O Meu Guarda-chuva escrita por Ana Eduarda


Capítulo 12
A melodia do mar


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada pelo seu comentário Chris! Foi de muita incentivação. É sério eu achei que vocês tinham me abandonado. Não é drama! Ok, talvez seja um pouco. De qualquer forma aqui está mais um capítulo! Beijos.



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Capítulo 12 – A melodia do mar

Luiza dormiu bem esta noite, o cansaço que ela sentia era imenso. Dormiu e sonhou que estava deitada em sua velha cama, em seu quarto bagunçado, sentindo a brisa suave do vento que entrava pela sua janela. Todo o sonho se dissolveu e um monstro apareceu querendo ataca-la, então ouviu uma voz conhecida ‘’Luiza! Luiza! Seu pai está lhe esperando. ’’ Imagens de guarda-chuvas e pães-doces apareciam e com elas três vozes conhecidas gritavam Por ajuda: ‘’Luiza!Luiza! Ajude-nos!’’ e em um pulo ela se pós de pé.  Suas pálpebras se abriram com ferocidade e sua respiração estava ofegante. Tudo não passava de sonhos esquisitos, não havia nada com que se preocupar. Será? Estando em um mundo perdido com garotos que não conhecia, longe de sua casa e sua família, se alimentando de largatixas e sendo perseguida por fantasmas. Isso não parece normal.

Luiza ouviu gargalhadas e seguiu o som, os três garotos sorridentes estavam sentados em volta de uma fogueira de uma cor azul. Ela estava ainda meio sonolenta e se dava para perceber pelo seu rosto: Os olhos quase fechados e os cabelos bagunçados mais que o normal.

- Qual foi à piada? – Falou em voz baixa sentando-se ao lado de Ivo.

-Nenhuma Luiza, é que bateu uma crise de risos em Túlio sobre as coisas que passamos perdidos no deserto. – Falou Felipe. 

Quando Felipe terminou de falar, mais uma crise de risos surgiu.

- Não vi a graça! – Luiza disse ainda sonolenta.

- E que na hora ficamos com medo e... Pare de olhar para mim Ivo! – Túlio começa a rir novamente.

- E que na hora ficamos com medo e nos desesperamos. Mas, depois tudo virá motivos de risos. Lembra-se de Túlio tentando sair da areia movediça? Parecia um porquinho! – Felipe começa a rir novamente.

- E qual é o nome da sua espaçonave mesmo Ivo? A incrível... – Túlio começa a rir novamente.

- Eu achava que fosse um E.T – Luiza admite meio risonha.

Isso acontece na realidade. Muitas vezes sentimos muito medo de uma situação e quando dá tudo certo e ela passa, temos vontade de rir de nosso medo.

As horas se passaram e Ivo já preparava o dirigível para voar e Túlio o grande chef colocava algumas frutas em uma cesta para o café da manhã. Luiza achou tudo perfeito, mas o seu desejo de tomar um banho não foi realizado. Quantos dias se passaram desde que chegaram ao deserto? Quantos tempos perambulavam pelas areias infinitas? As dúvidas que Luiza estava tendo não estavam sendo saciadas.

Depois de apreciar algumas frutas, Luiza foi dar uma ajeitada no cabelo (Que estava muito embaraçado e cheio de areia) e trocar as mantas, e então pode ouvir a voz animada de Ivo:

- Vamos marujos! Vamos desbravar os sete mares! Última chamada para o Navio relâmpago pirata!

Luiza vai para perto de Ivo e fala:

- Ivo, Você já viu o mar?

- Não.

- Você já velejou em alguma lagoa?

- Hmm... Também não.

- Você... Já entrou em alguma piscina?

- RAPAZ! PISCINA! Também não, eu não sei nem qual é o som do mar.

Rapidamente uma lâmpada se acende na cabeça de Luiza e ela pega sua bolsa abrindo-a e pegando a concha que ela havia achado no deserto.

- Para tudo tem uma primeira vez! O vento passa por dentro da concha e reproduz o som do mar. Escute! – Diz ela colocando a concha em sua orelha.

Ivo fecha os olhos e fica imóvel escutando o melodioso som do mar. Logo, Túlio e Felipe chegaram e pediram para escutar. Nunca haviam ouvido uma melodia tão linda, reproduzida pela natureza. O som do mar! E isso foi como uma injeção de animo que atingiu a todos. Estavam dispostos a continuarem sua caminhada.

Luiza antes de adentrar no dirigível observou-o com mais atenção. Grande, volumoso, como um picles, mas de uma cor cinza-clara. Entrou com determinação juntamente com os garotos e todos esperaram o dirigível pegar voo. Depois de dar a partida e o dirigível atingir as nuvens, Luiza apreciou a paisagem com um olhar mais calmo, diferente do olhar da noite passada.

- Olhem! – Luiza se espanta – Aves! Indo em direção... A um reflexo no horizonte!

Até mesmo Ivo que pilotava o dirigível virou-se para olhar. Era algo muito raro ver aves voando e ainda mais em bando, voavam em ‘’ V ‘’ em uma sincronia inacreditável.

- Vamos seguir em direção as aves! Onde tem vida, tem água! Se estão voando para lá e porque lá tem alguma coisa importante. – Luiza diz.

Ivo muda o rumo do dirigível seguindo em direção as aves. O dirigível ia lentamente, sem pressa, em direção ao horizonte brilhante.

- O que será que existe ali? Será o mar? – Túlio questiona com uma expressão pensativa.

- Talvez o deserto não seja tão deserto quanto vocês acharam. Tudo precisa de um começo e de um fim! Mesmo quando estamos perdidos, arrasados ou... Sem esperança, sempre vai ter uma Luz no fim do túnel. Lá no meu mundo existem desertos que de onde você estiver acha que não tem fim. Mas tudo tem fim. Talvez os ensinamentos e culturas ensinaram a vocês a ficarem naquela ilha, não saírem. Mas as vezes temos que desbravar nossa s vidas! – Luiza fala.

Rapidamente observa que Túlio escrevia tudo que ela falava em uns rolos de papiro com uma pena.

- O que você está fazendo? – Ela pergunta.

- Seus ensinamentos são muito bons. Podem servir para quando estivermos em situações difíceis! Ás vezes você não percebe o que fala. São palavras motivadoras, de fé! Luiza você não parece ser uma adolescente! Parece estar crescida.

A certeza de que aquilo realmente era um mar crescia em todos. Não podiam parar e pensar que aquilo que viam não era o mar, pois iam perder sua fé. As aves sumiram no horizonte, mas assim como as aves foram em direção daquilo que se parecia o mar, os garotos também foram em busca dos seus sonhos.


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