A Força Do Destino escrita por Miss Moony


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Há muito tempo eu queria fazer uma fic adaptada do filme do mesmo nome, mas sempre me vinha aquele pensamento: será que eu consigo? Então... estou me colocando à prova, rs... sei de uma pessoa que gosta muito desse filme, e gostaria que ela pudesse ler a fic... ô Lyyssa Fanfiction, se vc aparecer por aí, algum dia, dá uma passadinha aqui, ok?
Então é isso, meninas... espero que gostem de um Ed meio atormentado e não muito politicamente correto. A gente se vê no final.
Ah... as frases em itálico são as lembranças do Ed, ok?



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Capitulo 1

Edward vestiu as calças, colocou a camisa e chegou à janela do pequeno apartamento em Seattle, olhando para o sol que nascia lá fora.

Voltou o olhar para a cama, e enxergou o pai, Edward Senior, ainda enrolado com a mulher que os dois haviam levado para a casa dele na noite anterior. Sua mente vagou para doze anos atrás, quando vira o pai pela primeira vez, após sete anos da ausência dele de casa.

Descera do avião, assustado, ao lado da assistente social, olhando para a multidão acotovelada no aeroporto das Filipinas, local da base naval na qual seu pai estava servindo agora.

Olhou para um homem segurando um cartaz sujo, escrito seu nome, e se encaminhou para ele.

- Hey, guri, vc é o Edward?

- Sim senhor.

- Ah, sim, eu sou Edward Senior, muito prazer.

Edward olhou o homem. Por que ele não havia dito que era seu pai?

- Vamos pegar tua bagagem, ok?

- Sim senhor.

Já no precário ônibus, o pai falara:

- Tira a jaqueta, guri, aqui é muito quente. Nós estamos nas ilhas Filipinas.

Ele tirou a jaqueta, e olhou para o pai.

– Edward, eu lamento o que aconteceu à sua mãe. Deve ter sido muito difícil, não é? Eu teria procurado você antes, mas eu estava em alto mar.

- Há quatro meses que eu te procuro! – Edward desabafou.

- Esse é que é o problema... – disse o pai, dando um longo gole numa garrafa de cerveja. – Eu estive em alto mar por quatro meses.

Era quase doloroso relembrar... Edward acendeu um cigarro e ficou ali, sentado numa cadeira, olhando para o pai. Naquele mesmo dia, ao chegar no local que Edward sênior chamava de casa, o pai simplesmente lhe apontara duas nativas filipinas, semi-nuas, talvez dez anos mais velhas que ele, se tanto, e dissera que eram suas “novas” mães. Edward não queria novas mães... Elizabeth fora e sempre seria a mãe dele e ela, com certeza, não gostaria de vê-lo metido naquilo.

O pai lhe dissera que ficava por volta de 3 semanas mensalmente em alto mar, e que ele teria ficado muito melhor na casa de parentes distantes da mãe, nos Estados Unidos, que o porto não era local para crianças, e que ele não tinha perfil de pai, estava muito velho para isso.

- Eu não volto mais para lá, me tratam como lixo!- Edward gritou.

- Isso não cabe a você decidir! Mas que diabo, não me olhe assim! O que aconteceu à sua mãe não teve nada a ver comigo!

- Teve sim! Você disse que ia voltar, você prometeu!

- Ah, foi isso que ela disse? Isso é mentira de mulher! Mas que droga, é mentira!

- Não é não! Eu achei as cartas que você escreveu pra ela, você disse que ia voltar pra gente, que você a amava! Você que é mentiroso!

Mesmo depois de todo esse tempo, Edward ainda sentia um pouco isso dentro dele, os olhos umedeciam, uma fraqueza que ele não queria ter. Há muito tempo decidira que não iria fazer com uma mulher o que o pai fizera com a mãe dele. Não iria jurar amor, nem fazer promessas. Era incapaz de amar. Aprendera a se proteger, colocara uma couraça no corpo. Só podia contar com ele mesmo.

Se encaminhou para o banheiro, jogou uma água no rosto e lembrou ainda de como foi crescer nas ruas filipinas... teve de aprender a se defender sozinho dos garotos valentões que gostavam de bater pra roubar seu dinheiro, aprendeu o que era o sexo aos treze anos com as prostitutas da beira do cais, fizera uma tatuagem aos quinze...

O pai entrou no banheiro, interrompendo suas lembranças, despejando o conteúdo de uma noite de bebedeira no vaso sanitário.

O homem limpou a boca.

- Essa foi de lascar, puxa... que comemoração de formatura, hein? Só não foi melhor do que aquela noite que pegamos aquelas três aeromoças na Tailândia, hein? Aposto que você não transava desse jeito naquela faculdade de araque em que se formou!

Edward não respondeu, e o pai continuou.

- Quanto tempo vai ficar em Seattle?

- Se prepara, cara, essa vai te deixar doido.

- Guri, nada do que você faça vai conseguir me surpreender. – Edward Senior riu. – Vai, conta aí!

Edward ficou sério e disse:

- Me alistei na Marinha.

- Se alistou na Marinha...

- É isso aí, me alistei na Marinha... e eu estou a caminho de Port Rainier, para a Escola de Treinamento de Oficiais.

- Para que?

- Jatos. Quero pilotar jatos... Olha, esse lugar é só a duas horas daqui, talvez um dia você queira me visitar lá.

- Quem meteu essa idéia na sua cabeça?

- Ninguém meteu nada na minha cabeça. É o que eu quero.

Edward Senior riu.

- Qual é a piada?

- Você guri! É a mesma coisa que dizer que você quer ser presidente. Por Deus, se olha no espelho! Oficiais não tem tatuagem!

Edward cuspiu na pia.

- Você vai ver, ta legal!

- Edward, o que é que há, não fica invocado!

- Eu não to invocado!

- Claro que está!

- Não estou nada!

- Olha só, eu estou do seu lado! Eu só não quero ver você fazer uma coisa da qual vai se arrepender! Você vai ter de dedicar seis malditos anos da sua vida para a Marinha se quiser pilotar, seis malditos anos com os panacas mais caxias que Deus já botou nessa terra, os oficiais, cara, não são iguais a mim e vc, são feitos de material diferente!

- Sabe o que está parecendo? Que está com medo de ter de bater continência pra mim!

- Saquei, Edward... você queria um papo de pai, um tapinha nas costas...

- De você? Não... de você eu nunca esperei nada... obrigado pelo meu presente de formatura. – Edward indicou com a cabeça a mulher nua ainda adormecida na cama, vestindo a jaqueta. Pegou a chave da moto na mesa, a mochila no chão e abriu a porta do apartamento.

- Tchau, hein?

- Ah, qual é, Edward, não vai embora zangado não...

Edward já nem dava ouvidos... desceu as escadas, inspirou o ar da manhã, subiu na moto e deu a partida. Hoje, uma nova etapa se iniciava em sua vida.


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Notas finais do capítulo

E então, meninas, o que acharam desse pequeno capítulo? Me deixem saber! Bjs!