POV Ally

- Óbvio que eu não estava encarando você garoto. Já pensou em sei lá, se olhar em um espelho?

- Faço isso todo dia.

- E ele não quebra não? Com sua feiura tudo pode acontecer.

- Não, além do mais ele parece que adquire mais brilho quando eu paro em sua frente.

- Seu metido.

- Olha quem fala. A garota da blusa vermelha. Aposto que na sua escola você deve ser a metidinha acertei? Aquela que é idolatrada pelas garotas e deixa um rastro de baba dos garotos.

- Claro, sou até líder de torcida. - Mostrei a língua a ele. - Claro que não né, tanto que eu só tenho um amigo e ele se chama Dez.

- Ah. Achei que...

- Por eu ter usado aquele vestido ontem que digamos, tenha alguns traços de vadia, e esta blusa vermelha hoje que é um pouco decotada, que não sei como você conseguiu ver por que estava em baixo deste casaco, achou que eu era totalmente metidinha? Se toca, não sou você. - Fiz uma cara de nojo, mas parei abruptamente e continuei minha fala. - Além do mais, acredito que aquilo foi um elogio, reduzindo suas palavras, você me chamou de bonita, certo?

- Ui, querendo dar uma de difícil Allyzinha? Sim, você acertou eu te elogiei por que você é bonita e isto eu não tenho como negar. - Controlei minhas bochechas para não ficarem vermelhas, já que eu não queria que ele percebesse nenhum sentimento expresso por mim naquele momento.

- Eu sou bem fácil com quem me merece.

- Agora é fácil? Decida-se garota.

- Resumindo, com você posso me tornar a garota mais difícil do planeta.

- Tem certeza? Nem se eu fizer isto? - Ele começou a se aproximar de mim, até ocupar totalmente meu espaço pessoal. Particularmente estava controlando totalmente meus batimentos cardíacos para que ele não escutasse.

- Nem se você fizer isto querido.

- Absoluta?

- Sim.

- E isto? - Ele segurou minha cintura e acho que ia me beijar, mas apenas começou a mordiscar minha orelha. (POV Narradora: Apenas? Tem certeza? Com esse "apenas" eu já estava morta no chão da loja.).

- Você está me provocando, mas não está funcionando.

- Que pena, eu tinha outro truque na manga.

- Espero que você não o use.

- E não usarei aqui agora. Mas você sabe o que eu tinha em mente? - Mantive minha melhor cara de Poker.

- Já tenho algumas ideias do que você pode estar falando queridinho.

- Que ótimo. - Ele soltou minha cintura e parou de me mordiscar, me fazendo querer mais, porém me controlar e lembrar que era com o Moon que estava falando e sentou-se em cima do balcão. - Loja interessante a sua.

- Obrigada. - Continuei limpando os instrumentos sem ao menos olhar para ele.

- Lembro que eu vinha aqui todos os dias, mas não via seu rostinho bonito.

- Meu pai tinha vários funcionários, além do mais eu era muito nova para trabalhar, mas agora que sou mais velha posso assumir muito bem a loja sozinha.

- E em dias movimentados, como você faz?

- Ora, trabalho normalmente.

- Seu pai ainda está vivo?

- Sim, por que?

- É que você estava sozinha aqui então acabei pensando o que não devia.

- Ah tá.

- Desculpa.

- Não tudo bem. - Parei o que estava fazendo, levantei-me e comecei a encará-lo com um sorriso sarcástico no rosto. - Espera, o grande Austin Moon, celebridade internacional, queridinho de todos os fotógrafos e entrevistadoras de televisão e um dos gatos mais quentes de todo o país me pediu desculpa? Que dia é hoje por que o fim está próximo.

- Por que você me trata assim?

- Assim como?

- Cheia de sarcasmos e ironias?

- Eu só trato como você realmente deve ser tratado. Desculpa se a vida real te machuca.

- Mas...

- Sem mas. Você é rico, é bajulado por todos e ainda tem uma vida de deuses, o que você não tem?

- Não é bem assim. Eu não tenho você.

- Me poupe dos seus joguinhos. Há quanto tempo nos conhecemos mesmo? Ah certo, dois dias.

- Tempo suficiente para você ainda não me conhecer tão bem como diz conhecer.

- Mas eu já posso ter uma leve impressão sobre como você é por causa da mídia.

- E se esses meios de comunicação pelo qual você tanto olha estivessem mentindo ao meu respeito?

- Então eu não sei de mais nada.

- Vamos fazer um acordo?

- Talvez, faça a proposta e eu decidirei.

- Amanhã eu vou tocar em um clube aqui perto, não muito conhecido...

- O do Ben?

- Esse ai mesmo, como você sabe?

- Eu costumo ir bastante lá. - E obviamente eu sabia que você ia tocar lá por que eu ia te ver, mas não falei isto e apenas guardei para mim.

- Eu vou tocar com a banda amanhã à noite e queria que você fosse, já vou deixar até seu nome na lista de convidados especiais. Que tal?

- Pensarei em sua proposta. Tenho mais de 24 horas ainda para decidir.

- Tudo bem então, ao menos pense com carinho por que eu queria muito que você fosse.

- Tudo bem. - Ficamos em silêncio por um tempo até ele se manifestar.

- Então vou indo.

- Tchau. - Ele ia falar alguma coisa, mas acho que ficou envergonhado e acabou saindo da loja coçando sua nuca e em seguida colocando seu capuz para ninguém percebê-lo.

Eu fui até à porta e vi o Dez sentado no banco (o que eu já esperava) com uma incrível cara de Poker. Eu tenho que aprender com ele, por que acho que a minha não funcionou muito bem.

- Escutou tudo?

- Não consegui. Mas acredito que tenha sido interessante.

- E foi.

- Ele perguntou algo do casaco? Do jeito que ele estava com ciúmes aquela hora deve ter se contorcido de inveja.

- Acho que nem notou, ele estava mais interessado em discutir comigo.

- O que ele disse?

- Nos convidou para ir no clube do Ben.

- Nós é igual a você certo?

- Mais ou menos, porém você vai ir junto.

- Claro que vou, não perderia isto por nada kakakakakakakakakakakakaka.

- Sabia que ele quase me beijou.

- O QUÊ? NÃO BRINCA!

- Ou eu acho que ele ia me beijar, pois começou a mordiscar minha orelha.

- SÉRIO? QUE DELÍCIA MANO!

- Acho que nós brigamos também, mas sei lá, parecia que ele tinha gostado.

- Acredito que ele não gostou do modo que vocês brigaram e sim do jeito que você foi verdadeira com ele.

- Filosofando agora?

- Sim, eu tenho que me tornar um pacote completo para um futura sortuda que aparecerá em minha vida.

- Ui! Kakakakakakakakakakakakakakaka. - Ele entrou na loja juntamente comigo e eu fui pegar minha bolsa e as chaves do carro. Desliguei tudo, fechei a Sonic Boom, mas antes de irmos até o estacionamento eu falei a ele. - Que indiscreta olhada na bunda do Moon foi aquela?

- Eu queria ver se ele tinha carne suficiente do lado de trás, não podia não?

- Carne suficiente? Kakakakakakakakakakakakakaka.

- O que foi? As garotas de hoje em dia gostam de um cara com um bumbum em forma.

- Você não disse isso kakakakakakakakakakakakakakakakaka.

- Eu disse, tanto que eu faço um exercício para os glúteos todo o dia. Tenho que me precaver né Ally.

- Claro. - Acho que eu cheguei a ficar vermelha de tanto que eu estava rindo. - Espera, cadê o ratinho?

- Bem, ele fugiu.

- Quem foi que tinha a voz da razão?

- Cala boca "voz da razão"! Bem que você poderia me ajudar a procurá-lo.

- Mas aonde ele pod... - Escutamos um grito muito alto da loja de brinquedos.

- Loja de brinquedos, ai vamos nós.

- Você me deve uma viu? - Começamos a correr até lá para encontrá-lo.

Uma dica: nunca queiram ter um amigo ruivo com sardinhas e um grande potencial a ser gay, ou queiram e comecem a entrar em forma para correr atrás de ratos kakakakakakakakakakaka.