Amargo E Doce Amor escrita por Tricia


Capítulo 18
Uma Noite


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, como o tempo passa depressa não é mesmo? Nem tinha me dado conta de já tinha se passado tanto tempo desde a última postagem! Tantas tarefas no dia a dia que acabamos deixando algumas coisas de que gostamos de lado, e para mim escrever foi uma delas. Agradeço a quem ainda não desistiu de acompanhar a história e prometo que mesmo que seja devagarzinho vou finalizá-la. Beijos a todos!



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*Narrado por Edward

Sentei no confortável sofá desorientado. Passei as mãos no cabelo e pude senti-las tremer. Tanya sabia como me fazer sofrer e não tinha escrúpulos. Usar a morte de nosso filho contra mim era golpe baixo. Aquilo ainda doía demais em mim. E pensar em perder Bella...ah eu não ia suportar.

Mas Tanya não estava de brincadeira. Já sabia tudo sobre Bella e com certeza poderia contratar um assassino profissional. Porra, que inferno! Eu não podia dar as costas a ela agora, não depois dela ter enfrentado o próprio pai, suas inseguranças... Eu a amava demais para conseguir abrir mão dela assim! Tinha que ter outro jeito...

Mas não tinha. Não se eu a quisesse bem e feliz. E a segurança de Bella era minha prioridade, independente de se eu iria sofrer, ou fazê-la sofrer. Ela não tinha nada a ver com os meus erros passados e eu não permitiria que pagasse um preço tão alto. Tomando coragem, peguei o celular.

–Alô...Alice comecei cansado por favor, entre em contato com alguns repórteres e diga que não houve separação alguma, que eu e Tanya estamos bem...que Bella é apenas uma amiga muito querida que está morando em meu apartamento...

–Ma.. mas senhor gaguejou Alice do outro lado eu não entendo...

–Eu sei, faça o que estou pedindo Alice...

–Tudo bem...mas preciso dizer que não acho isso certo Sr. Cullen Alice rebateu.

Suspirei.

–Por favor, não me julgue Alice. Você não tem ideia de como está sendo difícil tomar esta atitude.

Talvez notando a dor e sinceridade em minha voz ela disse:

–Desculpe Edward, eu não tenho nada com isso...

–Eu enfrentaria tudo por ela Alice, tenha certeza disso, mas as coisas mudaram, Tanya pirou... e Bella... Bella estará em perigo se continuar comigo.

Por um segundo o que ouvi foi apenas o silêncio. Depois a eficiência de quem tinha compreendido.

–Vou tomar as providências agora, logo mando informações fez uma pausa e Edward, conte logo para Bella, ela merece saber por você.

E desligou.

Alice tinha razão, eu precisava conversar com Bella o mais rápido possível, mas não queria fazer isso por telefone, porém não podia arriscar um encontro com ela neste momento, não com as ameaças que Tanya tinha feito. Decidi ligar de uma vez, quanto mais depressa colocasse Bella à par da situação, mais rápido ela estaria protegida.

–Oi cumprimentei rouco, um nó apertando minha garganta.

–Oi amor...tudo bem? ela questionou, provavelmente notando que algo estava errado.

Suspirei.

–Não...precisamos conversar anjo tornei contido.

–O que foi Edward? Você está com a voz estranha...o que foi que Tanya fez? -ela falou aflita.

Suspirei resignado, era melhor abrir o jogo de uma vez.

–Ela ameaçou você...jurou que vai mandar assassiná-la se continuarmos juntos...

–Quê? ela riu Essa sua ex-mulher é mesmo doida não é? Pois diga a ela que não vai conseguir nos separar Edward, que nosso amor é capaz de resistir a qualquer armação dela.

Fiquei mudo, aquela demonstração de coragem e confiança só me fazia amá-la ainda mais. E por isso mesmo eu não podia arriscar.

–Bella...- comecei anjo, eu não posso arriscar... Tanya não estava brincando, eu não suportaria se ela te ferisse de alguma forma...

Foi minha vez de ouvir o silêncio.

–O qu...que vo...você está dizendo?- ela murmurou depois de alguns segundos Vai fazer o que ela quer?

–Vou -respondi sem hesitar- se isso mantiver você em segurança.

–Edward! -ela praticamente gemeu Não pode fazer isso comigo!

– Desculpe anjo, eu não sei o que mais posso fazer...estou tão cansado... me perdoe Bella, sei que é pedir demais, mas me dê mais um pouco de tempo... perdi com a voz embargada.

A única resposta que tive foi um choramingo de dor e depois o som da ligação interrompida.

*Narrado por Bella

Quando desliguei não sabia se o sentimento que tomava conta de mim era raiva ou desespero. Edward tinha cedido à chantagem dela. Meus Deus por quê? Porque quando se tratava de comprar uma briga com alguém daquela família Edward sempre preferia contemporizar? Eu tinha certeza que ele me amava, então porque ficar colocando panos quentes? E então um pensamento terrível atravessou meu coração. Ele me amava...mas talvez ele também ainda a amasse...

Solucei. Com certeza a história deles era forte o suficiente para fazê-lo hesitar. Ah Edward não faça isso com a gente! -implorei silenciosamente.

Depois de muito chorar resolvi falar com Alice, se tinha alguém que podia me dar informações era ela.

–Oi Bellinha, como está aí em Forks? -ela tentou soar animada.

–Oi Alice, aqui está tudo bem...mas e aí, pode ir me contando tudo o que você sabe!

Silêncio. Silêncio. Silêncio.

–Alice! Está aí ainda? nossa a coisa devia estar pior do que eu imaginava... Aliceee!!! -praticamente gritei entrando em pânico.

– E.. estou aqui Bella- ela sussurrou de volta.

Nossa, Alice muda e depois gaguejando. A coisa era realmente séria. Tentei me acalmar.

–Alice, por favor me conte o que você sabe...-pedi com a voz trêmula.

–Edward já falou com você?- ela questionou parecendo pesarosa.

–Sim, disse que Tanya pirou, me ameaçou... você acredita nessa história Alice? Para mim parece apenas que ele está arrependido...

–Não diga isso amiga, ele parecia arrasado quando me telefonou. E ela estava mesmo descontrolada mais cedo, achei que ia avançar em mim se eu falasse com algum repórter. Ele pediu, parece que por exigência dela, que eu entrasse em contato com a mídia para desmentir a história da separação e do namoro de vocês.

Funguei segurando o choro. Então era mesmo o fim.

–Bella, ele te ama, eu tenho certeza ela tentou me consolar só que aquela mulher dele é o diabo em pessoa. Dê um pouco mais de tempo para ele...

Suspirei tentando entender os motivos de Edward.

–Tudo bem Alice. Vou ficar aqui esse fim de semana, esperar a poeira baixar, mas uma hora ou outra teremos que resolver nossa situação definitivamente.

–Isso Bellinha, qualquer novidade eu aviso. Você faz bem em ficar por aí uns dias, aquela mulher é doida mesmo, coitado do meu chefão.

Mordi a língua para não fazer um comentário mordaz sobre seu querido patrão. Jogamos conversa fora mais um pouco e quando desliguei, depois de ouvir as doidices de Alice, já me sentia um pouco mais leve.

Decidida a aproveitar meu fim de semana em Forks, ignorei todas as chamadas e mensagens de Edward. Ele que sofresse um pouquinho com o meu silêncio.

Foi bom, no sábado liguei para minha mãe precisando de colo e ela logo estava no hotel. Conversamos, demos risadas, recebi conselhos e almoçamos juntas. No domingo fui à famosa festa da igreja, tradição na cidade, com meus amigos e me senti uma criança novamente, perdida no meio de tantas barraquinhas cheias de guloseimas.

–Nossa acho que vou embora -falei -já comi mais do que devia, já revi todos os conhecidos...

–De jeito nenhum Bella, ainda tem o baile! -exclamou Angela.

–É verdade -emendou Jéssica- temos que dançar!

–Hum meninas, se vocês não perceberam, eu não tenho um par -comentei meio a contra gosto.

–Bom eu ia me oferecer para dançar com você Bellinha -disse Mike- mas acho que não será necessário e fez um gesto com a cabeça já que o doutor acabou de chegar e está vindo para cá.

Segui seu olhar e deparei com Carlisle vindo em nossa direção e sorrindo para mim. Sorri de volta, numa reação quase involuntária. Com uma leve brisa bagunçando seu cabelo escuro, que estava um pouco mais comprido do que o normal, ele era uma visão deslumbrante. Que homem bonito, meu Deus! Suspirei e ouvi risadinhas ao meu lado.

–Tem certeza que não quer mais o Carlisle amiga? -Jess sussurrou em meu ouvido -Ainda dá tempo de voltar atrás...

– Mas o Edward também é lindo. Que páreo duro em Bella -suspirou Angela, e as duas ouviram os protestos enciumados de Mike e Ben.

Mas não tive tempo de dar uma resposta, pois Carlisle já tinha chegado até mim. Meus amigos o cumprimentaram e seguiram logo para a pista de dança improvisada.

– Oi, está sozinha? -ele questionou olhando em volta.

–É -dei de ombros- Edward teve problemas e precisou voltar para Jacksonville...

Ele me deu um olhar perspicaz, depois sorriu divertido.

–Sei. Bem, então não há problema em eu convidá-la para dançar, não é mesmo?

Eu ri e peguei sua mão que estava estendida.

–Vamos lá doutor, me mostre o que sabe.

Eu já tinha dançado várias vezes com Carlisle, mas dessa vez, de algum modo, foi diferente. Quando ele me abraçou e eu encostei o rosto na curva do seu pescoço, sentindo seu cheiro, uma mistura de roupa limpa e seu perfume predileto, me senti confortada, em casa. E sem nem ao menos perceber, enquanto ele me embalava ao som de uma música country muito linda, eu estava chorando baixinho.

Ele me abraçou forte e ficamos por muito tempo assim perdidos num sentimento de perda e saudade apenas nosso. Quando já havia poucas pessoas na festa, pois já era bem tarde, Carlisle levantou meu rosto, e me olhando bem nos olhos, num sopro pediu:

– Fique essa noite comigo Bella, uma última noite...

Numa resposta silenciosa ao seu apelo, eu uni nossos lábios em um beijo delicado, mas cheio de promessas.

*Narrado por Edward

Bella, por todo o fim de semana ignorou terminantemente todas as minhas ligações, então eu tinha tentado ocupar o meu tempo: resolvi alguns problemas pendentes da empresa e fui visitar Eleazar, que continuava falando coisas sem nexo, mas como não tinha tido mais nenhum surto de violência, estava tendo seus calmantes diminuídos gradativamente. Mas no domingo à noite eu já estava inquieto, fechado no escritório como um prisioneiro na mansão, evitando todos os lugares em que Tanya poderia estar. Estava com saudade de Bella e desesperado para ouvir sua voz. Peguei o celular para mais uma vez tentar falar com ela e mais uma vez ouvi o som da caixa postal. Desliguei frustrado e sobressaltei quando uma risada suave ecoou pelo cômodo.

–Você não vai conseguir falar com ela Ed -Tanya informou em voz divertida, o que me deixou imediatamente preocupado.

–Por quê? O que você fez?

Ela riu ainda mais.

–Eu? Nada... mas a sua namoradinha está muito ocupada no momento para atender as suas ligações.

–Do que você está falando Tanya? -questionei de mal humor.

–Estou falando disso meu bem - e ofereceu-me seu próprio celular -você me acha uma vagabunda, mas a sua querida Isabella também é. Lembra que eu disse que eu ia manter alguém de olho nela para o caso de você desobedecer as minhas ordens e ir encontrá-la? Então... olha que golpe de sorte! Meu informante acabou de flagrar...

Pegando o celular de sua mão, quase não acreditei no que estava vendo, não queria acreditar. Uma foto de Bella dançando agarradinha com seu ex-noivo, numa pista improvisada na frente de uma igreja e várias barraquinhas coloridas ao redor. A tal festa da igreja. Sentindo-me gelado passei o dedo pela tela e outras fotos vieram: ele acariciando seus cabelos, conversando, e então, os dois se beijando, eles caminhando de mãos dadas, os dois entrando na casa dele.

Ouvi Tanya soltar uma exclamação abafada, quando sem perceber quebrei o copo de whisky que segurava na outra mão.


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Notas finais do capítulo

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