Mais do que Um Sonho escrita por caroline_03


Capítulo 11
Capítulo 11 -Mudanças.




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Um ano depois...

(http://www.youtube.com/watch?v=aluwpslpygQ múúúúsica! Escutem!!!!)

[Bella]

Depois de algum tempo, nada do que você faça, fale, pense, queira, ou simplesmente ame pode mudar alguma coisa. Quando você faz uma escolha simplesmente precisa enfrentar as conseqüências, mesmo que isso te dilacere e te mate todos os dias.

Nem sempre a escolha certa, é o melhor para você. Nem sempre o certo trás um futuro feliz, ou faz a angustia ir embora. Quando você perde a única razão de sua vida, as coisas não tem muito sentido. As coisas não têm mais graça, e não tem o que faça seu coração bater mais rápido. Por que existe uma única pessoa capaz de fazer isso, e ela é a única que você não pode querer.

Quando as lagrimas começam a correr incontrolavelmente por meu rosto, e ninguém consegue fazer com que elas parem, existe apenas uma pessoa que eu tenho vontade de ligar. E é essa mesma pessoa que me mata um pouco a cada dia, mas que me mantém viva da mesma forma. Por que essa pessoa precisa simplesmente respirar, eu preciso apenas saber que seu coração está batendo, e então eu poderei chegar ao fim de mais um dia e ter forças para dormir para ser obrigada a acordar novamente.

[Edward]

“O que você está fazendo com sua vida Edward?” pergunta Jasper toda vez que eu tenho paciência para atendê-lo. Vida? Quem tem uma vida aqui? Eu tenho sina, e a única coisa que me faz tropeçar da cama todos os dias é saber que ela está viva. Saber que foi real pelo simples fato de ver sua melhor amiga quando eu dou as caras nos ensaios.

E o que eu posso fazer quando a única pessoa que pode mudar toda a minha realidade é a única que não me quer? E o que fazer quando a pessoa que tira o seu fôlego apenas por olhar uma foto está a um oceano de distancia e nem lembra que você existe? E o que eu poderia fazer, quando a única certeza que tenho é que a amo mais do que qual quer coisa em minha quase vida, e que daria tudo para poder vê-la outra vez?

Bem, acho que não posso fazer muita coisa realmente.

[Bella]

“O livro tem uma versão imoral e inconseqüente de tudo o que...” Tudo bem, eu não posso falar isso. Vamos tentar outra vez. “O livro tem uma visão diferenciada sobre a visão das pessoas. Ousando da forma mais idiota e retardada possível...” isso realmente não está dando certo.

A palestra continuava e eu tentava não dormir olhando para o pobre homem que falava sem parar. Eu nem precisava estar assistindo aquilo, mas James me obrigou, dizendo que era necessário e blábláblá. Eu precisava fazer mais uma critica e eu podia fazer simplesmente pegando o resumo do livro na internet. Se James me desse mais um livro sobre “Raves em seminários e chá bar em colégios internos” eu simplesmente surtaria. Qual é? Eu estudei em um colégio interno e sabia muito bem como as coisas funcionavam.

Eu tentava ignorar meu tempo, pois sabia que mais cedo ou mais tarde eu não teria nada para fazer e então pensaria em... Na pessoa que está no outro continente. Doía só em pensar que estávamos tão longes, mas quando eu colocava a mão no bolso alguma coisa me consolava, dizendo que foi real e que eu já fui feliz.

Eu senti alguma coisa voando em mim. E só então lembrei que eu não era a única obrigada a assistir a aquela chatice. Eu olhei para minha mesa e tinha uma bolinha de papel. Eu olhei para o lado lentamente e encontrei Aro me olhando com um sorriso enorme nos lábios.

Aro, Renesmee e Jacob (que milagrosamente tinha saído da ala proibida e agora tentava conversar com Nessie de vez em quando) eram as pessoas mais próximas que eu tinha. Eles sabiam da minha vida... Bem, pelo menos da parte que eu me permitia contar pelo menos. Algumas coisas não devem ser compartilhadas com duas pessoas.

Aro fazia sinal para a bolinha de papel e eu continuava olhando para ele sem entender. Com má vontade eu peguei a bolinha e a desamassei. Eu revirei os olhos. “OLHA OS MUSCULOS DESSE CARA! BABEI” eu peguei minha caneta e escrevi de volta “você é doente.”. E então eu joguei a bolinha, que acabou batendo na cabeça de Jacob.

Aro deu um pulo e pegou a bolinha, enquanto eu voltava a escrever minha critica construtiva em meu caderno. Eu nem lembrava mais sobre o que era a palestra, só sabia que estava com minha mente no caderninho, tentando evitar o ócio.

Eu sabia que estava perdida. Eu não tinha ido ao noivado de Alice por medo de encontrar Edward e as coisas piorarem... Para mim. Ele não deveria mais gostar de mim, e eu sabia que isso era verdade. Já fazia tanto tempo e tudo parecia fazer parte de um sonho, de um sonho bom... E agora eu estava vivendo um pesadelo. A bolinha voou em minha direção novamente.

“DOENTE? OLHA AQUELES BRAÇOS! Por: Aro.

ECA! Por: Jacob.

Concordo com o Marks! Por: Nessie. ”

Eu revirei os olhos novamente. Tudo bem, agora o bilhetinho era conjunto?

“tudo bem, eu retiro o que eu disse. VOCÊS são doentes, apenas o Jacob se salva!”

E lá se foi a bolinha voando novamente. Eu pude ouvir as reclamações de Aro por eu ter acertado sua cabeça e depois as risadas estrondosas de Jacob por causa do que eu tinha escrito. Eu voei daquela sala por um momento. Minha editora estava querendo me matar por que fazia um ano que eu tinha prometido um livro novo e meus leitores queriam arrancar minha cabeça. O que eu podia fazer? Eu não tinha vontade nenhuma de escrever sobre nada. Nem mandar e-mail para Alice eu queria. E eu sabia que logo seria o casamento de Alice e eu não tinha como fugir dessa vez. Eu seria madrinha e eu me jogaria do alto do meu apartamento se não fosse.

A palestra finalmente acabou e eu vi quando Victoria saiu correndo da sala de James e foi para sua mesa. Fala sério, eles achavam que éramos cegos? James era uma das pessoas mais irritantes do mundo. Cheio de manias, perfeccionista, pontual e “politicamente correto” pelo menos quando tínhamos que mandar os artigos para ele.

Victoria era completamente enojada, fazia cara de nojo para tudo. Ela fazia careta todos os dias quando eu chegava ao prédio do jornal e via a minha roupa. Bem, nem todos se sentem bem em usar salto quinze para trabalhar como ela. Jane vinha em minha direção pulando como uma louca, e eu não sabia o motivo de tanta animação. Na verdade eu não entendia o porquê das pessoas andarem sempre sorrindo e tão felizes. Acho que acabei esquecendo o que é simplesmente sorrir por que está feliz, e não para não deixar as pessoas no vácuo.

-Bella, sua irmã estará aqui em Londres na semana que vem! –ela falou quase pulando para olhar meu rosto.

-ah é, eu tinha me esquecido disso. –eu dei de ombros.

-como você esquece que sua irmã está vindo te visitar? –eu revirei os olhos.

-bem, ela vem fazer um desfile. Mas me desculpe, eu ando um pouco desligada. –ela sacudiu a cabeça.

-você está desligada desde que chegou aqui. –ela falou com um sorriso triste nos lábios e voltando para sua mesa.

Renesmee colocou a mão em meu ombro e me deu um sorriso tristonho. Ela sabia o motivo de eu estar em Londres e nem preciso dizer que ela também não concordava comigo. Jacob dizia que eu tinha problema, e Aro assim que viu uma foto dele quase comprou uma passagem para a Austrália (onde ele estava fazendo show na época) e foi fazer uma visita.

-HEY poodle micro toy, da para parar de olhar para as meninas do jornal, por favor? –eu ouvi Aro falar com Jacob, que encarava Jane.

-cala a boca iguana, Jane está dando pulos de raiva ou é minha impressão? –ele apontou para a menina que praticamente pulava na frente de James.

-o que o lagartixa morta fez dessa vez? –Aro batia o pé no chão e Jane começou a vir em nossa direção toda saltitante.

-BELLA, EU VOU FAZER UMA ENTREVISTA COM SUA IRMÃ! –Jane praticamente pulava em mim novamente.

-isso é ótimo, Jane. –eu sorri.

-você vai junto, não é? –os olhos azuis brilhavam e eu apenas revirei meus olhos.

-claro. –ela sorriu, estendendo o convite para os outros.

Finalmente deu o horário para eu ir para casa. Eu peguei minhas coisas e desci pelas escadas, tentando ao máximo evitar multidões. Assim que cheguei à portaria, percebi que estava chovendo forte e que eu não poderia ir para casa a pé, como fazia de vez em quando. Procurei por um taxi e depois de dez minutos vi um que estava vazio. O homem do taxi me deu um sorriso educado e eu falei para onde ele deveria ir, o que não deveria demorar muito já que o jornal era apenas algumas quadras do meu apartamento.

O que mais me agoniava em pegar um taxi, era saber que geralmente o motorista começaria um assunto simpático perguntando alguma coisa que deveria ser irrelevante sobre a minha vida. E dessa vez não foi diferente. Assim que ele começou a colocar o taxi em movimento, começou a contar sobre o neto que estava dando os primeiros passos, e sobre a esposa que estava em casa esperando para que seu expediente acabasse. Ele falava da esposa com admiração, como se ela fosse a coisa mais importante do mundo. Como se não existisse mais nada, alem daquela mulher. Era bonita a forma que ele falava, mas ainda assim meu coração se apertava.

Assim que eu estava a apenas uma quadra do meu apartamento eu agradeci a carona e paguei o que devia. Era apenas uma quadra, e não me aconteceria nada de mais. Eu estava ansiosa para chegar e poder ligar para Alice e para meu pai. Eu sentia muita falta deles, e quase todos os dias nós nos falávamos.

A chuva estava mesmo forte e o vento que batia em mim com força parecia estava cortando todo meu corpo. Eu continuei andando sem prestar muita atenção, tentando pensar o que eu estaria fazendo se estivesse em Nova Iorque. Olhei para uma vitrine e um dos relógios marcava que passava pouco das cinco da tarde. Se eu estivesse em Nova Iorque estaria dando aulas de espanhol...

(Música: http://www.youtube.com/watch?v=m5ti4OERTiw)

Entrei no prédio sem olhar para as pessoas que estavam na porta esperando a chuva acalmar. Meu apartamento estava da mesma forma que Alice tinha deixado um ano atrás. As cortinas brancas, as paredes beges o sofá de cor opaca, e os vasos que já tiveram flores coloridas em cima da mesa de vidro no meio da sala. Tomei um banho rápido apenas para tirar a roupa molhada. Sentei perto da janela, olhando para a chuva que caia. Eu toquei meu reflexo no vidro da janela. Um raio rasgou o céu, e depois de alguns segundos o barulho estrondoso se mostrou mais perto do que qual quer um poderia imaginar.

Eu não gostava de estar ali, porem alguma coisa me segurava, impedindo que eu voltasse para a minha casa e retornasse para a vida que eu tinha antes e que tanto gostava. Alguma coisa de força muito maior do que meu desejo ou até mesmo maior do que o medo que sentia quando começava a pensar. O meu maior receio era por saber como ELE estava. E alguma coisa me dizia que estava melhor do que eu com certeza.

[Edward]

A chuva caia forte em Nova Iorque. A sensação de estar de volta não estava me atingindo como da ultima vez que eu voltei de uma turnê longa. Aquele apartamento não era o meu, aquela cidade não era a minha e, principalmente, aquela não era a minha vida. Sentei na janela que sempre me sentava quando queria pensar. Olhando para o prédio próximo ao meu, e que agora estava tão vazio.

Todas as luzes desligadas, nenhum sinal de vida. Como se nunca tivesse havido vida naquele lugar. Eu respirei fundo, tentando achar alguma coisa que me reconfortasse ao olhar ali. Mas nada. Nenhuma sensação de alivio ou sequer de que as coisas estavam melhores. Nada. Apenas o vácuo sem sentido e irreal que tinha se tornado minha vida.

[Bella]

Já ouvi milhares de vezes que não existe chuva ou tempestade que dure para sempre. Por um longo tempo eu quis acreditar nisso. Um conformismo por simplesmente acreditar que o tempo poderia curar toda e qualquer ferida. Mas o tempo não cura nada. Ao contrario. Apenas aumenta, deixando que todos seus sentimentos venham à tona de uma vez e de forma inesperada.

 Hoje eu acho que a frase está errada. Por mais que a tempestade vá embora, o sol também não dura para sempre. Uma hora ou outra o sol será escondido novamente pelas nuvens, ou terá que trocar de lugar com a lua e dar espaço para a noite escura e sombria. E não importa o que você faça nada pode mudar certas coisas...

[Edward]

...Por que você não pode controlar o tempo, o seu espaço e a vontade das pessoas. Por mais que você se sinta em pedaços, por mais que seu coração bata lentamente e cada segundo demore como anos a passar. Nada vai mudar...

[Bella e Edward]

... Por que sua vida ainda vai girar em torno de uma única pessoa. Independente do movimento dos ponteiros do relógio, das gotas da chuva, dos raios do sol e do movimento lendo que o mundo faz...

[Bella]

...Meu coração...

[Edward]

...Tem apenas...

[Bella]

...Um dono...

[Edward]

... E nada mudará essa verdade.

 

 


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Notas finais do capítulo

cooooooooomentem poooooovo! ;) beeijos beiiiijos