Ele ia embora. Ia para a Alemanha. Ficara sabendo que não seria terminantemente, mas...

Francamente. Atobe estava meio revoltado. Não porque pretendia mandá-lo ficar e parar de jogar tênis por puro capricho – embora fosse sua vontade –, mas...  Era porque também não podia simplesmente deixar que ele fosse embora assim, sem mais nem menos, sem avisar porra alguma.

– Tezuka – chamou a voz grave e agradável ao ver Tezuka na fila para passar pelo detector de metais. Não havia chegado atrasado, afinal. Menos mal.

Aqueles olhos espiaram por cima dos ombros, através das lentes dos óculos, e deram de cara com o rapaz de braços cruzados. Parecia aborrecido.

Ah, é...

 – Atobe – sussurrou com um pouco de desânimo. – Eu—

– Não. Não fale! – Ergueu a mão numa ordem expressa de silêncio. Tezuka não mudou sua expressão, sequer manifestou-se a respeito. – Não esqueça. Não esqueça.

– Não vou esquecer. – Fez uma pausa. – Como se isso fosse possível. – Lamentou-se com a voz embargada num suspiro.

– Vou tomar isso como um elogio! – Ergueu o queixo e sorriu, cheio de orgulho.