Davvero

Capitulo Único - Paura

“Sono troppe le parole, sai

Per spiegarti i miei perché

E m'importa se non capirai

Io non sono

(Há muitas palavras, você sabe

Para explicar o meu porque

E me importo se você não vai entender

Eu não sou...)”

“Já pensou em como é difícil andar sem rumo pelas ruas porque você não mais estará ao meu lado? Em como machuca relembrar dada detalhe de tudo que vivemos? Em como ainda me faz sentir ânsias suas palavras afiadas me chamando de cafajeste sem coração e egoísta?

Como um ser humano normal, cometi meus erros, tenho meus pecados, tenho meus medos... E queria que me visse agora, assumindo em voz alta meu medo... Paura que eu tinha de você. Do que sentia e sinto.

Ver as lagrimas daquela noite, as dores deixadas por coisas sem nexo, eu te neguei, como nunca deveria ter feito, turrão, burro, tosco, um farabutto que não merece perdão, perdi o controle. Sempre foi você a me fazer perder o controle, sempre foi você, em qualquer ocasião... Era você. Em cada momento estranho da minha vida, a cada passo que eu dava pra longe daquela vida. Você esteve lá.

Esteve lá sempre que Io precisei de você, e Io non pude cumprir, as promessas, as juras feitas alem da nossa cama. Io fugi, fui covarde, me escondi e fui vil com você. E agora? Como recuperar o tempo perdido?

Ver o céu azul brilhar sem força porque você não esta mais do meu lado, aquelas cenas doentias se repetindo na minha cabeça, cada frase dita com asco.

Shura...

Amarti tanto não fez diferença... Não invalidou o fato de que não tem volta, que acabou.

Você me deixou, pra sempre, e dói Shu, dói tanto que nem sei como respirar, como voltar a fazer o que eu fazia antes de ter você na minha vida de merda, antes de você iluminar cada passo que eu dava, não sei seguir sem você.

Gritar não adianta, chorar também não, você ta longe, ta melhor que eu garanto.

Será que ainda lembra do dia que nos conhecemos?

Você lembrou Shu do nosso primeiro beijo quando me deixou solo in questa vita?

Io sono un italiano mafioso, e sem salvação, porque a minha única forma de sair dessa vita foi embora me deixando fantasmas eternos, deixando em mim o gosto de seus lábios, o calor de seus toques, o conforto do corpo que se encaixava perfeito ao meu.

Como seguir espanhol? Diz pra mim, me ensina a seguir sem você, me ensina a tirar sua imagem da minha cabeça que me trai todo dia desde que tudo aconteceu, e que mesmo sem ter muita noção Io sinto.

Foi minha culpa, minha máxima culpa, perder você, ter que ver que era o fim.

Eu to tão longe meu amor, tão longe de ser o homem que você queria que eu fosse. In imbarazzo né? Eu sei que sim, fui um idiota sem tamanho.

Estranho, não sei alcançar esse ser distante que já não vejo perto de mim, e olhar pro alto já não me traz conforto, e machuca, machuca tanto que eu preferia ter sido morto quando fizeram uma emboscada pra mim na Itália, eu não teria te conhecido, eu nunca teria te visto como um anjo.

“Io non sono come te

Ché mi scontro col tuo essere distante

Ché l'ho urlato forte al cielo, sai

Di non essere perfetto

(Eu não sou como você

Para entrar em conflito com seu ser distante

Porque eu gritei bem alto para o céu, você sabe

Não sou perfeito...)”

Maledetto spagnolo, você me salvou no instante em que me colocou contra seu corpo dizendo que tudo ia ficar bem, que você ia cuidar de mim. Você foi embora sem me responder por que cuidou de mim daquela forma se nem me conhecia direito.

Eu desmaiei, e acordei num hospital, todo cheio de tubos, você me resgatou do inferno que Io vivia, e quando eu olhei pro lado desesperado, você estava lá, dormindo como um santo caído do altar, direto pra minha vida, eu assumo, foi ali que eu me perdi na paixão que sinto ate hoje.

Porque Shu? Porque fez isso comigo? Como posso espanhol... Seguir sem seus sorrisos, sem seus abraços de conforto quando tudo dá errado na minha vida, como eu vou viver sem você Shura?

Levanta... Per favore, querido... Ritorno pra mim, eu não consigo nem conter o choro, nunca fui de chorar, e agora eu to aqui velando seu caixão...

Você ta morto Shura. E eu to sozinho nesse cemitério olhando a noite destruir toda a minha vida, marcando cada pedaço da minha pele com a saudade eterna que já sinto de você.

Seu rostinho sereno... Nem parece que não há mais vida aqui dentro, sua boca pequena sem cor, queria dar a minha cor, a minha vida inteira pra você, pra que vivesse no meu lugar, não era pra ser você aqui, era Io, Shura!

Levanta, pelos Deuses, num faz isso. Não me deixa nesse mundo de cão.

Nossas brigas, nossas idas e vindas, foram quinze anos meu amor, quinze anos de uma dedicação total a você, nunca lhe trai, assim como sei que você também não, mas eu duvidei, eu duvidei de você anjo, e você se foi antes que eu pudesse te pedir perdono.

A gente brigou feio, você gritou comigo, e eu disse que nunca mais queria olhar na sua cara, e você foi embora com o orgulho ferido, batendo a porta na minha cara, e eu não segui meu instinto amor... Shura... Eu não fui atrás de você, talvez... Deuses, se eu tivesse ido, isso nunca tivesse acontecido, e você ainda estivesse em meus braços, e eu pudesse pedir desculpa fazendo amor com você.

Shura...

“E sapevo di cambiare

E poter essere speciale, io...

(E eu sabia que para mudar

E ser capaz de ser especial, eu ...)”

Il mio angelo caído do céu acho que eles quiseram você de volta, tava fazendo falta lá em cima, e eu... O que faço sem meu anjo da guarda? Que destino eu terei sem você?

Sabe, agora que você ta ai em cima, olha mais por mim, cuida de mim mesmo de longe meu amor, me ajuda a sentir tua presença, mesmo que seja apenas por um tempo, ate que a dor diminua e eu saiba seguir sem seus sorrisos, sem suas broncas, e sem seus olhos que me guiavam no meio da escuridão.

Toccarti assim é estranho, é tão gélido, é tão triste, queria te abraçar e dizer que te amo, amo muito, e ver você sorrir pra mim como sempre fez, me dizendo que nunca me deixaria, que enfrentaríamos juntos cada dificuldade. E não conseguimos, a gente não contava com algo tão definitivo, achamos que teríamos a vida toda... Como me odeio Shura.

Sabe, aqui ajoelhado ao seu lado, eu penso, se não seria melhor se eu tivesse sumido da sua vida depois que levantei daquela cama de hospital. Acho que isso nunca teria acontecido, acho que você jamais teria pego o carro como um louco, acho que você nunca teria ultrapassado o sinal vermelho...

E eu to chorando cada vez mais forte, e Io só consigo imaginar como você sofreu enquanto ficava ali naquelas ferragens durante longos minutos... O que você pensou bambino? Pensou em como eu fui um canalha? Em como fui um figlio di una cagna?

Sabe Shu... Naquele dia lá em Roma, eu pensei em fugir quando acordei que te vi dormindo tão placidamente, eu perdi a força de sair dali, eu só quis te olhar, e me perdi quando abriu os olhos, eu me apaixonei sem volta por esses olhos brilhantes e expressivos que nunca mais iram brilhar pra mim.

Maledetto, eu preciso deles moreno, meu anjo, eu preciso do brilho dos seus olhos pra saber que eu ainda tenho salvação. Eu to morrendo também sabia? Eu to morrendo enquanto converso com você em voz alta num lugar sombrio e fétido, enquanto lembro-me de nossa vida feliz e louca.

Você fez eu me abrir, insistiu pra que eu conversasse com você e assumisse meu nome verdadeiro. Todos me conheciam como Mascara da Morte, eu era cruel, era o pior ser humano que você poderia ter tido o desprazer de conhecer, e foi por esse ser asqueroso que você se apaixonou e dedicou cada segundo dos seus dias, durante esses longos anos.

Sua carinha de alegria quando lhe confessei meu nome.

“Matteo”, você repetiu deslumbrado, com o sotaque espanhol que eu tanto amo... Sim mio bambino eu ainda amo, porque pra mim você esta vivo, em cada parte de mim você ainda vive.

É nossa ultima noite né? Amanhã tudo acaba, e nem mesmo tocar nesse corpo frio eu vou poder, porque ele vai ficar na terra, é a ultima vez que eu te toco Shu, e eu nunca pensei que isso fosse acontecer, te tocar assim, sem poder te beijar, sem poder te fazer meu como antes, sem ouvir seus gemidos, sem sentir seus dedos cravando em mim de prazer, um prazer que apenas a gente sabia se dar, amantes de longa data e enamorados de uma vida inteira.

Nossa cumplicidade, na cama, e fora dela, superava tudo e todos, assustava ate mesmo a gente, você me convenceu tão fácil a sair de minha terra e recomeçar ao seu lado, e cuidou de mim enquanto eu me recuperava dos machucados, e eu te amei fortemente cada instante.

Brigamos tanto, dois gênios difíceis né? Eu to rindo no meio do choro porque era engraçado como a gente reclamava e falava alto como dois europeus insanos, e gritávamos e eu saia batendo a porta, mas eu mal chegava no elevador e voltava e no mesmo momento você abria a porta e a gente se atraia como imã e se beijava e se amava no chão da sala.

Era intenso, era a gente, na nossa sintonia, do nosso jeito a fizemos dar certo, como nunca faríamos com ninguém.

A primeira vez que eu disse que te amava, estávamos no meio de uma discussão sobre seu trabalho de jornalista que mal te dava tempo pra ficar abraçado comigo assistindo um filme, e então você gritou me chamou de idiota, disse que eu era egoísta, que queria te controlar e eu não suportei e disse tão forte e com tanta intensidade de sentimentos que você tremeu.

“Ti amo, ti voglio per sempre!”

E então terminamos na cama. Como todas às vezes aconteciam.

Nesses anos todos terminamos algumas vezes, mas nunca durava mais que três dias, a gente nunca suportou se separar, nunca nem conseguiu aturar a ausência da chatice um do outro, a gente se acostumou a uma rotina meio doida, uma rotina só nossa.

Mas mesmo assim, eu sentia medo sempre que te via, medo porque minhas pernas ficavam bambas e parecia que todas as vezes que te via andando em minha direção era a primeira vez que olhava, e todas as vezes me apaixonava mais e mais, e eu sentia medo, paura de não suportar tanto amor.

“Davvero, ho avuto paura

davvero, di essermi perso.

Io, di amare per sempre

il buio e questa rabbia che c'è in me..

(Realmente, eu estava com medo

Eealmente, eu estou perdido.

Eu te amarei para sempre

A raiva escuro que esta em mim ...)”

E eu te abraçava forte, com medo que alguém te roubasse de mim, meu maior medo era que te tirassem dos meus braços, porque você me disse varias vezes que eu era seu refugio, seu abrigo perfeito, mas era você Shura, você sempre foi o meu amparo, meu motivo pra seguir, sem você tudo era sem graça.

Despertou em mim um lado que eu nunca soube que tinha, me ensinou a ser feliz, me ensinou a sorrir por coisas bobas, me ensinou a olhar pras pessoas com carinho, sempre admirei o amor que você nutria por cada ser humano, a compreensão que dava a todo mundo.

Eu aprendi com você, aprendi que ter não é tudo, que ser é muito melhor, eu aprendi a assumir meus defeitos, meus erros, aprendi a lidar com crianças, e com animais, você me desvendou coisas que eu nem sabia que existiam em mim, e gostei de saber disso, de ver que eu era uma boa pessoa apesar da pose de mal.

Quando eu lembro da primeira vez que fomos no parque tomar sorvete eu riu... Em meio a um mar de gotas salgadas eu to sorrindo, porque você melou meu nariz chocolate e começou a rir divertido, me contagiando, dando o sorriso mais lindo que eu já vi, e eu gargalhei quando notei sua felicidade, ali eu aprendi a sorrir por amor.

E comecei a reparar que suas risadas e seus sorrisos mais intensos e felizes eram apenas pra mim, e isso me dava mais liberdade de mostrar o mesmo, e eu fiz, eu desfiz a cara amarrada, e me diverti como criança ao seu lado.

Na praia jogando água em você e te abraçando depois beijando seu nariz, eram tão suaves esses momentos, me sentia nas nuvens.

Sabe amor, quando eu cheguei em casa que eu vi você com aquele cara o Aioria, eu entrei em surto, eu sempre fui o mais ciumento da relação, não sei como me aguentou durante tanto tempo, você o olhava com um sentimento tão forte que eu só fui entender depois que o sentimento era um amor fraternal.

Não sei porque lhe acusei, mas o abraço que deu nele, me deixou desesperado, eu pensei que tinha te perdido pra outro, que uma hora você ia se cansar de mim... Olha que imbecil seu companheiro... Confessando agora pra você... Morto... Que tive medo o tempo todo que me trocasse, porque nunca me senti o certo pra você.

Eu gritei com você, me desculpa, não que agora isso faça diferença, mas me perdoa, por ter sido um bruto, um boor inseguro, eu te chamei de traidor Shu, e tudo que você nunca aceitou de qualquer pessoa era que desconfiassem de sua fidelidade e eu fiz isso.

Eu não te deixei falar direito, eu perdi o controle, eu te mandei pra fora da minha vida, dizendo que você tinha traído meu amor, que você tinha sido vil comigo, quando Io estava sendo com você.

Céus como me arrependo. E agora eu choro cada vez mais forte, num misto de saudade, de raiva por ter me deixado, de vergonha por ter sido um filho da mãe, de dor, muita dor por ter que seguir sem te ter por perto.

E você foi embora batendo a porta e me olhando intensamente, parecia uma despedida aquele olhar Shura, e foi né?! Depois de dizer que eu era o idiota, que eu estava cometendo um erro, você se despediu mudamente.

Eu não fui atrás de você, e tão pouco nos atraímos como imã pra porta como sempre acontecia.

E algumas horas se passaram, eu chorava desesperado porque você não atendia ao celular, fiquei com medo que me odiasse tanto que nunca mais quisesse falar comigo ou olhar na minha cara, e quando já me arrumava para te catar por toda Madrid, o telefone tocou.

Você estava no hospital... Em coma... Com morte cerebral...

“Sono ancora tanti i vuoti, sai

Dove incontro il tuo rispetto

E senza dire una parola poi

Rompo i margini in cui ero costretto...

(Há ainda muitas lacunas, você sabe

Onde eu encontro o seu respeito

E sem dizer uma palavra, pois

Rompi as margens onde eu fui forçado ...)”

Shu... Eu... Io... Cai no chão num choro agonizante, doeu tanto que eu urrava, eu batia no chão com força, eu gritava seu nome, eu berrava entre o choro e a revolta contra os Deuses.

Eu me batia, eu me machucava, eu sangrava por dentro e por fora, eu perdi o controle, não tinha mais nada pra me prender nessa vida.

Não sei em que momento entraram no apartamento e me deram um remédio pra me sedar levemente, mas alguém fez isso, algo me diz que tem dedo do Afrodite nisso, ele era o único que era contatado em momentos de crise, e os vizinhos sabiam disso, eram amigos né Shu?!

Eu só lembro de estar sentado no sofá com Saga ao meu lado tentando limpar meus ferimentos que nem mesmo sei como fiz realmente, e tentando me manter na terra.

Kamus chegou com o semblante triste, nunca vi o ruivo daquela forma, arrasado, abatido, e demonstrava claramente a dor de perder você, ele tentou te salvar, ele fez de tudo Shu... Ele... Chorou...

Milo ligou nos mandando ate o hospital e eu fui com eles, não consegui falar nada querido, e o loiro advogado disse que legalmente eu que deveria decidir sobre quando desligar os aparelhos.

Eu estava tão dopado que eu não tive forças pra fazer nada amor, eu só me aproximei do leito e segurei sua mão, pedindo perdão vezes incontáveis, e eu pedi um miracolo, e não veio, eu te abracei, como to fazendo agora e sussurrei que te amava, como fiz desde que comecei a conversar com você hoje.

E ai era a hora de desligar, porque você nunca ia voltar, e eu não deixei ninguém fazer eu mesmo fiz, eu desliguei e enquanto seus batimentos iam parando eu ia chorando, pianto cada vez mais forte, ate que quando parou de vez, eu gritei e me agarrei a você, e gritei mais alto, ninguém conseguia me tirar, eu pedi tanto pra que voltasse, queria que fosse mentira, que fosse um pesadelo, queria acordar e te ter ao meu lado Shu, eu berrava com seu corpo morto e ainda quente contra a meu.

Fui dopado e apaguei. Hoje de manhã quando acordei eu quis acreditar que era uma piada e te procurei por todo canto da nossa casa e só achei Kamus e Milo dormindo no sofá, e eu gritei, eu urrava batendo na parede, eles tentaram me segurar, eu os empurrei amor, eu ia acabar com tudo, porque sem você que sentido tem viver?

Corri pro quarto pra pegar minha arma, eu ia atirar, ia acabar com tudo, não tinha você, então eu podia morrer e ficar do teu lado, a gente prometeu ficar junto pra sempre, quando nos casamos legalmente, a gente jurou ainda mais forte que seriamos eternos, que ficaríamos per sempre juntos.

E eu me vi sozinho de novo, como há quinze anos antes de você me salvar de mim mesmo. E Kamus me deu uma injeção, eu só chorava não tinha força Shura, nem pra falar, eu só chorava, não sei como estou aqui agora.

Trouxeram-me e agora eu não sei o que fazer, porque quando esse caixão descer eu não sei como vou reagir, eu to ate calmo, porque to dopado. Mas, o que vou fazer quando o efeito passar? Não quero seguir sem ti bambino, eu não posso.

Sou tão fraco, sou tão incompetente na arte de viver sem você ao meu lado. E fico pensando, não terá nunca mais espaço na minha vida pra outro alguém, porque quando a gente sabe o que é amar e ser amado de uma forma tão intensa, não nos contentamos com metade, queremos aquela pessoa que nos completava, e você não vai voltar.

Céus, ta amanhecendo Shu, olha só, o dia ta raiando, e daqui a pouco será o final. Então eu só posso pensar que quero morrer agora, quero me livrar dessa dor que me deixa desolado e sem forças.

Il mio angelo, la mia vita, il mio amore eterno.

Meu coração é seu espanhol, e será ate o dia do meu ultimo suspiro, será seu pra sempre, assim como meus sorrisos, assim como meu amor.”

“Davvero, ho avuto paura

davvero, di essermi perso.

Io, di amare per sempre

il buio e questa rabbia che c'è in me..

(Realmente, eu estava com medo

Eealmente, eu estou perdido.

Eu te amarei para sempre

A raiva escuro que esta em mim ...)”

Ao longe Kamus, Milo e Saga observavam a tudo em silencio enquanto as lagrimas caiam sem pudor, viam a dor e o desespero do amigo, ouviram o desabafo e choraram mais, uma parte deles ia com o amigo também.

As lagrimas abundantes que molhavam o corpo no caixão aberto, todo o amor em cada palavra dita de forma tremida e dolorida, em cada gota que pingava, em cada riso triste que ele dava ao lembrar-se do marido.

Kamus sentia a dor e o medo de passar por isso, assim como Milo, já Saga...

Este sabia como era insuportável perder o grande amor, ele perdera Aiolos, e com ele perdera a vontade de viver, recuperando apenas quando uma rosa apareceu em seu caminho, Afrodite fora seu sopro de vida novamente, mas Aiolos ainda era parte da sua vida, uma parte que lhe doía lembrar.

O ruivo aproximou-se tocando no italiano.

– Vamos, precisa tomar um banho e se trocar Matteo. – disse levantando o amigo e o carregando para longe do caixão.

– Shura... Eu te amo... Eu volto logo... – dizia enquanto era arrastado pro carro.

Kamus lhe ajudara a tomar banho e colocar uma roupa, seu melhor terno negro italiano, seus sapatos de couro legitimo, queria estar bonito pra ultima vez visse o esposo, e antes de saírem de casa ele chorou, abraçado ao ombro do mais novo, que o apertava com carinho.

– Vai passar meu amigo... Vai demorar, mais vai passar... Ele vai cuidar de você de longe... – tentava confortá-lo enquanto tentava segurar suas lagrimas.

Sua voz não saia, só queria morrer junto com Shura. Sentiu-se ser levado ate o carro, estava ainda sob efeitos de medicamentos, mas a dor era o que lhe fazia ficar ébrio, a dor lhe deixava anestesiado.

Chegaram ao local já lotado, o padre já se posicionava em frente ao caixão. Sabiam que o italiano não teria força para segurar a caixa de madeira com o corpo dentro, era pesado demais psicologicamente falando.

E ele fora recebido com olhares de carinho e amor, e... Zelo... Eles queriam cuidar de suas feridas, e diziam isso a cada olhar que lhe lançavam.

Ficou perto do amante adormecido pela eternidade e deixou que silenciosas lagrimas caíssem.

E o padre falava, coisas lindas sobre o homem deitado inerte, falava aquilo que cada um sentia, mas ele não ouvia só via o amor de sua vida não abrir os olhos e lhe fitar como antes, e aquilo machucava tanto que ele sucumbiu no chão.

De joelhos, caindo sobre o caixão fechado, derramando todas as suas lagrimas, não tinha voz pra gritar, apenas chorava sobre os olhares atentos de cada um de seus amigos que choravam junto, ambos órfãos tinham apenas um ao outro e os companheiros que fizeram no decorrer dos anos.

Kamus tencionou se aproximar, mas Saga o impedira.

– Deixe... É a ultima vez Kamus... Deixa ele se despedir... Ele precisa enterrar o coração junto com o Shura. Diante da dor de se perder quem se ama, ate um grande homem sucumbi ao chão e curva a cabeça para a tão temida morte. – dizia com experiência e melancolia, sendo abraçado por Afrodite.

E o ruivo chorava no ombro do amante, que o abraçava com força, sentia-se um incompetente por não ter salvo o amigo.

A hora havia chegado, a despedida eterna, e ele não conseguia se afastar, ele não tinha força.

– Shura... Não me deixa... Por favor, Bambino... Eu preciso... De você. – dizia baixinho olhando o rosto pelo vidro.

– Mask... Precisa deixar ir... – Saga aproximou-se tocando em seu ombro.

– Non posso Saga... Não quero... Não deixa... Levarem ele... – pedia encarando o amigo grego.

– Meu querido, ele já foi... Só há um corpo vazio, o seu Shura esta lá em cima, e ele esta aqui também... – apontou pro coração do italiano –... Esta vivo em você. – completou levantando o moreno que a pulso afastou-se, vendo o caixão baixar.

E chorou, chorou forte, vendo o outro se afastar. Esticou a mão tentando tocar, mas era impossível, era intocável.

As rosas começaram a ser jogadas, uma chuva de rosas vermelhas, sobre lagrimas e dor, a dor da despedida. Era sua hora de dizer adeus.

Beijou a rosa, tremulo, aproximando-se com a ajuda do grego mais velho.

– Il mio amore ... Il mio angelo ... Farei qualsiasi cosa per tornare indietro nel tempo e vi darà ancora più amore, più spesso e dire ti amo... – disse sem conseguir jogar a rosa.

– Deixe ir Matteo. – pediu o loiro.

– Arrivederci Shura... Meu Shura. – jogou a rosa e abraçou-se ao amigo, chorando compulsivamente.

O corpo fora coberto, e todos já se dispersavam, e então Matteo olhou o local onde seu anjo descansaria... A dor e o desespero tomaram-lhe, e ele jogou-se sobre o tumulo, gritando, e chorando alto.

Saga tentava tirá-lo, mas ele se agarrava, ele gritava louco, segurando entre uma das mãos a aliança do marido.

– SHURAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA. – fora a ultima coisa que falara antes de sentir a picada em seu braço e tudo ao seu redor escurecer, desmaiou sobre a cova convulsionando pelas lagrimas que ainda caiam.

Fora dopado e sabia disso, e mesmo quase sem voz e sem força pelo medicamente forte sussurrou...

– Io Te Voglio Bene... Mi Bambino!

“Ma tu aspettami e cercami, e ascoltami

e aiutami... E ascoltami

questa rabbia non ci aiuterà!

(Mas se você esperar e olhar para mim, e me escutar...

E me ajudar ... E me ouvir

Essa raiva não vai nos ajudar!)”

Fim