Lembranças. escrita por Lua Barreiro, Holden
Notas iniciais do capítulo
EEEEAAEE Pessoas que estão lendo isso -q
Se chegou até aqui é porque quer ler a fic... E deixará seu review, certo?? *uu*
Bem, se você chegou até aqui, quero lhe informar que a história que lerá a seguir não é um romance tão comum assim. Mas o que seria a definição comum?
Basicamente... Um casal de adolescentes, por ironia do destino, se olha fixamente. O coração de ambos está acelerado e suas pernas estão a bambear. O suor- consequencia do nervosismo- está em alta, encharcando suas roupas por dentro e provocando... Uma ardência por baixo dos panos? Talvez. Em alguns minutos estão conversando, se passa alguns dias, e o tão esperado beijo- entre outras coisas.- acontece. Anos se passam e finalmente, depois de enormes barreiras, o casal de pombinho estará junto pela eternidade.
Não e não. Digamos que o “clichê” não será algo comum na história retratada a seguir. Mas isso não vem ao acaso. Estou começando pelo fim, e isso não é o certo. Mas afinal, quem se importa?
Já que perdeu seu tão precioso tempo lendo isso. Ajeite-se na poltrona e devore essa história com unhas e dentes.- não literalmente. Desejo a você, caro leitor. Uma boa leitura!
***
Londres.
10 anos atrás.
A pequena garotinha corria entre as singelas ruelas de Londres. Com seus pés descalços e seu velho vestido xadrez, que batia-lhe no joelho, podia-se perceber seu tão radiante sorriso. Com a mão direita segurava uma pequena corrente com um simples pingente, e com a outra, uma delicada margarida - recém colhida do jardim que ela mesma se encarregava de cuidar.
- Esperem!- gritou o mais alto que pode, vendo o carro já quase partindo.
Os demais a olharam assustados. O frio era evidente no local, mas a garotinha só usava seu surrado vestidinho xadrez- guardado somente para ocasiões e eventos especiais.
Mas ela não se importou. Nem o frio e nem esses ignorantes seria capaz de impedir sua despedida.
- Louise!- uma mulher de mais ou menos trinta e cinco anos perguntou já colocando sua cabeça para fora da janela do carro. Assim que a viu, estacionou o veículo bruscamente.- O que faz aqui?
Nem um pouco intimidada pelos olhares reprovadores dos demais, correu o mais rápido que pode até o carro.
- Desculpe-me senhora Willis.- arfou um pouco.- Posso me despedir de Dylan?- perguntou com seus olhos já chorosos e embaçados pelas lágrimas que a essa altura já rolava sobre sua delicada face.
O garoto.- evidentemente bem mais alto que ela.- Olhou para cena sem expressão alguma. Sim, Dylan não é o que chamamos de “o símbolo da expressão” e muito menos aquela pessoa sentimental. Gostava da garota assim como dos seus outros amigos, apenas não demonstrava isso.
- Querida, não sei se isso é uma boa idei...
- Já estou descendo.- ele afirmou, interrompendo sua mãe e já destrancando a porta do carro. Em poucos segundos estava de frente para Louise.
A altura de ambos era bastante significativa. Mas isso não impedia a amizade e os fortes laços fraternais entre os dois. Para falar a verdade, Louise até gostava de se sentir menor que ele. Achava fofo.
- Por que não veio antes?- Sua voz era de um tom indiferente. Ainda assim, preocupada.
- Tive que pular a janela.- sua respiração ainda estava ofegante.- Mamãe não queria que eu viesse.- abaixou o olhar, observou seus pés descalços e já sentia a consequencia do frio naquela região.
- Você é teimosa.- o garoto comentou com seu típico tom de voz.- Gosto disso.
No mesmo instante, Louise levantou seu rosto e o encarou por longos segundos. Ambos não demonstravam nada mais do que simples olhares amigáveis.- afinal, eram simples crianças inocentes.
- Eu trouxe isso.- ergueu a margarida e a correntinha com sua pequena mão direita, na direção do garoto.- Eu colhi a flor hoje de manhã... Sei que gosta das margaridas.- riu um pouco sem-graça.- A correntinha é minha... Pode guardá-la pra mim?
Dylan moveu sua mão direita até os dois pequenos objetos e os segurou um pouco sem-jeito e logo os guardou no bolso de sua larga calça rasgada. Olhou para a garota rapidamente e fez um marcha igual aos soldados.- esse era o “toque” deles. Louise fez o mesmo. Um pouco desengonçada, mas fez.
- Vou sentir sua falta comandante.- o menino esticou sua mão para um breve comprimento.
Mas a garotinha não correspondeu. Fez mais que isso.
Puxou a mão para seu corpo e se aconchegou em seus longos braços. Foi mais ou menos um abraço, mais por parte de Louise do que de Dylan. O garoto a princípio ficou surpreso, e correspondeu timidamente o singelo ato de carinho da amiga. Abraçou-a levemente, por medo de machucá-la. Para ele, a pequenina era visivelmente frágil e pequena. Embora tentasse sempre bancar a durona perante a visão de todos.
- Sentirei sua falta.- ela finalmente falou algo após minutos inacabáveis. As lágrimas insistentes só pioraram cada vez que ele a tocava.
- Eu também, pequena.- ele murmurou e riu baixinho. Separando-se logo em seguida.- Preciso ir.
Sem consciência de seus atos. A pequenina segura com força a manga da camiseta de frio do garoto. Seu rosto já estava encharcado e as palavras não saíam mais.
- Fique.- murmurou com dificuldade.
Dylan há olhou um pouco assustado. Ambos se encaravam. Com certeza não se esqueceriam daquele momento. Não tão cedo. Louise quase nunca se demonstrava sentimental, e Dylan... Bem, Dylan também não. Ele não se importava com nada e odiava despedidas. Essa foi a razão pela qual impediram Louise de vê-lo em sua partida.
- Vamos Louise.- Violet. Amiga de ambos interferiu; ela também havia chorado com a ida do amigo. Não tanto quanto Louise.- Os pais dele ficarão impacientes.- continuou.
Ao escutar essas palavras, a pequenina o soltou. Contra gosto, mas mesmo assim o soltou. Viu seu melhor amigo sumir naquela imensidão congelante de Londres, dentro do carro dos pais. Nunca mais o veria de novo...Nunca mais.
Não tenha tanta certeza disso meu caro leitor.
***
A ruiva se perdia em suas meras e antigas lembranças. Fazia tempo em que não se lembrava do velho amigo a qual não via a mais de dez anos. Dez longos anos.
Muitas coisas haviam mudado desde então.
Louise, que agora se chamava Lílith, havia ganhado mais curvas, porém seus seios ainda eram pequenos e seus cabelos ruivos estavam bem maiores. Seus olhos claros ainda tinham aquele velho ar de inocência e sua bochecha havia ganhado mais sardas. Era de porte médio, mas sabia que quando o reencontrasse viraria uma anã.
- Louise.- Violet cutucou o braço da amiga. As duas estavam sentadas lado a lado no avião.- Ei Louise! Você está ai?- cutucou com mais força.
A “pequenina” a olhou rapidamente e percebeu também, o quanto a amiga havia mudado. Violet era alta e linda. Tinha cabelos castanhos claros e belos olhos esverdeados. Peitos fartos e curvas bem definidas. Causava desejos e inveja por onde passava.
- É Lílith.- riu.
- Não consigo me acostumar.- esbravejou a amiga.- Só mudou o nome para ele não reconhecê-la?
A ruiva suspirou.
- Violet...- começou.- Dylan ainda é muito importante para mim, e eu não quero que ele se aproxime de mim só por dever, já que éramos “amiguinhos na época.” Quero conquistá-lo, independentemente de qualquer coisa!
- Mentindo pra ele?- ironizou.
- Não estou mentindo...- olhar reprovador da amiga.- Só um pouco... Mas ele vai entender!
- Já que insiste... Mas Dylan nunca aceitou mentira. Se lembra não é?
- Vá se foder.- esbravejou Louise.- Sei como ajo e deixo de agir. Agora com licença que estou com sono.- virou-se para o lado e botou seus fones de ouvido rapidamente. Deixando o volume no máximo. Adormecendo logo em seguida.
Violet apenas suspirou e voltou a ler sua revista. Sabia o quanto a amiga era teimosa e encrenqueira
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E aí? :3