Animos Domi escrita por Chiye


Capítulo 9
Capítulo 9 - Leitura


Notas iniciais do capítulo

A parte que John lê é do livro Harry Potter e a ordem da fênix, pag. 374 e 375.
Afinal, eu amo Harry Potter.



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As instalações de torchwood tinham de tudo. Desde um gramado onde os funcionários ficavam na hora do almoço até enfermarias, quartel de armas e, por mais estranho que John achasse, um salão de festas.

Depois de um banho morno, o quarteto vestiu as camisetas e casacos de torchwood e esperaram por Daniel na sala três. John estava inexplicavelmente nervoso. Agora estava em duvida se tinha feito certo em admitir a Daniel que não era O Doutor. Estava em uma instalação que investigava eventos ALIENS. Provavelmente iriam estudá-lo.

--John, o que você tem?—Perguntou Rose.

Ele estivera encarando o vazio, absorto em pensamentos.

--Só pensando. –Respondeu vagamente.

Daniel entrou. Parecia muito imponente.

--Antes do relatório da missão. Smith. Vamos, me conte.

Rose se pendurou no braço do humano. John engoliu a seco antes de dizer.

--Simplesmente não quis virar objeto de estudos. Não sou O Doutor. Sou um clone. Energia de regeneração, um traço humano, uma mente de senhor do tempo... Você sabe.

--Por que não disse antes?—Perguntou Daniel depois de um segundo de silêncio.

--Mas o q...?—Começou John.

Rose olhava perplexa para o chefe. Liz e Holly mantinham a cabeça baixa.

--Você foi excepcional as missões. Não desperdiçamos bons soldados assim. É claro que vamos querer alguns exames, mas com sua permissão. Afinal, você pode não ser ele, mas é tão incrível quanto.

--Que tipos de exame?—Perguntou John.

--Eles vão tirar seu cérebro. –Disse Liz com uma gargalhada digna de filmes de terror.

--São exames de sangue, testes psicológicos e essas coisas. –Explicou Holly.

--Obrigado, Peterson. –Disse Daniel. –Então, Smith, o que diz?

John pensou por uns segundos, formando algo viável em sua cabeça então disse:

--Pode ser. Mas façam isso hoje. Amanhã é natal, sabe?

--Tudo bem. Segundo ponto: O que houve no decorrer da missão?

Holly se levantou e conectou sua câmera em um data show. Apagou as luzes e puxou a tela de projeção. Logo a primeira foto apareceu.

--Andamos um pouco e a cada passo o lugar foi ficando mais quente, contrariando a lógica geográfica. –Disse Holly, eficaz.—Sabe-se que cavernas são mais frias que a superfície e tendo em vista que estávamos regredindo quanto ao nível do mar...

--Então esses seres da foto nos atacaram, nós andamos mais um pouco, alguns nos seguiram, mas sem atacar dessa vez. Achamos umas pedras que flutuavam e tentavam derrubar quem passasse em um chão que incinerava. Os outros morreram nessa etapa, sinto muito. Conseguimos atravessar e abrimos o portão com uma pedra, Sim ,uma pedra que eu havia ganho de uma amiga. Lá dentro estavam essa orbe essa outra pedra, acho que a pedra é a chave para outro portal. Acho que estamos lidando com a lenda de Mirai.

John disse tudo muito depressa e sem parar para respirar. Todos o encararam, perplexos.

--Ah, vão me dizer que torchwood nunca ouviu a lenda de Mirai?—Os outros balançaram negativamente a cabeça. –Então, lá vai. Diziam as histórias que Mirai fora um homem que podia enxergar através da realidade, tendo pequenos vislumbres do futuro e do passado. Diziam que a fonte do seu poder vinha de algo que ele guardava atrás de um portal que se abria com cinco orbes como chave. E que essas cinco orbes estavam espalhadas em cinco portais ao redor do mundo. Acho que o portal da china foi o primeiro. Diz a lenda que a orbe nos dará a localização do segundo e que essa pedrinha é sua chave.

Os outros continuaram em silêncio absoluto. John suspirou, aborrecido, e se encostou na cadeira.

--Tudo bem. –Disse Daniel depois de um tempo. –Dispensados. Peterson, você fica. Walkes, leve a orbe e a pedra para o laboratório cinco, por favor. Smith, ala hospitalar. Tyler, acompanhe-o.

--Você teve sorte. –Disse Rose assim que saíram da sala. –Por um segundo achei que ele fosse te expulsar ou te prender.

--Eu também. –Comentou John. –Eles vão analisar meu sangue e encontrar um humano.

Os dois riram. John passou o resto do dia fazendo todo o tipo de exame: Tiraram seu sangue, mediram sua pressão, olharam seus olhos, ligaram fios a sua cabeça e lhe fizeram muitas perguntas.

--Vou te dizer uma palavra e você me diz a primeira coisa que lhe vier a cabeça, ok?—Perguntou sua examinadora.

--Tudo bem. –Respondeu John, pensando que aquele era o ultimo exame.

--Livro.

--Página.

--Nave.

--TARDIS. –Respondeu ele automaticamente.

--Tempo.

--Espaço.

--Casa.

--Lar.

--DNA.

--RNA. –O que ele podia fazer, eram as primeiras coisas que lhe viam a cabeça.

--Batata.

--Sontariano.

--Preguiça.

--Sábado.

--Alegria.

--Sorvete.

--Satisfação. –Disse ela. Estavam indo muito rápido agora. Quase sem pausa.

--descanso.

--Raiva.

--Dalek. –Outra automática.

--Oportunidade.

--Ação. – Respondeu ele. Estavam indo realmente muito rápido.

--Solidão.

--Morte.

--Amor.

--Rose.

John deu um tapa na própria testa, depois olhou para os lados, achando que esse ato também fora um erro. Sabia, sentia, que seu rosto estava completamente vermelho. Rose, que estava sentada ao seu lado ouvindo tudo, olhou-o intensamente, curiosa.

--Uh, acho que você não queria ter dito isso. –Comentou a examinadora.

John olhou irritado para ela. Claro que não pretendera dizer aquilo, mas a mente de um humano era muito manipulável. Fora automático: Amor, Rose, Oras. Como ele podia ter evitado?

--Hã... –Disse ele, coçando a orelha, tentado ganhar tempo.

--Smith?—Havia um soldado na porta. –O Headmaster me pediu para lhe avisar que você e Tyler devem estar amanhã na festa de natal. O gerente virá supervisionar nossa base. Têm que estar aqui as dez da manhã.

E saiu. A examinadora disse mais algumas palavras e os liberou.

Eles voltaram a pé para casa, sem se falar. John não sabia se queria dizer “desculpe por aquilo, deixei escapar.” Ou se queria dizer “Então... O que me diz?”

Ele ainda estava perdido em pensamentos quando chegaram em casa, algum tempo depois. Murmurou algo indefinível e subiu as escadas para seu quarto, sozinho. Lá, agarrou o livro que Rose lhe dera, abriu-o a esmo e começou a ler.

“Ele fingiu estar arrumando a pilha de almofadas. Tinha certeza de que estavam completamente sós agora, e esperava que ela falasse...”

Mas as palavras haviam escapado sem querer, John não era responsável...

“...Não soube o que fazer, ela simplesmente estava parada ali...”

Sua atenção vagava entre o livro e a realidade. Ele estava confuso, sabia o que sentia, mas não sabia como sentir...

“O coração de Harry afundou, saiu da posição normal e foi se alojar em algum lugar próximo ao umbigo...”

Rose, Rose, Rose. Ele estava decidido, iria descer e falar com ela. Mas não... E se ela não dissesse o que ele esperava, iria suportar...?

“... Harry se sentiu completamente infeliz. Teria ficado contente com um simples ‘feliz natal’...”

Mas a verdade martelava contra suas costelas. Mas ele não conseguiria... Iria dizer a Rose para esquecer o que ele havia dito.

“... Era verdade, mas se sentiria desalmado se dissesse isso...”
Mas, por favor, o que ele iria fazer agora? Impulsos humanos são tão incontroláveis...

“...Sentiu um desejo ardente de correr pela sala e, ao mesmo tempo, uma completa incapacidade de mover os pés...”

Era muito mais fácil ter corações de senhor do tempo, guardavam sentimentos muito bem. E o que devia fazer?

“...Sua boca estava muito seca...” “Seu cérebro parecia ter sido estuporado...”

Então, podia imaginar uma praia deserta e bonita onde os dois iriam passar as férias. Ele se deu uma sacudida mental. O que estava pensando?

“...Estava muito perto agora. Ele podia ter contado as sardas no nariz dela...”

Ele se decidiu: Iria dizer algo a Rose. Jurou a si mesmo que não mudaria de ideia novamente.

“...Ele não conseguia  pensar. Um formigamento se espalhava pelo seu corpo, paralisando seus braços, pernas e cérebro. Estava próxima demais. Ele podia ver cada lágrima pendurada em suas pestanas...”

--John!?—Era Rose. Ela estava parada a porta.

--O que?—Respondeu ele, arrancado de seus devaneios. “Agora” Disse uma voizinha em sua cabeça.

--Precisamos de roupas de gala para amanhã. Mamãe disse que nos dá uma carona. Vamos.--E saiu. 

John suspirou várias vezes, tentando parecer calmo.

“Droga” Pensou ele enquanto descia as escadas vestindo um casaco. “Impulsos humanos são rebeldes demais!”


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Notas finais do capítulo

--Amor.
—-Rose.
Desculpem, tive que enfatizar isso...



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