Os Foriuns escrita por Cla Lima


Capítulo 5
O Início da Jornada


Notas iniciais do capítulo

A partir de agora a história irá ser narrada por Morgana.



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Depois de uma noite tranquila ( O que era um pouco raro ) abri os olhos e a princípio não indentifiquei onde estava. Olhei para um lado, e vi uma cabeceira de madeira com uma vela em cima. Olhei para o outro e vi Cedric falando com Alex, ambos tristes. Me levantei devagar e fui na direção dos dois, duvidosa a respeito daquelas feições magoadas.

– Bom dia! O que houve? - temia pela resposta - Cedric?

– Medridor morreu esta noite. Por algum tipo de magia. Nossos melhores magos suspeitam de Killgar, o necromante. - Ele tentou permanecer sério e profissional, porém uma lágrima escorregou lentamente por sua bochecha.

Alex apoiou a mão em meu ombro, e o Chalé da Aurora, antes alegre e confortável, agora se enchia com um ar sombrio e gelado. Cedric desviu o olhar e fitou uma vela acesa presa a parede. Era uma situação desconfortável.

– Receio que a missão de vocês tenha que sofrer mudanças..... Vocês iriam apenas recuperar o diamante certo? - Disse ele, ainda com o rosto triste e amargo.

– Certo. - Confirmei.

– Agora terão que matá-lo. Matar o assassino do chefe dos Foriuns! Sintam-se honrados! - Ele secou a lágrima com a manga olhou para o teto, então começou a chorar novamente, duas lágrimas apenas.

Medridor era como um pai para ele. E sua dor devia ser absurdamente forte. Cedric ficou sério novamente, como se estivesse encarando alguém. Um silêncio mortal adentrou o quarto. Por dentro eu chorava de medo, de tristeza, de confusão, mas nada afetava minha aparência séria e silenciosa, em honra a Medridor.

– Temo que vocês não receberão mais desafios e treinamentos. Vamos partir de imediato. - Cedric despertou de sua transe, e olhou para mim. - Morgana, será dada a você túnicas novas e o Cajado Cintigria, um dos mais poderosos que temos na fortaleza.

– Está bem. - Me senti animada e confiante, sem me livrar de uma pequena dor aguda no peito, da morte de Medridor.

– Vou buscar Rufus, o grifo, vamos para o pátio.

Alex sorriu ao saber que Rufus iria realmente com eles, mas sua alegria se desfez ao ver o pátio. Nada era como antes, a morte de Medridor ecoava na mente de todos, até das criaturas. O lago estava turvo, e a barreira que cercava a fortaleza estava menos brilhante. Uma cozinheira gorducha de pele escura chorava alto, soluçando e lamentando sua perda. A perda que todos os membros dos Foriuns sofria.

Finalmente,Cedric chegou puxando Rufus por uma corda, presa a seu pescoço. Porém, ele estava diferente. O grifo se recusava a andar, e grunhia a cada puxão. Rufus se encontrava negro, da cabeça aos pés. Não parecia o mesmo. Ele lembrava uma criatura sombria e vil. Alex ficou um tanto deprimido. Cedric me entregou a corda, sem me dar instrução alguma. Eu apenas segurei e afaguei sua cabeça. Alex fez o mesmo. Ficamos parados por 30 minutos, enquanto Cedric trazia suprimentos.

Enfim, partimos.

Eu, Alex, Cedric e Rufus começamos a subir uma colina verde e bonita, que distraiu-me. Ficamos observando a imagem em silêncio absoluto, até que Alex quebrou-o.

– Ele pode se chamar Aufred? - perguntou, como se tivesse pensado bastante no assunto.

– O quê?

–O grifo! Pode se chamar Aufred? Rufus não combina com ele.

Olhei para a criatura e ele não estava mais preto, estava branco como a neve, realçando seus olhos amarelos.

– Tem razão. - concordei - Rufus não combina. O nome do grifo albino pode ser Aufred, se quiser.

Nós dois rimos juntos. Cedric estava distraído com sua espada de aço recém polido.

Meus pés doíam. E pelo seu rosto, os de Alex também. Aufred pareceu perceber pois me puxou para suas costas, e fez o mesmo com Alex. Suas penas eram macias e confortáveis, como uma almofada de seda. Cedric olhou para nós e seu rosto se contorceu em uma careta esnobe, provavelmente com inveja.

– Vem Cedric, ele é grande suficiente para nós três! - gritou Alex, chamando sua atenção.

No início Cedric recusou a oferta, mais reconheceu que estava exausto e sentou-se no grifo, depositando sua espada na bainha com cuidado.

Após algumas horas de viagem, lembrei-me do que Cedric dissera, que iria me dar túnicas novas e um cajado.

– Está na sua bolsa, se quiser. - Cedric parecia ler meus pensamentos, o que me fez temer se eu não tinha pronunciado isso alto.

Abri a bolsa e peguei a túnica. Nós paramos e troquei de roupa atrás de uma copa de carvalhos. Quando saí, Cedric ficou extremamente surpreso e os olhos de Alex brilharam. A túnica era simplesmente maravilhosa. Era violeta com detalhes roxos, chegava até a canela. Na cintura havia um cinto marrom, de couro, com fivela dourada. A manga era larga, confortável. Me senti bem.

Agarrei o cajado da mão de Cedric e o segurei com força. Era prateado com uma bola azul em cima, com uma bola de fumaça escura dentro. Azul escuro. Me senti poderosa e confiante. Guardei o cajado novamente e continuamos a viagem em cima de Aufred, até que um estrondo ecoou perto dali, e de trás de uma árvore surgiu um animal amarelo, semelhante a um lagarto. Ele possuía quatro patas e podia ficar de pé em três. Seu olhos era grande e roxo. Ao seu lado uma jovem ruiva e bonita sorria para nós. Seu  olho era verde e tinha um ar brincalhão. Suas roupas eram de pele de algum animal, roxo violeta e marrom. Um cinto parecido com o meu definia sua cintura. Ela segurava um saco bege de pano em uma mão e um cristal azul na outra. Deu dois passos para frente e disse:

– Olá, meu nome é Ladenér!



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Notas finais do capítulo

tomara que tenham gostado do cap =)



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