As Aventuras de Rin Casaco Marrom escrita por Sem Nome


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Terceiro capítulo (este é grande mesmo):3
Obrigada por todos que comentaram, fico muito feliz que estejam gostando. Vocês me incentivam a escrever.

Mais uma coisa, se você está acostumado a pensar assim: (térreo, primeiro andar, segundo andar e terceiro andar), tenha em mente que na história é assim: (primeiro andar, segundo andar, terceiro andar e quarto andar), ok?



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   Capítulo 03

   Aquele no qual um (não) livro pede para ser roubado.

   Rin entrou no que parecia ser o menor hotel do mundo. Ela teria imaginado que estava no lugar errado, se não fosse a grande placa luminosa anunciando “Hotel do Mago, sempre há vagas”.

   O salão principal era atapetado, com um enorme lustre no teto e pinturas de pessoas desconhecidas nas paredes. O papel de parede era azul com listras pretas.

   Rin foi até o balcão e tocou naquele sininho que existe em todos os hotéis.

   Um homem baixinho e grisalho surgiu magicamente na cadeira atrás do balcão.

   - Em que posso ajudá-la? – perguntou.

   - Quero alugar um quarto – Rin respondeu.

   - Você não fez reserva – aquilo não foi uma pergunta.

   - Ah... não.

   - Perdão, senhorita, todos os nossos quartos estão ocupados – ele fez uma pequena pausa dramática – Mas, felizmente, você veio ao lugar certo. Por um pequeno preço adicional eu posso criar um quarto novinho em folha.

   Rin suspirou, e o homem fez questão de lembrá-la de que todos os hotéis da cidade estariam lotados (como se ela já não soubesse).

   - Tudo bem, mas eu quero água quente, chocolate de laranja no travesseiro e direito a café da manhã – se ela pagaria mais por um quarto, pequenos mimos não fariam mal.

   O homem levantou as sobrancelhas e cruzou os braços, como se pedisse para ela continuar. Rin vasculhou os centenas de bolsos internos de seu casaco. Tirou de um deles uma vela com cheiro de eucalipto e a colocou na mesa. O homenzinho continuou olhando para ela.

   A menina bufou e tirou do casaco três clips para papel, cada um com uma cor diferente. O homem ainda não estava satisfeito e o sorriso dele a fazia ter vontade de socá-lo na cara.

   Rin franziu o cenho e colocou uma pena de pavão na mesa. O grisalho finalmente descruzou os braços.

   - Assine aqui e aqui – ele a entregou um papel e recolheu os itens do balcão.

   Rin assinou nos lugares indicados e o homenzinho levantou-se da cadeira. Ele abriu um armário na parte de trás da mesa e de lá tirou uma porta de madeira comum.

   - Venha comigo. – pediu – A propósito, meu nome é Mago, sou dono do hotel.

   Rin nunca pensou que encontraria alguém mais baixo que ela, mas Mago provou que ela estava errada, e a porta debaixo do braço do homem o fazia parecer mais desajeitado ainda.

   Ele a levou até uma sala que, para surpresa de Rin, estava cheia de portas. Mas as portas não estavam nas paredes, elas estavam em pé, em fileiras, como se formassem um exército.

   Ela distraiu-se por um momento, imaginando um exército de portas. Seria mais intimidador que um exército comum, sem dúvida. As portas formariam uma parede gigante, sem deixar nenhuma brecha. Elas usariam suas farpas para furar os olhos das pessoas e também trancariam os soldados inimigos dentro de si, aprisionando-os pelo resto da eternidade.

   Mago colocou a porta que carregava no chão, em frente a outra porta, dando espaço suficiente para esta abrir.

   - Que tipo de quarto você vai querer?   - perguntou, colocando a mão na maçaneta e tirando a menina de seus pensamentos.

   - Ãh? – Rin não entendeu.

   - Que tipo de quarto, sabe? – ele repetiu, irritando-se um pouco – Qual é a sua cor preferida?

   - Amarelo – ela estranhou a pergunta, mas mesmo assim respondeu.

   Mago assentiu e bateu de leve na porta com os nós dos dedos. Ele a abriu com um sorriso, fazendo sinal para que Rin entrasse. Ela obedeceu e engasgou quando ligou as luzes, olhos arregalados.

   O quarto tinha três paredes amarelas e uma preta. Havia uma escrivaninha de carvalho nobre e uma cama de casal, com lençois finos e caros. Um carpete amarelo enfeitava o chão. A vista da enorme janela era a rua onde o hotel se encontrava, as cortinas também amarelas. Do teto estava pendurado um lustre semelhante ao do salão, só que um pouco menor.

   Ela não se lembrava de ter estado em um quarto mais bonito que aquele.

   - O quarto é satisfatório, senhorita? – o grisalho perguntou, não tirando o sorriso do rosto.

   Rin apenas balançou a cabeça em afirmação. O homem podia cobrar muito, mas o lugar era digno de um rei.

   Ela virou-se e se deparou com Mago perto dela, com a uma mão aberta e a outra atrás das costas. Ela franziu o cenho, mas lhe entregou um chaveiro com uma laterninha. Mago aceitou a gorjeta e lhe entregou as chaves do quarto.

   - Boa estada – ele saiu, fechando a porta atrás de si.

   Rin tirou a mala das costas e foi até a janela, curiosa. Pressionou as palmas das mãos no vidro e observou as pessoas andando na rua. Como era possível haver uma janela no quarto, se ele estava literalmente dentro do hotel? Será que as pessoas podiam vê-la? O que aconteceria se ela abrisse a janela e gritasse para alguém?

   Ela balançou a cabeça, confusa. Era melhor não ficar questionando a magia. Foi até o banheiro e olhou-se no espelho. Precisava de um banho, seus cabelos louros claros estavam oleosos e despenteados. O rosto não estava em um estado muito mais apresentável, e haviam olheiras debaixo dos olhos azuis.

   Ela lembrou-se de Sweet Ann ter perguntado o que uma menina “adorável” como ela fazia no navio. A pirata estava apenas sendo gentil, com certeza.

   Abriu a torneira de água morna da banheira deixou acumular. Tirou o laço preto, os prendedores de cabelo, o casaco e as botas, ficando só de vestido e meia calça.

   Rin notou uns pacotinhos de sais de banho perto da pia. Levou um deles até o nariz e não pôde deixar de sorrir quando sentiu cheiro de laranja.

   Ela devia se hospedar em hotéis caros mais vezes.

                                       .   .   .

   Rin deixava o chocolate de laranja que pegou no travesseiro do hotel derreter na boca. Ela havia acabado de jantar em um restaurante próximo, e tinha trazido o pequeno chocolate para sobremesa.

   Ela normalmente não gostava de comer peixe, mas quando se está em uma Cidade dos Peixes, tanto a do Norte quanto a do Sul, não comer peixe é como ir a uma orquestra e tapar os ouvidos.

   Todos já sabiam da rixa gastronômica entre a Cidade dos Peixes do Norte e do Sul. Ambas afirmavam ter os melhores peixes do mundo, e isso afetava a população de tal modo que, naquela mesma noite, o chef do restaurante saiu da cozinha e fez todo um discurso sobre como os peixes do Sul eram superiores em tamanho e sabor. E todas as pessoas no restaurante bateram palmas e gritaram vivas.

   Rin também bateu palmas, tanto por educação, tanto pelo peixe estar delicioso.

   Ela já havia estado na Cidade dos Peixes do Norte. O peixe era igualmente saboroso. Então chegou a conclusão de que tudo dependia dos gostos da pessoa.

   Se você gostava mais de peixes de água doce, era melhor ir para o Sul. Se preferia os de água salgada,  para o Norte.

   Mas ela não podia interferir nessas questões, pois, bem lá no fundo, as pessoas se divertiam com essas brigas e prefeririam continuar assim do que decidir um vencedor.

   Deixou os pensamentos de lado quando se deu conta de que estava em frente a Livraria de Livros Velhos.

 Não entre na livraria. Use-a apenas como ponto de referência, não entre nela. O dono é maluco, completamente louco, todos sabem disso.

   De repente Rin pensou se não deveria seguir o conselho de Sweet Ann, ou se, pelo o menos, não deveria esperar até a manhã. Porém, antes que ela pudesse dar meia-volta, um velho de bengala abriu as portas da loja com um sorriso radiante no rosto. Os olhos dele brilhavam.

   - Olá, moça! – exclamou – Puxa, a quanto tempo não tenho um freguês! O que está esperando? Entre, entre!

   Rin fez o que lhe foi pedido, não teve coragem de magoar o pobre senhor.

   A livraria era circular e tinha quatro andares de altura, em cada um haviam várias estantes entupidas com todos os tipos de livros. Um tapete desbotado cobria o chão de madeira do primeiro andar.

   - Você pode ficar à vontade – o velho digiu-se a uma porta nos fundos da loja – Eu vou buscar minha esposa.

   Deveria fazer mesmo muito tempo que ninguém entrava na loja para que o homem ficasse tão feliz com sua presença. Ele não parecia ser louco. Será que as pessoas da cidade confundiram sua alegria com loucura?

   Rin foi até uma das prateleira, pegou um livro ao acaso e o folheou. Era uma biografia de um escritor qualquer. Devolveu o livro e pegou outro. Mais uma biografia. Folheou outros dois livros, ambos também eram biografias. Ela olhou para cima e viu um placa dourada que dizia “biografias”.

   Sentindo-se um tanto idiota, ela procurou por uma seção que lhe agradasse mais. Queria subir ao segundo andar para ver o que tinha lá, mas quando pôs o pé no primeiro degrau da escada, o senhor voltou de seja lá onde ele estava com um fantoche de velhinha na mão esquerda.

   - Viu? Viu como eu não estava inventando histórias! – ele falou para o boneco.

   - Pelos deuses! Será que meus olhos de senhora estão me enganando? É mesmo uma freguêsa! – o velho forçava uma voz aguda enquanto fazia o fantoche abrir e fechar a boca – Mas será que você não podia ter vindo em uma hora menos inoportuna? Eu já estava dormindo quando meu marido veio me acordar. Nós, velhinhas, não ficamos acordadas até tarde como as moças jovens, entende?

   - Pelo palácio! Nós finalmente temos uma cliente e você fala desse modo com ela? É por sua causa que a livraria está falindo! – o velho gritava com a própria mão, mas depois focou sua atenção em Rin – Mil perdões, senhorita. Minha esposa fica um tanto raivosa quando é acordada de seu sono. Mas, vamos fazer assim; ela vai preparar chá e biscoitos para você como pedido de desculpas.

   Rin continuou calada. Talvez ele seja mesmo louco, pensou.

   O senhor não se incomodou com o silêncio da garota, e se dirigiu a um pequeno fogão próximo a uma mesa no primeiro andar da loja. Ele habilidosamente fez com que o fantoche enchesse uma chaleira de água e a colocasse para ferver.

   - Ficará pronto em alguns minutos – ele usou a voz aguda mais uma vez.

   Rin deciciu que era melhor satisfazer sua curiosidade sobre os outros  andares do que perguntar ao senhor se ele sabia que estava casado com um boneco.

   Subiu as escadas e deu uma rápida olhada no segundo e terceiro andar. Assim como no primeiro, haviam placas indicando que tipos de livros eram guardados em suas prateleiras, ficção científica, romance, fantasia, contos, receitas e muitos outros. Ela não perdeu muito tempo, o que realmente queria era chegar ao quarto andar.

   Tinha algo muito estranho naquele lugar, ela só não sabia dizer o que.

   Rin deu passos pequenos e cautelosos. Estava mais frio, ou seria apenas sua imaginação? Ela tirou um livro da prateleira, mas descobriu que ele estava escrito com letras estranhas e desconhecidas.

   O resultado não foi diferente com o livro seguinte, nem depois dele. O quarto livro, apesar de estar escrito com o alfabeto tradicional, era uma sopa de palavras, todas embaralhadas aleatoreamente.

   Ela procurou a placa na prateleira que indicaria que tipos de livros eram aqueles, mas não havia nenhuma lá. Suspirou, frustrada. Por que guardar livros como aqueles? Quem iria comprá-los?

   Ela tentou uma porção de outros títulos, na esperança de encontrar um que pudesse pelo menos entender, porém, um era mais estranho que o outro. Ela até encontrara um exemplar no qual a única letra existente era o “P”.

   Rin estava prestes a voltar para o terceiro andar de mãos abanando quando um livro no final da última prateleira chamou sua atenção. Ele não era muito grande, nem muito grosso. Tinha capa dura e azul-escura, podendo-se confundir com preto. Ele não tinha nada de especial, exceto o título.

   “Eu não sou um livro”.

   Era um título bizarro, sem dúvida, mas pelo menos estava escrito com letras e idioma normais.

    A alegria da garota acabou no momento em que ela folheou o livro (ou não livro, no caso). Ele estava completamente em branco.

   Foi aí que ela percebeu a lógica. É claro que não era um livro, era um caderno, ou um diário. Fez uma careta. Quem faria uma coisa dessas? Por que não colocar “diário” na capa? Por que colocar “eu não sou um livro”? Por que simplismente não colocar um título?

   Rin abriu o diário de novo, triste. Esperava encontrar alguma coisa lá em cima que fosse diferente do resto dos livros, que fosse especial. E quando achou que tinha conseguido, decepcionou-se com aquilo.

   Porém, no momento em que chegou na primeira página do não livro, ela viu uma coisa que não percebeu antes. Havia algo escrito com letras que pareciam feitas à mão.

   “Roube-me”

   Ela franziu o cenho. Aquilo não estava ali antes, tinha certeza. O não livro estava totalmente em branco. Ela o fechou e abriu de novo. A estranha mensagem continuava lá. Vasculhou todo o objeto, mas não havia nada mais de novo.

   “Roube-me”

   Rin pensou em Alice e em seu bolo, cuja mensagem dizia “coma-me”. Sua situação não era muito diferente. Aconteceu alguma coisa quando Alice comeu o bolo, não? Será que...

   Balançou a cabeça. Não, ela com certeza não iria roubar o não livro. Ela nunca roubara nada na vida e não iria começar agora.

   Mas uma vozinha continuou a importuná-la. Será que...

   - A comida está pronta! – a voz forçada e aguda do senhor ecoou do primeiro andar.

   Será que...

   - Moça? – Dessa vez ele usou sua voz normal.

   Rin colocou o não livro em um dos bolsos do grande casaco, sentindo-se nojenta. Nem dava para notar que havia alguma coisa nele, de tão grande que era. Ou de tão pequena que Rin era. Engoliu em seco.

   Aquilo era ridículo, alguém devia ter escrito aquilo, só por brincadeira, e ela não viu na primeira vez que folheou, só isso. Mas ainda assim...

   - Já estou descendo!

   Ela voltou para o primeiro andar e sentou-se na mesa perto do fogão, que agora estava posta. O senhor educadamente serviu-lhe o chá e colocou um punhado de biscoitos no prato. Ele fez o mesmo com a “esposa” e consigo.

   Rin tomou um gole do chá, mais para esquentar as mãos frias do que por vontade de tomar a bebida. Era um chá fraco. Muito fraco, parecia que era apenas água quente. E logo ela percebeu que não era outra coisa.

   Mordiscou um dos biscoitos, desconfiada. Eles também não tinha sabor de quase nada. Eram feitos apenas de farinha e água, sem chocolate ou açucar.

   - Senhor? – Rin chamou a atenção do excêntrico homem – Você não acha que tem alguma coisa... digamos... estranha com a comida?

   O velho deixou a cabeça pender para um lado, como se estivesse pensando a respeito.

   - Você está dizendo que o chá não tem sabor? – ele recebeu uma resposta afirmativa da menina – Ah, deixe-me explicar. As pessoas constantemente deixam sua imaginação de lado – ele fez uma pausa para certificar-se de que ela estava ouvindo -, mas, se você se esforçar um pouquinho, pode imaginar que este chá é o melhor do mundo, ou que estes biscoitos são feitos com o mais fino chocolate. Entendeu?

   Ela afirmou com a cabeça lentamente e continuou comendo os biscoitos e bebendo o chá, por educação. Ele com certeza era louco.

   - Você achou alguma coisa interessante? – ele indagou.

   Rin quase engasgou com a água quente, lembrando-se do não livro que estava em seu casaco. Sentiu vontade de se jogar no chão, ficar de joelhos, devolver o não livro para o homem e desculpar-se. Mas se controlou.

   - Bem, eu encontrei um livro de receitas no segundo andar – se ela iria roubar alguma coisa, pelo menos compraria alguma coisa, para equilibrar.

   - Você cozinha? – a boneca quis saber.

   - Não, mas quero aprender – mentiu.

   Ficaram em silêncio por um tempo, até que Rin tornou a falar.

   - O que há de errado com aqueles livros do quarto andar?

   O velho ergueu as sobrancelhas.

   - Não há nada de errado com eles, são apenas livros escritos em linguas mortas, em códigos de guerra ou com objetivos artísticos. Não fazem muito sentido se você não tiver um conhecimento prévio sobre eles. Eu os chamos de “livros mortos”.

   Ela não disse nada, a explicação do senhor fazia sentido. Quando se deu conta, já havia terminado o chá. Esperou que o velho e sua esposa terminassem o próprio lanche.

   - Eu vou levar o livro de receitas – se levantou e foi buscar o objeto.

   Entregou ao senhor as cinco bolinhas de gude que havia encontrado, mesmo que ele tenha tentado devolver duas delas.

   Rin saiu da livraria com um livro inútil e com um não livro roubado.

   Não estava contente com nenhum dos dois.

                                        .   .   .

   O velho acariciava os cabelos de lã do fantoche.

   - Ela levou o não livro – ele não olhava para nada, apenas para a parede – Ela levou o não livro.

    Ele não precisa ir até o quarto andar checar, sabia que o não livro não estava mais lá, sentia.

   - A garota chegou na hora certa – se deu conta de que nem sabia o nome dela –, eles estão vindo, estão cada vez mais perto.

   Ele se levantou da cadeira, havia passado umas duas horas lá depois que Rin saiu.

   - Imagine se ela não tivesse vindo  – andou apoiado em sua bengala – Imagine se quando eles chegassem aqui, encontrassem o não livro – um arrepio subiu pela sua espinha.

   - Não vale a pena pensar nessas coisa – sua esposa disse – não há nada a ser feito agora.

   - Ela ainda precisa fazer o que é pedido – lembrou o homem – Que os deuses a protejam. Que os deuses a protejam de seus inimigos e de tudo o mais.

   O velho foi até seu quarto nos fundos da loja e sentou-se novamente, na cama.

   - Nós não temos muito tempo de vida, não? – fez o fantoche perguntar.

   - Acho que não. – ele pegou na mãozinha do boneco – Mas veja, nós fizemos tudo o que podíamos. Escondemos o não livro por tanto tempo, que nem tínhamos mais forças para isso. Cumprimos nosso dever em vida. Agora é hora da garota cumprir o seu.

   - Que os deuses a protejam – disse o fantoche – Que os deuses a protejam de seus inimigos e de tudo o mais.


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Notas finais do capítulo

E a história começa.