Hurts Like Heaven escrita por diário de uma viajante


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

oiiiiii.
Desculpem a demora, minha irmã também escreve e ela andou sequestrando o computador.
bom espero que aproveitem .



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Anne acordou em uma cama com a cabeça dando voltas .Ela se sentou e  olhou ao redor. Estava em um pequeno quarto que não tinha nada além de uma janela , uma porta ( óbvio ) e um espelho de corpo todo. Anne resolveu ir até o espelho.

Assim que pois os pés no chão , reparou nas terríveis queimaduras. Em algumas partes chegavam a estar em carne viva , mas pelo que ela se lembrava eram para estar piores. Ela continuou sua caminhada ao espelho. Seus cabelos caiam lisos e penteados pelos ombros, o vestido ainda estava rasgado e queimado  e o mais importante, ela ainda tinha sua pulseira da sorte. Era uma pulseira simples , feita de prata e com um único pingente : a estrela de Davi. Anne tinha ela desde sempre e acreditava que ela a protegia e dava sorte.

Ela encarrou seus próprios olhos no espelho e tentou se lembra de o que havia ocorrido. Mas as memórias não estavam lá. Quer dizer, estavam, mas pela metade. Ela se lembrava de sua casa pegando fogo, de seus pais mortos, de ser perseguida, de fugir com Bianca , de continuar sua fuga sem ela e de ter sido salva por um arqueiro. Mas isso era tudo. Ainda conseguia se lembrar com perfeição do reto de sua vida, mas não desses últimos cinco dias que percorreu .

Seus pensamentos foram interrompidos pelo barulho da porta se abrindo. Entraram no quarto o Barão Arald , sua aprendiz Katherine , Halt e Will . Este ultimo , Anne reconheceu de imediato como seu salvador.

- Fico feliz que tenha acordado.- disse o Barão.

Ao ouvir isso , Anne arregalou os olhos.

- Por quanto tempo eu dormi ? – perguntou

- Você apagou por um dia inteiro – disse Katherine. Ela tinha seus belos cabelos castanhos presos em um coque e usava um belo vestido azul. Apesar de ter olhos claros , Anne conseguia perceber alguma semelhança entre a garota e o arqueiro mais velho.- Mas fique tranquila. Você estava mesmo precisando descansar.

- É – disse Halt com toda a sua delicadeza – você estava bem machucada. Como conseguiu aqueles ferimentos ?

- Halt – disse Will – Não seja tão grosso com a menina. Assim você vai assusta-la.

Halt deu um sorriso debochado.

- É – disse – Mas essa garotinha tinha três adagas e um arco na mochila.

- Por que não deixamos ela se explicar? – perguntou Katherine fazendo um gesto para que Anne se sentasse na cama.

Anne se sentou e Katherine se sentou ao seu lado.

- Qual seu nome ? – ela perguntou docemente.

- Anne. Anne Martinez.

- De onde você vem, Anne?

-De West Wind.

Katherine ficou surpresa com isso. West Wind era um vilarejo bem longe de Redmont. E geralmente lá ficavam pessoas excluídas da sociedade, além de haver muitos bandidos nas redondezas.

- Quem são seus  pais e onde eles estão ?

- Julieta Martinez e  Carlos Quíríon e eles ....estão mortos- disse Anne abaixando os olhos.

Nesse momento Katherine entendeu o porque da menina morar lá. Julieta era uma antiga amiga do reino. Era bailarina e cantora, realmente muito talentosa. Ela havia se divorciado do primeiro marido a mais ou menos um ano. Ela se perguntou se a garota sabia disso, mas resolveu não insistir no assunto.

- O que exatamente aconteceu ?

Anne contou tudo o que conseguia se lembrar, incluindo o desaparecimento de seu irmão Jerome.

- Você não faz ideia de onde esteja seu irmão? – pergunto Katherine um pouco apreensiva.

Após pensar um pouco , Anne acabou se lembrando de algo.

- Meu pai tinha outra casa em outro feudo... Seacliff se não me engano. Me lembro de ter escutado uma conversa de meu pai com uma amiga pedindo que levasse para lá.

Katherine assentiu  com a cabeça, provavelmente assimilando a informação. Seguiu-se um silêncio constrangedor quebrado pelo Barão:

- Vamos mandar alguém busca-lo. Mas enquanto isso , creio que vá ficar conosco. Seja bem – vinda a ala dos protegidos de Redmont ,Anne.

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Assim que todos saíram do quarto , Katherine disse que iria mandar trazer roupas novas e a mochila de Anne.

Poucos minutos depois , alguém bate na porta.

- Pode entrar- diz Anne.

Entram no quarto três crianças : uma menina  pálida , de cabelos longos negros e lisos presos por duas tranças e olhos azuis; uma menina de cabelos louros cacheados presos em um coque, olhos acinzentados e alta, segurando a mochila de Anne e um garoto de cabelos castanhos  ,  olhos da mesma cor e um pouco mais baixo do que a garota loira, segurando uma muda de roupa.

- oi – se adiantou a  garota loira – trouxemos roupas e suas coisas.

- obrigada ... – disse Anne.

-Amélia- disse a garota loira

- Beatriz – disse a outra garota.

- Alex – disse o menino.

- Somos os outros protegidos – disse Beatriz .

- Somos seus novos colegas- disse Amélia sorrindo.

- Bem – disse Alex – vamos deixar você se trocar agora.

- Bem – vinda ao hospício !- disse Amélia saindo e puxando Beatriz com ela.

Anne olhou assustada para Alex .

- Ela tá brincando, né? – perguntou

- Sim – disse Alex rindo

- Ah , desculpa. Não que ache vocês loucos! E que passei por tanto coisa que nem eu acredito que...

Percebendo a perplexidade da menina, Alex resolveu não insistir no assunto.

- Tudo bem – ele disse – se troque rápido se quiser tomar café.

- Tudo bem – disse Anne enquanto ele saia.

Anne olhou para suas roupas: um vestido branco com um laço vermelho nas costas e botas. Ela aproveitou para prender seu cabelo. Ela odiava  ele solto, mais ainda usar vestido. A única coisa que lhe confortava eram as botas.

Anne desceu as escadas em direção ao refeitório. Não foi difícil encontra-lo. Anne se  sentou entre Amélia e Alex.

- Então – disse Alex – acho que você não disse seu nome.

- Anne.

- Alex. Mas isso você já sabe.

- encantada

Alex deu uma risada.

- Igualmente milady.

Anne fez uma carranca. Ela não gostava de apelidos. Ela fazia questão de não ter um. Parece que desta vez não teve tanta sorte.

Anne reparou no jeito que Alex comia e sufocou um riso. Ele comia feito um condenado e com as mãos. Amélia não conseguiu disfarçar tão bem. Ela olhava para ele com uma cara de nojo tão estranha que Anne teve de fazer mais força para não rir.

- Será que você poderia comer como gente normal?- Disse Amélia finalmente.

- Qual o problema com o jeito que eu como?- perguntou Alex de boca cheia.

-Que você come feito um porco – disse Amélia fazendo mais uma careta de nojo – E não fale de boca cheia!

- Calma rainha das etiquetas! – ele disse ainda de boca cheia.

Anne já não estava mais conseguindo segurara o riso. Os dois pareceram perceber e olharam para ela.

- Qual a graça ? – perguntou Amélia.

- Vocês dois – respondeu Anne rindo – Eu nunca vi dois amigos brigarem desse jeito.

- Isso não tem graça !- retrocou Amélia.

Nesse momento Alex havia começado a rir também, então ela não resistiu.

- Tá bom , isso tem muita graça – ela disse finalmente se rendendo as risadas.

Em algum momento Alex perguntou a Anne:

- Você nunca brigou com seus amigos?

Anne parou de rir.

- Eu nunca tive muitos amigos. – ela confessou.

- Então que bom que a gente te encontrou não?- disse Amélia- Afinal das contas, você já ganhou três não é?

Anne voltou a sorrir, mas um a pergunta se formou em sua cabeça.

- Falando em três, onde está Bia ? – perguntou  olhando em volta.

- Ela já comeu e depois sumiu – disse Alex – Se acostume , ela é desse jeito.

Eles terminaram de tomar café  , sempre conversando muito e rindo. Principalmente da cara que Alex fez quando deixou o ultimo pedaço de pão cair no chão. Finalmente quando terminaram , Anne perguntou:

- O que vocês fazem o resto do dia?

- Depende – disse Amélia dando de ombros.

- Por que você tem alguma ideia?- perguntou Amélia.

- Eu acho que sim – disse Anne olhando para seu vestido – Mas vou precisar de outra roupa.


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Notas finais do capítulo

...



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