. Pude sentir sua ereção dentro da calça. Seus lábios roçavam minha pele exposta do pescoço e das costas. Ele me torturava com suas mãos pelos meus seios e pela minha intimidade.

Eu gemia baixo e ele adorava isso. Me ver rendida aos caprichos dele.

-É tão bom ser mau. – ele disse me jogando na cama.

-Eu não quero mais saber de você! – menti .

Ele arqueou a sobrancelha e sorriu.

-Se não me quer porque ainda não me escorraçou daqui? Vamos lá Baby! Dê-me algo para acreditar porque eu não acredito mais em você.

-Você é que é o mentiroso de nós dois! – tentei me defender de seus beijos ardentes.

Era impossível eu o repelir, meu corpo estava em chamas por ele. Sempre estaria febril por ele.  Abri minhas pernas involuntariamente  e ele se encaixou entre elas, coloquei minhas mãos no cós da calça para facilitar a retirada da maldita peça que nos separava.

-Eu me pergunto se faz alguma diferença tentar, tentar outra vez, ou então isso é adeus...- ele disse mordiscando minha orelha.

-Você nunca se dedicou a mim, eu fui apenas sexo pra você Adam. – Comecei rude mais as palavras foram perdendo efeito - Mais eu sou mulher e tenho um coração frágil amor...- deixei escapar uma lágrima.

Ele parou com suas carícias e me olhou dentro dos olhos.

-Sei que não tenho razão e isso realmente me faz imaginar se eu já dei a mínima para você. – ele falou com alguma sinceridade - Eu quero mergulhar em você . Esquecer o que você está passando, ser um homem completo quando te faço mulher.

Aquele discurso mexeu comigo.

Adam me fez sua bem lentamente, diferente de todas as outras vezes onde ele era mais selvagem. Ele se movimentava em mim devagar, sem me machucar, nossos beijos eram suaves, minhas lágrimas se misturavam as dele.

-Maldição, minha cabeça está  girando! –ele sussurrou. – Me apaixonei de verdade por você!

Caía uma chuva na manhã daquele domingo. E pela primeira vez fizemos amor juntos, não havia pressa, nem sede por prazer, havia apenas dois corpos se amando.

Contorci meu corpo para se moldar melhor ao dele e chegamos juntos ao ápice daquele amor bandido. Que traía, que machucava, que mentia, nos afastava e nos unia.

Deitei minha cabeça em seu peito enquanto ele fazia círculos com a ponta dos dedos no meu braço.

-Todas as mulheres com quem te traí, todas as mulheres com quem fiquei depois do nosso rompimento me fizeram ver uma coisa. – ele começou ganhando minha total atenção.

-Todas as estradas que peguei me levavam de volta pra você. Podia curtir o momento mais no final da noite minha cama estava bagunçada e não era você quem estava lá. Peguei a rodovia principal e ela me trouxe de volta pra cá. Meus amigos me disseram que talvez você fosse tudo o que eu precisasse ,- ele riu sem jeito - quando deitava pra dormir no escuro seu rosto era tudo o que via, aí eu chorava e amanhecia com os olhos vermelhos e seu rosto estava lá tatuado na minha mente.

-Eu amo tanto você! – disse o beijando com profundidade porém sem pressa. Quando nos separamos ele proferiu as seguintes palavras.

-Obrigado. Agora eu sei o que é amar!