Capítulo XIV – An end or a new beginning?

Que saco... esse está sendo o dia mais chato do mês. Acabo de sair da aula do tal Kakashi, onde o pior de tudo começou. Soube há pouco que serei obrigado a frequentar as aulas de teatro daqui, tudo porque pontos são descontados de quem falta a aula. Só não foram descontados pontos meus ainda porque... bom, porque eu sou um Uchiha. Não espanto isto, afinal, a maioria das coisas boas que me acontecem devem-se ao meu sobrenome, mas isso não vem ao caso.

Parece que tudo e todos resolveram tirar este dia pra me encher o saco. O Kakashi resolveu dividir todos na sala em duplas, essas duplas seriam parceiros em trabalho de casa e feiras de ciências pelo resto do ano. Ele me colocou como parceiro de uma garota que não é a Karin e de alguma forma ela descobriu isso, sei lá, talvez algum capacho dela tenha contado a ela. Acho que já até dá para imaginar mais ou menos o que aconteceu. Ela não para de enviar mensagens para o meu celular desde que descobriu isso.

Não respondi nenhuma. Todas as mensagens que o meu celular identifica com o número dela eu ignoro e apago. E eu já estou ficando de saco cheio disso. Desde o dia que ela disse aquilo pra mim e que nos beijamos tudo ficou ainda pior, ela está se achando a minha dona mais que nunca. Saía da sala de aula rezando para não encontrá-la no caminho daqui até o dormitório. Tenho que assistir a última aula do dia daqui a vinte e cinco minutos e quero usar esse tempo para terminar o trabalho de Geografia.

Ajeito a mochila em minhas costas e depois de revirá-la eu encontro o que estava procurando, um par de fones pretos. Encaixei-os nos ouvidos e em seguida comecei a revirar o meu smartphone atrás da Play list que montei ontem a noite, antes de ir dormir. Quando finalmente a encontro e estava prestes a colocá-la para tocar, o smartphone vibrou violentamente em minhas mãos, o que me assustou e consequentemente, me fez derrubá-lo. Droga. Não posso quebrar esse tão rápido, comprei ele segunda-feira e desde então tenho o maior cuidado com ele. Se eu o quebrar agora, do jeito que as coisas estão o Fugaku nunca aceitaria me dar outro. Me agachei para pegá-lo.

Após pegá-lo eu pude respirar aliviado. Não se quebrou e nem pifou, mas estava com uma rachadura enorme no vidro. Que porcaria. Ligo ele novamente e começo a revirá-lo procurando a bendita mensagem que havia me feito derrubá-lo daquela maneira. Sério, como eu não adivinhei antes? Droga, Karin. Mais uma vez, ignorar e excluir , feito. Só depois eu fui perceber que já estava na praça do campus , na metade do caminho para o dormitório errado. Tudo isto me distraiu demais.

E para o meu azar, lá estava ela. Tentei de tudo para que ela não me visse, mas, tudo em vão. Assim que me viu ela se levantou do banco de concreto em que estava sentada, parou de pé e cruzou os braços. Suspirei pesadamente, enquanto passava as mãos entre meus cabelos. É quase que um feitio característico meu, sempre faço isso quando vejo que as coisas não ficarão bem ao encontrar quem não queria encontrar. Desencaixei os fones de ouvido, coloquei o smartphone no bolso da minha jaqueta jeans preta e fiquei ali parado. A praça estava repleta de gente e eu detesto chamar atenção, que é o que vai acontecer, julgando a expressão no rosto dela. Ela e as ''amigas'' dela andaram até mim e pararam na minha frente.

– Oi. - falei em tom de ironia.

– Você não acha que me deve satisfações não? - ela perguntou.

– Satisfações de quê? Você é minha namorada, não minha mãe. Além disso eu nem sei o que você quer comigo agora.

– Você não leu as mensagens que eu enviei pra você, estou certa?

– Não mas eu sei porque você está assim. Karin, esquece isso, tá legal?

– Eu não vou esquecer nada! Já disse que não quero que você faça parceria em qualquer coisa que for com uma garota que não seja eu!

– Como é que é? - perguntei. - Karin, o que você pensa que eu sou? Algum tipo de brinquedo seu, sua propriedade particular ou algum tipo de objeto?

– Eu penso que você é meu namorado. Só meu. Entendeu? E você vai comigo lá na sala do professor pra pedirmos a ele para colocar você e eu juntos!

– Não. - respondi, fazendo-a me olhar chocada. - Karin , eu não vou. Eu estou com dor de cabeça, estou cheio de coisas pra resolver e tenho aula daqui a vinte minutos. Já me cansei das suas crises de ciúme. Isso sempre acontece toda vez que algum professor me coloca pra fazer trabalho com uma outra garota e piora cada vez mais que acontece. Desde a nossa última conversa você anda insuportável.

– O que você quer dizer com isso?! - ela me disse. - Espera! Não fale nada. Se você está tão cansado de mim, adivinha só? Nós terminamos!

– Está sendo ridícula. - falei, ao vê-la se virar para ir embora.

– E o que é que você tem a ver com isso?! Eu não sou mais sua namorada! - ela retrucou, batendo o pé e saindo dali furiosa.

Que droga. Por que esse tipo de coisa sempre acontece comigo? Como se já não fosse o bastante tudo o que aconteceu de manhã e o que aconteceu entre mim e Fugaku isso acontece. Se é assim que ela quer, então assim será. Não vou perder meu tempo indo atrás dela, tenho muitas outras coisas importantes para resolver agora. E o pior de tudo é que todos aqui ouviram a nossa discussão. Só de pensar que meu nome estaria na boca de todo o colégio meu sangue já fervia. Nunca gostei de estar envolvido em polêmicas.

Isso é o que me diferencia das outras pessoas da minha família. Os Uchiha sempre buscaram a fama, melhor de tudo, sempre foram bons em manter a fama. Quando ela vai embora eles criam uma polêmica que os colocam na mídia rapidamente. Karin é o exemplo perfeito de pessoa assim. Todos ainda olhavam pra mim e comentavam. Odeio isso. Franzi o cenho e em seguida saí dali, queria mais que nunca chegar logo ao dormitório.

(...)

Sakura pov's

Estou no meu dormitório, lendo um livro de física para estudar pra prova enquanto ouço músicas da play list que o Naruto organizou pra mim hoje de manhã. Deitada na cama, de barriga pra cima, com ambos os fones de ouvidos encaixados nos ouvidos, o smartphone ao lado da cabeça e o livro em mãos em frente ao rosto eu tentava me concentrar na leitura. A música me ajudava, mas qualquer coisinha poderia me desconcentrar naquele momento.

Me perguntava aonde estava a Ino . Não a vejo desde a hora do almoço, quando tive que sair às pressas para a aula de Geografia. É só eu falar nela que ela já aparece. Ela começou a revirar o armário e estava falando alguma coisa, como eu estava com os fones de ouvidos aumentados ao máximo, não entendia definitivamente nada do que ela dizia. Retirei os fones do ouvido e me sentei na ponta da cama. Ela estava revirando demais aquilo ali. Resolvi perguntar o que ela queria.

– O que tá procurando? - perguntei.

– Minha roupa para a educação física. - ela respondeu.

– Você fazendo educação física? essa eu vou gostar de ver. - retruquei sorrindo.

– Menina, você não soube da última. - ela me disse, animada.

– ''Última''? - perguntei, ainda sorrindo.

– ''Última'' quer dizer fofoca. Nossa, as vezes eu não entendo você, Sakura.

– O que aconteceu? - perguntei.

– O Sasuke e a Karin terminaram.

– Sério?

– É. Agora é sua chance, rosada.

– Minha chance de quê, loira?

– Como você é lesada! Sua chance de pegar o seu primeiro gatinho no internato e esquecer seu ex!

– O quê? Tá ficando maluca? Não quero nada com o idiota do Sasuke, ele não faz meu tipo.

– Se garotos bonitos não fazem seu tipo, que garotos fazem, então? Sai dessa, Sakura! Se você não pegar o Uchiha pra você, você vai acabar ficando solteira o resto dos seus anos aqui nesse internato.

– Ino, esquece isso, tá legal? olha bem nos meus olhos porque eu vou te explicar uma coisa: Eu não quero nada com o Sasuke. Detesto pessoas do tipo dele. Não me importa a aparência dele.

– Você é quem sabe. É uma pena que eu não esteja solteira, porque senão...

– Ino, que coisa horrível, você está namorando o Sai!

– Tá bom, senhorita. Agora me ajuda a procurar minha roupa de educação física.

Quando estávamos prestes a começar a procurá-la, ouvi alguém bater na porta. Ino como sempre me mandou ir atender, e já que não tinha outra escolha, resolvi ir atender. Provavelmente é Naruto ou Temari e Tenten. Abri a porta devagar e quando a abri totalmente encontro quem eu menos esperava ver nessa hora. Karin. Que droga, o que essa baranga quer aqui?

– Karin? o que você quer aqui? Se você veio porque eu...

Antes que eu pudesse terminar de falar ela desmanchou em lágrimas em cima de mim. Me agarrou e me segurou ali. O que é isso? Ino só olhava tudo de longe, estranhando tanto quanto eu aquela situação. Nunca a vi assim antes. Provavelmente é por causa do que aconteceu entre ela e Sasuke. Dei dois passos para trás e ela entrou, em seguida, bati a porta.

– O que veio fazer aqui? - perguntei.

– O Sasuke terminou comigo. - ela disse, ou tentou dizer, em meio ao choro.

– Pelo que eu ouvi foi você quem terminou com ele. - a Ino disse.

– Tanto faz! - ela disse.

– Tá, e o que eu tenho a ver com isso? - perguntei.

– Pensei que você podia me ajudar a voltar com ele.

– E por que eu faria isso? Somos inimigas, não se lembra? Nos detestamos!

– Eu sei mas... se você me ajudasse eu poderia tentar ser mais legal com você e parar de te colocar em furadas.

– Sério?

– É. - ela disse, desabando em lágrimas novamente.

– Tá bom, eu e a Ino vamos...

– Fui. - Quando eu ia terminar de dizer que nós duas iríamos ajudar, a loira já estava batendo a porta.

– Droga...- resmunguei. - Eu vou te ajudar.

– Obrigado. - ela disse, me abraçando.

(...)

Naruto pov's

Estava pronto para ir pra aula de educação física com aquele professor. O professor mais ''esquentadinho'' do internato, como eu detesto aquele cara e as aulas dele. Professor Maito Gai. Queria ser como a Ino que sempre dá um jeito de se livrar das aulas dele, acho que por causa disso nem o nome dela ele sabe. Sorte a dela. O único garoto que gosta das aulas dele é o esquisitão do Rock Lee, um sobrancelhudo.

Estava a caminho do ginásio quando alguém me puxa pelo braço, me arrastando até a parede que ficava na frente do estádio. Quando olhei bem, era só a Ino. Tentei dizer alguma coisa mas ela disse pra calar a boca assim que eu comecei a falar.

– O que é? - sussurrei.

– Preciso que me ajude numa coisa.

– Ajudar em quê?

– Me ajudar a ser liberada da aula de educação física.

– Não conta comigo pra isso.

– Please...– ela implorava.

– Não. Aquele cara já não vai com a minha cara, se descobrir que estou mentindo eu nem quero imaginar o que ele faria comigo.

– Please...

– Não.

– Please, please, please...

– ...- suspirei pesadamente. - Tá bom. Qual é o plano?

– Você vai dizer que é meu irmão e depois vai dizer que nossa mãe está nos mandando ir em casa.

– Só isso?

– É.

– Acha mesmo que ele vai cair nessa? Que ele vai acreditar que nós somos irmãos?

– Claro que vai. Ele nem deve saber meu nome, além disso eu sei que você detesta as aulas dele, você também será liberado da aula e eu sei que você quer isso. É como matar dois pássaros com uma cajadada só!

– Tudo bem. - respondi.

(...)

Sakura pov's

Eu e Karin estamos sentadas na praça, próximo aos bancos de concreto. Nossa, desde o momento em que eu conheci aquela garota nunca pensei que diria isso. Observávamos o Sasuke sair do dormitório, de longe. Saíam ele e uma menina.

– Quem é aquela? - perguntei.

– Não sei, acho que é a parceira de trabalho dele.

– Ela é bonita. - eu disse, ganhando um olhar de reprovação dela. - Foi mal. Então, o que sugere que façamos?

– Não sei, é você quem cria os planos aqui!

– Tá legal. Bom, do que ele gosta? Me fala uma coisa que você ouviu ele dizer que quer muito.

– Não me lembro de nada.

– Como assim? Não escuta ele?

– Sempre que estávamos juntos nós só falávamos sobre mim. Talvez ele tenha razão sobre tudo o que disse.

– Tenta lembrar de alguma coisa. Tem que ter existido pelo menos uma vez que você o ouviu.

– Hmm... já sei. Uma vez ele me disse que o que ele mais gosta de fazer é andar de moto. Ele adora aquela moto dele.

– E...?

– É só isso.

– Só?

– Se quer saber já é um espanto eu saber isso.

– Garota, você hein...

– Se eu tiver ele de volta eu vou dar mais valor, mas me ajuda!

– Tudo bem. Então que tal levarmos a moto dele pra lavar? Quero dizer, renovar ela. Deixar ela brilhando, trocar algumas coisas e personalizar ela.

– Grande ideia!

– É, mas você vai ter que fazer isso sozinha. Eu vou fazer outra coisa, vou tentar... convencer ele a voltar com você.

– Tudo bem. Nos falamos mais tarde. - ouvi ela dizer, enquanto eu me afastava.

......