Ushinatte iku kioku no naka de dareka ni sukui wo motomete iru

Kimi no koe boku wa tsukamu. Chiisakute mo kikoenakute mo kimi no tame sukuiageru kara

Em memória de ir perdido estou buscando a salvação para alguém

A sua voz eu agarro. Mesmo sem passar ouvido mesmo pequeno

Ele vai dar a salvação para você – Annabel – Anamnesis

Com o passar dos dias, o casamento de Mac e Stella se aproximava. Os noivos decidiram por fazer a pequena cerimônia na casa das três amigas.

Só faltavam dois dias, que demoravam pra passar.

Jess estava de folga naquele dia, que coincidiu com a folga de Jo e Flack

A amiga morena estava na sala lendo um livro, enquanto ouvia música clássica no iPod acoplado na TV. Jo ouviu a campanhinha e tratou de sair do sofá e atender.

- E ai Flack? –e La sorriu ao ver o amigo na porta.

- Olá Jo, eu não consigo falar com a Jess no celular, ela tá ai? – ele indagou.

Jo deu espaço pra ele entrar e respondeu:

- Está sim, o celular dela deve estar no modo silencioso ela faz muito isso! Quando desci, ela estava procurando um vestido, já que vocês vão ser padrinhos da Stella.

- Okay, vou subir! – ele disse subindo as escadas.

- Fique a vontade! – a morena disse e voltou pra sua leitura.

Flack bateu na porta do quarto de Jess, mas com certeza a morena não ouviria. Estava tocando Thank you for Loving Me – Bon Jovi, na maior altura, Flack nem sabia como que de lá de baixo não escutara.

Ele bateu na porta e como não houve resposta, entrou.

Olhou para os lados do quarto e nada, andou mais um pouco e viu a namorada de lingerie preta no closet, de costas pra ele. Sorriu e estava indo abraçá-la quando notou algumas manchas grandes e roxas e negras nas costas da namorada, além do pescoço, e na parte de trás das coxas. Mas o que era aquilo?!

De repente Jessica virou-se e tomou um susto ao ver Donald ali parado encarando-a intrigado.

- Oi amor, nem lhe ouvi entrar! – ela disse e pegou um hobby próximo. Caminhou até o som e diminuiu o volume.

- Jess... O que são essas manchas roxas nas suas costas? – ele perguntou e ela congelou.

Não podia explicar a ele. Na verdade, não queria causar-lhe sofrimento e nem que ele tivesse pena da sua pessoa. Até por que uma noticia dessas o deixaria abalado demais.

- Nada Donald, eu só cai, não te contei se não você iria ficar preocupado, sabe como é, Jo contratou uma empregada nova, ela passou cera na escada e eu escorreguei! – mentiu olhando dentro dos olhos dele.

- Mentira! – ele disse a encarando com mais intensidade. – Jess, eu venho lhe notado estranha! Não por que não transamos há alguns dias, por que nosso combinado foi sem cobranças, mas Jessie, você não usa mais vestido curtos, nem blusas de mangas curtas, o que pra estação é perfeitamente normal!

- Não posso me vestir como eu quiser? – ela indagou desgostosa.

- Claro que pode! Deve! Mas, você está estranha comigo! Você está me escondendo algo e eu quero saber! Agora! – ele disse segurando gentilmente o braço dela, que virou o olhar para a janela.

Lágrimas frias começaram a descer incontrolavelmente pelo rosto dela. Don só teve uma reação naquele momento. Abraçá-la e confortá-la com tal ato.

Vagarosamente ele caminhou pra cama com ela aninhada ao peito dele. Ele sentou-se com ela e esperou até que ela tivesse condições de contar a ele o que quer que fosse.

Tempos depois ela parou de chorar e o encarou. Ele lhe sorriu e ela respirou fundo, limpando as lágrimas com as costas das mãos.

- Depois disso, você pode voltar pra Jamie se quiser... – uma soluçou.

Olhando pra ela e pro desespero que emanava de seus olhos, Don arrependeu-se de tê-la praticamente obrigado a contar.

- Se quiser, pode ser depois... – ele sussurrou e beijou-lhe o topo da cabeça.

- Não. Agora eu vou contar. – ela respirou fundo e iniciou. – há alguns meses eu descobri que eu tenho isso. Foi logo depois que sai do Hospital, essas mesmas manchas pareceram e me assustaram, mas depois sumiram, eu relaxei, mas elas voltaram de novo com vômitos e desmaios. Fui ao médico e descobri que não era passageiro. Ele me diagnosticou leucêmica.

Quando ela proferiu essas palavras o rosto do rapaz embranqueceu, ele não conseguia dizer-lhe nada, uma palavra amiga, contestar a doença, nada. Só a olhava com tristeza profunda. Ele não suportaria isso. Não suportaria perdê-la novamente! Isso nunca.

Mas, a pior parte era que ela... Ela perderia toda sua vitalidade. Ele começou a chorar. Chorou como quando ela foi embora da primeira vez, como quando ele pensou que nunca mais a veria de novo e ela por sua fez o consolou, dizendo que tudo ficaria bem.

Ela contou-lhe tudo, das sessões que quimo, que ela voltaria a fazer a ordem dele, de como ficara arrasada por descobrir tal coisa, de como aquilo a consumia, do fato de não poder aproveitar como antes a vida, e isso o deixava ainda mais angustiado.

Só que um encontrava força no outro e esse seria o elo mais forte que os uniria.

Don não aceitava um não como resposta. Ele não aceitou quando eles se conheceram e não seria agora que desistiria, encontraria um jeito de fazê-la a mulher mais feliz de todo o mundo, Dando-lhe tudo antes dela se curar, pra ela dar valor a tudo que continuariam a construir depois. Sim, por que ela ficaria curada e não era uma suposição era uma certeza.

Porém ela, já estava conformada com o fato de morrer aos poucos, só tinha medo de fazer os que amava sofrerem por ela, um caso perdido. Essa foi a única coisa que omitiu.

Jess só lamentava não poder construir uma família ao lado do homem da sua vida.