A Caçadora escrita por jduarte


Capítulo 31
Quimem Todos - #


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tudo bem? Então, resolvi postar esse cap pq muitas pediram para não demorar, e como eu já estava com ele pronto... Não custa nada, né?
Enfim, esse pode ser o único até o final de semana que vêm, e tudo mais... Mas quem sabe, se eu não receber bastante reviews eu não posto mais rápido? kkkkkkk
Beijoooooos,
Ju!



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Um lobo absurdamente grande e com a pelagem preta surgiu da escuridão, e caminhou até parar a poucos metros de Nate. Pude ver claramente que seu corpo tensionou completamente e pude imaginar o que ele estava pensando, que consistia em uma lista de inumeráveis palavrões que eu nunca nem ao menos tinha ouvido, ou sabia da existência. Era impossível não notar o poder que o lobo escuro emanava. Provavelmente era o líder deles. Mais vários lobos começaram a surgir, parando a distâncias diferentes do lobo maior, deixando claro que eles eram tão importantes e poderosos quanto ele.

Passei os olhos rapidamente por entre os lobos que haviam aparecido, e vi que suas tonalidades eram variadas. Marrom, bege, branco, cinza, vermelho. Mas curiosamente, havia somente um preto. E ele era o líder.

Um rosnado mais alto ecoou do peito dos lobos, e Nate deu vários passos para trás vindo parar ao nosso lado. Todos empunharam as armas mais do que rapidamente, ficando em posição de ataque.

Com movimentos lentos e calculados, os lobos começaram a avançar em nossa direção. Somente o preto ficou para trás, vendo que os outros começavam a se posicionar na frente, em posição de ataque.

Oz estava errado. Aquilo não era um bando de adolescentes rebeldes fazendo algazarra. Eles eram um grupo, e pareciam tão grandes quanto o nosso.

Nenhum dos lobos parecia ser mulher, e por um segundo me questionei sobre onde elas deveriam estar.

Jeremiah carregava uma expressão chocada, e seus olhos demonstravam o que todos nós sentíamos naquele momento. Incerteza.

Em um piscar de olhos, um dos lobos avermelhados pulou em Nate, rosnando alto, derrubando-o no chão com um baque alto. Suas patas estavam pressionando a garganta dele, como se o estivesse enforcando. Sem pensar duas vezes, me joguei contra o corpo do lobo, mandando-o longe. Meu ombro latejou com o impacto, mas ao ver o metamorfo aterrissar alguns metros longe de nós, me fez sorrir de leve.

Nate se recompôs e levantou, apontando a arma para o lobo que levantava e sacudia todo o corpo, produzindo um rugido grotesco. Observei ao meu redor que praticamente todos os caçadores lutavam com lobos, como duplas, e pareciam estar fazendo um ótimo trabalho. Enquanto estava distraído, algo se chocou contra meu corpo, me mandando vários metros para trás, fazendo meu corpo bater desajeitadamente em uma das vigas largas de ferro. A dor se espalhou por minhas costas e eu perdi o ar por alguns segundos, tendo minha visão tomada por pontos pretos. Vários xingamentos começaram a surgir em minha mente, mas por conta da dor, nenhum deles eu era capaz de pronunciar.

Quando minha visão se ajustou, percebi que o que tinha me feito voar até a viga fora um lobo de cor cinza claro, de olhos tremendamente escuros e varias cicatrizes. Ele se aproximava lentamente, como se estivesse me testando. Sua expressão era de puro escárnio e seus olhos me estudavam cuidadosamente enquanto eu me levantava do chão, lento demais. Ele já poderia ter arrancado minha cabeça se tivesse realmente com essa vontade, mas algo sobre a posição que o metamorfo se encontrava me alertava que ele queria lutar. E depois dele ter me lançado metros em direção a uma viga de metal, eu não ficava atrás com o desejo de vingança borbulhando em meu sangue.

A arma já não se encontrava a meu lado, e tudo o que eu tinha era a faca pequena que se encontrava em meu cinto, presa estrategicamente.

O lobo insistia em reproduzir o som grotesco de rosnado que vinha de dentro de seu peito, como se ele estivesse engasgando de pura raiva.

Avancei para ele, mas antes que pudesse fazer alguma coisa, o metamorfo se lançou em minha direção, fazendo meu corpo cair no chão novamente. Sua pata grande e peluda foi diretamente para minha garganta e ele fez questão de bater os dentes afiados em minha cara. Somente que, desta vez, eu não tinha ninguém que me ajudasse como Nate. Todos estavam ocupados lutando com seus próprios lobos. Virei a cabeça para tentar me livrar, e peguei no canto dos olhos que o “líder” não havia ao menos se movido do lugar que estava, e somente observava tudo, como se estivesse orgulhoso.

Filho da...

A pata do lobo veio novamente em minha garganta, agora, não somente para me sufocar, mas sim para me impedir de ver o que acontecia ao meu redor.

Apertei meus dedos ao redor da faca na cintura e sem pensar duas vezes, afundei-a na barriga do lobo, que se contorceu e saiu de cima de mim, ganindo de dor.

Aproveitei a deixa e levantei, massageando a garganta, localizei a arma perto da viga de metal que meu corpo havia se chocado há alguns minutos atrás. E sem pensar duas vezes, sai correndo em sua direção.

Quando minhas mãos apertaram a arma, quase suspirei de alívio, e me virei rapidamente, a tempo de ver o lobo se levantar cambaleando, e correr atrás de mim, parecendo querer me matar. Não, ele definitivamente queria me matar!

Apontei a arma para ele e atirei, acertando seu peito. Bem em cheio no coração.

O corpo do metamorfo caiu no chão e pude vê-lo voltando à forma humana. Meu estômago se revirou dentro de mim quando vi que o homem tinha praticamente minha idade, com um corte profundo feito pela faca em minha mão esquerda, e um tiro certeiro no peito que sangrava bastante. Minhas pernas fraquejaram, e o pensamento de culpa passou por minha mente.

O caos ao meu redor ainda era visível, mas acabou tão rápido quanto começou. Vi com horror alguns dos caçadores estarem estirados ao chão com marcas de mordidas pelas pernas, braços e etc. Jeremiah segurava o antebraço, a arma pendendo ao lado de seu corpo. Minha respiração estava entrecortada e tudo o que eu podia focar era no lobo escuro que assumira uma posição muito mais precavida esperando que nós atacássemos.

– Realmente os mandou lutar com humanos em sua forma de lobo? - perguntei. Era nítido o nojo em minha voz.

– Isso é coisa que gente covarde. - Sullivan disse, apontando o dedo para o lobo, acusando-o.

Andei alguns passos para frente, e cheguei perto o suficiente do lobo para me arrepender no momento seguinte.

Ele era absurdamente enorme, e isso me assustava mais do que eu gostaria de admitir. Tentei decifrar seu olhar, mas tudo o que eu conseguia enxergar eram os olhos escuros e penetrantes, que pareciam se conectar à minha alma.

Pelo que eu tinha visto, eu era o único caçador a não ter nenhuma mordida.

Virei-me para ver como os outros caçadores estavam, e percebi que a maioria deles estava de pé tentando parecer bem quando na verdade pareciam um pedaço de bosta.

Aconteceu tudo muito rápido. Em um segundo eu estava encarando o lobo preto, e ele estava a metros de distância de mim, e no outro segundo, eu estava no chão com ele em cima. Mas diferentemente do lobo cinza anterior, ele não parecia querer me estrangular até a morte. Não. Ele queria outra coisa.

O lobo bateu os dentes afiados e brancos para mim, e os roçou na lateral de meu rosto e cheirou de leve. Seus dentes passaram para meu ombro e esperei por ele me matar.

Nenhum dos caçadores era rápido suficiente para raciocinar e poder impedir o que aconteceria a seguir.

Fechei os olhos e senti os dentes do lobo se afundarem em minha pele, dolorosamente. Meus gritos foram abafados pelos barulhos de tiros. O metamorfo cambaleou para trás e eu pude ver o sangue escuro escondido em sua pelagem. Peguei a minha própria arma, e sem pensar duas vezes, atirei em seu coração. O lobo caiu para trás, e seu corpo humano surgiu em minha visão. Era um homem velho, já tinha cabelos brancos e vários buracos de bala recém-formados pelo corpo nu. Passei a mão pelos cabelos, sentindo minhas pernas fraquejarem de leve.

– Era um grupo experiente. - ouvi Rob balbuciar, segurando o pescoço que sangrava.

– Quantos de vocês foram mordidos? - perguntei.

Todos os caçadores levantaram as mãos, e expressões tão assustadas quanto a minha deixavam suas feições praticamente deformadas.

Suspirei e levantei do chão com dificuldade, indo até Caleb e Rob que estavam de pé na frente de um humano pequeno e frágil, cheio de buracos de balas. Ele não parecia para mim, experiente.

Passei para Jaden que olhava para o adolescente à sua frente como se quisesse chorar.

– Ele tinha a idade de meu irmão. – o ouvi falar numa voz embargada.

Uma lágrima escorreu de seu olho, e foi limpa com as costas de sua mão.

Coloquei a mão em seu ombro para confortá-lo e me senti estranho. Eu não sabia como fazer uma pessoa ficar “feliz” ou “melhor” quando ela estava assim para baixo. E definitivamente não sabia como me portar diante de lágrimas. Fossem elas femininas ou não.

– Vamos embora. – murmurei descarregando a arma.

– Ainda não terminamos com eles! – Caleb disse.

Virei-me para ele.

– As mulheres foram espertas o suficiente para arredar o pé daqui enquanto podiam. Não vou ficar sentado esperando-as voltarem.

Comecei a andar para fora do armazém, e antes de sair, gritei:

– Queimem os corpos!


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Notas finais do capítulo

Digam-me, o que vocês achariam se eu fizesse uma segunda temporada?
Continua??



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