Pov Violetta

Os dias passaram e León continuava bravo comigo. Não conseguia fazer mais nada para me aproximar. Ele tentava me evitar de todos os modos possíveis.

Isso era extremamente ruim, pois eu ficava cada vez pior, sentimentalmente, com isso e não conseguia pensar em absolutamente nada para ajudar minha tia com aquele problema...

Estou na aula de dança, e a Jackie estalou os dedos na minha frente, tirando-me de meus devaneios.

- Violetta! Está muito distraída hoje.

- Desculpa, Jackie... - notei que todos os alunos estavam parados me fitando. - Isso não vai se repetir.

- Acho bom.

Ela voltou a dar as aulas e eu me esforcei ao máximo para manter o foco, porém não conseguia.

Acabei tendo a melhor das ideias para fazer meu pai se apaixonar por Angie novamente. Sim, estava novamente perdida em meus pensamentos durante a aula de Jackie.

Havia apenas um problema. Um único e um grande problema. Para a execução deste plano, eu precisava de León. León, o único garoto que não queria manter nenhum tipo de contato comigo no momento.

Bom, eu teria de conversar com ele. De uma maneira ou de outra, eu terei de fazer isso.

Finalmente a aula acabou. Eu já estava morrendo de dor de cabeça e tontura. De repente avisto León saindo da sala. Sozinho. Era a oportunidade perfeita, e eu não podia perdê-la.

Corri até ele.

- León! León, por favor, preciso da sua ajuda. - segurei em seu ombro e ele rolou os olhos.

- Não posso te ajudar, sinto muito. - respondeu seco, sem ao menos saber do que se tratava.

- Só me escuta, por favor. - implorei e ele cedeu.

- Você tem cinco minutos. - me disse e cruzou os braços.

Sorri e lhe expliquei tudo, de uma maneira resumida já que cinco minutos não era muito. Contei da situação da Angie, com um pouco de receio por expô-la tanto, porém eu confiava que León manteria tudo em sigilo.

Depois de explicar todo o plano, perguntei:

- E aí? Poderia me ajudar? León, sei que está bravo comigo, mas, por favor, isso não quer dizer que não podemos ser amigos. Por favor. - cheguei a ajoelhar e implorar pra ele, sem nenhuma preocupação se as pessoas estavam olhando ou não.

- Violetta, levanta. Estão todos olhando! - ele sussurrou me puxando para cima.

- Não, só depois que você me responder. - eu realmente não estava com vergonha de ser o centro da atenção dos alunos do Studio. Porém León estava, então decidi tomar uma atitude: - Ei, todo mundo! Circulando, por favor! Não têm nada melhor pra fazer do que ficar olhando uma garota ajoelhada no meio do corredor, não?

O povo começou a circular e eu voltei a atenção para León.

- Não precisamos voltar a ser namorados, é só fingir. - eu falei.

León suspirou, olhou para os lados, coçou a cabeça... e depois de um tempo pensando, finalmente me respondeu:

- Ah, tá bom.

Abri um enorme sorriso, levantei pulando e o abracei.

- Er... desculpa, foi por impulso. - me soltei de seus braços e peguei minhas coisas do chão. - Até mais.

Voltei para casa feliz da vida, pois a parte mais difícil do meu plano já foi realizada. Agora só faltava convencer meu pai de uma só coisinha.

Ao chegar, me deparei com Esmeralda e papai tendo uma conversa melosa na sala e senti uma ância de vômito. Como eu poderia ter gostado de vê-los juntos antes? Não sei, só sei que agora sinto nojo.

Subi para o quarto e tirei um cochilo, o dia foi longo.

Meu sono foi interrompido por alguém batendo na porta do quarto.

- Ãhn... Entra!

Me surpreendi ao ver Angie entrando. Rapidamente me ajeitei na cama e indaguei:

- Tia! O que faz aqui?

- Vim te dar as aulas de hoje, uai. Já que alguma mocinha acordou tarde hoje e não deu tempo de ter as aulas de manhã cedo.

Ri, e era verdade, hoje acordei atrasada e não deu tempo de Angie me dar as aulas de matemática e ciências.

Angie forçou um sorriso. Ela tentava parecer bem, mas eu podia ver apenas no seu olhar o quanto ela estava mal.

- Eu vejo que ainda está triste.

- Como não estaria? - ela suspirou e sentou ao meu lado na cama.

- O papai te ama, sabia?

- Não creio. Cheguei agora e ele estava vendo um filme abraçado com a Esmeralda. - Angie disse baixinho e derramou uma lágrima. - Foi realmente um sacrifício passar pela sala e fingir que não ligava para aquilo.

- O amor dói, eu sei. Mas, Angie, eu sei que o papai te ama. Ele só está com a Esmeralda porque quer te esquecer, já que o amor de vocês é proibido...

Angie não disse nada, mas seu olhar dizia muitas coisas.

- Mas sinto que tem mais alguma coisa, além dessa mágoa amorosa.

- É, realmente tem.

- E o que é?

- É o Pablo... - ela falou sem enrolar, como se precisasse mesmo desabafar. - Ele não é mais o mesmo, me ignora, me trata mal, e só me procura quando ele tem interesses. Um amigo falso. - falou com um tom de raiva.

- Ah, tia, Pablo só deve estar em um mau momento. Espere, o tempo conserta as coisas.

- Eu sei, mas me sinto sozinha neste mundo, ninguém me entende, ninguém me apoia, ninguém me ajuda...

- E eu sou o quê? - perguntei indignada, porém rindo.

- Você só começou a me apoiar estes dias, antes estava do lado sa Esmeralda.

- Verdade, sinto muito por isso, tia. Me arrependo de tudo.

Ela apenas sorriu e me abraçou. De repente a porta do quarto se abriu. Soltamos o abraço e olhamos juntas para a porta.

- Angie? - papai estranhou a presença dela.

Pov Angie

Ele realmente perguntou "Angie?"? Por algum acaso ele não viu quando eu passei pela sala enquanto ele e ela assistiam o tal filme? Ah não, claro, ele estava ocupado demais com ela para prestar atenção no que acontece ao seu redor.

Ódio. Fiquei realmente incrédula com isso.

- Papai, já disse pra bater antes de entrar.

- Ah, sim, desculpe-me, filha. Angie vai jantar conosco?

Violetta me lançou um olhar que eu sabia bem o que queria dizer: fica, por favor!

- Er... - eu pensava no que dizer quando fui cortada pela minha sobrinha:

- Sim, ela vai.

Bom, não tive outra alternativa.

Todos à mesa. A comida já estava posta e a única que não se servia era eu.

Esmeralda me lançava olhares maldosos e cheios de fúria. Aquilo me amedrontava. Germán me olhava com um ar de interrogação, vai saber o que se passava em sua mente... e Violetta, bom, Violetta estava fingindo que o clima tenso não existia ali.

Ninguém ousava pronunciar uma palavra sequer. Aquilo estava me incomodando. Sinceramente, me senti uma intrusa no meio da "família feliz".

Hora ou outra, Violetta tentava puxar assunto, mas ninguém cooperava.

Cansada dos olhares em cima de mim, me levantei dizendo:

- Vou ao banheiro.

Subi correndo e me tranquei no banheiro da suíte de minha sobrinha, e finalmente, deixei as lágrimas escorrerem.

Por que essa mulher teve de aparecer na vida dos Castillos? Por que Germán teve de se apaixonar por ela? Por que eu sempre tenho azar no amor? Por que a vida é tão cruel comigo? Por quê?