A Maldição De Afrodite escrita por Rafael Piotto


Capítulo 20
Primeiro Combate




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Disparei na direção de Adônis com minhas armas em mãos, pretendia começar o atacando com toda minha força antes que ele tivesse tempo de fazer algo, mas quando minha espada passou por onde deveria estar sua garganta a sua imagem apenas tremeu e desapareceu de minha frente, o vi aparecer novamente a 2 metros de onde eu estava. Tentei o atacar mais duas vezes só para ver minhas espadas passando por seu corpo como se ele fosse apenas um fantasma, parecia que eu estava lutando contra uma névoa. Quando parei de atacar para analisar a situação, percebi que realmente havia uma névoa gelada em volta da arena e que grande parte do chão da arena estava coberta por um tipo de vegetação estranha, junto de uma fina camada de gelo.

                A arena em si tinha sementes espalhadas pelo chão nos locais onde eu achava ter visto a imagem de Adônis. Dessas sementes saiam raízes de plantas que aparentavam estar congeladas e mortas, aparentemente eram elas que estavam emitindo aquele frio, quando olhei para o Deus novamente percebi que eu não conseguia mais dizer onde ele estava, via apenas a imagem dele refletida em algumas partes da arena ao mesmo tempo.

                –Acho que entendi. – Usei um pouco de meus poderes para aquecer minhas laminas. Assim que o calor começou a irradiar delas, a névoa se despicou ao meu redor e as vegetações que estavam em volta de mim pararam de irradiar frio, como se tivessem medo do calor. – Adônis também é conhecido como o símbolo das vegetações que morrem no inverno, deveria ter imaginado que algo assim pudesse acontecer. Está tentando baixar minha temperatura corporal sem que eu perceba para afetar meus sentidos. Bem... – encostei a espada que estava em minha mão direita na vegetação que estava pelo chão. Fazendo ela pegar fogo, o fogo rapidamente começou a se alastrar pela arena – Vamos animar essa festa.

                Assim que a primeira das plantas que estavam ao meu redor começou a pegar fogo, senti alguma coisa bater na minha cabeça e me virei no mesmo instante, só reparei que havia sido atingido por uma das sementes de Adônis quando era tarde demais. Só tive tempo de ver a semente se abrir e liberar suas plantas ao redor de minha cabeça.

                –Toma isso, seu mortal inútil. – Disse ele rindo alto, suas plantas já contornavam toda minha cabeça, escurecendo minha visão por completo e fazendo minha respiração ficar fraca. Pensei em usar minhas laminas para cortar elas, mas as plantas me agarravam com tanta força que seria impossível tirar elas de mim sem cortar ou queimar meu rosto no processo. – Isso que você ganha por achar que pode se meter com os deuses.

                Ouvi seus passos correrem em minha direção e levantei minhas espadas por precaução, ouvi uma lamina se chocar contra a espada que eu levava em minha mão esquerda. Descrevi um arco com minha espada direita na esperança de atingir algo, mas ele foi mais rápido e se afastou antes que eu conseguisse o atingir. Ouvi sua voz vinda de longe novamente. – Apenas desista e morra logo! É só para isso que semideuses servem, afinal. Morrer em nome dos Deuses.

                O som dele rindo e da platéia gritando de êxtase estava abafado pelas plantas em minha cabeça, minha visão ficava mais e mais escura, o frio vindo das plantas fazia meus pulmões congelarem por dentro. Por não conseguir mais ouvir de onde os ataques vinham, comecei a ser atacado na perna e no braço sem chance nenhuma de me defender. Mesmo tendo a chance perfeita para cortar minha garganta, ele estava brincando comigo na frente dos outros Deuses antes de me matar. Senti um calor vindo de outra parte da arena e tive uma idéia. Corri em direção ao fogo que eu havia criado anteriormente ao queimar as plantas até que o calor fizesse com que os pelos de meus braços queimassem e me ajoelhei.

                Percebi que as chamas estavam perto de onde Ares e Monet estavam quando ouvi ela falar. – Afrodite deu uma arma a dele enquanto Len estava indefeso, isso não é justo!

                –Cale-se! – Disse Ares. – Se ele não conseguir escapar dessa situação sozinho, não merece carregar meu sangue em suas veias. Adônis tem tanto medo de fogo quando suas plantas, porque você acha que eu dei aquelas espadas a ele? – Desde o inicio, Ares só me deu aquelas armas incríveis para que seu nome não fosse manchado, não se preocupava comigo nem nada do tipo. Enfim, não é como se eu esperasse algo diferente dele, mas aquela informação me deu uma nova idéia.

                –Olhem, ele vai se matar! – Disse uma voz que imaginei ser de Adônis, estava tão difusa entre outros sons que eu já não reconhecia, mas percebi o tom de deboche vindo dele.

                Afundei as espadas no que imaginei serem restos de plantas pegando fogo e conjurei novamente meus poderes de Ares para que o calor das espadas aumentasse ainda mais as chamas em minha frente. Fiquei parado por alguns momentos, totalmente aberto para qualquer ataque e assim que senti uma lamina cortar meu braço esquerdo, girei meu corpo para a esquerda descrevendo um arco com ambas minhas espadas. Ele desviou antes que minhas armas o acertassem, mas as labaredas formadas pelo calor de minhas laminas mais os restos queimados das plantas voaram em direção ao Deus.

                –AI! Isso Queima! – Assim que ouvi o Deus gritar, as plantas em volta de minha cabeça ficaram mais fracas me dando a oportunidade de arrancar elas de mim sem precisar usar minhas armas, finalmente conseguia lutar de novo. Metade da borda da arena estava em chamas, o Deus em si estava coberto com queimaduras e restos de plantas queimadas grudadas em seu corpo. Ele havia largado a pequena faca que ele havia usado para me atacar anteriormente, aproveitei que ele estava indefeso para atacá-lo e tentar acabar logo com a batalha. Ele viu minha aproximação tarde demais, teve reflexos o suficiente para desviar da primeira lamina, mas não da segunda. Assim que minha arma cortou parte de seu rosto, ele começou a rolar no chão exclamando – Eu desisto! Por favor, não arruíne mais meu corpo!

                –O que significa isso? – Exclamou Ares. Mesmo com o som vindo de trás dava pra sentir a animação em sua voz. – O grande Adônis, esta se rendendo perante a um mero mortal?

                –Eu não posso deixar que minha imagem perfeita seja arruinada mais ainda! E-eu preciso voltar a meu templo o mais rápido possível e me recuper...

                Ares o agarrou pelo pescoço, assim interrompendo sua fala. – Vou te levar lá então, com prazer. – E então os dois desapareceram antes que Afrodite pudesse dizer algo.

                A arena ficou em silencio por um momento, até que eu decidi quebrar o gelo. –Hm... Eu venci?


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