Animos Domi escrita por Chiye


Capítulo 4
Capítulo 4 - Resgate


Notas iniciais do capítulo

Sei que postei um capítulo hoje de manhã, mas estou muito inspirada hoje.
A propósito, para quem curte Rose/tenth:
http://www.youtube.com/watch?v=UiuZwBPv2go
Video que recomendo ver com um lenço do lado.



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--Acho melhor procurarmos um lugar fechado. –Disse Alden calmamente—Eles podem voltar.

Ela simplesmente começou a andar.

--Que é ela?—Perguntou Liz, que não estava afim de seguir uma completa estranha.

--É Alden. Conhecemos ela... Eu acho. –Comentou John, que também não parecia querer se mexer.

Enquanto isso Alden ia se distanciando cada vez mais.

--Vamos lá, pessoal. –Pediu Rose, tentando arrastar os outros dois pelos braços. –Ela esta do nosso lado.

--Ah, é. Dar sonífero para as pessoas é ficar do lado delas. –Ironizou John.

--Ok. –Disse Rose, fazendo cara de teimosia. –Eu vou. Se vocês quiserem ficar, fiquem.

E correu atrás de Alden.

John suspirou. Rose sabia que ele não a deixaria sozinha. Ele correu também.

--Não me deixem aqui!—Ele ouviu a voz de Liz. Ela os alcançou rapidamente.

--Então, Alden— Começou Rose. –O que você está fazendo aqui?

--Oras, eu segui vocês.

--Mas como?—Perguntou John. –Nosso jato fazia novecentos quilômetros por hora. Não tinha como você nos alcançar.

--Eu sabia que vocês viriam. Já estou aqui a algumas horas. –Disse Alden, apressando um pouco o passo. –Eu já disse que eu sei de tudo.

--Mas o q...? –Começou Liz, mas John fez um sinal para ela deixar o assunto de lado.

Chegaram a uma cidade. Conforme iam passando pelas casas, várias pessoas os espiavam das janelas, parecendo amedrontadas. John acenou para o rosto de uma garotinha; Ela exclamou, assustada e sumiu de vista.

--Nossa. –Comentou ele. A cidade exalava medo por onde eles passavam. Um gato passou ligeiro de um lado da rua, assustando a todos, menos Alden.

--Aqui. –Disse ela, indicando uma porta baixa e descascada. Os três entraram, abaixando a cabeça . Alden os seguiu e fechou a porta.
Era um cômodo um tanto apertado com uma cama, uma mesa com várias cadeiras desaparelhadas e um fogão. Alden tratou de esquentar um chá e servi-lo.

Rose e Liz jogaram as mochilas e se sentaram. John fez o mesmo, um pouco hesitante. Alden colocou as xícaras de chá diante deles e se sentou também.

--O que são aquelas coisas?—Perguntou John.

“Veremos se ela sabe de tudo mesmo” Pensou com seus botões.

--São espectros reliqua. Se alimentam de restos de qualquer tipo de energia. Podem viver em qualquer lugar. Se espalham rápido. –E encarou John, como se o desafiasse.

--E como podemos dete-los? –Perguntou Liz.

--Oh, você poderia voltar, Liz. Eles conseguiriam dete-los sozinhos. E ainda teriam um momento no qual se aproximariam.

Caiu um silêncio mortal sobre todos nessa hora. Liz parecia constrangida e um pouco zangada. John até podia imaginá-la se perguntando como Alden sabia seu nome.

--Sabe, John, não coloquei nada no seu chá. –Disse Alden, sorrindo. John ainda não havia tocado no seu chá. E preferiu deixar assim.

Nesse momento houve um barulho muito forte lá fora: Lembrava uma explosão ou uma batida muito forte. Eles agarraram as mochilas e todos, inclusive Alden, se precipitaram para fora, assustados, mas a rua estava vazia a silenciosa.

--O que?—Perguntou John, confuso.

Mal ele acabara de dizer essas palavras, ouviram duas explosões seguidas que pareciam vir de lados opostos.

--Liz, vai para a esquerda e nós vamos para a direita!—Disse Rose, alto.

Alden seguiu Liz quando ela começou a correr na direção oposta a Rose e John.

Tudo estava silencioso novamente. As pessoas os espiavam assustadas das casas. Eles viraram em uma esquina e então aconteceu bem na frente deles: Um dos seres de energia grudou as mãos em um fio de alta tensão. Ficou parado por uns segundos, depois começou a tremer, cada vez mais, até que brilhou com mais força e em seguida explodiu, lançando fagulhas brancas para todos os lados. Vários outros seres apareceram e começaram, por mais bizarro que isso possa parecer, a sugar as fagulhas com as mãos. Estavam jantando o que havia explodido.

Rose escondeu o rosto no casaco de John, reprimindo um gritinho. Ele, por sua vez, respirava muito depressa.

--Tudo bem, Rose. –Disse ele, baixinho. –Não são seres racionais, são apenas energia. Tudo o que importa para eles é a sobrevivência...

Um dos espectros virou o que deveria ser seu rosto na direção de John e Rose. Os dois hesitaram menos de um segundo: John pegou Rose pela mão e os dois desataram a correr, sem fazer a menor ideia de onde iam. Vários espectros os seguiam deslizando um pouco acima do chão. Um espectro surgiu da rua em frente. Eles quase esbarraram no ser, mas viraram no ultimo segundo, derrapando, e seguiram por uma viela íngreme.

Um deles quase alcançou-os; Eles fizeram uma curva para a direita um segundo antes, mas, mesmo assim, um dos espectros encostara no braço de Rose. A humana gritou. O lugar onde o ser havia tocado estava queimado, a roupa com um buraco.

Era uma hora perfeita para o pânico: Aonde quer que fossem, os espectros os seguiam e mais deles surgiam a cada passo. Não haveria escapatória por muito mais tempo. Viraram em uma rua de paralelepípedos, depois subiram uma ladeira, cortaram caminho por uma ruazinha estreita, viraram em um beco de menos de um metro de largura e... Deram de cara com um muro.

--Rose, sobe!—Gritou John, juntando as mãos e dando apoio para a humana. Os espectros estavam logo atrás deles, se aproximando. John tentou ignorar a sede desesperada que sentia agora. Rose subiu, mas assim que conseguiu colocar a mão na parte de cima do muro, um espectro surgiu por cima do mesmo.

Os olhos de Rose desfocaram um pouco; Ela se soltou do muro e caiu por cima de John. Mais espectros se aproximaram. Um deles encarou John(digo encarou, mas na verdade virou o lugar onde deveria ter um rosto) e ele sentiu como se alguém lhe desse uma anestesia: Não pode se mexer direito, não sentia direito. Sua energia estava sendo aos poucos drenada... Ao seu lado, outro espectro se alimentava de Rose.... Iam desmaiar, era um fato...

No entanto, quando John achou que não conseguiria mais ficar consciente, um luz se acendeu na rua debaixo. Todos os espectros correram para ela do mesmo modo que alguém com sede corre quando vê água. John e Rose foram largados no chão.

Eles se sentaram apoiando as costas nas paredes de cada lado do beco. Não podiam esticar as pernas, de modo que dobaram os joelhos e apoiaram-nos um no outro, sem querer, sem forças.

--Você está bem?—Perguntou Rose.

--Estou. –Murmurou John, rouco.  –E seu braço?

--Não está tão ruim...

John apoiou a cabeça nos joelhos. Estava realmente com sede, sem falar que estava fraco: Provavelmente não conseguiria sair dali. Achava que não conseguiria nem levantar.

Ele sentiu algo encostar em sua cabeça e levantou-a um pouquinho. Era Rose. Estavam com as testas encostadas agora.

--Precisamos sair daqui. –Sussurrou a humana.

--Você consegue?—Perguntou ele.

Rose não respondeu. Eles ficaram parados por muito tempo. Precisavam sair... Não teriam forças... Os espectros estavam na entrada do beco, teriam que passar por eles... Não conseguiriam... Mas precisavam... Se John ao menos conseguisse se mover direito... Sua garganta queimava agora, estava com muita sede...

--Pelo menos estamos juntos. –Murmurou Rose. Ela havia fechado os olhos.

John fechou os olhos também. Depois procurou a mão dela: Estava fria, mas ele a segurou firme.

--Pelo menos isso. –Sussurrou.

Muito tempo pareceu se passar. Tempo demais. John engolia a seco e sentia o braço de Rose tremer. Aquilo devia doer.

--Tyler, Smith?—Era a voz de Daniel que vinha do fone. John e Rose levaram um enorme susto. –Walker pediu resgate. Disse que se separam. Vocês confirmam?

--Sim. –Sussurrou Rose, quase inaudivelmente.

--Registrei suas coordenadas e o lugar onde estão é pequeno demais para um regate. Saiam daí e fiquem em uma área mais aberta.

--Vamos... vamos tentar... Mas os espectros estão logo ali, na entrada do beco... –Disse Rose, baixinho.

--Vocês tem que tentar. –A voz de Daniel saiu Rouca . –Boa sorte. Desligo.

Eles separaram as cabeças.

--Acha que consegue?—Perguntou John.

Rose o olhou por uns instantes, então, lentamente, muito lentamente, os dois se levantaram, apoiados um no outro.

--Vamos?—Perguntou John.

--Vamos. –Respondeu Rose. 


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Notas finais do capítulo

Acho que eu me inspirei um pouco nos dementadores na parte que os espectros viram o lugar do rosto para John e Rose e sugam sua energia. Mas, enfim, o que acharam da cena no beco??



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