plenitude

quem manda monstros para nos matar e ao mesmo tempo diz que não vamos morrer?

vida surreal.

Margaery Tyrell é uma mulher implacável.

Uma rosa, como o estandarte da sua casa, absolutamente bela e cheia de espinhos.

Como uma rosa, é dissimulada. Parece inocente e inofensiva, o sorriso aberto, os olhos brilhantes, a coroa de cabelo adoravelmente escuro caindo em ondas até a cintura.

Margaery Tyrell é uma mentirosa nata.

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Sansa Stark é um passarinho.

Um passarinho pequeno, com a asa ferida, enjaulado e necessitando desesperadamente de cuidados. É um passarinho vermelho e branco — branco de pele pálida — tão absolutamente ingênuo e doce que atrai o mais sincero afeto até de quem deveria querer machucá-la.

Sansa é tão quebrável, de certa forma tão tola, que Margaery a ama de todo o seu coração.

Justamente porque Sansa Stark é um passarinho calmo e polido, honestamente uma dama, coisa que Margaery jamais será.

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Margaery gosta de tocar Sansa. A pele dela é macia como seda e o sorriso dela pode iluminar o mundo inteiro, ela tem certeza. E os toques inocentes — fraternais — tomam outra proporção entre elas. Sansa gosta de deixar as mãos dadas, entrelaçadas firmemente, como se tivesse medo que Margaery se cansasse e fosse embora, mas ela nunca faria isso. Nunca abandonaria seu pequeno anjo de cabelos em chamas e coração feito de neve de inverno, porque ela sabe que num mundo como aquele, Sansa é diamante.

Margaery — a indiscreta Margaery — gosta de levar as mãos pequenas e macias da outra aos lábios, deixando beijos delicados nas palmas, nos braços, nos ombros, na nuca. E Sansa ri, ri baixinho como uma lady Stark digna e contida que é, pequenos gemidos baixinhos quando a mão de Margaery passeia por seu corpo enrolado naquele vestido leve de verão.

Margaery é quente como fogo e Sansa é gelada como neve, mas juntas elas são uma supernova, flutuando no céu há milhas e milhas de distância, brilhantes e desfocadas.

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Sansa é estrela vermelha e Margaery cometa azul, planando no azul cheio de nuvens sem parar para se arrepender. Elas têm medo — os sábios e os tolos tem medo — mas mesmo assim, mesmo com tudo isso, elas entrelaçam os dedos e flutuam e flutuam, sem se importar com o que possam pensar.

Porque Margaery é rosa espinhenta, mas Sansa é pássaro livre.

E o lugar delas é o céu.