Konoha Boarding School escrita por Yellow Flash


Capítulo 17
Capítulo - The true face of Sai




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/383270/chapter/17

Capítulo XVII The true face of Sai

Não dá mais. Não vou mais aceitar isso. Eu não consigo mais aceitar isso. Não dá pra ver isso e simplesmente me calar. Meu sangue ferve só de pensar nisso. Só de pensar em como a Ino está sendo iludida por aquele... cretino, meu sangue ferve. Não posso ficar sentada e assistir isso. Seria como admitir... o inadmissível! Odeio mentira. Sempre odiei mentiras. No meu ponto de vista, pessoas que mentem são o pior tipo de gente, não importa qual seja seu motivo!

Tento parar de pensar em como a Ino se sentirá quando descobrir tudo, mas não consigo. Simplesmente não consigo. É inevitável não pensar nisso. Esse deve ser o preço da minha mentira. Eu sofro e a Ino se ilude com as mentiras dele.

Mas mesmo assim eu não consigo dizer a verdade a ela. Tento não me encontrar com os dois. Tenho certeza que as coisas não ficariam boas, caso eu topasse com eles em um momento como esse. Vê-los juntos, agora, seria o estopim perfeito para que eu conte a ela tudo o que sei e faça sei lá mais o quê. 

Deitada — de costas, olhando para o teto — na cama do nosso dormitório, eu pensava no que fazer. O aparelho de som está ligado mas bem baixinho. Em tempos normais, a música é a única coisa que me acalma. Mas, pelo visto, desta vez não está funcionando muito bem. Suspirei pesadamente.

De repente,  uma forte ventania abriu bruscamente a janela do meu quarto, me assustando. Depois de me sentar rapidamente, percebi, por conta da ventania, que o quarto estava perfumadíssimo. Abri um amargo meio-sorriso. 

Lembrei-me do que o Naruto disse outro dia sobre a Ino. Disse que nunca a havia visto tão feliz antes de começar a namorar o Sai. Lembrei-me do rostinho sorridente dela. Parece que ela tem estado mais apaixonada por ele do que nunca, esses dias. Ai, não sei o que fazer! Acho que agora estou aceitando os conselhos de qualquer um. Corrigindo, os conselhos de qualquer um que venha até aqui. Não quero nem cogitar a hipótese de encontrá-los de chamego, agora. Me lembrei também do que o loiro havia dito antes: seria uma boa ideia ir conversar com o Sai e contar a ele o que vi.

Estou decidida. Vou deixar meu ultimato: ele conta da maneira dele ou conto eu da minha maneira. 

Levantei-me e andei até a porta, parando assustada ao ver o jeito como ela se abriu. Talvez seja um sinal de que eu deva mesmo fazer isso. Finalmente cruzei a porta. Passava pelo corredor e por todos. Todo mundo me olhava. Que estranho. Era como se soubessem de tudo. Quando cheguei à porta de saída dali, notei que os dois vinham em direção oposta a minha. Ó céus, tudo está conspirando para que eu fale com ele ou é apenas impressão minha?

Assim que os dois me notaram, congelei por completo. Quando eles adentraram no local, respirei fundo. Finalmente me acalmei. Mantive a compostura. Ambos sorriam pra mim, mas, mesmo assim, mantive o olhar sério. Ino provavelmente estranhou minha atitude. Com certeza deve ter notado que ando estranha essa semana. Quem não notou, afinal de contas? Eles finalmente se aproximaram de mim.

— Rosada, você não vai acreditar no que aconteceu lá no refeitório! Os meninos... — Começou animadamente.

— Ino, pode nos dar licença um segundo? Tenho que falar... uma coisa com o Sai. 

— Ah tá legal. Vejo você mais tarde, fofo. - E beijou a bochecha do canalha antes de sair.

— O que foi, Rosada? — Nossa, como eu detesto esse cara. 

— Olha a intimidade, tá, querido? — disse-lhe. — Enfim. Sei o que está fazendo. 

— Como assim? — Perguntou docilmente.

— Sei que está traindo a Ino! — Eu disse, mais alto do que deveria. Agradeci a Deus mentalmente por não ter muita gente passando ali. 

— O quê? — Se fazendo de santo? Como não esperei por isso? — Não sei do que está falando.

— Não banque o santinho comigo, conheço o seu tipo! — Exclamei. Aquilo já estava me revoltando. — Tire logo essa máscara comigo, seu canalha!

— Entendo... bom, pareceu que você descobriu tudo, então não preciso mais fingir. — Ele abriu um sorriso diabólico naquele rosto, confirmando a mim tudo o que eu já sabia. Fiquei boquiaberta. — Não me olhe assim. Você não me disse que já sabia de tudo...?

— Como você... — Comecei. Eram tantas coisas que eu estava sentindo naquele momento. Mas uma delas, que não estava nem um pouco confusa, era a profunda raiva que Sai estava me fazendo sentir dele. — Por quê? Por que fazer isso com a Ino?

— A Ino é uma gata... uma das mais gatas desse internato, aliás... mas eu me cansei dela. Não sou homem de uma mulher só, se é que me entende.

— Você... Ai, quero acabar com você! — Já estava espumando de raiva. O canalha assumido apenas sorria de braços cruzados. Um sorriso cínico que me irritou profundamente. Respirei fundo. Acalmei-me. — Você vai contar pra Ino... vai contar tudo a ela assim que encontrá-la! Do contrário eu mesma contarei a ela, você me entendeu?

— Tudo bem. — Ele respondeu, fechando o sorriso. — Eu já planejava fazer isso mesmo. Mas não direi a ela que a estava traindo. Sabe como é a Ino, uma coisa dessas faria em picadinhos o lindo coraçãozinho dela... e tenho certeza de que, como melhor amiga dela, foi isso o que você tentou evitar, certo? Não precisa mais se preocupar, vou terminar com ela.

Fiquei surpresa. Perplexa. Não esperava que fosse ser assim tão fácil. Aquele cretino está tramando alguma coisa. O que será que ele quer? Virei-me para vê-lo sair, e assim que virou um dos pilares ali, deu uma piscadela pra mim. Ai que... que... que ódio! Meu pai sempre me ensinou que ''ódio'' é uma palavra forte, uma palavra poderosa. Nunca senti isto por ninguém, nem mesmo pela Karin... essa é a primeira vez. 

(...)

Sasuke

— O que... — eu dizia, chocado. Era só o que eu conseguia pronunciar. Simplesmente congelei depois de ouvir isto do Itachi.

Isso explica o comportamento estranho dele. Era isso o que ele estava tentando esconder... todo esse tempo. Eu não sei o que falar. Não sei o que achar. Não sei nem mesmo... o que fazer. Essa notícia me atordoou demais. Ele... seria mesmo capaz disso? Conheço ele, sei como ele é, mas... será que iria tão longe assim? 

Estou sentado na cama de baixo do beliche do dormitório do Itachi. Ele está sentado em uma cadeira frente a mim, com sua típica expressão facial fria. Pode não parecer, mas sei que ele se sente como eu, diante de uma notícia dessas. Tenho certeza de que ele se sente como eu, na verdade. Mais lembranças daquele dia — que eu tentava expulsar de minha mente à todo custo — vieram à tona. 

Eu ainda não sabia o que dizer. O sentimento que me tomou agora foi uma profunda raiva. Um sorriso — expressando o quão 'nervoso' eu estava — brotou em meus lábios. Uma raiva maior me tomou em seguida, sendo grande o suficiente para apagar aquele 'sorriso' de meu rosto.

— Aquele... Aquele desgraçado! Juro que vou...

— Não faça isso. Não se exalte. — Itachi me pedia. — Ainda não temos certeza absoluta, nem provas concretas nós temos. 

— Como assim?

— A única pessoa que pode confirmar que Madara realmente está envolvido na tragédia que ceifou a vida de nossa mãe... é a nossa mãe. Se de fato foi ele, deve ter dado um jeito de apagar todos os vestígios. Ele pensou em tudo. Pensou em todas as hipóteses possíveis. É como se... como se ele estivesse planejando isso por toda a sua vida. 

— Q-quem mais sabe sobre isso?

— Apenas eu, você, Nagato e... Fugaku. Você é conhecido por agir de maneira impulsiva, por isso nosso pai pediu para que eu não lhe contasse nada, antes que tudo seja confirmado. Não faça nada. Não conte isso a ninguém. Ainda estamos investigando isto.

Não conseguia dizer nada. Apenas me calei. Ainda não consigo assimilar os fatos. Minha mente está embaralhadíssima. Agora, lembranças daquele dia estavam mais clara do que nunca. Naquele dia eu... eu estava chorando. Madara estava em uma cama de hospital, no quarto ao lado.

Estava ventando... ventando muito.

Fugaku... frio e rígido como sempre. Afinal de contas, homens não choram, foi isso o que ele me ensinou. Uma menina... não me lembro mais de seu rosto. Mais ainda me lembro de seu perfume. Nunca irei me esquecer dele. 

Ela me abraçou, me confortou. Momentos antes ela estava chorando, deduzi isto pela coloração vermelha que seus olhos haviam ganho. Não me lembro do porquê. Não me lembro mais de nada, depois disso. Nunca mais a vi. Às vezes sonho com aquela menina. Sempre quis vê-la novamente. Pelo jeito isto não acontecerá.

(...)

Sakura

Estou na sala de jogos com o Naruto. Jogávamos pebolim. Ele me contou que é isso o que o faz se acalmar, quando está estressado. É isso o que o faz esquecer dos problemas. Resolvi tentar já que meus métodos tradicionais não estavam dando frutos. E parece que está funcionando, já que estou me esquecendo de tudo. Contei a ele o que fiz hoje cedo. Pareceu surpreso ao ouvir de mim como era a verdadeira face do Sai. Enquanto jogávamos, ele me contava algo sobre o que aconteceu com ele e com o Kiba.

Quando olhei através das vidraças que compunham a porta, pude ver Sai e Ino se beijarem. A expressão em meu rosto mudou. O Naruto, que antes falava desfreadamente, parou imediatamente e me olhou nos olhos. Provavelmente estranhou minha mudança de humor. Eu segurava um dos 'jogadores' do pebolim com toda a minha força.

Dava para senti-lo se romper. Só depois de se aproximar de mim Naruto se deu conta do que estava acontecendo. Aquele canalha... corri em direção à porta, o Naruto tentava me parar. 

— Sakura, espera! — ele pedia.

Assim que me aproximei da porta, a abri com toda a minha força, causando um barulho enorme. Os dois quase pularam de susto, quando isto aconteceu.

— Se acalme, Sakura! — O Naruto apelou, segurando-me pelo ombro.

— Eu não quero me acalmar! — berrei, furiosa.

— Tudo bem... fica com raiva... então, vou ali trocar de calça... — eu o vi fugir, assustado.

— O que deu em você, Sakura? — a Ino me perguntou, alarmada. — Está estranha a semana toda!

Respirei fundo. Já estava mais calma. Ambos me olhavam.

— Ino, me escuta, tenho que te contar uma coisa... — Comecei.

O cretino do Sai me olhou com um sorriso disfarçado no rosto. Parecia me perguntar se eu iria mesmo fazer aquilo.

— Tá, tudo bem, estou te ouvindo.

— É que...— Olhei pra ela. No fundo de seus olhos. — Eu não consigo.

Retirei-me de lá. Escondi-me atrás de uma das pilastras — a mais distante — para ouvir o que eles iriam falar de mim. 

— O que acha que deve ser? — O cretino do Sai perguntou.

— Não sei. Não faço a menor ideia. Amo a Sakura... ela é minha melhor amiga. Tô preocupada com ela.

— Já considerou a hipótese de ela estar se sentindo... 'deslocada' ? 

— Como assim? 

— Sei lá, ela nos vê saindo... e está sozinha... se lembra de hoje mais cedo, quando ela pediu pra conversar comigo a sós?

— Sei...

— Ela me pediu pra te 'liberar' um pouco mais. Disse que eu estava te tomando demais pra mim.

— Vou lá falar com ela.

— Não. Deixa que eu vou. Direi a ela que nosso namoro não irá atrapalhar a amizade de vocês.

— Tudo bem. — A Ino disse, se retirando.

Saí detrás da pilastra. Aquele... aquele... aquele... aquele imbecil sorriu ao me ver. Corri até ele, estava descontrolada. Você me paga! Assim que me aproximei dele, acumulei toda a força que tinha em meu punho e o acertei na boca do estômago. Em seguida o vi recuar com dois passos, enquanto tossia. Assim que se recompôs, ele sorriu pra mim.

— Pra uma garotinha frágil, você até que bate forte. — zombou.

— P-por que? — o questionei.

— Eu já lhe disse o porquê, não me force a repetir. Sabe do quê mais? A Ino e a Karui são muito gatas... mas você é fora do comum!

Esse infeliz está... dando em cima de mim? Toda aquela raiva me possuiu novamente, virei seu rosto com uma forte bofetada. A marca de meus dedos ficaram em seu rosto. Até mesmo minha mão ardeu. O senti agarrar meus pulsos. Tentava a todo custo me livrar de seu domínio. Depois de muito lutar, consegui libertar meus pulsos.

De maneira inesperada, ele enlaçou os braços sob minha cintura, puxou meu corpo, juntando-o ao seu, e em seguida, colou nossos lábios. Ele... me beijou a força...?

Ele me empurrou. Inicialmente não entendi o porque daquilo. Na verdade eu não entendia nada, não sabia o que fazer e nem como agir. Só sabia identificar o sentimento que me domou, um profundo ódio. Quando olhei para o lado, lá estava ela. Olhar atônito. Olhos marejados. Boquiaberta.

Ino.

.......


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Konoha Boarding School" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.