Animos Domi escrita por Chiye


Capítulo 7
Capítulo 7 - Calor


Notas iniciais do capítulo

Está ai mais um capitulo para quem gosta de aventura. A história dele é bem grande, então, para não ficar muito tempo sem postar nada, dividi-o em duas partes. Vou terminar a outra e postar outro dia.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/382756/chapter/7

John e Rose estavam correndo, desviando das poças de água e com os casacos sobre as cabeças. Estavam, a pedido de Jackie, comprando ovos, leite e pão fresco. Mas a chuva os pegara no meio do caminho. Agora, completamente ensopados  gelados até os ossos, corriam os últimos metros até em casa.

--Jackie!—Chamou John quando chegaram a entrada. –Abra aqui, por favor, está chovendo muito...

Mas não foi Jackie quem abriu a porta. Nem Pete. Foi Daniel.

--Entrem. Receio que eu tenha que pedir sua ajuda. –Disse ele, muito sério.

Os dois entraram. Daniel os levou até a sala de estar onde havia mais um soldado.

--Seus pais estão lá em cima. –Disse Daniel à Rose. –Precisamos de um pouco mais de privacidade.

--O que houve?—Perguntou John. Ele e Rose ainda estavam pingando água.

--Por enquanto, nada. Existe uma enorme caverna abandonada na china. Pedimos para dois agentes um mapeamento do local. Mas eles não voltaram. Nem a equipe que mandamos para o resgate.

--Essa não... –Comentou Rose, prevendo o que viria a seguir.
--E é ai que você entram. Preciso que descubram o que aconteceu com os outros e o que há naquela caverna. Vou liberar manipuladores de vortex.

John assobiou baixinho. Torchwood não costumava liberar tele transportes assim.

--Descubram o que há nessa caverna e o que houve com os outros.

--Quando saímos?—Perguntou Rose.

--Agora!—Disse Daniel.

--Mas estamos completamente molhados e ainda nem tomamos café da manhã!—Disse John.

--Podem se trocar e comer algo em torchwood. Vamos, andando...

Eles não tiveram outra escolha senão ir com Daniel e o soldado.

--Mamãe vai me matar. –Comentou Rose quando ela e John se sentaram no banco de trás de um carro preto. –Ela faz questão que eu avise caso saia.

John concordou, e se lembrou que Jackie muito provavelmente iria culpá-lo.

O carro deslizou rapidamente pelas ruas molhadas até chegar ao enorme pátio de torchwood. Os dois desceram e entraram, seguidos de perto por Daniel e o outro soldado.

--Podem seguir direto para o saguão. Walker e Peterson já estão lá. Digam aos agentes que estão indo para a missão da caverna chinesa e entreguem isso a eles.

Daniel entregou-lhes um papel enrolado e lacrado com um selo muito oficial.

--Doutor, continue usando o nome Smith. Será muito mais fácil encobri-lo.

John concordou tentando não rir. Eles realmente havia enganado torchwood. Os dois se viraram para sair.

--Só mais uma coisa. –Disse Daniel quando eles estavam na porta.—Boa sorte.

Os dois saíram e fizeram o caminho, agora tão conhecido de John, até a pequena salão que os despachava para as missões.

Dan havia falado sério, Liz estava lá. E também um jovem com cabelos cacheados e óculos quadrados. Ele e Liz já estavam vestidos e com mochilas nas costas.

--Achei que vocês não viessem mais. –Disse Liz.

Rose entregou o papel para um dos agentes. Ele o abriu o leu, depois passou para outro que o levou até um microscópio. Depois deixou o papel de lado e entregou a Rose e John as roupas. A pedido de John, haviam sido instalados pequenas cabines com cortina, o que, pensou ele, enquanto se fechava em uma delas, era uma sorte. Ele gostava de ter privacidade.

Depois de John e Rose estarem prontos e com mochilas nas costas (“kits cinco?” se indignara Liz. “Essa missão merece kits nove!”)chegou um outro agente com uma bandeja com quatro manipuladores de vortex que brilhavam de tão novos. Eles os colocaram.

--As coordenadas já foram inseridas. –Disse o agente. –Se qualquer coisa der errado, voltem imediatamente.

--O Headmaster disse que vocês ainda não tomaram café. Aqui. Comam depressa. –Disse outro agente.

John e Rose comeram umas bolachas e tentaram tomar rápido o bastante o café quente.

--Tudo bem, então— Disse o agente depois que eles comeram. –No três vocês partem. Um... Dois... Três.

John apertou o botão de partida do manipulador de vortex e um segundo depois os quatro estavam na entrada de uma enorme caverna cheia de estalactites.

--Nossa. Isso é antigo. –Disse o jovem de cabelos cacheados. –Dá para notar pelo padrão que as estalactites tem, isso só pode ser resultado de anos de erosão.

John olhou para ele surpreso: Era exatamente isso que ele pretendera dizer.

--Esse é Holly Peterson.—Disse Rose, notando a surpresa de John. –Ele é realmente muito inteligente.

--Ele é. –Concordou Liz. –Nerd, geek e inteligente. Odeio admitir isso, mas acho ele legal.

John riu quando Holly corou do pescoço a raiz dos cabelos.

Os quatro começaram a andar. A caverna era realmente enorme e muito silenciosa. Até um gota pingando de uma estalactite produzia um barulho enorme.

A cada passo que davam o ar esquentava um pouco dentro da caverna. Depois de meia hora de caminhada, já haviam tirado os casacos. Depois de mais dez minutos tiraram a segunda blusa, ficando apenas de camiseta.

--Essas botas são muito quentes... –Comentou Rose.

--Isso é muito estranho. –Disse John.

--Como assim?—Perguntou Liz.

--A caverna tem uma leve inclinação, estamos descendo. Era para estar ficando mais frio e não mais quente. –Explicou Holly.
Andaram mais um pouco.

--Esse lugar não acaba, não?—Disse Liz, alto. Ela, assim como os outros três, estava coberta de suor.

--Eu vou deixar esses agasalhos aqui. –Suspirou John, passando as mãos pelos cabelos. –Não tem sentido carregá-los, vai ficar cada vez mais quente. Só o fato de carregá-los já deixa tudo mais quente ainda.

--Certo, mas vamos parar para tomar água. –Pediu Rose.
Eles tiraram as pesadas mochilas, agradecidos. John havia descoberto, logo depois de combater os espectros, que todos os kits de torchwood vinham com uma garrafa de água. Ele se sentiu bastante obtuso de não ter deduzido isso antes.

--É melhor bebermos pouco. –Comentou Holly. –Eles colocaram uma quantidade de água baseada no frio. Vamos precisar dela mais tarde.

Liz de repente tirou as botas e as meias.

--Mas o q...?—Começou John, mas ela o interrompeu.

--Só para refrescar um pouco. Depois coloco novamente.
Segundos depois todos tinham seguido o conselho de Liz. Ficaram sentados por alguns minutos, encostados nas paredes que ainda eram um pouquinho mais frias.

Mas algo estranho aconteceu.

A mochila de Liz levantou alguns centímetros do chão, sem ninguém tocar nela. Liz deu um gritinho e agarrou a mochila.

--O que foi isso?—Perguntou, apavorada.

Holly pegou algo de sua mochila que lembrava um celular antigo.

--Não tem vestígios de nenhum tipo de energia. –Disse.

John correu os olhos em volta, nervoso. Não viu nada estranho. Voltou os olhos para os outros e... As várias pedrinhas do chão estavam flutuando a sua volta. Liz tinha uma expressão de absoluto terror no rosto. Então, sem aviso, as pedrinhas se lançaram contra eles. Elas não tinham mais que um milímetro cada uma, o que foi uma sorte enorme, pois machucavam menos. Mas a força das batidas era enorme.

John tentou proteger Rose usando seu próprio corpo como escudo. Liz e Holly estavam fora do seu campo de visão. John cerrou os olhos para protegê-los das pedrinhas e olhou em volta. Por um segundo, um segundo apenas, pensou ter visto algo que tinha o tamanho de um bebê, mas demasiado longe para ter certeza. Mas assim que John o avistou, ele desapareceu e as pedrinhas pararam de voar.

Holly e Liz estiveram abaixados ali perto e se levantaram. John foi se afastando aos pouquinhos, ainda tentando ver algo.

--O que houve, John?—Perguntou Rose.

--Lá!—Disse ele, apontando para o amontoado de rochas onde os tinha visto. –Tinha alguma coisa lá.

--Fiquem aqui. –Disse Holly para Rose e Liz. Então ele e John foram ao lugar onde a coisa tinha estado.

--Você tem certeza?—Perguntou Holly, olhando atrás das pedras também.

--Tenho.

Os dois olharam mais atentamente, mas voltaram de mãos vazias.

--Nada. –Disse John assim que chegaram perto de Liz e Rose.

--Acho melhor continuarmos andando. –Aconselhou Liz.
Eles largaram as meias e os agasalhos, colocaram as botas e as mochilas e recomeçaram a andar.

O ar estava extremamente quente. John chutaria trinta e oito graus. Suas botas eram o pior problema: Eram de couro revestidas com tecidos peludos por dentro. Extremamente úteis no frio, mas naquele momento estavam fazendo pará-los a cada cinco minutos para tira-las um pouco.

Uma hora tiveram que ligar as lanternas.

--Nossa!—Exclamou Holly, pasmo, olhando para cima.

Os outros olharam. Haviam vários seres pequenos, pretos, com olhos brancos enormes que os olhavam vorazmente.

--Tudo bem. –Disse Rose, baixinho, ainda olhando para cima.  –Não estão atacando .Apenas continuem andand...

Ela, que ainda estava olhando para cima, não viu um barranco. Ela tentou se segurar em John que, pego desprevenido cambaleou para trás até que seus pés não encontraram terra firme. As mãos de Holly e Liz passaram a centímetros da sua, mas ele não conseguiu segura-las. Ele e Rose rolaram, se batendo eventualmente. A mochila fazia com que rolasse um metro de cada vez, batendo dolorosamente no solo. Até que bateu em terra firme. Ele ergue a cabeça se apoiando nos cotovelos. Rose estava ao seu lado, levantando também. Os dois estavam meio sem ar: O lugar era tão seco que ficava difícil respirar direito. Era possível ver o calor se desprendendo do solo em ondas.

--Você está bem?--Perguntou ele.

--Estou. –Respondeu Rose.

John se levantou e a ajudou a se levantar também ainda em tempo de verem Liz e Holly descerem a subida com a ajuda de uma pequena picareta cada um.

--Vocês estão bem?—Perguntaram em coro, enfiando a picareta na mochila.

--Estamos. –respondeu John. E acrescentou, depressa. –Foi um daqueles que eu vi lá nas rochas. Aqueles seres lá em cima.

O mais estranho era que John não sabia o que eram. Não se encaixavam em nenhumas das espécies que John conhecia. Isso o assustou um pouco.

--Você não sabe mesmo o que são?—Perguntou Rose como se tivesse lido seus pensamentos.

Ele balançou negativamente a cabeça.

--Vamos. –Disse Liz. –Quanto mais rápido descobrimos o que houve com os outros, melhor.

Ela e Rose saíram na frente.

--Acho que era melhor voltarmos agora. –Comentou John para Holly.

--Entendo. Mas, e os outros? Existe uma chance de estarem vivos.

--Não se tiver acontecido do jeito que estou imaginando.

John foi atrás de Rose e Liz, Holly em seu encalço. John realmente desejava estar errado, ou chegar no fim da caverna seria uma péssima opção. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ah, só para relembrar. No segundo capítulo, quando Liz conhece John, ela menciona Holly. Podem até voltar lá e conferir, se quiserem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Animos Domi" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.