Descobrindo O Erro! escrita por Lizzy
Notas iniciais do capítulo
Se gostarem, deixem reviews, então continuarei!
-Uma semana?! Eu não acredito que eu fui suspensa por uma semana! Eu nunca tinha sido suspensa! Nunca! Quero dizer, só daquela vez que o JP me pegou de surpresa, e tentou me beijar a força no corredor da escola.
Na semana passada, eu beijei o Nícolas, no pátio da escola, na frente de todo mundo. O diretor viu e suspendeu a gente. Foi a primeira vez que o papai teve que comparecer à escola por minha causa. Ainda bem que o diretor não disse o real motivo da suspensão, disse apenas que eu desrespeitei a principal regra do colégio. Só que o meu pai não sabe qual é a principal regra do colégio. Fiquei de castigo por uma semana. Se ele soubesse a verdade, esse castigo teria se estendido pelo resto do ano, ou quem sabe por dois anos, três... Pelo resto da minha vida! O ruim disso tudo foi que fui proibida de ensaiar com a banda. Por isso, aproveitei as férias forçadas e fui visitar a mamãe que estava numa praia aqui perto, salvando tartarugas marinhas da extinção. Foi divertido, confesso. Mas,também eu estaria mentindo se não dissesse que, não via a hora de voltar pra casa, pra banda, pra escola... Pro Nícolas.
- O papai mandou avisar que o café tá na mesa! – Avisou Pedrinho para Julie que estava deitada na cama, enrolada no lençol. Tinha acabado de acordar, e já era hora de ir para escola.
Perdida em seus pensamentos, os olhos de Julie demoraram um instante para se adaptar e perceber que Pedrinho estava parado na porta entreaberta.
- Tá! Valeu, Pedrinho! – Julie falou com voz de sono - Fala pra ele que eu já vou descer. – Completou ela, se espreguiçando.
Alguns segundinhos depois, Julie levantou da cama e foi direto para o banheiro tomar banho. Se enxugou, escovou os dentes, penteou os cabelos, amarrando-os em um rabo de cavalo de lado, passou um pouco de maquiagem e se vestiu.
Pegou a mochila que estava em cima da cama e correu escada a baixo. Passou por seu pai, que estava subindo, quase esbarrando nele.
- Oi pai! – Cumprimentou-o – Tchau pai! – Disse quase que no mesmo instante, e terminou de descer as escadas.
- Filhaaaa, não vai tomar café? – Perguntou quase que num grito Seu Raul, porém a pergunta ficou no ar. Julie já tinha ido embora. Só deu tempo de vê-la abrindo e fechando a porta atrás de si, apressadamente.
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Logo que chegou na escola, Julie viu Bia que veio ao seu encontro, com um sorriso de canto a canto da orelha. – Julieeee! – Gritou Bia, abraçando a amiga.
Quando as duas pararam o abraço, Bia encarou Julie com cuidado, e disse, segurando suas mãos:
– Julie, presta atenção! – Aconteça o que acontecer não olha pra trás.
- Por quê? – Perguntou Julie, sem entender.
- Porque desde que você beijou o Nícolas, vocês dois são o principal assunto da escola inteira.
Julie fez cara de interrogação. Mas, curiosa, virou a cabeça para direita, e depois para esquerda, discretamente, a fim de saber a que se referia sua amiga.
O pátio estava repleto de grupinhos de amigas, todas falando sobre o mesmo assunto: O mais novo casal do colégio Pandora, Julie e Nícolas.
– Olha lá! – Disse uma das meninas, apontando com a cabeça em direção a Julie - Aquela não é a garota que vê fantasmas?
- É ela mesma. – Respondeu a outra - Me disseram que ela está namorando com o cavaleiro medieval... É verdade?
- Parece que é... Imagina que coisa ridícula, a garota que vê fantasmas namorando o cavaleiro medieval. – Comentou outra.
- Pois, eu não acho. – Intrometeu-se outra - Acho até que ela foi bem corajosa de ter beijado ele na frente de todo mundo, afinal, antes de pagar o maior mico com aquela fantasia, o Nícolas era considerado o garoto mais popular do colégio. E ela... Bom, ela era... Invisível. – Falou com desdém essa última frase.
- Invisível?! Tá maluca! – Rebateu outra – A garota tem uma banda. Faz o maior sucesso! Pelo menos... Eu curto as músicas dela.
- É... Nisso a gente tem que concordar. A banda dela manda muito bem. – Disse a primeira. E todas concordaram em uníssono.
- Ai meu Deus! Tá todo mundo falando de mim. – Desesperou-se Julie, do outro lado do pátio.
- Eu te disse pra não olhar! – Reclamou Bia. – Vem! Vamos pra sala! – Disse Bia, puxando a amiga pela mão, em direção à sala.
- Calma Julie! Pensa pelo lado bom... – Falou Bia, quando Julie e ela se sentaram nas carteiras.
- Qual lado bom? – Quis saber, Julie.
- Não era você mesma que queria deixar de ser invisível?!
- Era. Mas, não desse jeito, com todo mundo apontando pra mim como se eu fosse a principal atração de um circo.
- Ai Julie, que exagero! – Repreendeu Bia – Mas, me conta, como foi lá com sua mãe?
- Foi legalzinho. Mas, eu não via a hora de voltar. Tava com saudades.
- Do Nícolas? – Perguntou Bia, com um sorrisinho malicioso.
Julie sorriu envergonhada – Também.
- Vocês já se falaram depois do beijo? Porque pra mim, a senhorita não ligou nenhuma vez!
- Desculpa, Bia! É que o celular não dava sinal de onde eu estava. – Desculpou-se Julie – E quanto ao Nícolas... Não. A gente ainda não se falou e...
- Disfarça que ele acabou de entrar na sala! – Interrompeu Bia, abruptamente, olhando para porta da sala.
Os olhos de Julie acompanharam a direção do olhar de Bia. Nícolas estava cumprimentando Valtinho, com um aperto de mão. Quando se deu conta que era observado, ele virou o rosto em direção à Julie, e acenou, com um sorriso brincando em seus lábios.
Julie piscou duas vezes antes de levantar a mão e acenar, com um sorrisinho inocente. Foi um gesto automátido. Não foi nem um pouco calculado, porque se não, tinha sido diferente, pensou.
Bia olhou para os dois, alternadamente. E não conseguiu deduzir quem estava mais sem graça.
- Huuuum... Viu só!? Parece que ele também sentiu sua falta. – Comentou Bia, arrancando Julie do estado de transe – Mas... Olha só quem não gostou nem um pouco disso. – Disse, apontando com a cabeça para Thalita, que olhava para Julie, furiosa.
Julie olhou para Thalita e depois voltou seu olhar para Bia, sorrindo com triunfo. Bia retribuiu o sorriso com a mesma intensidade.
- Bom dia! – Cumprimentou a professora ao entrar na sala – Hoje nós vamos fazer os exercícios referentes ao assunto dado na aula passada e...
Enquanto a professora falava, Julie olhou para Bia com os olhos arregalados, afiinal, ela tinha perdido uma semana de aula. Como ela iria saber responder os exercícios sem ter visto o assunto?
- Relaxa, Julie! – Sussurrou Bia a fim de acalmar a amiga – A gente fica na sala durante o intervalo. Daí, eu te explico todo o exercício e...
- Bia, Julie! Nada de conversa na minha aula! – Reclamou a professora, interrompendo Bia.
Julie e Bia se entreolharam com cumplicidade, e se viraram para frente a fim de assistir à aula, como a professora havia mandado.
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No final da aula, Julie estava arrumando seu material dentro da mochila, quando percebeu que alguém se aproximou. Ela levantou o olhar para ver quem era, e quase tomou um susto quando seus olhos se encontraram com os de Nícolas.
- Oi Julie! – Ele a cumprimentou.
- O-oi Nícolas! – Ela respondeu ao cumprimento, um pouco nervosa.
- Será que a gente pode conversar? – Perguntou Nícolas.
- Claro que sim! – Respondeu Julie, colocando sua mochila no ombro.
- Eu levo isso pra você. – Disse, retirando a mochila do ombro dela. – Eu te deixo em casa, e a gente pode ir conversando no caminho. O que você acha?
- Eu acho... Muito bom! – Respondeu ela, sorrindo com entusiasmo.
Durante todo o trajeto até à casa de Julie, Nícolas e Julie só conversaram coisas como “ a vida, o universo e tudo mais”.
Quando os dois finalmente chegaram em casa, Julie segurou a maçaneta da porta de sua casa, mas antes disso, agradeceu, dizendo:
- É... Brigada por me trazer em casa. A gente se vê amanhã na escola! – Finalizou, girando a maçaneta e abrindo a porta.
- Espera Julie! – Falou Nícolas segurando o braço de Julie, que se virou pra ele – Eu ainda quero falar com você sobre... – Ele parou de falar porque lhe faltou coragem pra completar.
- O beijo? – Perguntou Julie completando sua frase.
- É... Eu queria falar que...
- Tudo bem Nícolas – Julie começou a falar, interrompendo-o. – Se quiser, a gente pode esquecer o que aconteceu e...
Nícolas se assustou com o rumo da conversa, então interrompeu-a, dizendo:
- Peraí, Julie! Você quer esquecer?
- Você quer? – Julie rebateu a pergunta.
Nícolas parou por alguns segundos reunindo forças.
- Não. – Respondeu Nícolas por fim.
Julie suspirou, e sorriu, dizendo: – Eu também não.
Nícolas também sorriu.
- Acho até que... – Ele começou a falar, aproximando-se de Julie – Seria muito bom se a gente – enlaçou a cintura de Julie- repetisse aquele beijo.
Julie sorriu com charme, encarando-o – Eu também acho – Respondeu ela, esperando pelo beijo que veio logo em seguida.
Ao mesmo tempo dois fantasmas bisbilhoteiros a espionavam do outro lado da rua.
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