Hurts Like Heaven escrita por diário de uma viajante


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oi! Demorei? Claro demorei pra c*ralho,mas eu voltei! Depois de receber algumas cutucadas.( altas indiretas). Mas aproveitam o cap novo!



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Um ano depois...

Anne , Alex e Amélia andavam pela rua tentando chamar a mínima atenção possível, apesar de não estarem tendo muito sucesso. Não era comum os protegidos andarem fora do castelo. Além disso , os protegidos, já não tão populares, conseguiram se transformar em sinônimo de confusão. O motivo? Vocês já vão saber...

Os três pararam em frente a uma loja de ferramentas.

– Você acha que o dinheiro é suficiente?- perguntou Anne.

– Absoluta. – disse Amélia – Eu contei tudo três vezes!

– Mas , será que eles realmente tem o que queremos? – perguntou Alex

– Segundo Jerome, sim – respondeu Anne empurrando os dois para dentro da loja- Agora entrem logo.

Eles entraram . A loja era pequena e muito empoeirada. As paredes eram todas cobertas por prateleiras com os mais diversos tipos de engrenagens e ferramentas. No fundo da loja , havia um balcão onde um homem de barba crespa e longa olhava as crianças.

– Em que posso ajudar? – perguntou ele.

Amélia deu uma cotovelada em Anne e fez um sinal para ela ir em frente. Ela fuzilou a loira por ter sido tão indiscreta, se virou para o homem e disse:

– Estamos aqui pra comprar uma peça. Uma lente de tamanho três feita a base de estanho.

O homem arqueou uma sobrancelha.

– Não é um pedido muito comum. – admitiu – Por que querem essa peça?

–Por que o senhor quer saber? – retrucou Anne dando de ombros.

– Porque todas as peças que eu vendo são de minha responsabilidade.- respondeu.

Anne se xingou mentalmente por ter feito uma pergunta tão idiota. “ vamos! Pense, pense! Pra que uma criança de 6 iria querer isso?”. Mas a resposta veio de Amélia. Ela pigarreou , fazendo o homem voltar a atenção para ela.

– Ouvimos dizer que esse vidro tem poderes mágicos. Só queremos ver se é verdade. – respondeu ela com voz de criança inocente. Pareceu convencer o vendedor , pois ele deu um meio sorriso e disse:

– É o que dizem não? Mas a brincadeira pode custar caro pra vocês. Sabe , não é uma peça muito fácil de se achar...

– Temos o dinheiro. – interrompeu Amélia dando ao homem a bolsa de moedas de ouro. Ele a pegou e contou as moedas. A cada moeda que ele contava , Anne rezava mentalmente para todos os deuses que ela já tinha ouvido falar. Aparentemente , a contia estava certa pois ele foi atrás do balcão e tirou um pequeno embrulho.

– Só tome cuidado! – ele advertiu entregando o pacote a Amélia. – Isso é muito frágil e é o meu ultimo.

– Pode deixar – respondeu ela sorrindo. E junto com seus amigos deixou a loja.

– Eu ainda não entendi como você arranjou tanto dinheiro.

Anne e Alex reviraram os olhos ao mesmo tempo. “ tá , mas isso é estranho até mesmo pra esses dois!” pensou a loira.

– Veja bem Amélia, nós caçamos toda semana. Toda semana nós vendemos a carne que caçamos a mais, daí saiu o dinheiro. Entendeu ou vai querer que eu desenhe? – disse Alex como se tentasse explicar algo á uma criança.

Amélia cruzou os braços e olhou feio para ele. Ela não fazia ideia de quem inventou o estereótipo que loiras são burras, mas com certeza tinha vontade de soca-lo. Por causa dessa afirmação besta Alex não a deixava quieta um segundo sequer. “ Engula orgulho Amélia” pensava enquanto o garota a irritava “Por Anne. Você sabe , eles são muito amigos e você sabe que sua amiga não vai querer o amigo dela sem a cabeça! Se bem que não há nada ali dentro mas..”.

– Não precisa desenhar , projeto de menino. – retrucou ela bufando – Só queria ter certeza de que não tinham feito nada errado.

– Ah , claro! – zombou ele – Ei Anne! Acho que temos cara de bandido!

Eles riram e seguiram caminho e , pela primeira vez , Anne pensou que poderiam sair sem causar nenhuma confusão.

Ela mal sabia o quanto estava enganada.

Quando estavam quase no final do caminho , Anne avistou uma garota ruiva ,que devia ter a sua idade e que carregava uma bandeja de pães. Ela parecia absurdamente feliz , já que andava cantarolando e aos saltitos. Paradas um pouco a frente dela, haviam três garotas. Assim que a menina se aproximou uma delas esticou o pé , fazendo a menina cair de cara no chão e derrubar a bandeja. Pelas risadas Anne reconheceu as meninas: Tiffany e seus capachos: Kelly e Hanna. Ela havia arranjado as novas “ amigas “ há pouco tempo e aparentemente o passatempo favorito delas era infernizar a vida das pessoas.

As três começaram a rondar a garota como urubus, rindo e zombando dela.

– Aí ,tadinha! Ela caiu de cara na lama...- disse Tiffany.

– Ah , mas fique tranquila querida! Você fica bem melhor com a cara coberta.- Disse Kelly , o que resultou em uma explosão de risadas por parte das amigas.

– Ei ! O que é isso ? – perguntou Hanna pegando um dos pães do chão.

– Ah! – exclamou Tiffany – É aquela gororoba de seu pai?

– É pão. – respondeu a menina num sussurro audível.

– Hummm , eu não chamaria assim. – Disse Kelly.

– Alias , como vai a bruxa da sua mãe? – perguntou Hanna.

Este comentário pareceu deixar a menina furiosa pois ela ficou escarlate e se levantou em um pulo.

– Minha mãe não é bruxa. – disse com o rosto a poucos centímetros do de Hanna.

– ohhhhhhh. – exclamaram as três em coro.

– Finalmente a garota dos pães resolveu reagir! – disse Kelly.

– E eu pensando que ela era tão corajosa quanto o irmão.... – disse Hanna.

– Meu irmão é corajoso! – disse a garota.

– Uou! Acho que temos alguém corajosa hoje! – exclamou Tiffany.

isso está indo longe demais...” pensou Anne e , como se obedecesse a um instinto , foi andando a passos largos em direção ao tumulto. Ela ouvia uma voz atrás dela chama-la , talvez a de Amélia , mas esta parecia a quilômetros de distância.

– É, até parece ! Eu não seria tão corajosa se você... – Disse Kelly.

– Você faz ideia de com quem está falando?

– Acho que com ninguém com ela devia se importar! – berrou Anne. – Afinal , ninguém tão importante trataria as pessoas tão mal.

– Ora , ora ! Vejamos o que temos aqui! Nossa querida Maria-rapaz! Diga-me , veio proteger esse filhote de bruxa? – perguntou Tiffany em seu casual tom zombeteiro.

– Minha mãe não é bruxa! – insistia a menina ruiva.

– Calada Cherry! Vai querer que eu perca a decência com você? – perguntou Tiffany mais irritada que nunca.

– Não se pode perder o que nunca teve. – sussurrou a menina.

Tiffany ficou vermelha de raiva e tentou dar um tapa na cara da menina. Quando sua mão estava a pouco centímetros da cara dela , ela sentiu algo parar seu braço. Se virou e deu de cara com Anne. Primeiramente , Tiffany pensou em revidar a tamanha ousadia da garota. Mas vendo o rosto de Anne perigosamente calmo e próximo do seu , toda a sua coragem se esvaiu.

– É melhor você não fazer isso. – advertiu a garota. Tiffany pareceu se recuperar.

– E o que você vai fazer? – retrucou a loira.

Anne deu um sorriso sarcástico.

– Posso te jogar no chão igual você fez com a menina ali. – respondeu indicando a ruiva atrás de si.

– Eu duvido. – desafiou Tiffany.

– Você quem sabe. – disse Anne dando de ombros.

Em um movimento rápido , ela virou o braço de Tiffany, deixando-a com a cara virada para o chão. A loira soltou um gritinho.

– Me solte! – exclamou.

Anne deu de ombros novamente.

– Você quem sabe. – disse

Dizendo isto largou Tiffany e lhe deu um pontapé. A garota caiu com uma força pavorosa no chão. Tiffany levantou o rosto sujo de lama devagar e limpou os olhos com violência. Algumas das pessoas que se reuniram em volta para ver o que estava acontecendo riram, o que pareceu deixar a pequena lady irritada. Suas amigas , assim como os de Anne , pareciam estar em choque. Atrás dela , Anne pode ouvir a garota ruiva gargalhar com gosto. A loira fuzilou a multidão , fazendo alguns se calarem.

– Vai pagar caro Maria-rapaz. E você também filhote de bruxa. – disse apontando para a ruiva.

Dizendo isso , foi embora seguida de perto por seus clones. Pela primeira vez , Anne se voltou para a menina.

– Desculpe – murmurou a ruiva – acho que por minha causa você está numa encrenca.

–Não se preocupe. – respondeu Anne- Eu já devia ter feito isso a muito tempo.

A garota deu um pequeno sorriso e estendeu a mão para ela.

– Lily Cherry. – disse

– Anne Martinez – respondeu apertando a mão de Lily.

– É a garota que inferniza a vida de Tiffany?

– A própria.- disse Anne – tenho que admitir que foi muito corajosa de enfrenta-la.

Nesse momento Amélia e Alex chegaram. Ele com um sorriso no rosto e ela com uma expressão de reprovação.

– Isso foi muito bom ! – disse o garoto

– Foi muito irresponsável! – disse Amélia em seu tom de reprovação natural. – Você sabe muito bem que Katherine vai arrancar sua cabeça fora, não?

– Não creio que seja ela a querer arrancar a minha cabeça. – respondeu Anne.

– De qualquer jeito você se meteu numa bela fria! – disse Amélia.

– Como se ela nunca tivesse se metido numa antes... – murmurou Alex. Em resposta , Amélia bateu em seu ombro.

– Ai! – queixou-se o menino- Será que dá para você parar com isso?

– Lily!- berrou uma voz atrás deles.

Eles se viraram e avistaram um menino vindo correndo na direção deles. Ele tinha os cabelos e olhos negros , pele mortalmente pálida e era muito magro.

– Lily! – disse o menino quando finalmente os alcançou – O que houve?

– Não foi nada Harry. – disse Lily – Só fizeram umas provocações...

– Não , foi alguma coisa sim. – interrompeu Alex – Ela está sendo alvo de chacota de Tiffany e seus urubus de companhia, até a garota aqui aparecer e enfiar a cara dela na lama.

Harry arregalou os olhos.

– Você enfiou a cara da filha de uma das mais importantes ladys do reino na lama? – perguntou Harry á Anne.

– Aparentemente sim. – respondeu Anne.

O garoto arregalou mais os olhos e olhou para Anne como se fosse uma delinquente.

– AH, pare com isso Harry! – disse Lily pegando seu braço. – Ela só fez isso para me ajudar!

– Mesmo assim foi uma tremenda de uma irresponsabilidade. – disse o menino.

– Acho que Amélia encontrou o par perfeito... – cochichou Alex para Anne.

Harry fixou os olhos na garota.

– Qual é seu nome? – perguntou.

Ela abriu a boca mais não saiu nenhum som. Sua língua pesava como chumbo enquanto os olhos de obsidiana do garoto a encaravam.

– Amélia. – respondeu com certa dificuldade.

– E eu sou o Alex se isso te importa. – respondeu o outro menino nada lisonjeiro.

– Ah , claro. – respondeu Harry um tanto sem graça. – E você...

– Anne.

– São os protegidos do castelo?

– Sim. – respondeu Anne. – E você seria...

– Harry, irmão de Lily. Filho do padeiro e da curandeira da cidade.

– Ahh , então é por isso que Tiffany disse que Lily era filha de bruxa... – exclamou Amélia sem pensar. ( N/A essas palavras podem ser usadas desse jeito em uma frase?)

– Não que eu pense isso ! – corrigiu a menina ao perceber o olhar envergonhado de Harry .- Mas , sabe... É o que as más línguas dizem...

– Tudo bem. – respondeu Harry um tanto melancólico.

– Então eles chamam sua mãe de bruxa? Mas depois quando ficam doentes ... – disse Alex arrancando um pequeno sorriso de todos.

– Bom , acho que temos que ir não? – perguntou Anne.

– Então até mais Anne – disse Harry arrastando Lily para longe.

– E boa sorte! – gritou Lily.

Anne não conseguiu ouvir o que Harry disse á irmã , mais com certeza a estava repreendendo por ter gritado.

– Então ,preparada para enfrentar a bruxa? – perguntou Alex.

Anne suspirou.

– Mais do que isso. – Disse olhando em direção ao castelo.

–---------xxxxxxxxx--------

– ENFIAR A CABEÇA DE TIFFANY NA LAMA! FICOU DOIDA DE VEZ? – gritava Katherine pela 12° vez.

– Ela fez a menina cair na chão! E ficava ofendendo os pais dela! Você realmente esperava que eu não fizesse nada? – justificava Anne.

– Foi uma atitude bem irresponsável. – disse Halt.

– Acho que você não me conhece. – respondeu a menina. –Eu sou a irresponsabilidade em pessoa!

– Nisso temos que concordar. – disse Will.

Anne suspirou. Ela detestava decepcionar Katherine. Muito menos Will. As vezes ela pensava que ele se arrependia de tê-la salvado.

– Olha, eu podia ter apenas discutido com ela por ter tratado mal a garota, mas ela chamou a mãe dela de bruxa! Eu sei o quanto é horrível é isso! Minha mãe tinha uma amiga que chamavam desse jeito! E só Deus sabe o quanto a filha dela ficava mal com isso! Uma vez uma garota chamou a minha mãe de bruxa! Pergunta para ela o que aconteceu depois! Se bem que eu acho que ela vai ter alguma dificuldade pra falar...

Foi a vez de Katherine suspirar.

– Você sabe que ela não vai deixar por menos , não? – perguntou.

– Mas é claro! – responde a menina – Ela nunca deixa.

– Não é por menos! – disse Halt – Você enfiou a cara da filha dela na lama, na frente de todos.

– Ah , ela merecia coisa pior. – disse a garota revirando os olhos.

Katherine abriu a boca para repreender Anne ,porém jamais saberemos o que ela iria dizer , pois nesse momento Lady Melaine entrou como um furacão no escritório. Ela virou os olhos raivosos para Anne e apontou o dedo acusadoramente.

– Foi você não foi sua pestinha? Eu já devia ter desconfiado! Você não faz nada a não ser atormentar a pobre da Tiffany!

– A sua “pobre Tiffany” estava humilhando uma menina no meio da rua. – retrucou Anne.

– Aposto que essa garota deve ter feito algo. – disse a lady visivelmente alterada.

– Juro por todos os deuses que ela não fez nada.

– Que eu saiba existe apenas um , garota insolente!

– Sempre me ensinaram que havia quatro deuses para qual eu podia rezar com frequência... – respondeu a menina.

– E quais seriam? – perguntou a dama impaciente.

– Destino , justiça , vingança e compaixão.

– Suponho que esteja rezando para um deles agora.

– Sim.

– E qual seria?

– Adivinha!

– Suponho que seja compaixão...- começou a lady

– Passou longe. – disse a garota cínica.

– Bem – interferiu Katherine – Voltando ao assunto principal....

– Sua filha fez a menina derrubar a bandeja de pães que ela iria vender, humilhou ela na frente de todos e ainda chamou a mãe dela de bruxa. – disse Anne.

– Nada grave afinal , todos chamam a Sra. Cherry de bruxa...

– Eu não acho algo normal. – retrucou a menina desafiando a lady a contraria-la.

Ela soltou um suspiro.

– escute garota , eu quero acabar com isso logo. Quero que peça desculpas a Tiffany. Em publico. – disse Melaine.

– Pedirei se sua filha se desculpar com Lily Cherry.

– Como? – perguntou a lady surpresa.

– O que escutou. – disse Anne com uma voz perigosamente calma – Se sua filha pedir desculpas a Lily , eu peço desculpas á ela.

– Eu nunca pediria para minha filha fazer isso!

– Então , sem desculpas. – disse Anne fazendo um gesto de desculpas com as mãos.

– Isso é muita ousadia de sua parte... – disse Melaine.

– Ah, vamos. A senhora sabe que o que sua filha fez foi errado! – disse Anne e discretamente observou os outros presentes.

Halt continuava sem demonstrar emoção , embora seus lábios estivessem levemente curvados para cima, como se estivesse se divertindo com a situação. Katherine estava pasma com a reação da garota, talvez preocupada com a detenção que ela podia levar. Em um canto , Will fazia muita força para não rir. Seus olhos encontraram os da menina e eles tiveram uma pequena conversa silenciosa.

devo continuar?” perguntava a menina com o olhar.

Quase imperceptivelmente , ele deu de ombros e Anne voltou sua atenção á lady.

– Nunca minha filha vai pedir desculpas aquela garota insolente. – vociferava a dama.

– Pensei que essa era eu! – disse Anne parecendo ofendida. – Afinal o que seria um pedido de desculpas? Não me diga que pensas que o que sua filha fez foi correto!

A lady pareceu ficar 10.000 vezes mais brava.

– Está me desafiando menina? – perguntou.

– Quem? Eu? – perguntou a menina tendo a ousadia de reagir com surpresa. – Nunca! Estou apenas apresentando uma solução para o problema! Mas se sua filha não pedir desculpas...

Lady Melaine pareceu ponderar o assunto por um segundo. Estava mais irritada do que Anne lembrava. Todos os presentes estavam surpresos com a ousadia da menina.

– Vai copiar todos os textos da biblioteca do castelo ainda hoje! – disse a lady decidida. – E minha filha não vai pedir desculpas á ninguém. Sugiro que comece agora se quiser terminar antes do amanhecer.

– De novo? Assim vou decorar todos aqueles textos!

– Vá ! – vociferou a lady.

A menina deu de ombros e se dirigiu a porta. Antes , porém , de abri-la , virou-se para a Lady e disse:

– Ainda penso que deve uma bandeja de pães á aquela menina.

E depois saiu , seguida pouco depois por Lady Melaine , praguejando.

– Essa menina ainda vai ser a causa da nossa morte. – disse Katie se sentando na mesa do escritório.

– Sabe , ela me lembra alguém.... – disse Will.

– Quem? – perguntou Katherine sem um pingo de curiosidade.

– Você , quando era pequena. – respondeu o ex-aprendiz sorrindo.

– Eu não sou parecida com ela.... – disse Katie.

– Mas é claro que é! – disse ele. – Vocês tem o mesmo jeito atrevido, vocês duas tem cabeça quente e a mesma falta de respeito por autoridades.

Katherine deu uma pequena risada ao se lembrar que , realmente , ela era tudo isso.

– E veja só como ficou! Aposto que essa menina ainda tem futuro. – completou Will.

– Aposte o quanto quiser, mas ninguém nunca vai conseguir domar essa garota. Escreva o que eu digo! – Disse ela se sentando na cadeira e pegando uma carta de cima da mesa.

Nela havia o selo da princesa e Katherine ficou mais animada ao vê-lo. Ela e a princesa Cassandra , embora ela estivesse acostumada a chama-la de Evanlyn, eram grandes amigas. Ela abriu a carta com grande entusiasmo. Nela tinha os dizeres:

"Querida Katherine,

Como vai? Sei que a tempos não nos falamos, mas andei muito ocupada. Peço perdão por isso. Enfim, eu e Horace decidimos comemorar o aniversário de Charlotte em Redmont. Ela está muito ansiosa. Chegaremos dia doze, dois dias antes do dia do aniversário para vocês terem tempo de preparar a festa.

Mudando de assunto , já faz algum tempo , mas soube que Julieta morreu. Me disseram que a filha dela está em Redmonte, é verdade? Gostaria muito de conhece-la. Se bem que , se ela for igual a mãe, não deve estar lhe causando muitos problemas.

Um grande abraço,

Evanlyn. “

A cada palavra que lia, o sorriso de Katie ia se alargando. Principalmente na parte em que Evanlyn dizia que Anne não deveria estar dando muito trabalho.

– Então – disse Will – Vai nos contar o que tem de tão divertido nessa carta ou quer que eu a arranque da você?

Katherine revirou os olhos.

– Aparentemente vamos ter alguns dias bem animados nesse castelo.- disse estendendo a carta para o amigo.

–-----xxxxxx-----

Anne saiu da biblioteca três horas depois com os pés formigando e a mão latejando de tanto escrever. Enquanto se dirigia ao ultimo andar, xingava Lady Melaine de nomes nada lisonjeiros em sua cabeça. Ela abriu a passagem na parede, depois de se certificar que não havia ninguém, e desceu em direção a sala secreta. Ela e os outros protegidos há haviam transformado em uma espécie de “covil secreto”, que Beatriz teve a graça de chama-lo de Central de Rebelião de Crianças Mentalmente Perturbadas ou C.R.C. M.P. Ela dizia que quando eles crescessem a sigla ficará mais legal: CRAMP, Central de Rebelião de Adolescentes Mentalmente Perturbados. Porém , Anne preferia chama-la apenas de Toca.

Finalmente quando Anne chegou lá, viu que tudo corria normalmente. Ou o mais normal que podia ser. Gabe e Alex treinavam com espadas de madeira, Amélia lia um livro, Jerome trabalha na sua invenção e Beatriz fazia alguma de suas experiências loucas. Todas já haviam tentado convence-la de parar com isto , pois um dia ela iria acabar condenada na fogueira por bruxaria. Mas ela não os dava ouvidos.

Assim que a viu , Alex veio correndo até Anne.

– E então? – perguntou – Muito encrencada?

– Só passei as ultimas três horas copiando os mapas da biblioteca. – respondeu Anne suspirando.

– Mas ganhou meu respeito. – disse Beatriz – Faz anos que eu quero enfiar a cara daquela patricinha imunda, nojenta, ridícula , malvada, cruel, idiota, burra, estupida, tonta, feia , horrorosa, metida, e mentirosa na lama junto com a vad...

– Beatriz! – gritou Amélia exasperada – não diga isso! É muito feio!

– O que ? Vadia? Pronto, já disse!

Amélia deu uma tremenda de uma livrada em Beatriz.

– Ai! – exclamou – Como se fosse mentira...

Amélia se limitou a revirar os olhos e voltar a atenção ao livro.

– Então?- perguntou Anne- O que foi que eu perdi?

– Descobrimos mais um túnel que vai dar na cidade. – respondeu Gabe.

Desde que começaram a explorar os tuneis de ligação da Toca , Anne e os amigos descobriram vários pontos interessantes: Haviam vários tuneis nas paredes do castelo, o que permitiam que escutassem conversas , outros que iam até a cidade e ainda alguns que iam mais longe, mas estes ainda não explorados até o final. Anne se pegava frequentemente se perguntando com qual finalidade aqueles tuneis foram construídos.

– Já mapeado? – perguntou.

Alex passou um papel que Anne estudou avidamente. Era um pedaço de pergaminho velho com o mapa do castelo todo riscado por tuneis. O mais recente , com tinta ainda fresca, saia de uma bifurcação de um túnel que ia parar na cozinha e seguia até debaixo de uma casa da cidade já conhecida por Anne: a padaria.

– Suponho que seja difícil usa-lo. – disse Gabe.

– Não – respondeu Anne- A menina que eu ajudei era filha do padeiro. Não creio que se nos ver lá ela irá fazer um escândalo.

– Espera , a menina que você ajudou é Lily Cherry? A irmã de Harry? – perguntou Beatriz finalmente deixando seu experimento de lado.

– Sim... – respondeu Anne – Por que?

Beatriz sorriu maliciosamente para Amélia , que escondia a cara com o livro.

– Acho que alguém achou o namorado... – disse.

– Ele não é meu namorado! – retrucou Amélia.

– Mas bem que você queria que fosse... – insinuava Beatriz.

– Acho que ainda somos muito novas pra pensar nisso não? – disse Anne.

– Concordo plenamente. – responderam Jerome e Gabe ao mesmo tempo.

Anne franziu as sobrancelhas olhando o mapa.

– E esse túnel? Parece pela metade...- disse.

– Ainda não tivemos tempo de vê-lo por completo. – explicou Alex.

– É melhor vermos este mais tarde. – disse a menina enfiando o mapa no bolso. Havia alguma coisa naquela passagem que a deixava inquieta.

– Consegui! – berrou Jerome tão repentinamente que faz Amélia perder a página do livro, Anne dar um pulo de susto e Beatriz derramar sua experiência no chão, abrindo um grande buraco.

– Seu idiota bípede! É melhor ser importante! – vociferou Beatriz.

– E é! – disse Jerome finalmente saindo de trás de sua mesa de trabalho com a cara completamente suja de graxa – Terminei a minha invenção!

– Sua invenção? – perguntou Anne de um modo sugestivo.

– Na verdade era do meu pai... – disse Jerome coçando a nuca- Ele tinha feito uma dessas uma vez. Mas a minha não chega nem aos pés da dele.

– Sem drama garoto inventor e mostre logo a invenção. – disse Beatriz.

– Insensível... – murmurou Jerome.

– Não, ela só é um pouco... dura. Mas não insensível.- retrucou Gabe.

Beatriz deu um meio sorriso. Jerome se apressou em tirar debaixo da mesa uma pequena maquina com uma lente na frente. Ele ficou encarando todos com um enorme sorriso no rosto.

– E o que exatamente isso faz? – perguntou Amélia. Pelo seu tom de voz podia-se dizer que ela ainda estava brava por ele ter feito ela perder a página do seu livro.

– É uma maquina que pode registrar os momentos. Meu pai chamava de Câmera. Eu vou mostrar. – disse vendo as caras confusas dos amigos.

Então , ele apertou um botão e se seguiu um clarão. Logo em seguida a maquina cuspiu um pedaço de papel que Jerome mostrou aos amigos. Nele havia a imagem de todos os que ficaram na frente da engenhoca , mas não estavam muito bonitos: Anne havia piscado, Amélia tapou os olhos com as mãos, Beatriz saiu com um olho aberto e outro fechado, Gabe estava com os olhos arregalados de susto e Alex nem estava olhando para a câmera.

– E então? – perguntou Jerome.

– A invenção está ótima. – disse Beatriz – mas creio que você vai ter que queimar a sua primeira foto.


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Notas finais do capítulo

E ai? Mereço review? Então gente eu tenho uma noticia triste para dar: Estarei em semana de prova e não poderei nem postar e nem chegar perto do computador em um raio de 1 km. Mas juro que vou tentar postar o quanto antes.E sim , foi o Jerome que inventou a câmera. E sim , foi na idade média.http://www.titaniumteddybear.net/wp-content/uploads/2011/04/spongebob-fuck-the-police-gif.gif



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